Aumento de morte de crianças por leucemia é associada à expansão da soja no Brasil

Aplicação de agrotóxicos levou à morte adicional de 123 crianças em 11 anos na Amazônia e no Cerrado, revela pesquisa

Por Por Giovana Girardi – Agência Pública

Em meio à discussão no Congresso de um projeto de lei para flexibilizar o acesso aos agrotóxicos no país, amplamente defendido pela bancada ruralista, um estudo divulgado nesta segunda-feira (30) associa o aumento de casos de leucemia infantil no Brasil à expansão do cultivo da soja e ao grande uso de pesticidas nas plantações do grão.

Eles encontraram pelo menos 123 mortes adicionais de crianças com menos de 10 anos entre 2008 e 2019 relacionadas indiretamente ao uso de pesticidas no cultivo de soja no Cerrado e na Amazônia. O trabalho fez uma análise populacional, considerando 15 anos de dados de saúde, cruzando informações de câncer infantil com o avanço da soja pelos dois biomas. 

O grupo de pesquisadores norte-americanos, liderados por Marin Skidmore, da Universidade de Illinois, aponta no artigo que a área de soja no Cerrado triplicou de 5 milhões de hectares para 15 milhões de hectares entre 2000 e 2019. Na Amazônia, cresceu 20 vezes: de 0,25 milhão para 5 milhões de hectares. Já o uso de pesticidas nessas duas regiões – que foram as analisadas no trabalho – cresceu entre 3 e 10 vezes no mesmo período.

Este aumento, revelam, se refletiu nos casos da doença. De acordo com os cálculos dos cientistas, a cada 10 pontos percentuais de aumento na produção de soja, houve 4 mortes adicionais de crianças de menos de 5 anos e de 2,1 abaixo de 10 anos por 100 mil habitantes.

“Os resultados sugerem que cerca de metade das mortes pediátricas por leucemia no período podem ser ligadas à intensificação agrícola da soja e à exposição aos pesticidas”, afirmou Skidmore em comunicado à imprensa. O trabalho foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS)

Área de plantação de soja próxima ao município de Brasnorte, noroeste de Mato Grosso.
Aplicação de agrotóxicos levou à morte adicional de 123 crianças em 11 anos na Amazônia e no Cerrado

Os cientistas indicaram também que o contato com os produtos químicos deve ter se dado via fornecimento de água, em geral em localidades onde a produção de soja fica à montante na bacia hidrográfica. Eles chegaram a essa conclusão ao procurar evidências de aplicação de pesticidas rio acima. Os casos de leucemia estavam à jusante da mesma bacia. “Isso indica que o escoamento de pesticidas para as águas superficiais é um método provável de exposição”, explicou Skidmore.

Ou seja, as crianças que desenvolveram leucemia não moravam necessariamente nas áreas onde se dá a produção da soja – o que revela o amplo alcance dos pesticidas. Skidmore aponta que a área rural da região avaliada no trabalho tinha, de acordo com dados de 2006, cerca de 50% das casas com poços ou cisternas, mas a outra metade dependia do escoamento na superfície como fonte de água. “Se a água na superfície está acostumada, os pesticidas usados rio acima podem alcançar as crianças rio abaixo”, disse.

O artigo retrata o Brasil como o país que se tornou, nos últimos anos, tanto o líder mundial na produção de soja quanto de consumo de pesticidas perigosos. Segundo a análise, aplicamos, por hectare, 2,3 vezes mais pesticidas que os Estados Unidos e 3 vezes mais que a China, que são o primeiro e o terceiro colocado em volume total de agrotóxicos. O estudo relata ainda que o uso no cultivo de soja cresceu após a aprovação, em 2004, de variantes transgênicas do grão.

Um fator capaz de amenizar a mortalidade foi a presença de hospitais próximos às áreas de contaminação. De acordo com a pesquisa, as mortes de crianças por leucemia relacionadas com a expansão da soja se deram em regiões que ficavam a mais de 100 quilômetros de um centro de tratamento. A doença é tratável, mas depende de um atendimento oncológico especializado, o que não é amplamente oferecido no interior do Brasil, em especial na Amazônia, por exemplo.

“Nós certamente não estamos advogando por uma interrupção total do uso dos pesticidas”, diz a pesquisadora, reconhecendo que tiveram uma importância para a expansão da produção de soja. “São tecnologias importantes e válidas, mas precisam ser adotadas com segurança. [Os resultados] são um forte aviso de que o uso seguro de pesticidas é o melhor tanto para a produtividade agrícola quanto para as comunidades”, afirma. 

O recado final do artigo é mais duro: “Este trabalho sublinha a importância de considerar as implicações à saúde humana da intensificação da agricultura”. Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), mais de 14 mil pessoas foram intoxicadas por agrotóxicos no Brasil, segundo levantamento inédito feito pela Agência Pública e Repórter Brasil, com dados de 2019 a março de 2022.

Nos últimos anos, vários estudos vêm revelando a relação entre o uso intenso de agrotóxicos com diversos problemas de saúde e ao ambiente. A presença de substâncias cancerígenas nos pesticidas é bem conhecida, mas a relação direta de causa e efeito com o câncer é mais difícil de estabelecer.  

