O Globo e a fraude moral da Transparência Internacional contra o governo Lula

Do blog O Cafezinho

O jornal O Globo, conhecido por sua postura raivosa contra o presidente Lula e o PT, recentemente voltou a usar o velho discurso moralista e associado a extinta Operação Lava Jato para dobrar a aposta na sua ofensiva contra o atual governo.

Em editorial publicado nesta quarta-feira, 31, o jornal da Família Marinho usou o famigerado relatório da Transparência Internacional, questionado e criticado pelos principais juristas do país, para atacar o terceiro governo progressista de Lula.

“O Judiciário — em especial os tribunais superiores — deveria dar atenção à última lista de percepção da corrupção global preparada pela Transparência Internacional. A sensação de um ambiente contaminado por negociatas tem custo enorme para a reputação brasileira e afasta empresas e investidores sérios do país”, disparou o editorialista.

Vale lembrar que a Transparência Internacional, uma organização não governamental, ficou conhecida por atuar em conluio com os interesses comerciais, portanto questionáveis, da extinta Lava Jato. Há relatos de que a ONG planejava receber recursos da tal fundação proposta pelo ex-deputado cassado Deltan Dallagnol.

Já em 2023, a Transparência Internacional divulgou um relatório sugerindo um suposto aumento da corrupção no Brasil.

Sem apresentar provas e dados consistentes capazes de sustentar tal afirmação, a organização criticou as nomeações feitas pelo presidente Lula ao Supremo Tribunal Federal – Cristiano Zanin e Flávio Dino – e a escolha de Paulo Gonet como novo procurador-geral da República, alegando de forma vaga e genérica que essas ações “comprometem a luta contra a corrupção”.

Por último e não menos importante, uma reportagem do Conjur destacou o possível envolvimento da ONG em ganhos financeiros da Lava Jato as custas das empresas brasileiras como a Odebrecht e a própria Petrobras.

Leia a íntegra da reportagem!

ONG com atuação empresarial quis interferir em eleições com dinheiro público

Conjur – O chefe da Transparência Internacional Brasil, Bruno Brandão, afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo que o financiamento público de campanhas políticas é uma reação à ‘lava jato’ que praticamente “legaliza a corrupção”.

“É uma corrupção institucionalizada, por meio da explosão [da quantidade] de recursos públicos e da redução absurda dos mecanismos de controle”, comentou Brandão sobre o fundo eleitoral.

Ele atacou o aumento do fundo eleitoral público deste ano para R$ 5 bilhões e a falta de transparência nos gastos e de mecanismos de prestação de contas.

Quando trabalhava com a apelidada “força-tarefa da lava jato”, Brandão planejou com os procuradores de Curitiba montar esquema para que, na eleição de 2018, fossem eleitos apenas candidatos lavajatistas. O plano previa também o fuzilamento moral de opositores elencados em uma lista negra a que deram o nome de “adeus, queridos”.

O diretor da Transparência, que atua como empresa de lobby em diversos países, tinha planos ambiciosos. Ele queria ser co-administrador de dois fundos: o de R$ 2,5 bilhões oriundos da Petrobras e outro de R$ 2,3 bilhões do acordo de leniência da J&F Investimentos. As duas tentativas fracassaram.

No caso da J&F, os empresários negaram-se a delegar a tarefa de investir em projetos sociais à T.I. e aos procuradores. O Ministério Público Federal do Distrito Federal queria destinar R$ 2,3 bilhões (dos R$ 10,3 bilhões totais do acordo) para um projeto de “controle social da corrupção” e “campanhas educativas”.

O programa seria supervisionado pela Transparência Internacional — uma entidade de direito privado decidindo como gastar dinheiro público (uma vez que devolvido ao Estado, por meio do acordo de leniência).

A história foi contada pela ConJur em dezembro de 2020: o procurador-Geral da República, Augusto Aras, tomou conhecimento de um depósito no valor de R$ 270 milhões, exigidos pelo MPF-DF.

O depósito relacionado ao acordo de leniência da holding da JBS foi feito em 3 de dezembro. Prontamente, Aras alertou a subprocuradora-geral da República Maria Iraneide Olinda Santoro Facchini, coordenadora da 5ª Câmara de Coordenação e Revisão, informando-a de que a destinação correta do dinheiro seria o Fundo de Direitos Difusos ou revertidos em favor da União.

Esses R$ 270 milhões faziam parte dos R$ 2,3 bilhões que seriam usados nas iniciativas de “controle social da corrupção”. O arquiteto da operação seria o conselheiro da TI e assessor informal da “lava jato” Joaquim Falcão.

