Bom Senso nega ter insuflado jogadores do Náutico

Como resposta ao gerente de futebol do Náutico, Lúcio Surubim, que classificou o apoio à possível greve dos jogadores alvirrubros como preconceito pelo fato de o clube ser nordestino e denunciou uma orquestração por parte do movimento, o Bom Senso FC divulgou nota oficial sobre o assunto neste sábado. A entidade explica que só apoiou a atitude dos jogadores do Náutico após a entrevista coletiva do capitão Martinez e depois que o presidente do clube, Paulo Wanderley, se negou a pagar os salários atrasados ao elenco.

O Bom Senso F.C. diz que se solidarizou à situação de atraso salarial por saber que é um problema que afeta muitos outros clubes do país. A nota ressalta ainda que o movimento busca melhorias para todas as pessoas envolvidas no futebol brasileiro, incluindo os torcedores. Na tarde de sexta-feira, diretoria e elenco do Náutico chegaram a um acordo para pagamento dos salários.

Texto na íntegra:

“O Bom Senso FC esclarece que só emitiu a nota oficial, demonstrando apoio e solidariedade aos atletas profissionais do Clube Náutico Capibaribe, APÓS a coletiva de imprensa dos jogadores, que tornou público os atrasos de salário e demais dificuldades vividas pelos mesmos, e APÓS as desastrosas declarações do presidente Paulo Wanderley, onde ele desqualificava, desrespeitava e ameaçava os atletas do próprio elenco. Sabemos que outros clubes de futebol no Brasil estão com salários e direitos de imagem atrasados, mas não é função do Bom Senso FC fiscalizá-los ou cobrá-los por isso. O movimento não faz distinção entre clubes, regiões ou dirigentes.

No entanto, vivemos um novo momento no cenário do futebol brasileiro e o movimento apoiará e será solidário sempre que for procurado por atletas e elencos que se sintam prejudicados e que estejam em busca de seus direitos legais. Já passou da hora de se ter bom senso e de se gastar apenas o que se arrecada.

O Bom Senso FC já apresentou sua proposta de forma clara e transparente e defende, para se evitar novos problemas como o ocorrido, que o Fair Play Fiscal e Trabalhista seja implantado com urgência pela CBF, clubes, Governo Federal e Atletas. Assim, TODAS as equipes do país deverão atuar sob as mesmas premissas, respeitando seus direitos e deveres e tornando o ambiente do futebol brasileiro mais saudável, regulado e equilibrado.

A sociedade brasileira merece e almeja isso. Torcedores, os atletas sabem que essas medidas de ” fairplay financeiro” trarão ajustes salariais importantes e mesmo assim apoiam sua implantação. Há de se cortar na carne para resgatar o prestígio e a beleza do nosso futebol. Na carne do atleta, do clube, das federações e da confederação. Da maneira como está, não está bom para ninguém, muito menos para você, torcedor brasileiro.

Se cada um assumir a sua responsabilidade, pressionaremos essa arcaica engrenagem política que emperra o desenvolvimento e a saúde dos clubes brasileiros de futebol. Por isso, queremos que entendam que não olhamos apenas para o nosso próprio umbigo, buscamos um futebol melhor para todos. Clubes e atletas do interior são a nossa prioridade, assim como a qualidade do espetáculo oferecida a vocês.

Precisamos da sua ajuda, torcedor.

Por um futebol melhor
para quem joga,
para quem torce,
para quem apita,
para quem transmite,
para quem patrocina.

Por um futebol melhor para todos.”

Datafolha: Dilma cresce e oposição encolhe

Da Folha SP

De junho para cá, os pré-candidatos a presidente fizeram o possível para recuperar a popularidade perdida por causa do abalo provocado pelas manifestações de rua em todo país. Por enquanto, só a presidente Dilma Rousseff segue em trajetória ascendente. A oposição oscila entre bons e maus momentos, e agora encolheu um pouco mais, segundo o Datafolha. Dilma ou seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, ambos do PT, lideram a corrida presidencial em todos os cenários mais prováveis para 2014 – o Datafolha testou nove combinações de nomes.

A presidente pontua de 41% a 47%, dependendo de quem são seus adversários. Lula oscila de 52% a 56%. O Datafolha entrevistou 4.557 pessoas em 194 municípios na quinta e na sexta-feira. A margem de erro máxima é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Apesar do conforto momentâneo que oferecem a Dilma, os eleitores emitem um sinal contraditório para a petista. Dois terços dizem preferir que “a maior parte das ações do próximo presidente seja diferente” das adotadas por ela.

Entre todas as simulações com os nomes dos pré-candidatos, o cenário que parece mais provável hoje é também aquele em que Dilma está mais bem colocada. Ela tem 47% contra 19% de Aécio Neves (PSDB) e 11% de Eduardo Campos (PSB). Em outubro, ela pontuava 42%. O tucano tinha 21% e o socialista, 15%.

Nesse cenário, o percentual de eleitores que vota em branco, nulo ou que se diz indeciso ficou inalterado em 23%, de outubro até agora. Ou seja, a petista cresceu extraindo votos dos dois adversários diretos nesse período. Ganharia no primeiro turno.

A presidente só não venceria hoje a eleição na primeira votação nos cenários em que Marina Silva aparece como candidata. Ocorre que a ex-senadora se filiou ao PSB e não é certo que vá concorrer como cabeça de chapa nas eleições do ano que vem. Numa das simulações, a petista fica com 41% contra 43% dos outros dois adversários somados (Marina registra 24% e José Serra 19%). Mas Dilma está se recuperando. Em outubro, tinha 37%, contra 28% de Marina e 20% de Serra.