Levantamento recente feito pelo InfoAmazonia com a Fiocruz observou que mulheres, crianças e adolescentes de municípios do Mato Grosso que têm pelo menos 5% da área ocupada por soja têm risco entre 26% e 33% mais chances de desenvolver e morrer por leucemia e linfoma.

Para que serve uma carta hidrogeológica

Por Heraldo Campos (*)

De um modo geral, pode-se dizer que a finalidade de uma carta hidrogeológica é estabelecer distinções entre os diferentes terrenos e regiões segundo suas características hidrológicas, em associação com a geologia. Além disso, deve conter informações que permitem uma melhor compreensão sobre a ocorrência, o movimento, a quantidade e a qualidade das águas subterrâneas.

Nesse sentido, os mapas ou cartas hidrogeológicas, por grandeza de escalas, podem ser agrupados em “Mapas Hidrogeológicos Sistemáticos Generalizados” e “Mapas Hidrogeológicos Derivados para Diversos Propósitos” [1].

Os “Mapas Hidrogeológicos Sistemáticos Generalizados” são aqueles realizados por instituições centralizadas no governo, como departamento geológico e hidrogeológico. Baseiam-se num programa contínuo de coleta, avaliação e interpretação de dados, geralmente cobrindo grandes áreas, como foi o caso do projeto e a confecção do “Mapa Hidrogeológico do Brasil” [2].

Por outro lado, os “Mapas Hidrogeológicos Derivados Para Diversos Propósitos”, normalmente são orientados para solucionar problemas e servir um grupo bem definido.

Os mesmos diferem dos mapas generalizados, por seu alto grau de interpretação e, particularmente, por sua legenda e apresentação adaptadas aos usuários. Como exemplo desse tipo de mapa, pode-se citar o “Mapa Hidrogeoquímico do Aquífero Guarani – Região de Ribeirão Preto (SP)” [3].

A área de interesse e a escala são elementos essenciais para a concepção de uma carta hidrogeológica, compatibilizando sua área física (pequena) com sua representação adequada de escala (grande). No ambiente acadêmico, a proposta de uma “cartografia hidrogeológica” [4] para determinadas áreas de estudo, pode ser considerada como uma ferramenta auxiliar na caracterização de áreas degradadas e uma linha de pesquisa durante o desenvolvimento de dissertações e de teses de doutorado.

Acrescenta-se, ainda, que uma proposta dessa natureza, se aplicada junto à administração pública, como nas prefeituras, pode gerar informações para um plano diretor municipal e, consequentemente, colaborar na gestão do suprimento de água para a população envolvida em seu território.

Pelo exposto, fica aqui a pergunta lançada pelo portal “Reporter Brasil”, com algumas informações relacionadas à água de consumo doméstico, com um mapa ilustrativo do problema e da distribuição em área da contaminação, para conhecimento das pessoas: “O que sai da sua torneira? A água tratada pode carregar agrotóxicos e outras substâncias químicas e radioativas que são perigosas para a saúde quando acima dos limites fixados pelo Ministério da Saúde. O mapa revela onde ocorreu esse tipo de contaminação. As informações são de testes feitos pelas empresas de abastecimento que foram enviados ao Sisagua, banco de dados do Ministério da Saúde.

“Traga-me um copo d’água, tenho sede / E essa sede pode me matar / Minha garganta pede um pouco d’água / E os meus olhos pedem o teu olhar / A planta pede chuva quando quer brotar / O céu logo escurece quando vai chover / Meu coração só pede o teu amor / Se não me deres posso até morrer.” (trecho da letra da música “Tenho Sede” de Gilberto Gil).

Fontes
[1] Mente, A. 1997. Cartografia hidrogeológica – classificação e utilização de mapas hidrogeológicos. Hidrogeologia – Conceitos e Aplicações. Fortaleza, 1997. CPRM, cap. 8, p. 175-182.
[2] Mente, A.; Pessoa, M. D.; Leal, O. 1983. Mapa hidrogeológico do Brasil, escala 1:5.000.000. Rio de Janeiro, CPRM/DNPM.
[3] Campos, H. C. N. S. ; Guanabara, R. C. ; Wendland, E. Mapa Hidrogeoquímico do Aquífero Guarani – Região de Ribeirão Preto: Resultados Preliminares. In: XVI Congresso Brasileiro de Águas Subetrrâneas, 2010, São Luis (MA). XVI Congresso Brasileiro de Águas Subetrrâneas da ABAS, 2010. v. 1. p. 1-1.
[4] Michaelsen, B. L.; Schultze, J. P. S.; Campos, H. C. N. S. Cartografia hidrogeológica: uma ferramenta auxiliar na caracterização de áreas degradadas. In: X Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, 1998, São Paulo. Anais…ABAS (Publicado em CD ROM), 1998.
[5] “Mapa da água: como garantir uma água limpa para beber?” ttps://mapadaagua.reporterbrasil.org.br/

*Heraldo Campos é geólogo (Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Unesp, 1976), mestre em Geologia Geral e de Aplicação e doutor em Ciências (Instituto de Geociências da USP, 1987 e 1993) e pós-doutor em hidrogeologia (Universidad Politécnica de Cataluña e Escola de Engenharia de São Carlos da USP, 2000 e 2010).