A fundação do acordo da J&F seguiria os mesmos moldes daquela que a turma da “lava jato” tentou criar com o dinheiro de multa paga pela Petrobras, R$ 2,5 bilhões.

A iniciativa foi brecada por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e o dinheiro foi distribuído para contenção incêndios na Amazônia e para educação em vários estados.

Em resumo: Brandão acha absurdo o contribuinte pagar pela viabilização do processo eleitoral que beneficiará a todos os candidatos indistintamente. Mas defendeu que ele próprio participasse da gestão de fundos, com capital semelhante ao do fundo eleitoral — e que ajudariam a eleger apenas candidatos da turma dele.

Atração fatal
A relação da Transparência Internacional com a “lava jato” vem de longa data. Uma troca de mensagens entre Brandão e Deltan Dallagnol, divulgada em 2020, revelou que o procurador deu acesso ao chefe da TI-B aos termos do acordo da Petrobras antes que ele fosse assinado.

As mensagens hackeadas também os mostram combinando estratégias de intervenção na imprensa a favor da “lava jato”, como a produção de estudos encomendados para que a recuperação econômica do país fosse atribuída à operação.

Em março de 2021, a Fundação Getúlio Vargas enviou uma notificação à sede da Transparência Internacional, na Alemanha, acusando a seção brasileira de ter usado mão de obra, expertise  e instalações da própria FGV para cumprir um memorando firmado com a “lava jato”, mas sem o seu consentimento.

Clássico Re-Pa terá VAR e arbitragem 100% paraense

Partida acontece no próximo domingo (04), pela quinta rodada do Parazão Banpará

Clássico REXPA terá VAR 100% paraense

No próximo domingo (04), os corações dos torcedores paraenses estarão acelerados com a expectativa do clássico entre Remo e Paysandu, pela quinta rodada do Parazão Banpará. O diferencial desta vez é a presença do VAR – Árbitro de Vídeo Assistente – com arbitragem 100% paraense em campo e na cabine do VAR, um marco histórico para o futebol local.

A Federação Paraense de Futebol (FPF), que tem à frente o presidente Ricardo Gluck Paul e Fernando Castro, presidente da comissão de arbitragem, têm trabalhado na renovação do quadro de arbitragem desde 2022, buscando constantemente o protagonismo nas primeiras divisões do campeonato nacional.

“Estou muito entusiasmado com o momento que a arbitragem paraense passa, de ampla renovação, com muitos árbitros promissores e sendo cada vez mais capacitados pela CBF. Hoje, temos o reconhecimento da própria CBF como um dos exemplos no Brasil de transformação de quadro arbitral”, destaca o presidente Gluck Paul.

A decisão de introduzir o VAR no clássico paraense foi construída ao longo de intensas negociações durante a semana com os dois principais clubes, Remo e Paysandu. Ambas as agremiações, cientes da necessidade de evolução no quadro de arbitragem local, apoiaram a iniciativa da FPF.

“Ficamos muito felizes com a confiança dos clubes em nosso trabalho e temos certeza que a equipe de arbitragem paraense tem plenas condições de exercer um excelente trabalho no clássico de domingo”, afima Fernando Castro, presidente da comissão de arbitragem da Federação Paraense de Futebol.

A parceria estabelecida com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) possibilitou que a FPF enviasse uma equipe para realizar cursos homologados, permitindo que todos os membros da equipe do VAR sejam paraenses. Essa conquista é um testemunho do comprometimento da federação em investir no desenvolvimento local, proporcionando aos árbitros as ferramentas necessárias para atuar em alto nível.

“Nosso sonho é reconquistar a relevância do Estado nos quadros arbitrais das séries A e B do Brasileiro e recuperar o escudo Fifa, que já tivemos”, conclui Gluck Paul, expressando a ambição de elevar o patamar da arbitragem paraense no cenário nacional.

Com a implementação do VAR, o clássico Re-Pa promete ser mais do que uma grande disputa em campo, mas também uma demonstração do compromisso da FPF em elevar o padrão do futebol paraense, com a tecnologia a serviço da imparcialidade e da excelência na arbitragem local.

Depois de recepção festiva, Flamengo enfrenta o Sampaio no Mangueirão lotado

A delegação do Flamengo desembarcou em Belém, à 00h30, e foi recepcionada por centenas de torcedores à saída do aeroporto de Val-de-Cans. Depois, na chegada ao hotel, no centro da cidade, novas manifestações de carinho da torcida rubro-negra no Pará. Davi Luiz, Bruno Henrique e Pedro foram alguns jogadores atenderam os fãs.

