Um jornal em diminutivo

Dilma responde ao editorial do Estadinho: “Foi no meu mandato, em 2014, que o Brasil conquistou a maior de suas façanhas, sair do Mapa da Fome da ONU”.

Por Dilma Rousseff

O editorial de domingo, 30, do jornal Estado de S. Paulo mostra que a miopia do Estadão, que hoje tem aumentativo apenas no nome de fantasia, não é doença, mas extremismo de direita. Calculado e indisfarçável. O jornal, que vem diminuindo ano a ano, inclusive fisicamente, hoje é um tabloide movido por uma obsessão: impedir a eleição democrática em outubro.
Já fez isto em 2018 quando, na véspera da eleição, jogou no lixo o que restava de dignidade à antiga família Mesquita para cometer o crime de afirmar que a opção entre um professor universitário, reconhecidamente democrata, e um deputado fascista era uma escolha difícil para o eleitor.
O Estadão já pode ser chamado de Estadinho. Apequenou-se, inclusive no tamanho das páginas. E segue no caminho do desaparecimento, depois de perder leitores e público, com tiragem cada vez menor. Segue movido apenas por obsessões que, em vez de disfarçar, ressaltam as mentiras que publica.
Exatamente ao contrário do que diz o jornal, estão frescos, na memória do povo brasileiro, os resultados produzidos pelos oito anos de governo Lula e pelos quatro anos que me foi dado o direito de governar sem a sabotagem aberta e sem o golpismo iniciado exatamente no dia em que fui reeleita.
Cumpri um ano e três meses de governo no meu segundo mandato com sabotagem escancarada, com o apoio do jornal, e instrumentalizada, inclusive nas páginas do Estadinho. O povo lembra. São lembranças da realidade e dos fatos, e não do ódio do jornal e da imprensa oligopolista brasileira.
Lula deixou seu segundo mandato com mais de 80% de aprovação e reconhecimento popular. Eu, durante meu mandato inteiro, dei continuidade às grandes realizações de Lula. Mas fiz mais. Ampliei as iniciativas que transformaram o Brasil num país bem-sucedido e o brasileiro num povo feliz e com a maior autoestima de sua história.
No primeiro mandato, entre 2010 e 2014, apesar da forte oposição que enfrentei, em tese algo normal num regime democrático, meu governo produziu algumas das maiores realizações da história do país – contra a vontade do Estadinho, é bom que se diga.
Em 2014, conquistamos a menor taxa de desemprego da história do país – uma média mensal de 4,8%, que carateriza uma situação de pleno emprego. Trabalho formal, é justo dizer. Empregos com carteira assinada e direitos trabalhistas, que o Estadinho e os governos que o jornal apoiou e apoia destruíram, depois de me derrubar.
Não causa surpresa que o jornal, tanto quanto os golpistas que me destituíram sem que até hoje tenha sido caracterizado crime de responsabilidade, classifiquem como “teorias ultrapassadas e equivocadas”, que devam “ser escondidas”, o repetido acúmulo de recordes mensais de Investimento Estrangeiro Direto no país. No meu governo, ampliamos a conquista de Lula e chegamos à marca de US$ 370 bilhões em reservas internacionais. Parece trivial, mas na história brasileira tal valor jamais foi alcançado.
Entendo que, exatamente ao contrário do que pretende o Estadinho, não se deve esconder, de maneira alguma, o fato de que, mesmo debaixo da mais massacrante sabotagem política já promovida no Congresso a um governo democrático, por meio de pautas bombas e de um boicote brutal das ações administrativas, processo iniciado no dia exato da minha reeleição, ainda assim alcançamos resultados fiscais rigorosamente superiores aos exibidos nos períodos de governo de FHC.
Por óbvio, a história elitista e de exclusão social do Estadinho — que sempre teve o condão de liderar a plutocracia paulista — não permite acreditar que o porta-voz do mais radical conservadorismo brasileiro pretenda dar importância a resultados extraordinários alcançados pelo meu governo, que são dignos de serem exibidos com orgulho em qualquer campanha eleitoral.
Foi no meu mandato, em 2014, que o Brasil conquistou a maior de suas façanhas: sair do Mapa da Fome da ONU. Graças a todas as políticas que realizamos desde a posse de Lula, em 2003. Também foi sob o meu mandato, cujas realizações o jornal gostaria de esconder, que pela primeira vez na história 63 milhões de brasileiros tiveram acesso gratuito à assistência de saúde, por meio do programa Mais Médicos.
Além disso, jamais em nossa história, mesmo em governos democráticos, nos governos do PT e no meu em particular, nunca tantos brasileiros de baixa renda obtiveram o direito de acesso à casa própria, com o Programa Minha Casa Minha Vida, e ao ensino superior, através da política de cotas e de facilidade de acesso a universidades privadas.
Para o Estadinho, é melhor que tudo isto seja escondido dos brasileiros. Sobretudo em uma campanha eleitoral. Mas como os brasileiros já há muito tempo não acompanham mais o jornal, sem dúvida saberão o que o meu governo fez. E se orgulha de ter feito. E, na medida do possível, continuará vendo ser realizado, a partir de 2 de janeiro de 2023, quando Lula assumirá pela terceira vez a Presidência da República.
Contra a vontade do Estadinho. Mas pela força do povo. A força da maioria do povo. Como nas grandes e melhores democracias.