Sobre Finados e vida após a morte

Por André Forastieri

O dia de Finados existe desde o ano 998 da Era Comum. Contam que um peregrino, voltando da Terra Santa, naufragou e foi parar em uma ilha isolada. Um ermitão lhe contou que lá existia um poço cujo fundo era o purgatório. Da beirada, se podia ouvir os lamentos das almas torturadas.

O ermitão explicou que ele mesmo ouvira demônios reclamando das boas pessoas que rezavam por estes condenados. Porque as orações libertavam os infelizes do sofrimento e os levavam ao paraíso. As orações com mais poder eram as rezas dos monges do mosteiro beneditino de Cluny, o mais poderoso da Idade Média.

Quando finalmente voltou para sua terra, o peregrino fez questão de informar o Abade de Cluny (São Odilo!), que ficou bem orgulhoso e determinou que aquele dia, dois de Novembro, fosse a partir daí o dia da intercessão pelas almas do purgatório.

Incrível coincidência. Justamente a época em que se celebrava Eurásia afora os festivais pagãos de final do verão, imagine só; como o Samhain celta, origem do Halloween.

Um milênio depois o purgatório saiu um pouco de moda, mas o povo ainda acredita em vida após a morte. Para a maioria dos brasileiros, meus defuntos queridos estariam neste momento em algum lugar bem diferente do planeta Terra. Mas ainda assim sendo eles mesmos, ou pelo menos suas consciências flutuantes.

Meu pai dizia que pra ele não tinha “esse negócio de até a morte nos separe; casei com sua mãe para a eternidade”. Sei lá o quanto ele acreditava de verdade nisso. Espero que muito.

Imagino a cena com meus pais carinhosamente implicando um com outro no céu. Como os conheci, no seu melhor. Não como adolescentes em começo de namoro ou como estavam nos leitos de morte, quando deles me despedi.

É bizarro que tanta gente creia nisso. Então nossos avós, pais, amigos estão por aí, no éter, na boa, despreocupados com questiúnculas materiais, quiçá olhando por nós? E quem casou duas vezes, tá fazendo menage?

Se isso fosse verdade, não haveria razão para chorarmos as perdas de gente querida, muito menos para visitarmos suas tumbas.

Afinal, aprendemos todos que a vida após a morte é bem mais agradável que a terrena (para quem segue esta ou aquela regra; quem não segue vai ser torturado pelo chifrudo; ou voltar como barata; lugares e fés diferentes têm regras diferentes). Para quem acredita nessas paradas, a morte é uma espécie de promoção no emprego. Tanto que se fala “partiu dessa para a melhor”.

Considerando as informações desencontradas sobre se é melhor mesmo, quais as exatas regras para chegar lá e as barbaridades que se cometem em nome da vida eterna, é um conforto fazer parte da minoria que sabe que a morte é o irrecorrível fim.

Felizmente estou nesse grupo desde criança. É pouca gente e aumenta bem devagar. Mas inclui a imensa maioria dos cientistas, essa gente que só crê no que pode provar, explicar e reproduzir em laboratório.

Esses chatos pesquisaram, pesquisaram e hoje sabem exatamente o que acontece após a morte. Conhecem o exato mecanismo de desintegração de nossa carne, órgãos, e tudo que um dia pensamos e sentimos. Parou a atividade elétrica no cérebro, bye-bye.

Nossos corpos são material de compostagem. Nossos átomos são reaproveitados pela natureza. Alimentamos a cadeia alimentar: as minhocas, besouros e cia. que devoram nossos restos prestam utilíssimo serviço. Boa razão para ser enterrado e não cremado.

Almas, os cientistas nunca encontraram. O que não é problema para quem tem fé. “Creio porque é absurdo”, explicou à perfeição Santo Agostinho, bispo de Hipona.

Ignoro se no futuro mais ou menos gente acreditará na vida após a morte. Desconfio que menos. Torço que muito menos.

Mas tenho certeza que os cemitérios continuarão. Um dos primeiros sinais de que deixamos as cavernas foi quando começamos a criar túmulos para nossos mortos.

Não resistimos a criptas, sarcófagos, mausoléus, catacumbas, dólmens, pirâmides. É talvez uma maneira de dizer adeus: está aqui meu último presente, e agora se vá, que a minha vida continua. Continua dando despesa, também; pago anualmente as covas dos meus pais e avó, que jamais visitei ou visitarei.

Felizmente desconheço data e condições da minha morte ou para quem vai sobrar a função de dar fim na minha carcaça, espero que bem velhinha e carcomida. Pode muito bem acabar em algum cemitério, onde, espero, jamais será visitada.

Pouco importa o que farão de meus átomos após a morte. Me interessa o que farei com eles a cada novo dia, até ela chegar. E os melhores dias são os livres, os feriados. Então celebremos Finados.

Quando se trata da vida, faço minhas as imortais palavras de Gaguinho: 

“That´s All, Folks!”

Alepa trabalha para regulamentar processos necessários para Belém receber COP 30

Belém foi indicada para sediar, em 2025, a 30ª edição da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Oportunidade inédita para o desenvolvimento de diversos segmentos da sociedade, a COP, como é conhecida, dura 12 dias e costuma ocorrer no mês de novembro ou dezembro. A Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) cumprirá o papel de acompanhar as ações e atuar na construção da legislação necessária para regulamentar todos os processos referentes a obras, programas de incentivo e outras iniciativas.