Nesta quarta-feira (31), às 21h30, o Flamengo enfrenta o Sampaio Corrêa (RJ) em partida válida pelo Campeonato Carioca, no estádio olímpico Jornalista Edgar Proença, o Novo Mangueirão. O time que deve começar o jogo provavelmente terá a mesma formação do confronto com o Orlando City, no fim de semana.

O técnico Tite deve lançar a formação titular, com a provável presença de Gabigol e Bruno Henrique no ataque. A última vez que o Flamengo esteve no Mangueirão foi em 2013, quando venceu o Clube do Remo por 1 a 0, em partida válida pela Copa do Brasil.

“Este é mais um grandioso evento esportivo que o Novo Mangueirão recebe, por estar na rota de campeonatos em nível nacional e internacional, permitindo o incentivo ao turismo e à geração de emprego e renda”, disse o secretário de Estado de Esporte e Lazer, Cássio Andrade.

A abertura do estacionamento do estádio será a partir de 16h, e os portões serão abertos às 17h. O Mangueirão deve receber um público superior a 50 mil espectadores, com previsão de arrecadação acima de R$ 6 milhões.

CB: paraenses têm boas chances

POR GERSON NOGUEIRA

30/01/2024 - Sorteio Copa do Brasil

A CBF armou um evento ligeiramente brega para o sorteio dos 40 confrontos da primeira fase da Copa do Brasil. Até o técnico Dorival Junior, da Seleção, marcou presença. Os jogos serão disputados entre os dias 21 e 28 de fevereiro e, no que diz respeito ao Pará, os cruzamentos sorteados são até bem interessantes.

O campeão Águia vai receber o Coritiba, no estádio Zinho Oliveira. Precisará da vitória contra um adversário que terá a vantagem do empate. Já o PSC vai encarar o Ji-Paraná, em Rondônia. O Remo jogará contra o Porto Velho, também em Rondônia.

Nenhum dos clubes tem do que se queixar. Os confrontos favorecem a todos. O Águia, mesmo em crise técnica, tem chances diante do Coxa em Marabá. A dupla Re-Pa é favoritíssima contra as equipes rondonienses.

Caso passem pelos adversários iniciais, o cenário da segunda fase já é mais complicado para azulinos e bicolores. O Águia terá Capital ou Tocantinópolis (TO) pela frente. O Remo jogará contra River (PI) ou Ypiranga (RS) e o PSC vai enfrentar Juventude (RS) ou Iguatu (CE).

A competição deste ano terá premiação recorde. Palavras do presidente Ednaldo Rodrigues. Em 2023, houve recorde de premiação em todas as fases. Segundo ele, em 2024, esse recorde será quebrado.

Dos grandes clubes nacionais, a grande ausência fica por conta do Santos, que não conseguiu vaga no Paulistão para a Copa do Brasil e pela má campanha na Série A, que levou ao rebaixamento.

As duas primeiras fases classificam 20 times para se juntar a Atlético-PR, Atlético-MG, Botafogo, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Palmeiras, Bragantino e o atual campeão S. Paulo, representantes do país na Copa Libertadores, além de Ceará (campeão da Copa do Nordeste); Goiás (campeão da Copa Verde); e Vitória, campeão da Série B.

Manto da Seleção foi sequestrado pelos extremistas

Já era tempo. A Fifa finalmente se deu conta daquilo que todos aqui já sabiam: a extrema-direita sequestrou a camisa canarinho da Seleção Brasileira, desestimulando seu uso por uma imensa legião de torcedores. Uma exposição no museu da entidade afirma que o verde e amarelo do uniforme da seleção “se confundiram” com a política.

A mostra do Museu da Fifa, em Zurique (Suíça), apresenta duas camisas da Seleção e observa que as peças passaram a ser confundidas como itens de propaganda política pela extrema-direita brasileira.

A descrição é oficial e foi escrita pela própria entidade. Na mostra, duas camisetas usadas como uniforme da Seleção: uma branca com detalhes em azul lançada em 2019 e a outra verde-amarela dos anos 1950. Eis a tradução, segundo matéria do site Poder360:

“Na Copa América de 2019, a icônica camiseta amarelo-canarinho do Brasil foi substituída pela edição comemorativa do histórico conjunto branco e azul, enquanto levavam o título para casa. Em anos recentes, o distintivo conjunto brasileiro amarelo e verde se confundiu com a política ao passo que a camisa foi apropriada por apoiadores do ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro”.

As camisas não integram a exposição permanente da instituição sobre a história e cultura do futebol internacional. Estão inseridas em uma exposição especial, em exibição até 25 de fevereiro, intitulada “Designing the Beautiful Game” (“Projetando o Belo Jogo”, em tradução livre).