Presidente interina da FPF marca nova eleição para 15 de março

Eleição para presidente da FPF acontece em março deste ano - Crédito: Reprodução

Depois de muita pressão, incluindo um abaixo-assinado apresentado por oito dos 12 clubes do Campeonato Paraense pedindo “eleições já”, a presidente em exercício da Federação Paraense de Futebol (FPF), Graciete Maués, definiu finalmente nesta segunda-feira (31) a data da nova eleição para a presidência da entidade. O pleito vai acontecer no dia 15 de março de 2022. A data foi anunciada em forma de ofício no site da FPF.

A princípio, três chapas estão na disputa. Adelcio Torres vai disputar a reeleição buscando um terceiro mandato e terá como oponentes as chapas de Paulo Romano e Ricardo Gluck Paul. 

Uma nova comissão eleitoral foi apresentada, presidida pelo advogado Antônio Cândido Barra, que terá como vice os advogados Marcelo Lavareda e Sérgio Augusto de Castro. A mesa tem até o dia 7 de fevereiro para divulgar o calendário eleitoral, indicando os prazos para inscrição de chapas e recursos. 

Como o processo foi todo reiniciado, há possibilidade de surgimento de novas chapas. Nos últimos dias, surgiu a especulação sobre a possível candidatura da própria Graciete Maués. Para concorrer, ela terá que contar com a adesão oficial de pelo menos 25% dos clubes filiados.

Na semana passada, oito presidentes de clubes que disputam o Campeonato Paraense enviaram à presidente em exercício da FPF um abaixo-assinado solicitando que o regimento da entidade fosse cumprido e a eleição fosse marcada de imediato. Eles alegaram insegurança jurídica, pois a federação segue sem um presidente eleito desde o fim do mandato de Adelcio Torres. 

As eleições estavam suspensas desde o dia 27 de dezembro de 2021, quando a desembargadora Eva do Amaral Coelho, do plantão do Juízo de 1º Grau do TJPA, acatou as ações movidas pela Liga de Castanhal e pela chapa “Futebol de Primeira”, liderada por Paulo Romano, pedindo a suspensão do pleito apontando irregularidades na condução do processo eleitoral.

Além do aspecto político, o cargo tem como atrativo especial um “mensalinho” de R$ 50 mil (que vai ser reajustado para R$ 70 mil em 2022) repassado pela CBF às federações estaduais, além de uma prometida verba extra de R$ 160 mil.

O cara

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Por Gustavo Conde

Eu não queria dizer isso. Pode ferir sensibilidades, desmanchar castelos de areia, coisa e tal. Mas, que se dane. O fato, nu e cru, é que Lula vai sendo canonizado, imortalizado e santificado no altar máximo da glorificação histórica.
Nem Che Guevara, nem Fidel Castro, nem Nelson Mandela chegaram perto dessa dimensão.
E essa consagração é insuspeita: não há maior prêmio nem maior insígnia do que ser perseguido e caçado com este nível de violência pelo aparelhamento judicial e financeiro em uníssono, com o auxílio de toda a imprensa e dos serviços de “inteligência” nacionais e estrangeiros. É o maior reconhecimento de uma vida que teve um sentido maior, léguas de distância do que a maioria de nós poderia sonhar.
Nem todos os títulos honoris causa do mundo juntos equivalem a essa deferência: ser perseguido por gente do sistema, por representantes máximos do capital, da normatização social e da covardia intelectual, gente que pertence ao lado fascista da história.
Não há Prêmio Nobel que possa simbolizar a atuação democrática de Lula no mundo, nem todos os prêmios que Lula de fato ganhou ou recusou (a lista é imensa, uma das maiores do mundo). Porque a honraria mesmo que se desenha é esta em curso: ser o alvo máximo do ódio de classe e o alvo máximo do pânico democrático que tem fobia a voto.
Habitar 24 horas por dia a mente desértica dos inimigos da democracia e povoar quase a totalidade do noticiário político de um país durante 40 anos, dando significado a toda e qualquer movimentação social na direção de mais direitos e mais soberania, acreditem, não é pouco. Talvez, não haja prêmio maior no mundo porque Lula é, ele mesmo, o prêmio. É ele que todos querem, para o bem ou para o mal. É o líder-fetiche, a rocha que ninguém quebra, o troféu, a origem, a voz inaugural, rouca, que carrega as marcas da história no timbre e na gramática.
Há de se agradecer essa grande homenagem histórica que o Brasil vem fazendo com extremo esmero a este cidadão do mundo. Ele poderia ter sido esquecido, como FHC. Mas, não. Caminha para a eternidade, para o Olimpo, não dos mártires, mas dos homens que lutaram e fizeram valer uma vida em toda a sua dimensão espiritual e humana.