Na visão do presidente Chicão, o momento é de trabalhar para que a oportunidade traga benefícios para a população paraense. “O Legislativo vai atuar em conjunto com o governo estadual para discutir e aprovar leis que regulamentem iniciativas voltadas ao desenvolvimento do turismo, da mobilidade urbana e da nossa hospedagem. Queremos trabalhar juntos para transformar a nossa capital em um lugar melhor para quem aqui vive”, pontuou.

A COP é um evento de grande porte, para mais de 40 mil pessoas. Neste mês de outubro, a Organização das Nações Unidas (ONU) visitou Belém para conhecer o que está sendo planejado nas áreas de mobilidade, saúde, segurança e hospedagem. Com a troca de experiências sobre COPs anteriores e as recomendações da ONU serão discutidas as estratégias necessárias para preparar a cidade para a realização do evento. O anúncio de Belém como sede será ratificado pela COP 28, a ser realizada em Dubai no final de novembro deste ano.

Frente parlamentar

Sob a liderança do deputado Lu Ogawa, será instalada a Frente Parlamentar de Acompanhamento e Fortalecimento das Ações da COP 30 do Pará (FPAF/COP 30). Neste primeiro momento, a iniciativa já começou a acompanhar as agendas de sustentabilidade e desenvolvimento das regiões do Estado. “Procuramos alinhar nossas ações com às dos Poderes do Estado, para estabelecer uma agenda de trabalho, com definição de fluxos, cronograma, periodicidades de reuniões e outros procedimentos necessários para realização das atividades inerentes aos objetivos da Frente”, afirmou o parlamentar.

Entre as atribuições da Frente estão estudar, avaliar e discutir propostas para o fortalecimento da COP-30 nas regiões do Estado; receber sugestões, estudos, indicações e consultas pertinentes, no intuito de subsidiar os debates que dissertarem sobre o evento; atuar junto ao governo estadual e municípios para o desenvolvimento de políticas públicas em todas as esferas de gestão que envolvam a realização da COP; discutir, debater, promover e aperfeiçoar a legislação e as políticas de combate ao desmatamento; defender a adoção de medidas de valorização dos ribeirinhos e dos quilombolas, por meio da capacitação continuada e de políticas de Sustentabilidade, salário, previdência e de assistência social; e outros.

“Partindo do princípio de que tudo se inicia com o diálogo, o Poder Legislativo tem um papel fundamental no processo desses anos que antecedem a COP 30. Isso porque esta Casa de Leis é uma fonte do direito que trabalha para atender aos anseios da população, através da criação, modificação e até mesmo de extinção de legislações que fazem parte do cotidiano da população do Estado. Portanto, nosso papel será decisivo no tocante a discutir, debater, promover e aperfeiçoar as legislações estaduais e as políticas públicas voltadas aos objetivos da 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP 30”, detalhou Lu Ogawa.

O parlamentar apresentou o requerimento nº 375/2023 para a criação da Frente Parlamentar de Acompanhamento e Fortalecimento das Ações da COP 30. O pedido foi votado e aprovado, e a instalação deve ocorrer no mês de novembro. Lu Ogawa deverá ser o presidente da Frente, após indicação, enquanto os deputados Josué Paiva (REP) e Renato Oliveira (PODE) foram escolhidos para assumirem, respectivamente, a vice-presidência e a relatoria dos trabalhos.

O que é a COP?

O evento ocorre anualmente desde 1995, e conta com a organização de representantes de vários países. Belém foi indicada para ser a sede da COP 30 em 2025, que será realizada pela primeira vez no Brasil. O encontro é o principal espaço de debate sobre desenvolvimento econômico e mudanças climáticas e é realizado anualmente por representantes de vários países. O objetivo é combater as alterações do clima, encontrar soluções para os problemas ambientais que afetam o planeta e negociar acordos.

Participam da COP 30 todos os países que confirmaram a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, hoje 198 territórios (governos – líderes ou chefes de Estado, setor privado, ONGs e grupos da sociedade civil). Também são esperados jornalistas do mundo todo, credenciados para a cobertura do evento, especialistas, convidados da ONU e pessoas que se credenciam para participar da COP, como ativistas e instituições não governamentais.

Gestão de Fábio Bentes encerra dívidas trabalhistas do Remo junto ao TRT

Uma cerimônia realizada nesta segunda-feira, 30, no Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, em Belém, marcou o encerramento das dívidas trabalhistas centralizadas do Clube do Remo. A centralização de execuções, todos os anos, tinham novos valores que entravam na execução e valores que eram quitados, mas chegou no auge a ser de R$ 15 milhões de débito.

O presidente do Remo, Fábio Bentes, falou da dificuldade em pagar as dívidas e pediu atenção das próximas gestões para este ponto.

“Durante muitos anos, achamos que essa divida seria impagável, mas o clube conseguiu. Conseguimos com a ajuda de muitos, muita responsabilidade, honrando todos os compromissos, mas, principalmente, não deixando que outros processos entrassem. Espero, do fundo do coração, que as próximas gestões que vierem tenham essa mesma responsabilidade, para não gerar esse tipo de situação, que atrapalhou muito o crescimento do Remo ao longo dos anos e que, hoje, está solucionada”.