“[As camisetas] foram selecionadas e exibidas para mostrar como as camisas e suas cores e significados no futebol podem criar identidades entre os torcedores de futebol, mas às vezes também podem ser usadas como parte de outras iniciativas dentro de uma sociedade mais ampla, devido ao forte sentimento de pertencimento que criam”, diz o texto.

‘Mangueirinho’ vai receber o basquete feminino

As obras de readequação do ginásio Mangueirinho para receber o torneio Pré-Olímpico de Basquete Feminino estão na reta final. A competição, que ocorre entre 8 e 11 de fevereiro, contará com seleções que buscam duas vagas para as Olimpíadas de Paris 2024.

Será a primeira vez que o torneio acontece no Brasil. Para receber ainda melhor os atletas, comissões técnicas e os torcedores, a Arena Guilherme Paraense recebe trabalhos de pintura, melhorias no sistema de refrigeração e um novo piso oficial totalmente remodelado.

A obra da parte interna do Mangueirinho também vai beneficiar os esportes olímpicos no Estado, além de colocar a arena na rota dos grandes eventos. Na agenda da Seel, está ainda a realização do projeto Palco de Eventos, para inserir o espaço na rota de eventos culturais.

Com capacidade para receber mais de 11 mil pessoas, a arena tem rampas de acesso, banheiros adaptados para pessoas com deficiência, vestiários e espaço reservado na arquibancada. Tem bares e restaurantes.

Austrália, Alemanha, Sérvia e Brasil brigam por duas vagas. As partidas serão sempre às 17h e às 20h.

Votação da seleção da rodada desperta críticas

Erros pontuais na escolha dos jogadores que mais se destacaram na ameaçam torpedear uma ideia interessante: a seleção da semana, criada para valorizar o Parazão e estimular os jogadores.

Na seleção da 3ª rodada, duas falhas geraram críticas. Bryan, do PSC, que atuou como ponta esquerda diante do Águia, foi escalado como lateral-direito. O lateral-esquerdo Kevyn foi selecionado como zagueiro. E o meia Luquinhas, da Tuna, virou volante.

Quem escolhe a seleção precisa estar atento aos jogos. Simples.  

(Coluna publicada na edição do Bola desta quarta-feira, 31)

Sorteio define adversários de times paraenses na Copa do Brasil

A CBF realizou nesta terça-feira (30) o sorteio das primeiras fases da Copa do Brasil, definindo os confrontos de estreia dos clubes paraenses:

Porto Velho(RO) x Remo
Águia de Marabá x Coritiba
Ji-Paraná(RO) x Paysandu

Possível jogos da segunda fase:

Remo contra River (PI) ou Ypiranga (RS), fora
Águia contra Capital (TO) ou Tocantinópolis(TO), casa
Paysandu contra Iguatu (CE) ou Juventude(RS), fora

A CBF ainda não oficializou o valor das cotas, mas é provável que na primeira fase os clubes paraenses recebam R$ 1,4 milhão, cada.

Rock na madrugada – Autoramas, “Fale mal de mim”

Primeiro videoclipe do Autoramas, feito em cima de uma canção do disco de estreia, “Stress, Depressão e Síndrome do Pânico” (2000). Power-trio de pegada pós-punk e letras divertidas, a banda é formada por Gabriel Thomaz (guitarra e voz), Flávia Kouri (baixo) e Wagner Duarte (bateria). Fundado no Rio de Janeiro, em 1988, o grupo sempre se manteve fiel ao circuito alternativo, evitando as tentações e armadilhas do mainstream. Um bem-sucedido exemplo de perseverança na difícil estrada roqueira nacional do novo século.

O adeus anunciado de Klopp

POR GERSON NOGUEIRA

Jürgen Klopp assombrou o mundo do futebol na semana passada ao anunciar que ficará no comando do Liverpool somente até o fim da temporada 2023/2024. Um casamento pleno de sucesso tem dia e hora para acabar, e ninguém estava preparado para isso.

Ao contrário de outros treinadores consagrados, ele nunca abraçou a soberba tão cultivada por José Mourinho e Jorge Jesus, por exemplo. Aquele cara que sabe tudo e se vê como absolutamente invencível.

Klopp conquistou títulos importantes no Liverpool, devolveu protagonismo aos Reds e vinculou sua história ao clube e à torcida com incrível naturalidade. Brilhante nas formulações de jogo, ele fez do time um dos mais temidos da Europa, sem deixar de ser também um comprometido com as arquibancadas.

Entraram para a história as arrancadas dele após gols importantes e o extremo carinho com seus jogadores, que não impedem gestos amáveis com os adversários. Talvez essa generosidade justifique tantas manifestações de outras personalidades do futebol nos últimos dias.

