Depois de confirmado como técnico interino, Rogerinho Gameleira avisou logo que já tem o time na cabeça para o jogo de sábado (15h20, horário de Belém) no Recife. Disse que vai aguardar os treinos desta semana, mas pretende aproveitar o máximo de atletas locais, a fim de garantir uma despedida digna e honrosa. O time deve ter pelo menos cinco jogadores locais. Reflexo dessa nova filosofia, os jogadores Eliélton (zagueiro), Murilo (volante), Jefferson, Araújo e Washington (meias), promovidos da base, já treinam entre os profissionais. Jogadores que não tiveram muitas chances também podem ter chance. Rogerinho comentou ainda o clima de festa que o Sport vive, em função do acesso à Série A. “A gente sabe que eles lá estão em festa, mas nós não vamos pra lá (para o Recife) pra festa. Vamos pra jogar bem”, afirmou. Provável escalação do Papão: Mateus (Paulo Rafael); Pikachu, Fábio Sanches, Dirceu (Leonardo) e Gaibú (Caio); Pablo, Artur, Djalma e Jaílton; Aleílson e Héliton. (Foto: MÁRIO QUADROS/Arquivo Bola)
Dia: 26 de novembro de 2013
Copa Verde terá início em fevereiro
O diretor de Competições da CBF, Virgílio Elísio, informou nesta terça-feira que a Copa Verde, antes prevista para ocorrer entre 19 de janeiro e 16 de fevereiro, só será iniciada em fevereiro de 2014. Com a participação confirmada de 16 clubes, a Copa deve ter sua tabela divulgada até o dia 4 de dezembro. E explicou os motivos do adiamento: “São duas competições paralelas, a Copa do Nordeste e a Copa Verde. A primeira começa no dia 19 de janeiro e a segunda começava em seguida. Precisava ajustar o início da outra de maneira que não se sobrepusesse à primeira parte da Copa do Nordeste. Pela razão de ajuste das duas tabelas e, em parte, de interesse da televisão é que houve a mudança”, disse Virgílio. O Pará é o único Estado com três participantes – Paissandu, Paragominas e Remo. Clubes das regiões Norte e Centro-Oeste, além do Espírito Santo, irão disputar a Copa, que terá sistema mata-mata, com jogos de ida e volta, começando pelas oitavas de final. A competição também dará ao campeão uma vaga na Copa Sul-Americana 2015.
O passado é uma parada…
A frase do dia
“Joguei mais do que o Ronaldo”.
Edmundo, em entrevista à ESPN
Eduardo Ramos confirma negociação com o Remo
Começou a debandada no Papão. Depois de praticamente confirmado o rebaixamento à Série C, a diretoria decidiu liberar os jogadores que têm contrato até dezembro com o clube. Um dos primeiros a acertar desligamento foi o meia Eduardo Ramos, que fez suas despedidas da Curuzu. Antes, lamentou a queda. “Saio triste por não ver nosso objetivo, que era a permanência do Paissandu na Série B, ser concluído”, disse. Criticado nas últimas rodadas por não reeditar as atuações do Campeonato Paraense, Ramos garantiu ter se empenhado ao máximo com a camisa do clube.
“Em nenhum momento faltou aplicação de minha parte. Infelizmente nem sempre as coisas funcionam da maneira que a gente quer”. Sobre o propalado acordo com o Remo, confirmou que há uma negociação em andamento com o rival: “O convite existe. Não posso evitar que ele seja feito”, comentou. “Mas não existe nada fechado. O que há, como disse, é o convite”, declarou. Admitiu que os principais responsáveis pela má campanha do Paissandu na Série B foram os jogadores. “Não temos como fugir dessa responsabilidade”, finalizou. (Foto: MÁRIO QUADROS/Bola)
Em tempo: quem lê o blog, a coluna no Bola e ouve os comentários deste escriba baionense ficou sabendo dessas negociações entre Eduardo Ramos e o Remo em cima do lance – ainda em abril, quando elas foram iniciadas.
A sentença eterna
“Fiquei magoado, não por me teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te”.
Friedrich Nietzsche
Bode na sala da Justiça
Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa
Os jornais noticiam nas edições de segunda-feira (25/11) a substituição do juiz das execuções penais do Distrito Federal encarregado de providenciar o cumprimento das sentenças do Supremo Tribunal Federal contra alguns dos condenados na Ação Penal 470. A principal controvérsia se refere ao tratamento conferido ao deputado José Genoíno, que foi encarcerado precipitadamente por ordem do presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, mesmo em convalescença após um grave procedimento cirúrgico.
A imprensa observa que o novo juiz encarregado de determinar as condições de cumprimento das penas em Brasília é filho de um dirigente do PSDB e de uma funcionária do Ministério da Ciência e Tecnologia que milita ativamente na campanha presidencial do senador Aécio Neves. Em sua página no Facebook (ver aqui), a mãe do magistrado não esconde a orientação política da família.