Um lugar entre os grandes

POR GERSON NOGUEIRA

A assinatura de contrato da diretoria do PSC com a Liga do Futebol Brasileiro (Libra) significou mais que uma simples formalização de parceria. É um passo importante na evolução do clube rumo a melhores acordos para verbas de transmissão e demais direitos. Significa que, a partir de agora, o Papão integra um grupo sólido de grandes clubes nacionais que se juntaram para atuar em bloco nas negociações com a CBF e patrocinadores.

Ainda não se vive um ambiente plenamente consolidado de ligas no Brasil, como já ocorre na maioria dos países europeus, mas este é o início de todo o processo. Ao PSC cabe, como recém-chegado à Série B, estreitar ligações com os clubes da chamada elite nacional, a fim de obter o máximo de lucratividade nas competições da CBF.

Como o objetivo maior é conseguir o acesso à Série A, a diretoria trabalha com rapidez para não deixar passar nenhuma oportunidade. Outros 17 clubes já integram a Libra, concentrando quase 70% da audiência de transmissão dos campeonatos nacionais de futebol.

Atlético-MG, ABC-RN, Bahia, Corinthians, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo e Vitória.

A partir do momento em que os acordos começarem a funcionar para valer, o PSC estará entre os beneficiados diretos da força de negociação e barganha que a Libra terá. Não é a solução para todos os problemas, mas logo poderá ser um meio de garantir mais lucro e autonomia aos grandes clubes, responsáveis pelas maiores arrecadações e audiências.

Ao mesmo tempo, o clube se cacifa como um legítimo aspirante a participar da elite nacional, sem se contentar em permanecer anos a fio na Série B. A ambição de seguir em frente, com uma equipe de fato competitiva, está diretamente associada à imagem que é transmitida aos demais clubes participantes da Libra.

Com vacilo dentro de casa, Fogão põe título em risco

A tradicional dificuldade de superar adversários teoricamente mais fracos que acomete clubes considerados favoritos vitimou o Botafogo ontem à noite, dentro do estádio Nilton Santos. Diante do Cuiabá, um emergente que luta para se manter na Série A, Tiquinho Soares e seus companheiros acabaram derrotados pelos próprios erros de finalização.

O gol solitário do jogo, nos primeiros minutos do 2º tempo, foi uma combinação de distração e falha individual. Luís Henrique, que fazia uma boa partida, resolveu dar um drible de letra no campo de ataque, perdeu a bola e no lance seguinte veio o lançamento perfeito para o atacante Pita.

O domínio foi amplo e avassalador. Ao todo, mais de 30 finalizações alvinegras contra o gol do Cuiabá, mas apenas três de fato foram perigosas. 

Lucas Perri saiu do gol em desespero e chutou a bola contra o atacante, que avançou disputando a jogada com o lateral Di Placido até o fundo das redes. Com um pouco mais de calma, Perri poderia ter limpado o lance tranquilamente.  

Acontece que há pelo menos três rodadas o Botafogo demonstra um nervosismo exagerado, que se reflete no desempenho em campo. Ontem, diante de um adversário fechado na defesa, Tiquinho Soares teve pouquíssimo espaço para jogar.

Quando isso ocorre, a receita é distribuir responsabilidade aos demais jogadores, mas estes também produziram abaixo do esperado. A exceção foi Junior Santos, insistente e driblador no primeiro tempo, mas sem força e inspiração no primeiro tempo.

A expectativa do título continua alta. O time tem seis pontos de vantagem (e um jogo a menos que os demais), mas a margem de gordura que havia está praticamente se esvaindo. A distância ainda é razoável e administrável. Resta saber se o time terá a fibra necessária para encarar os grandes desafios que se aproximam.

Contra Palmeiras, Vasco e Grêmio, o Botafogo define sua história neste campeonato. Serão três grandes clássicos. O lado positivo é que o líder costuma se sair melhor em jogos grandiosos. A conferir.

Deu Beatles na batalha roqueira do clássico espanhol

Jude Bellingham acabou com El Clásico. Foi o dono da partida com dois gols que garantiram a virada sobre o mandante Barcelona, sábado. Nas tribunas, duas majestades do rock, Mick Jagger e Ronnie Wood, celebraram o lançamento da parceria Stones-Barça. O time usou pela primeira vez na camisa a famosa logo da língua flamejante.

O Barcelona começou melhor, fez um gol logo de cara, com Gündogan, aproveitando que a defesa do Real bateu cabeça. Teve mais duas grandes chances com o português João Félix.

Aí veio o segundo tempo e Carlo Ancelotti mudou as pedras no tabuleiro. Botou Luka Modric e as coisas passaram a pender para o lado merengue. Como Vinícius e Rodrygo não conseguiram furar o bloqueio pelos lados, o gol veio pelo meio.

Bellingham acertou um foguete do meio da rua, surpreendendo Ter Stegen. Golaço. Quando o jogo parecia condenado ao empate, Carbajal cruzou na área, Modric desviou e Bellingham apareceu na pequena área para desviar em direção ao gol. Lance típico de centroavante letal.

Um monstro começa a se erguer no futebol europeu e mundial. Bellingham, 20 anos, veio do Borussia Dortmund para substituir Benzema, e está saindo melhor que a encomenda. Haaland, outro fenômeno da grande área, parece ter encontrado um rival à altura na temporada.  