Papão fatura 1º clássico

POR GERSON NOGUEIRA

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O clássico foi mais equilibrado do que o placar de 3 a 0 sugere, mas o PSC, mesmo com problemas na articulação, foi implacável no aproveitamento: teve três chances, marcou três gols. A Tuna, ao contrário, desperdiçou as poucas possibilidades surgidas.

Foi o segundo triunfo por três gols obtido pelo PSC neste Parazão. Na estreia, foi 3 a 1 sobre o Bragantino, adversário que se mostrou até mais difícil e competitivo que a Tuna.

O clássico começou com muita correria. A Lusa tentava impor pressão, mas não criava chances claras para definir. O PSC trocava passes, mas os erros na saída de bola não permitiam organizar o contra-ataque.  

O PSC veio com um esquema diferente e um ataque modificado em relação ao primeiro jogo. Entrou num 4-4-2, com Marlon e Marcelo Toscano no ataque. Márcio Fernandes resolveu se resguardar fechando o meio com quatro jogadores (Bileu, Christian, Ricardinho e José Aldo).

Já a Tuna, jogando em casa, entrou no 4-3-3, mas sem a ofensividade que o sistema indica. Apesar de três atacantes – Fidélis, Paulo Rangel e Jayme –, o meio-campo mostrava-se conservador, sem oportunizar situações para que o ataque pudesse se destacar na partida.   

Só aos 15 minutos surgiu a primeira oportunidade: Genilson vacilou no desarme e Paulo Rangel, livre na entrada da área, fez um disparo forte, bem defendido por Elias. Aos 16’, Toscano finalizou com perigo.

O gol nasceu do único jeito possível num jogo bastante amarrado pela marcação. Após escanteio cobrado da direita por Ricardinho, a bola quicou na pequena área e o zagueiro Genilson desviou para as redes, aos 36’.

Pouca coisa mudou no início do 2º tempo. A Tuna insistia com cruzamentos de Edinaldo e Jayme, a zaga do PSC cortava, às vezes com dificuldade, mas a vantagem permanecia bicolor.

Aos 17’, Michel cruzou e Charles cabeceou com muito perigo. Era a chance do empate. Um minuto depois, Dioguinho, que substituiu Toscano, apareceu pelo centro do ataque e cabeceou para fazer 2 a 0.

Aos 46’, depois de uma furada de Marcão não aproveitada pela Tuna, o Papão ainda teve tempo de fazer 3 a 0, aos 46’. Foi uma linha de passe na área tunante: Patrick Brey tocou para Robinho, este para Danrlei, que passou a Dioguinho. Este girou sobre a marcação e bateu rasteiro, no canto direito, para fechar o placar do clássico.

O Papão mereceu a vitória, embora com problemas na articulação, mas novamente teve mais objetividade e capricho nas finalizações. A Tuna foi esforçada, mas não teve a mesma eficiência ofensiva. (Foto: John Wesley/Ascom PSC)

Sem criatividade, Leão não sai do 0 a 0

Paragominas e Remo fizeram um dos piores jogos do Parazão até agora, muito em função do baixo rendimento do time azulino. Apesar de controlar a posse de bola na maior parte do tempo, o Leão não tinha inspiração para se impor sobre os donos da casa. Faltou criatividade e talento.

A melhor chance só veio aos 25 minutos de partida. Brenner foi lançado entre os zagueiros e chutou forte em direção ao gol, mas Dida espalmou para escanteio. Bruno Alves cobrou falta com perigo nos minutos finais. E ficou nisso.