Esse é apenas um dos aspectos da confusão em que se transformou aquilo que a imprensa brasileira tem considerado como o “novo tempo” da Justiça no Brasil. O protagonismo exagerado do presidente da Suprema Corte contribui para acirrar radicalismos e se constitui, hoje, em fator de desestabilização política.
Bastaram poucos dias para que os fatos desmontassem a versão construída pela imprensa em torno do julgamento da Ação Penal 470. Logo após o início do cumprimento das penas, algumas personalidades do mundo jurídico se dão conta de que o que rege as decisões da mais alta corte nacional não é o propósito de fazer Justiça, mas um obscuro sentimento de vingança cujas razões precisam ser esclarecidas.
A se considerar certos comportamentos obsessivos do ministro, há alguma coisa de doentio nesse processo, que extrapola questões penais e ideológicas. Com a cautela que o protocolo exige, personalidades do mundo jurídico têm feito chegar à mídia seus cuidados com relação ao acúmulo de erros nesse processo.
Crimes onipresentes
Como nos cabe aqui observar a imprensa e não as instituições diretamente, convém fazer um retrospecto dos acontecimentos para estabelecer algumas responsabilidades.
Não é preciso grande esforço para reconhecer que, independentemente dos elementos objetivos que formam o processo da Ação Penal 470, a imprensa teve um papel central nas decisões dos ministros do Supremo Tribunal Federal, em especial nas funções do presidente da Corte.
Joaquim Barbosa, transformado em herói nacional, e outros ministros, revelaram possuir personalidades sensíveis à bajulação, o que transformou as sessões do Supremo em espetáculos midiáticos nos quais o princípio da Justiça foi submetido ao crivo da popularidade de seus protagonistas.
O encarceramento precipitado de onze dos doze condenados, em feriado nacional, explicita o propósito de ganhar as manchetes no fim de semana prologado, mais do que uma decisão baseada nas normas penais.
Valeu pelas manchetes.
Mas, daqui para a frente, a imprensa terá que administrar cuidadosamente o desempenho midiático do presidente do STF. A figura de Barbosa representa o bode na sala, que a imprensa vai ter que remover antes que comece o julgamento daquele outro processo por corrupção chamado de “mensalão tucano”.
A “nova era na democracia brasileira – a Era dos Corruptos na Cadeia”, anunciada na semana passada pela revista Época, será revelada, então, como mais uma dessas farsas que enchem nossos livros de História.
O Judiciário, que já arrastava a tradição do nepotismo e a maldição de produzir, em sua face mais perversa, os frutos da desigualdade social, agrega ao seu prontuário o personalismo a reboque da mídia.
Enquanto isso, na vida real seguem se acumulando nos cartórios as ações sem julgamento, e consolida-se na sociedade a convicção de que o crime sempre compensa – o caso da Ação Penal 470 é apenas “um ponto fora da curva”. Relatos de procuradores e juízes distritais indicam, por exemplo, que a violência contra a mulher se agrava no Brasil, a despeito da legislação específica, porque os culpados, mesmo quando condenados, cumprem apenas uma fração de suas sentenças. O crime organizado se sofistica, a corrupção virou estratégia em todas as instâncias do poder.
O livro intitulado Crimes onipresentes – Histórias reais sobre assassinatos, responsabilidade moral e impunidade, traz uma fração desse descalabro. O autor, o promotor de Justiça Ricardo Rangel de Andrade, descreve com realismo cruel como o crime é consentido e até estimulado pela inoperância da Justiça e pela corrupção policial. A verdadeira Justiça brasileira está descrita em suas páginas; a politicagem que desmoraliza o STF é a joia da coroa.
Capa do Bola, edição de terça-feira, 26
Sob medida para emergentes
Por Gerson Nogueira
Não há como discutir, nem adianta arrolar aquelas estatísticas tão ao gosto de certos técnicos e alguns poucos comentaristas, a verdade é insofismável: este foi o campeonato mais garapa desde que o sistema de pontos corridos foi inventado. Por razões óbvias, o Brasileiro da Série A é tido e havido como um dos mais difíceis do planeta, mais até do que o duríssimo certame inglês. Pelo simples fato de que pelo menos 12 equipes são candidatas naturais e normais ao cetro máximo.
Desta vez, a coisa se ampliou e a margem de possibilidades passou a abranger até 15 competidores, mesmo aqueles considerados emergentes. Além dos quatro grandes do Rio, dos quatro paulistas, dos dois gaúchos e dos dois mineiros, há o Atlético-PR, o Goiás, o Vitória e – até o fim do primeiro turno – o Coritiba, ora às voltas com o risco de rebaixamento.