Na batalha imaginária entre Beatles e Stones, deu Fab Four pelos pés de (Hey) Jude Bellingham. Mas, independentemente de qualquer resultado, o rock venceria de qualquer maneira. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 30)

A sentença eterna

“Há um ano, a democracia vencia nas urnas. De lá pra cá retomamos programas sociais, reduzimos o desmatamento e o desemprego, recuperamos a imagem do Brasil no mundo e a vida melhorou. O que você está achando e como está se sentindo 1 ano depois?”.

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil

Baião festeja a data oficial de fundação

O município de Baião, na região do Baixo Tocantins, celebra nesta segunda-feira, 30 de outubro, 244 anos de fundação. Em constante desenvolvimento, a cidade é conhecida pelos rios que rodeiam a região, para alegria dos moradores, e claro, dos turistas que vão apreciar as paisagens e belezas naturais.

De acordo com o último censo demográfico divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano passado, a população da cidade de Baião chegou a 51.641 pessoas, o que representou um aumento de 40,02% em comparação com o censo de 2010.
Cultura, Economia e Lazer

Grande parte dos municípios brasileiros seguem uma tradição religiosa, e o santo casamenteiro, Santo Antônio, é o padroeiro da cidade de Baião.Todos os anos, sempre no dia 1° de junho, a cidade celebra o Círio em homenagem ao santo, saindo sempre de uma localidade diferente, rumo à igreja Matriz. O cortejo é acompanhado de festejos, como novenas, leilões e arraial.

Para aqueles que desejam se divertir ou os que buscam um local com mais tranquilidade, o que não falta na cidade são opções de lazer – Igararé da Encanação, praia do Mapará, Igreja de Santo Antônio, Casa da Cultura, a rampa do Porto Municipal, a Vila de Umarizal e o Igarapé dos Calados.

A economia do município gira em torno do comércio, atividade extrativista com a produção de pimenta-do-reino, cacau, mandioca, açaí, além da piscicultura e pesca artesanal.

Em abril deste ano, a Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) aprovou o Projeto de Lei de N° 201/2023, de autoria do deputado Iran Lima (MDB), que declara e reconhece como de Utilidade Pública para o Estado a Colônia de Agricultores e Empreendedores Rurais do Município de Baião e Região; e o PL de N° 157/2022, de autoria do deputado Luth Rebelo (PP), que declara e reconhece como de Utilidade Pública para o Estado a Associação Baionense de Pescadores Artesanais Esportivos Agroextrativista (ABPAEAE).

História
Baião originou-se de um povoado fundado em 1694 e se transformou em uma vila, criada oficialmente em 17 de maio de 1833, com a denominação de Tocantins. A cidade recebeu a sua atual denominação em 1841, pela lei provincial nº. 86.

O governador e capitão-general do Estado do Maranhão e do Grão-Pará, Antônio de Albuquerque Coelho de Carvalho, reconhecido como donatário da Capitania do Camutá, entregou como doação ao português Antônio Baião uma vasta sesmaria, com a condição de que fundasse um povoado, abrangendo boa parte do que hoje se conhece como o Baixo Tocantins.

Em 30 de outubro de 1769, o capitão-general e governador, Fernando da Costa de Athayde Teive, consagrou a doação efetuada por Coelho de Carvalho e outorgou ao lugar o nome do sesmeiro, batizando-o de Baião. No dia 31 de outubro de 1935, a Lei Estadual nº 8 reconheceu Baião como município.

Assembleia Legislativa leva ações de cidadania ao município de Santarém

O Projeto Nossa Gente da Alepa promove quatros dias de ações em bairros da cidade

A caravana da Ação Cidadania da Assembleia Legislativa do Estado do Pará está em Santarém para mais uma ação coordenada pelo Centro de Atendimento do Cidadão (CAC), que levará diversos serviços para as comunidades dos bairros São José Operário, Maracanã, Prainha, Juá e suas adjacências, a partir das 8h. A expectativa da organização é que a ação iniciada nesta quinta-feira (26) atenda cerca de 2.500 pessoas até o domingo, dia 29.
A caravana do CAC oportuniza o acesso a retirada de documentos e serviços, garantindo o direito básico do exercício da cidadania. Serão ofertados os seguintes documentos:
·         Emissão de Registo Geral (RG);
·         Emissão de Cadastro de Pessoa Física (CPF);
·         Foto 3X4;
·         Xerox;
·         Emissão de 2ª via da Certidão de Nascimento e Óbito;
·         Assessoria Jurídica;
·         Atendimento médico;
·         Serviços de enfermagem;
·         Verificação de PA;
·         Teste de glicemia.
O presidente da Alepa, deputado Chicão (MDB), destaca o significado da documentação básica na vida das pessoas. “O Registro Geral (RG) e o Cadastro de Pessoa Física (CPF), por exemplo, são documentos básicos, essenciais à cidadania. É um direito de todos e uma obrigação do Estado. O
RG é o documento base de registro civil, que assegura a identidade das pessoas e lhes permite ter acesso a diversos benefícios sociais”, ressalta.