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, testado num dos cenários, aparece com 15%, numericamente em segundo lugar. Dilma, com 44%, venceria no primeiro turno. Aécio teria 14%. Campos, 9%. Diferentemente de Dilma, o ex-presidente Lula venceria a disputa no primeiro turno nos quatro cenários em que seu nome aparece –inclusive contra Marina e Serra.

Os podres dos puros

Por Aldir Blanc (via Esquerdopata)

No momento em que escrevo, o delator Roberto Jefferson continua solto. Consta que o bravo tribuno Barbosinha disse: “Não tenho mais pressa”. Se isso for verdade, a Cega anda viciada e uns são mais condenados do que outros. Réus que pegaram regime semiaberto permanecem ilegalmente encarcerados.

O circo de mídia, imagens monótonas de ônibus e avião durante horas, com a repetição do mantra “…a prisão de José Dirceu e José Genoíno…”, no dia da proclamação da ré-pública, pelo amor de meus netinhos e bisneto, essas armações falam por si sós.

Em que Papuda está preso Mamaluff? Não acredito na Justiça brasileira. Se políticos foram presos por violar suas funções, o mesmo se pode dizer dos juízes. Sugestão: coloquem um tubo de gás no meio do Supremo. Vai pintar fedor…

Para fechar a temporada

Por Gerson Nogueira

unnamed (27)Por mais otimista que o torcedor seja, a complexa combinação de resultados afasta qualquer ilusão. Nem jogadores, muito menos dirigentes, alimentam qualquer sonho. Rebaixado em casa pelo Bragantino, no sábado passado, o Paissandu enfrenta o Sport hoje à tarde com um só objetivo: encerrar dignamente sua participação na Série B.

Fantasmas do passado, como a goleada por 9 a 0 para o Paulista de Jundiaí, em novembro de 2006, foram relembrados durante a semana como alerta ao time que entrará em campo na Ilha do Retiro. Naquela ocasião, o Papão sofreu na pele os efeitos da decisão de escalar jogadores insatisfeitos com promessas não cumpridas pelos dirigentes.

Desta feita, apesar de todos os acordos terem sido respeitados, a diretoria e o técnico interino Rogerinho Gameleira preferiram não correr riscos. Jogadores considerados descartáveis foram liberados, abrindo caminho para o aproveitamento de um punhado de jovens atletas do clube.

Sem oportunidades ao longo do campeonato, jogadores como Murilo, Araújo e Caio (e outros que comporão o banco de suplentes) terão diante do Sport oportunidade privilegiada de mostrar suas qualidades e cavar espaço no elenco da próxima temporada.

A equipe será completada com jogadores mais experientes e Rogerinho decidiu usar o 3-5-2, lançando Fábio Sanches, Leonardo e Pablo na zaga. Pikachu e Caio são os alas. Jailton será o camisa 10.

Na frente, Héliton e Dênis, cujas atuações pífias não fizeram o clube desistir dele. É dado como nome certo para 2014 na Curuzu. Tem excelente chance de provar que merece esse prestígio junto à cartolagem.

Embora ninguém possa censurar a opção por um time mais caseiro, não deixa de ser temerário encarar um Sport completo e motivado pela euforia da torcida. A adoção do sistema de três zagueiros e dois volantes revela as preocupações defensivas de Rogerinho. Afinal, na Ilha do Retiro, todo cuidado é pouco.

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Grupo de Nunes triunfa de novo

Com 85 votos, contra 98 dos candidatos de oposição, o coronel Antonio Carlos Nunes confirmou o favoritismo e se reelegeu pela enésima vez para a presidência da Federação Paraense de Futebol. Com ênfase no trabalho junto às ligas interioranas, o coronel levou a melhor, mas teve pela frente desta vez opositores aguerridos. Apesar das dificuldades para conquistar votos das ligas, Luís Omar Pinheiro ficou em segundo lugar, com 55 votos, e Ulisses Sereni, 43.

O resultado mostra que, caso tivessem unido esforços, LOP e Sereni teriam derrotado o esquema de Nunes, que terá como vice o remista Maurício Bororó. Sereni marcou sua participação com denúncias fortes contra o coronel, apontando irregularidades, pressão sobre os votantes e jogo de cartas marcadas a partir do confuso estatuto da FPF.

As comemorações dos vencedores, mais uma vez, evidenciam um descompasso com o descrédito dos desportistas quanto ao novo mandato conquistado pelo coronel. O que foi feito até hoje não estimula qualquer expectativa festiva. Prevalece a convicção de que a vitória do velho esquema é uma derrota do futebol paraense como um todo.

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Seleção reflete campeonato fraco

A escolha dos melhores do Brasileiro, divulgada ontem, contemplou atletas dos times que mais se destacaram na competição – a exceção foi o Botafogo, que não teve nenhum escolhido. Everton Ribeiro, meia do Cruzeiro, levou com justiça o prêmio de craque do torneio. Marcelo, meio-campista do Atlético-PR, foi apontado acertadamente como revelação.

Só discordei da escolha de Manoel na zaga e de Paulo Baier na meiúca. Apesar da impressionante longevidade, o armador teve um campeonato de altos e baixos. Ricardo Goulart, do Cruzeiro, foi superior e bem mais decisivo. Até Renato Cajá (Vitória) merecia mais. Entre os zagueiros, Dória foi melhor que Manoel.

No ataque, a dupla Walter e Ederson era previsível pela enxurrada de gols. De maneira geral, a seleção reflete um campeonato pobre em técnica e decidido precocemente, o que tornou a disputa menos empolgante e desafiadora.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste sábado, 30)