Convenhamos, nenhum outro campeonato do primeiro mundo do futebol oferece tantas variáveis em relação ao título. A competitividade natural entre os grandes clubes, as rivalidades estaduais e o nivelamento técnico por baixo explicam, em boa medida, o equilíbrio reinante.
Tem sido assim há quase uma década, mas nos últimos anos a situação tornou ainda mais generosa as probabilidades de um emergente chegar ao topo ou se imiscuir na batalha por uma vaga na Taça Libertadores da América.
Em 2012, o Fluminense livrou vantagem desde as primeiras rodadas e, apesar de atuações pouco convincentes, foi levando de roldão e terminou vitorioso. Embora sem brilho, mas com um elenco caro, cumpriu a tradição. Times que têm boas peças de reposição levam vantagem sobre os menos aquinhoados.
Desta vez, a duas rodadas do fim, o título está decidido como na última temporada, mas pelo menos seis times batalham pelas vagas ao torneio continental. Mais que isso: pela forma como o Cruzeiro se apresentou, lembra muito a trajetória do Flu. Teve alguns lampejos de excelência, mas, no geral, se consolidou por força de um elenco bem definido, mesclando jovens e veteranos, poucas (e eficientes) estrelas e muitos operários.
Talvez seja essa a fórmula adequada para os pontos corridos, mas salta aos olhos que o Cruzeiro navegou em águas tranquilas pelo sofrível nível técnico da competição. Pela somatória de seus atributos e a competência necessária para driblar os obstáculos, o time mineiro merecidamente conquistou a competição com larga antecedência – inédita no novo modelo de disputa.
Não se pode, porém, ignorar que tradicionais competidores ficaram fora de combate desde os primeiros movimentos no tabuleiro. Corinthians, cansado pelos festejos do título mundial de clubes, jogou a toalha ainda no primeiro turno. Internacional, que ensaiou ser o novo Fluminense, contratando vários astros, também saiu de combate prematuramente.
O Atlético-MG, campeão continental, dedicou-se a treinar para a decisão mundial. O Flamengo, com um elenco modesto, errou de início ao apostar em Mano Menezes e só pegou embalo sob a batuta de Jaime. O Vasco desabou sob o peso da desambição. O São Paulo ficou ameaçado de rebaixamento até a metade do returno.
Na ressaca pós-Neymar, o Santos nem se apresentou para a disputa, tendo discretíssima passagem. O Fluminense, com elenco ainda milionário, é responsável pelo grande vexame do torneio até aqui, sendo obrigado a ir até o final com a corda no pescoço.
Com tantos bichos-papões fora de cena, sobrou para alguns poucos candidatos tradicionais, como Grêmio e Botafogo, que não tiveram fôlego para acompanhar a disparada cruzeirense. Além deles, Atlético-PR, Goiás e Vitória entraram no vácuo aberto pelos favoritos, empreendendo campanhas muito acima das expectativas.
Pode ser mais democrático e lucrativo para os primos pobres, mas, sem dúvida, o torneio sofre com a indigência técnica e a ausência de fortes emoções quando o desfecho é atropelado pelo anticlímax, com as grandes torcidas barradas no baile. Por outro lado, nunca antes na história da Série A foi tão fácil alcançar as primeiras colocações.
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Papão junta cacos e refaz planos
Depois do desastre consumado, a diretoria do Paissandu agiu rápido, liberando o suspenso Vagner Benazzi antes da partida final contra o Sport. Acertou também ao optar por Rogerinho Gameleira, levando em conta o bom aproveitamento dele sempre que assumiu interinamente a função.
O sonho dos dirigentes é trazer Sidney Moraes, protagonista de surpreendente campanha à frente do Icasa, para começar do zero em 2014. A rigor, excelente escolha. Sidney é jovem e provou competência com elenco modesto. O problema é a valorização de seu nome, que deve atrair outros interessados do Brasil inteiro.
A segunda alternativa é Dado Cavalcanti, que está deixando o Paraná e tem perfil muito parecido com o de Sidney.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 26)
Capa do DIÁRIO, edição de terça-feira, 26
No choque leonino, triunfo do Leão da capital
São Francisco: Tiago Neimar; Rodrigo, Perema, Kiko e Gerson (Felipe); Leandro Chocolate, Boquinha, Rochinha (Aldair) e Ricardinho; Elielton e Jefferson (Caçula). Técnico: Joaci Moura.
Remo: Fabiano; Levy, Igor João, Rubran e Alex Juan; Jhonnatan, André (Nadson), Ratinho (Carlinho Rech) e Ted (Rodrigão); Guilherme (Rodrigo) e Val Barreto. Técnico: Charles Guerreiro.
Cartões amarelos: Leandro Chocolate (São Francisco), Rodrigo (São Francisco), Kiko (São Francisco), Fabiano (Remo), Alex Juan (Remo). Local: Estádio Barbalhão. Árbitro: Odonaldo Cardoso.