Remo, Paissandu, Independente e Cametá estão nas semifinais da primeira metade do campeonato. Com justiça. São os times mais regulares da competição e apresentaram peças individuais mais eficientes. O que o campeonato apresentou de bom até agora deve, em grande parte, a essas equipes.
Nem tudo é tão perfeito, porém, principalmente quando o assunto é bola. Remo e Paissandu, que aparecem na ponta da tabela, têm problemas sérios e inteiramente opostos. O Remo padece com a falta de especialistas no ataque. Eles até estão lá, são escalados, mas não funcionam. O Paissandu sofre com a trôpega defesa, que não se entende, apesar das sucessivas trocas de jogadores.
Na rodada de ontem, o Remo apresentou um time muito modificado – ausências de Marlon, Paulo Sérgio, Tiaguinho e Luís André –, mas conseguiu passar pelo Independente. Com dificuldades.
Criou muitas jogadas no meio-campo, cercou a área e envolveu o adversário, principalmente no tem final. Mas é verdade também que sofreu contragolpes fulminantes, podia ter levado gol, caso Marçal aproveitasse as boas chances criadas no primeiro tempo.
A vitória veio em jogada individual do meia Fininho quando o jogo já entrava naquele estágio perigoso entre a pressa e a necessidade. Aliás, os meias sempre salvam o Remo. Quando isso não acontece, zagueiros e volantes se encarregam da tarefa que seria do ataque.
Em sentido inteiramente inverso, o Paissandu funciona bem do meio pra frente, mas não arranja jeito de se arrumar atrás. A começar pelo gol, onde estranhamente Sérgio Cosme continua prestigiando Nei, tendo Fávaro no banco. O miolo de zaga, ontem com Hebert e Ari, teve vários apagões e acabou permitindo três gols. Como o ataque só conseguiu fazer dois, o Paissandu perdeu.
Repito o que já comentei durante a semana. É fato que os zagueiros de área falham, mas o problema defensivo do time é maior que eles. Erros se repetem porque o setor de proteção está sobrecarregado pelas deficiências dos laterais. Sidny abusou de errar passes contra o S. Raimundo e Brayan foi envolvido pelo rápido ataque santareno.
Mais à frente, Sandro não tem fôlego para ajudar os dois volantes marcadores, Alexandre Carioca e Billy. Vânderson entrou perdido e saiu sem dizer a que veio. Por tudo isso, pode-se dizer que é uma profissão perigosa ser zagueiro do Paissandu.
A seleção da sétima rodada teve como principal destaque o defensor Jardel, do São Raimundo, excelente tanto na defesa quanto no apoio. O time ficou assim: Léo Rodrigues (CR); Diego Barros (CR), Bruno Oliveira (Tuna) e Jardel (SR); San (CR), Wilson (CAM), Renato Medeiros (SR), Fininho (CR) e Alex Oliveira (PSC); Sató (SR) e Mendes (PSC).
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 28)