Pep Guardiola lamentou a despedida, num primeiro momento, mas cravou em seguida que o alemão vai voltar. Talvez volte, mas se a aposentadoria for definitiva não há como negar sua importância no futebol deste século.

Uma década de trabalho sério e inventivo deram a Jürgen Klopp a respeitabilidade que poucos de sua geração conquistaram. De temperamento forte, ele exercitou no Liverpool a explícita alegria de ser parte do jogo, reagindo emocionalmente nos grandes momentos.

Suas ideias sempre claras, sobre democracia e contra o fascismo, não impediram que também se colocasse como um defensor do futebol moderno, organizado e ofensivo.

Um outro ponto que marca a trajetória profissional de Klopp é a facilidade para fazer com que seus jogadores cresçam e apareçam. Salah e Mané são exemplos bem óbvios disso. Antes de trabalharem com ele não tinham o brilho conquistado depois.

Faz com que jogadores recrutados em outros clubes, como o uruguaio Darwin Núñez e o colombiano Luis Díaz, sejam vistos com outros olhos. É quase um alquimista. Torna boleiros medianos em jogadores acima da média. É um mérito e tanto.  

Na Copa da Alemanha, em 2006, conheci Klopp pela TV estatal. Um comentarista descontraído, com pinta de popstar. Não entendia alemão, mas colegas fluentes no idioma diziam que ele era um analista antenado e brilhante. 

O tempo mostrou que o palpiteiro das análises fez a transição perfeita para a beira dos gramados, onde se tornou gigante.  

O Águia e a incrível volta do ‘técnico pródigo

Ninguém entendeu direito a súbita mudança de embocadura, mas o fato é que o técnico campeão paraense de 2023, Mathaus Sodré, está de volta ao futebol local para comandar o Águia, a quem havia abandonado em plena campanha da Série D do Campeonato Brasileiro.

Na ocasião, Sodré alegou como justificativa para deixar o clube diferenças com “alguns dirigentes”. Como no futebol não há praticamente nada que seja irreversível, as tais desavenças devem ter sido plenamente superadas para que o ex-técnico volte ao clube de origem.

É óbvio que, em termos práticos, nada mudou. O Águia continua com o mesmo corpo diretivo e não há notícia de qualquer mudança de filosofia interna. Na prática, quem parece ter mudado de posição é o próprio Sodré, que depois de deixar o Águia assumiu o comando do Itabuna, da Bahia.

Com o desligamento de Rafael Jaques logo após a derrota para o PSC, sábado, por 3 a 0, a diretoria saiu à caça de um substituto. Sodré, pelos méritos da campanha vitoriosa no Parazão passado, era um candidato óbvio. Alguns minutos de prosa bastaram para convencê-lo a voltar.

Em nota dirigida à direção do Itabuna, Mathaus Sodré se despediu, informando sobre o retorno ao Águia, alegando ter “um compromisso com jogadores, diretoria e povo marabaense”. Vá entender.

O técnico será apresentado na quarta-feira e terá um sério desafio pela frente. O Águia tem somente dois pontos no campeonato e precisa ser repaginado para encontrar o caminho das vitórias.

Pedro Vítor é confirmado no elenco azulino

Uma boa notícia para a torcida azulina. O Remo informou ontem sobre a renovação de contrato com o atacante Pedro Vítor, um dos remanescentes da temporada de 2023. Lesionado no clássico com o Paysandu, o jogador ficou meses em recuperação e deve voltar aos treinos nas próximas semanas.

Pedro Vítor foi o principal jogador da flopada campanha azulina, que começou com Marcelo Cabo e se encerrou com Ricardo Catalá. Enquanto foi dirigido por Cabo, Pedro Vítor era utilizado de um lado só do ataque, como um ponta fixo pela esquerda.

Teve atuações irregulares, como muito mais erros do que acertos. Não se firmava, apesar da habilidade que demonstrava em campo. As tomadas de decisão eram sempre questionadas e geraram críticas.

Na decisão contra o Corinthians, na Copa do Brasil, desperdiçou uma chance preciosa no primeiro tempo. Poderia acionar Muriqui, que entrava livre na grande área, mas decidiu finalizar e o tiro saiu torto, por cima da trave.

Só um dos muitos exemplos dos vacilos que não permitiam a Pedro Vítor se firmar. Com a saída de Cabo e a chegada de Catalá, ele se transformou. Ganhou mais liberdade para atacar pela direita, derivando para o meio com dribles e arrancadas.

Foi assim que conquistou o torcedor e ajudou o Remo a fazer uma boa campanha de recuperação na Série C, após o início desastroso com quatro derrotas nas quatro primeiras rodadas.