Lento e desarrumado, o Remo tinha imensas dificuldades para entrar na área e não arriscava chutes de média distância. Ronald era quem mais incomodava o setor defensivo do Paragominas com jogadas pelo lado esquerdo, mas era pouco acionado.

Sem receber lançamentos e com cruzamentos que chegavam sempre descalibrados, Brenner era obrigado a sair constantemente da área para buscar jogo. O Paragominas se defendia com até oito jogadores, mas no segundo tempo começou a se soltar, aproveitando brechas na marcação azulina.

Ted Love e Maranhão ameaçaram em ataques rápidos na metade da segunda etapa. O Remo fez substituições, mas o cenário não se alterou. De certa forma, até piorou. Tiago Mafra, Lailson, Marco Antonio e Luan substituíram Ronald, Paulo Henrique, Uchoa e Bruno Alves, mas o time continuou travado.

Nos acréscimos, Marlon cobrou falta e Luan testou para as redes, mas o lance foi anulado por impedimento. Lance difícil, mas o azulino estava à frente da linha de zagueiros e o auxiliar acertou na marcação.

A bem da verdade, a atuação do Remo não merecia mesmo terminar em vitória. Bonamigo terá muito trabalho pela frente.

Tenista do Pará faz boa figura na Rota do Sol

Um tenista paraense vem se destacando em todas as etapas do Circuito Nacional da Confederação Brasileira de Tênis, a Rota do Sol. Eduardo Lima, 16 anos, é uma das surpresas da competição com trajetória brilhante e cinco troféus conquistados.

As competições começaram no dia 5 de janeiro. Ao todo, são sete etapas de competições na categoria infanto-juvenil reunindo os melhores tenistas do país. Torneios já foram realizados em Fortaleza, Natal, João Pessoa, Recife e Maceió. Terminam na terça-feira, dia 1º de fevereiro, em Salvador.

O último feito de Eduardo aconteceu na quarta-feira, 25, sagrando-se campeão na categoria simples e também nas duplas contra atletas de São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco e Sergipe que eram considerados favoritos. Dudu, como é mais conhecido, tem chances de garantir novas vitórias. 

(Coluna publicada na edição do Bola desta segunda-feira, 31)

Sem inspiração, Leão empata em 0 a 0 com o Paragominas

Paragominas x Remo, Arena Verde, Campeonato Paraense

Paragominas e Remo jogaram neste domingo, na Arena Verde, em jogo válido pela 2ª rodada do Campeonato Paraense 2022. O empate em 0 a 0 refletiu o baixo rendimento técnico das equipes. Excesso de faltas e erros de passe prevaleceram na partida. O goleiro Dida, do PFC, teve algum trabalho em finalizações de Brenner e Bruno Alves. Do outro lado, Vinícius se saiu bem em chutes de Maranhão e Jhonatas.

O principal problema azulino se localizou no meio-campo, onde Erick Flores, Pingo e Uchoa não conseguiram dar a consistência criativa que a partida exigia. Na frente, o trio Ronald-Brenner-Bruno até se movimentou bastante, mas sofreu com a falta de aproximação dos homens de meio.

O melhor momento ocorreu aos 26 minutos do primeiro tempo, quando Brenner foi lançado e disparou um chute cruzado que o goleiro Dida espalmou para escanteio. Aos 38′, Bruno Alves cobrou falta e o goleiro voltou a fazer boa defesa.

No 2º tempo, as substituições de Paulo Bonamigo não funcionaram. Mafra, Lailson, Luan e Marco Antonio entraram nas vagas de Ronald, Paulo Henrique, Bruno Alves e Uchoa, sem que isso alterasse a maneira de atuar do time.

Paragominas x Remo, Campeonato Paraense

As laterais, com Ricardo Cruz e Paulo Henrique, tiveram pouca participação nas ações ofensivas, dificultando ainda mais a busca pelo gol. No minuto final, Marlon cobrou falta e Luan Rodrigues cabeceou para as redes, mas o gol foi invalidado porque o atacante remista estava em posição de impedimento.

O Remo soma agora 4 pontos e ocupada a liderança do Grupo C, ao lado do Castanhal. O Paragominas, com 1 ponto, está ao lado de Águia e Amazônia nas últimas posições do grupo A – o PSC lidera com 6 pontos. Na próxima rodada, o Paragominas recebe o Bragantino, domingo, às 16h, na Arena Verde. O Remo joga com o Itupiranga, no Rosenão, em Parauapebas. (Fotos: Samara Miranda/Ascom Remo)