Alepa pelo Pará
Uma das marcas da gestão do deputado Chicão é fazer com que o poder legislativo esteja próximo da população, por isso as ações de itinerância estão presentes em todos os 144 municípios do Pará. Segundo o coordenador do CAC/Alepa, Márcio Souza, a Ação de Cidadania da Alepa é fundamental porque consegue trabalhar uma demanda de emissão de documentos, RG, encaminhamentos para segunda via de Certidão de Nascimento, Carteira de Trabalho Digital e orientação jurídica.
A cada nova ação de cidadania da Alepa, são emitidas em média 300 Registros Gerais (RG) por dia, podendo chegar a até 500 emissões, dependendo do tamanho da cidade. “Em municípios maiores, como Marabá, onde estivemos recentemente, foram cerca de 600 emissões ao dia, somente do RG”, explicou o coordenador.

A ação de cidadania conta com a parceria da deputada Maria Carmo (PT) e nesta quinta-feira (26) esteve no bairro São José Operário, atendendo ainda às comunidades dos bairros Jutaí, Livramento, Urumari, Pérola do Maicá, Maicá e Vigia.
Nesta sexta-feira, dia 27, a Ação de Cidadania da Alepa, estará na zona oeste de Santarém e atenderá a comunidade no bairro Maracanã I, onde também, serão atendidas pessoas dos bairros Maracanã, Elcione Barbalho e Nova Vitória.
Já no sábado, dia 28, a ação itinerante chegará ao bairro Prainha e atenderá ainda, pessoas vindas dos bairros do Santíssimo e Santana. Fechando a programação, no domingo (29), as equipes da Ação de Cidadania estiveram no bairro do Juá e atenderão a comunidade no Barracão Comunitário, localizado na Quadra 31, rua Vai Quem Quer.

O desafio milionário da Série B

POR GERSON NOGUEIRA

Dirigentes do PSC projetam um investimento mensal de R$ 1,5 milhão no Brasileiro da Série B do próximo ano. Caso isso se confirme, é uma decisão dentro dos limites do bom senso. Não chega a configurar a gastança desmesurada promovida por alguns clubes da atual edição, nem fica entre os mais controlados financeiramente.

Dados da competição desta temporada, apurados em junho, indicam que nem sempre há uma relação direta entre a colocação na tabela e o volume de dinheiro empregado na formação dos times.

O Ceará Sporting, por exemplo, vice-campeão em gastos, com R$ 2,5 milhões, ocupa apenas a 11ª posição e está fora da briga pelo acesso à Primeira Divisão. Já o Atlético-GO, terceiro colocado no campeonato, é o campeão absoluto em investimentos, cerca de R$ 3 milhões.

O Vitória, líder geral do campeonato, é dono da terceira folha salarial, R$ 2,2 milhões. O quarto colocado em investimentos é o Sport-PE, com R$ 1,9 milhão, ocupando a segunda posição na tabela.

Em quinto lugar, aparece o Criciúma (7º na classificação), com R$ 1,8 milhão. O sexto em gastos é a Chapecoense (17º), com R$ 1,7 milhão mensais. O Novorizontino (4º) tem folha mensal de R$ 1,1 milhão.

Fecham o top 10 de clubes que mais investiram na Série B deste ano o Avaí (13º), com R$ 1 milhão; o Vila Nova (9º) com R$ 950 mil; e o ABC, lanterna da competição, com R$ 900 mil.

Vale ressaltar que o Juventude, em 5º lugar na classificação, tem uma folha salarial de R$ 500 mil. Talvez seja o exemplo mais fora da curva, no bom sentido. Na outra ponta da corda, aparece o Ceará, dono de um planejamento que resultou em fracasso retumbante.

Aos bicolores, de volta à Série B depois de cinco anos de espera, talvez fosse mais aconselhável seguir o velho mantra – nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Não podem seguir os passos de Ceará e ABC (rebaixado), muito menos se conformar com a austeridade do Juventude.

Para quem ambiciona obter o acesso à Série A, o Papão precisa se cercar das cautelas e informações óbvias na hora de contratar, visando estabelecer um ponto de equilíbrio entre dinheiro empregado e nível de qualidade.

Em hipótese alguma, pode mergulhar nos erros deste ano, quando contratou nada menos que cinco dezenas de jogadores. Na Série B, a repetição de uma política tão desastrosa teria consequências terríveis no aspecto técnico e irremediáveis na parte financeira.  

(Os dados aqui mencionados foram pesquisados pelo amigo e leitor Márcio Augusto, com exclusividade para a coluna)

Milagre: CBF anuncia investimento no futebol regional

Uma reunião com todos os presidentes de federações estaduais, prevista para 1º de novembro, na luxuosa sede da CBF, no Rio de Janeiro, vai ter como principal prato do cardápio o investimento de R$ 200 milhões no desenvolvimento do futebol regional. A própria entidade fez a convocação para o encontro, que deve discutir também o calendário para 2024.

Sobre a liberação de verba para o futebol regional, a ideia original não é da CBF. Baseia-se em projetos que a Fifa e a Conmebol já desenvolvem. Por essa razão, o CBF Transforma vai tentar se espelhar no Fifa Foward e no Conmebol Evolução.

A iniciativa visa utilizar parte do faturamento anual da entidade O objetivo é dar suporte para que as federações invistam em recuperação de gramados, futebol de base, arbitragem, futebol feminino, entre outros.