Foi o Pedro Vítor da Série C que encantou a torcida. Se reeditar as boas atuações, tem tudo para ser um bom reforço para os desafios da temporada.  

(Coluna publicada na edição do Bola desta terça-feira, 30)

Nicolas brilha e comanda o Papão

POR GERSON NOGUEIRA

Nicolas atuou diante do Águia de Marabá com dores nos tendões — Foto: Jorge Luís Totti/Paysandu

A informação de que Nicolas jogou contra o Águia sofrendo com dores nos tendões confirma a impressão de que o artilheiro se transforma com a camisa do PSC. A capacidade de superação está diretamente vinculada à eficiência que demonstra em campo. No estádio Zinho Oliveira, ele marcou mais dois gols e manteve a liderança isolada na tábua de goleadores do Campeonato Paraense.

O fato de estar com desgaste físico não afetou o desempenho do jogador, fato destacado pelo técnico Hélio dos Anjos, que chamou atenção para os problemas enfrentados pela equipe na partida de quarta-feira contra o Caeté, no castigado gramado do estádio Diogão, em Bragança.

Apesar das justificadas queixas do treinador, o PSC vem demonstrando evolução neste início de competição. Estreou com vitória diante do Santa Rosa, apesar de dificuldades para converter em gols as várias oportunidades criadas ao longo do confronto.

Na segunda apresentação, contra o Caeté, o desafio foi ainda maior, pois o time teve que encarar, além de um adversário forte na marcação, os desníveis e buracos do campo. O placar em branco prevaleceu durante quase 90 minutos e foi Nicolas que, aos 46’ do segundo tempo, achou o caminho da vitória recorrendo à habilidade para marcar o gol.

O artilheiro voltou a brilhar no sábado à tarde, em Marabá, marcando gols decisivos. No primeiro lance, meio sem querer, marcou após a bola estourar em seu rosto na pequena área. Depois, já na segunda etapa, aproveitou um erro de passe do zagueiro Betão para avançar com a bola e finalizar na saída do goleiro Axel Lopes.  

Nicolas é a principal contratação do PSC para a temporada. Seu retorno ao clube ocorreu depois de uma novela envolvendo sua liberação pelo Ceará Sporting. Vale dizer que a diretoria bicolor não desistiu do sonho de tê-lo no comando do ataque, mesmo depois do desempenho ruim na temporada passada, quando balançou as redes apenas três vezes.

No fundo, todos no PSC acreditavam que Nicolas é daqueles jogadores umbilicalmente identificados com o clube, onde se sente confortável e querido por todos. Esse vínculo afetivo responde pelo excelente começo de temporada – superior ao dos últimos três anos. Marcou quatro gols em três jogos.

Não foi um resultado qualquer o triunfo do Papão em Marabá. Foi um jogo de afirmação para o novo time, pois o adversário é simplesmente o campeão paraense e ganhador da Supercopa Grão-Pará.

Além do simbolismo, a boa atuação deu ao time a primeira vitória por um placar mais folgado. Havia vencido Santa Rosa e Caeté pelo placar mínimo e justamente no jogo mais complicado veio o 3 a 0 maiúsculo.

Hélio fez algumas mudanças, que funcionam positivamente, como a entrada de Biel. Outra: Bryan jogou adiantado, tendo Kevyn como o defensor na lateral esquerda. O posicionamento de Bryan confundiu a marcação do Águia, que tinha Eric substituindo Bruno Limão na direita.

O primeiro gol nasceu de um cruzamento do arisco Jean Dias da direita para a esquerda, onde Bryan se postou junto à linha da grande área e testou firme, sem chances para Axel. A jogada, muito celebrada pela execução, intranquilizou o Águia e abriu caminho para os gols de Nicolas, mencionados acima.

Uma vitória sem questionamentos e que dá ao PSC mais confiança e força mental para o clássico do próximo domingo, 4, com o Remo.

Kelvin e Ribamar podem ser atrações no Re-Pa

O Remo fez um treino aberto para torcida e imprensa, ontem, no estádio Evandro Almeida. Em clima festivo, Ricardo Catalá movimentou o elenco e completou a preparação feita na véspera, quando os novatos Kelvin e Ribamar se juntaram aos companheiros pela primeira vez.

Ambos podem surgir como opção para o treinador na partida contra o Paysandu, domingo, no Mangueirão. A utilização vai depender do nível de condicionamento físico dos atacantes. Em termos práticos, observando carências do time, Kelvin parece mais próximo de uma escalação.

Com características de atacante de beirada, o habilidoso Kelvin deve disputar posição com Echaporã, artilheiro do time com 2 gols, e Ronald.

