Tribuna do torcedor

Por Ademir Lemos (ad_lemos@hotmail.com) 
Caro Gérson.

Escrevo a vc mais uma vez pouco antes de começar o jogo entre Paissandu X Oeste. Não pretendo voltar a escrever para não incomodá-lo, mas como torcedor do Paissandu e leitor de sua coluna, queria dizer o seguinte:
Tenho visto apelos da diretoria, e dos últimos treinadores, aos jogadores, no sentido de que se empenhem para salvar o paysandu da queda para a Série B. Ressaltam as últimas conquistas do clube e que o Paissandu não é time de Série C.
Entendo que o discurso deveria ser outro: “Srs. jogadores, conquistem vitórias, continuem na Série B, e salvem seus empregos.”
Quando o paysandu ganhou a copa dos campeões, quase todos os jogadores foram contratados por grandes clubes do brasil e do mundo. O Pikachu ainda nao foi vendido porque o Paissandu tá na zona de rebaixamento. 

Reencontro com a história

Por Gerson Nogueira

Para quem passa ali por perto do Evandro Almeida as obras de reforma  continuam invisíveis. Mas quem deu uma espiada no que acontece lá dentro saiu impressionado com o ritmo febril dos trabalhos e o alcance da reformulação. Na prática, surgirá até fevereiro uma nova praça de esportes, com equipamentos que irão garantir mais conforto aos torcedores.

Do ponto de vista de atletas e técnicos, a principal mudança será no gramado, que terá tratamento especial, como nunca aconteceu ao longo dos 96 anos de existência do estádio azulino. Acima de tudo, a revitalização do Baenão vem confirmar que a diretoria do Remo finalmente deixou de lado questões supérfluas e acessórias, e decidiu partir para providências de vulto.

A localização privilegiada, num dos perímetros mais valorizados de Belém, ao longo da principal via de entrada e saída da cidade, dá ao novo Baenão a condição de atrair recursos e parcerias, que tendem a ser ainda mais facilitados caso o clube resolva agregar às modificações estruturais a área do antigo Carrossel.

Estranho é que tenha se passado tanto tempo até que os dirigentes decidissem romper com o imobilismo, dedicando atenção a um dos patrimônios mais importantes do clube. Até então, o velho Evandro Almeida foi tratado com pouquíssimo zelo e por décadas foi submetido a reformas capengas, de pouca monta e ambição zero.

Além do gramado inteiramente renovado, o novo Baenão ganhará instalações modernas, placas de vidro substituindo ao anacrônico alambrado e capacidade aumentada de 12 mil para 20 mil espectadores.

Aos novos dirigentes cabe o mérito de mexer num autêntico vespeiro interno, ignorando as opiniões de cabeças retrógradas que nutriam simpatia pelo velho projeto de venda do Baenão. Tal iniciativa esteve a pique de se consumar, há quatro anos, na gestão de Amaro Klautau.

Por R$ 32 milhões, o clube daria de mão beijada um terreno que vale no mínimo o dobro. Sob o pretexto de quitar dívidas trabalhistas superfaturadas – conforme atestam relatórios internos do clube –, Klautau pretendia remanejar o Remo da avenida Almirante Barroso para um ponto qualquer entre a Augusto Montenegro e a estradinha do Lixão do Aurá.

O mirabolante plano enredou 95% dos conselheiros remistas e só não se concretizou pela resistência de alguns poucos abnegados. Com o endosso de boa parte da crônica esportiva, o ex-presidente chegou ao extremo de mandar destruir, a golpes de picareta, o escudo que encimava o pórtico do Baenão. A ideia era extirpar do imóvel um dos itens que atestavam seu valor histórico.

A atitude tresloucada do cartola teve o condão de despertar a consciência dos azulinos para os riscos que rondavam o patrimônio do clube. Por isso, quando alguns ainda olham com desconfiança para as obras de reconstrução, seria razoável observar que a simples coragem de rejuvenescer o estádio já é um fato auspicioso.

Depois de sobreviver aos delírios mercantilistas de um presidente, o clube dá sinais de vitalidade ao resgatar um símbolo de sua grandeza, preparando-se para a modernidade e adequando-se às necessidades de uma torcida apaixonada e em franco crescimento. Sem dúvida, um grande passo.

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Segredo como alma do negócio

Quando escalei um hipotético time do Remo para a estreia no Campeonato Paraense só fiz ecoar especulações que fervilham nos bastidores do clube. Escolados por frustrações anteriores, diretores se apressam em desmentir o que já é quase de domínio público, mas deixam escapar que o time atual ainda será bastante modificado.

Alguns dos atletas oferecidos ou desejados pelo Remo viriam através de parceria com a empresa do ex-craque Romário, hoje deputado federal. As experiências recentes do futebol do Pará com negócios desse tipo não são estimulantes. Basta lembrar o que ocorreu entre a firma de Roberto Carlos e o Paissandu.

De qualquer maneira, com ou sem Romário na parada, o Remo pretende entrar no Parazão 2014 com elenco capaz de disputar o título em pé de igualdade com o maior rival, que virá previsivelmente forte para comemorar o centenário.

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Bola na Torre

No programa de hoje, o candidato Ulisses Sereni apresenta sua plataforma para presidir a Federação Paraense de Futebol. Apresentação de Guilherme Guerreiro, participações de Valmir Rodrigues e deste escriba baionense. Na RBATV, depois do Pânico na Band. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 10)

Brasileiro da Série B: Classificação geral

PG J V E D GP GC SG
Palmeiras 73 34 22 7 5 64 25 39 71.6
Chapecoense 62 34 17 11 6 55 29 26 60.8
Sport 56 34 18 2 14 58 52 6 54.9
Icasa 53 34 16 5 13 45 48 -3 52.0
Avaí 53 34 15 8 11 47 42 5 52.0
Ceará 53 34 14 11 9 56 42 14 52.0
Figueirense 52 34 16 4 14 56 49 7 51.0
Joinville 52 34 15 7 12 50 39 11 51.0
América-MG 52 34 13 13 8 45 38 7 51.0
10º Paraná 51 34 14 9 11 49 33 16 50.0
11º Boa Esporte 47 34 12 11 11 30 39 -9 46.1
12º Oeste-SP 43 34 11 10 13 37 49 -12 42.2
13º Bragantino 42 34 12 6 16 33 39 -6 41.2
14º Guaratinguetá 41 34 11 8 15 38 45 -7 40.2
15º América-RN 41 34 10 11 13 41 50 -9 40.2
16º ABC 39 34 11 6 17 40 55 -15 38.2
17º Paissandu 36 34 9 9 16 38 53 -15 35.3
18º Atlético-GO 35 34 9 8 17 34 45 -11 34.3
19º São Caetano 32 34 8 8 18 40 53 -13 31.4
20º ASA 29 34 9 2 23 37 68 -31 28.