Esses projetos da Fifa e da Conmebol já estão em seu terceiro ciclo (cada um tem quatro anos) e nas vezes anteriores a CBF recebeu recursos, mas não os investiu, segundo a carta enviada às federações.

A confederação pretende, além de usar o dinheiro dessas entidades, também investir recursos próprios. Uma fonte de receita foi conseguida com a venda do avião e helicóptero da CBF.

As federações estaduais, por sua vez, para terem acesso a verba, vão precisar apresentar projetos e vão ter que cumprir critérios de governança como a prestação de contas.

Bola na Torre

O programa começa às 22h, na RBATV, com apresentação de Guilherme Guerreiro e participações de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em pauta, a eleição no Leão, os planos do Papão para a Série B 2024 e a definição da Série B do Parazão. A edição é de Lourdes Cezar.

Um tiro malandro que pode ter saído pela culatra

Caso o Botafogo supere o Cuiabá, neste domingo, no estádio Nilton Santos, alcançará 62 pontos na classificação, abrindo 10 pontos de diferença sobre o vice-líder (Red Bull Bragantino) e 12 pontos sobre o quarto colocado (Flamengo). Será algo como a volta do anzol, afinal há uma semana a CBF decidiu adiar o jogo Fortaleza x Botafogo com base no regulamento.

A suspensão do jogo deixaria o Botafogo à mercê de uma aproximação dos adversários diretos, inédita neste campeonato. Como não pontuou na rodada passada, poderia ver o Bragantino reduzir para 4 pontos a distância, enquanto o Flamengo tinha a chance de baixar para 6 pontos.

Quis o imponderável, porém, que tudo desse errado nessa equação malandra. O Bragantino perdeu em casa para o Atlético-MG e o Flamengo sofreu uma virada diante do Grêmio, em Porto Alegre. O futebol, como sempre, insistindo em contrariar os interesses mais escusos.

Agora, o líder volta a campo e Fla e Bragantino é que podem sentir o peso e as consequências de uma folga forçada na tabela – só voltam a jogar no dia 23 de novembro, mesma data de Fortaleza x Botafogo. 

(Coluna publicada na edição do Bola deste domingo, 29)

Os 90 anos da Alegria do Povo: viva Mané!

Craque das pernas tortas que fez dupla perfeita com Pelé completaria neste sábado (28) seu nonagésimo aniversário

Garrincha, um dos artilheiros da Copa de 1962

Se a obra de arte requer beleza e harmonia em sua expressão maior, o legado de Garrincha não deixa dúvidas: ele foi um dos gênios do futebol-arte. Ousado, inventivo, arisco, provocador, o craque marcou a história do esporte com seus dribles, seus gols e seu protagonismo na conquista de dois Mundiais para o Brasil: em 1958 e 1962.

Nascido no interior do Rio de Janeiro em 28 de outubro de 1933, Garrincha completaria 90 anos neste sábado. Não seria exagero dizer que a data poderia marcar o aniversário do futebol, tal a grandeza e especificidade do personagem.

Rivais em seus clubes, Pelé e Garrincha formaram grande dupla na SeleçãoRivais em seus clubes, Pelé e Garrincha formaram grande dupla na Seleção. Créditos: Acervo CBF

Ao lado de Pelé, Garrincha figura até hoje em manuais, pesquisas, compêndios e milhares de textos nas mais diversas línguas como um dos expoentes do futebol. A dupla perfeita, por sinal, jamais perdeu um jogo atuando pela Seleção Brasileira.

“O Garrincha é uma das grandes estrelas da história do futebol. O Anjo das Pernas Tortas merece ser sempre lembrado pelos seus feitos e conquistas dentro de campo. Ele e Pelé formaram a maior dupla do futebol mundial”, afirmou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues.

Garrincha em ação na Copa de 1962, em jogo do Brasil contra a Tchecoslováquia

Garrincha em ação na Copa de 1962, em jogo do Brasil contra a Tchecoslováquia
Créditos: Divulgação                                                                                                     

“Os dribles desconcertantes e as jogadas fascinantes do Garrincha estão gravadas no coração dos apaixonados pelo futebol no mundo inteiro. A CBF faz questão de lembrar do aniversário desse fora de série e vai sempre reverenciar esse grande gênio do futebol brasileiro”, acrescentou Ednaldo.

Manuel Francisco dos Santos foi o maior driblador do futebol. Suas pernas tortas, ao contrário do que poderia se supor, na verdade desequilibravam os adversários, quando ele avançava com o controle da bola.

Gérson, Garrincha e Pelé - Copa do Mundo 1966Gerson, Garrincha e Pelé – Copa do Mundo 1966. Créditos: Fifa

Com a Seleção, disputou também o Mundial de 1966. Defendeu a Seleção Brasileira por 10 anos. Fez 60 jogos e conseguiu a incrível marca de 52 vitórias e sete empates. Só sofreu uma derrota. Marcou ao todo 17 gols com a camisa amarelinha, cinco deles em Copas do Mundo.

Garrincha é um dos maiores jogadores da história do futebolGarrincha é um dos maiores jogadores da história do futebol. Créditos: Divulgação

O jogador fez bela carreira no Botafogo, onde jogou 614 vezes e marcou 245 gols. Faleceu precocemente aos 49 anos em 20 de janeiro de 1983, vítima de cirrose hepática.