O centroavante Ribamar deve ser a alternativa no banco para Ytalo. De toda sorte, é improvável que o cauteloso Catalá precipite a escalação dos últimos reforços apresentados no Baenão.

Outros jogadores parecem em situação mais favorável para compor o time que vai encarar a esquadra de Hélio dos Anjos, um técnico que se orgulha de nunca ter sido derrotado no clássico. Marco Antônio, que atuou muito bem no 2º tempo contra o Castanhal, está muito bem cotado.

Lusa renasce e Castanhal afunda na lanterna

A Tuna conquistou sua primeira vitória no campeonato, passando pelo Cametá, no estádio do Souza, por 3 a 0. Gols de Chula (vice-goleador do Parazão) e Dedé. O jogo foi totalmente dominado pelos cruzmaltinos, que deixaram de lado a instabilidade exibida no empate contra o Bragantino.

Depois que Marlon cruzou a bola na área para desvio de Dedé, a zaga do Cametá não ofereceu mais resistência para o rápido Chula. Na primeira jogada, ele recebeu na área, passou pelo goleiro e tocou para as redes com categoria.

A terceira jogada foi típica de artilheiro. Correu pelo centro e sinalizou para o lateral direito avisando onde queria o cruzamento. A bola veio e ele desviou para o fundo do barbante.

Grande decepção do campeonato até agora (ao lado do Águia), o Castanhal se isolou na lanterna com a derrota em casa para o Santa Rosa, por 1 a 0. O gol foi de Felipe Vigia em falha de marcação e também do goleiro do Japiim.

Depois do bom comportamento contra o Remo na quarta-feira, no Mangueirão, a expectativa era alta em relação ao Castanhal, mas o time sentiu o gol e não teve forças para reagir.

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 29)

A ajuda que sustenta o Parazão

POR GERSON NOGUEIRA

Nenhuma outra unidade da federação tem um programa de apoio financeiro ao futebol como o que existe no Pará há mais de uma década e que foi turbinado no governo Helder Barbalho. Só a dupla Re-Pa recebe perto de R$ 6 milhões em três modalidades de repasses. Apesar disso, a importância dessa ajuda foi menosprezada nesta semana.  

O valor destinado a cada um dos grandes da capital é de R$ 745.113,60 por ano (dos R$ 3,3 milhões pagos aos clubes pela transmissão dos jogos do Parazão). A Funtelpa paga esse montante via convênio com a Federação Paraense de Futebol (FPF).

O outro convênio é por meio do Banpará, que paga a Paysandu e Remo pelo contrato do Campeonato Estadual e do Naming Rights. O valor total é de R$ 6 milhões. Paysandu e Remo recebem R$ 687.887, 95, cada.

Pelo Naming Rights, cada um recebe R$ 1,5 milhão (cota única paga em 2023 com vigência de 24 meses).

A Secretaria Estadual de Esporte e Lazer (Seel) não dá apoio financeiro direto, mas garante suporte com o desconto médio de 50% pela locação do estádio Jornalista Edgar Proença.

Outra vantagem é que, nos dias de jogos, a Seel disponibiliza equipe de 100 pessoas para apoio no estádio. Cede equipamentos de infraestrutura, como grades de contenção e libera espaços de lazer, como bares e restaurantes, sem cobrar taxas por isso. E ainda cuida da limpeza do Mangueirão ao término das partidas.

É importante relembrar a ajuda governamental porque, apesar de assegurar com os recursos a sobrevivência do Parazão, a semana teve uma manifestação desastrada da diretoria do Paysandu, alvejando diretamente a Seel a partir de uma acusação não confirmada.

Com base em boatos, o clube entendeu que Tapajós x Remo jogariam no Mangueirão neste domingo (28), sentindo-se prejudicado porque havia solicitado a mudança do local de Caeté x Paysandu, realizado na quarta-feira (24). Julgou que havia sido discriminado. Não foi. A Seel não autorizou qualquer mudança, até porque nem houve pedido.

A relação de confiança e respeito entre os clubes e a Seel ficou seriamente abalada, mesmo porque a retratação feita pelo presidente do PSC foi insuficiente. A admissão da trapalhada não veio acompanhada do devido e necessário pedido de desculpas.

Para um campeonato que sempre foi deficitário, com zero receita de patrocínio privado, o repasse que o governo estadual faz é uma espécie de bálsamo. Não haveria Parazão sem a contribuição pública, que é ampliada anualmente pelo governador Helder Barbalho.  

Foi graças a isso que o Campeonato Paraense foi realizado normalmente ainda sob a pandemia, sem que os clubes tivessem qualquer redução nos valores dos contratos.

A partir de agora, recomenda-se acima de tudo prudência, temperança e freio na língua.

Bola na Torre

O programa tem a apresentação de Guilherme Guerreiro, com a participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. A terceira rodada do campeonato é o tema em debate e análise. A edição é de Lino Machado.

Reforços podem ser preparados para o clássico

Depois que o técnico Ricardo Catalá admitiu que o Remo ainda não conseguiu firmar uma conexão entre o meio e o ataque, o período de 10 dias de folga no campeonato (pelo adiamento do jogo com o Tapajós) vem a calhar para o aprimoramento da equipe.

Mais que isso: o Remo pode contar com dois reforços que chegaram nos últimos dias, Ribamar e Kelvin. O centroavante é visto com certa desconfiança pela passagem pouco inspirada por outros clubes, mas a estreia do atacante de lado é esperada com mais ansiedade.

O paranaense Kelvin chegou com o prestígio da excelente passagem pelo futebol português. Em 2013, cravou seu nome na história dos imortais do FC Porto ao garantir a vitória sobre o Benfica (de Jorge Jesus) aos 46’ do 2º tempo. O gol até hoje é celebrado pela torcida do Porto.

Os dias de pausa podem permitir que os dois novatos sejam preparados para estrear até mesmo no clássico com o PSC, no domingo, 4 de fevereiro. Outro benefício é a recuperação dos jogadores Daniel, que se recupera de lesão no joelho, e Jonilson, que passa por reequilíbrio muscular.

Bom currículo recomenda o novo reforço bicolor

Quando quase todo mundo achava que o PSC havia fechado as contratações para o setor defensivo, depois da chegada do lateral esquerdo Kevyn, o clube anunciou na sexta-feira o lateral-direito Michel Macedo, de 33 anos, junto com o goleiro da base Claudio Vitor, de 20 anos. Ambos já estão regularizados e em condições de jogo.

Revelado no Flamengo, Michel deu seus primeiros passos na carreira defendendo o Almería, da Espanha, por quatro temporadas. Ao voltar, em 2013, defendeu o Atlético-MG no Campeonato Mineiro e na Libertadores.

Depois de duas temporadas no Galo, retornou ao Almería, atuando nas temporadas 2014/15 e 2015/16. Nos dois anos seguintes, Michel seguiu na Espanha, mas jogando pelo Las Palmas.

Em 2019 se transferiu para o Corinthians, onde venceu o Paulistão daquela temporada. Depois, foi emprestado ao Juventude. Transferiu-se para o Ceará onde jogou a Série B em 2022 e 2023.

O ano passado não foi tão produtivo – atuou em apenas 11 jogos, sendo titular em sete. Chega para compor elenco e disputar posição com Edilson, o atual titular da lateral-direita. 

(Coluna publicada na edição do Bola deste domingo, 28)

Papão derrota o Águia e assume liderança isolada do Parazão

Com dois gols de Nicolas e um de Bryan, o PSC superou o Águia na tarde deste sábado (27), em Marabá, pela 3ª rodada do Parazão. Logo aos 14 minutos, Bryan marcou o primeiro gol, desviando de cabeça um cruzamento de Jean Dias. Aos 22′, uma bola alta na área dificultou a defesa de Axel Lopes. Após desvio do goleiro, a bola bateu em Nicolas e entrou.

O Águia tentou diminuir ainda no primeiro tempo, mas errava muito nas jogadas de aproximação. Allan Maia desviou rasteiro, perto da trave de Matheus Nogueira, com muito perigo. Logo em seguida, Kaíque cabeceou e o goleiro desviou a bola com os pés.

Aos 27 minutos do segundo tempo, o zagueiro Betão saiu jogando errado e Nicolas recuperou a bola para marcar o terceiro e último gol da partida.

Com o resultado, o Papão assumiu a liderança isolada do campeonato, com 9 pontos em três rodadas. O Remo não joga nesta rodada, pois o jogo com o Tapajós foi adiado para 14 de fevereiro.

A derrota fez com que o técnico Rafael Jaques pedisse demissão do Águia.

Rock na madrugada – Los Hermanos, “Sentimental”

Banda que até hoje divide opiniões no cenário roqueiro – alguns veneram, outros detestam -, Los Hermanos conseguiu um feito admirável: uma obra de características singulares e fáceis de reconhecer, mesclando elementos do rock alternativo e toques de MPB. No show que marcou a volta e a despedida, no Maracanã, em 2018, foi possível observar a evolução e a maturidade dos músicos, principalmente Rodrigo Amarante, que interpreta “Sentimental”, grande hit do grupo. Marcelo Camelo, Rodrigo Barba e Bruno Medina completam o time.