Paissandu x Palmeiras (comentários on-line)

Campeonato Brasileiro da Série  B 2013
Paissandu x Palmeiras – estádio Mangueirão, 20h50 
Ingressos – R$ 20,00 (arquibancada) e R$ 50,00 (cadeira)
Arbitragem – Anderson Daronco (RS); assistentes: Marcos A da Silva Brígido (CE) e Elan Vieira de Souza (PE).
Paissandu – Mateus; Pikachu, Fábio Sanches, Leonardo e Pablo; Vânderson, Zé Antonio, Jailton e Diego Barbosa (Djalma); Marcelo Nicácio e Héliton (Careca). Técnico: Vagner Benazzi.
Palmeiras – Fernando Prass; Henrique, André Luiz e Marcelo Oliveira; Wendell, Eguren, Márcio Araújo, Felipe Menezes e Juninho; Ananias e Alan Kardec. Técnico: Gilson Kleina.
Na Rádio Clube, Valmir Rodrigues narra; Rui Guimarães comenta. Reportagem – Dinho Menezes, Valdo Souza e Francisco Urbano. 

A sentença eterna

“Sobre os vestibulares. Se eu fizer os exames vestibulares, não passarei. E se o novo reitor da Unicamp fizer os vestibulares, não passará. Se o ministro da Educação fizer os vestibulares, não passará. Se os professores das universidades fizerem os vestibulares, não passarão. Se os professores dos cursinhos que preparam os alunos para passar nos vestibulares fizerem os vestibulares, não passarão (cada professor só passará na disciplina em que é especialista…). Se aqueles que preparam as questões para os vestibulares fizerem os vestibulares, não passarão. Então me digam, por favor: por que é que os jovens adolescentes têm de passar no vestibular? Os vestibulares são um desperdício de tempo, de dinheiro, de vida e de inteligência. Passados os exames, a memória (inteligente) se encarrega de esquecer tudo A memória não carrega peso inútil.”

Por Rubem Alves, escritor.

Cartola do Sport acusa árbitro de “roubo”

0002048128401_imgO árbitro Marcelo de Lima Henrique vai processar o presidente do Sport, Luciano Bivar, por danos morais. O juiz foi acusado pelo dirigente de favorecer o Ceará na vitória por 4 a 1, sobre o time cearense, no último sábado, em Fortaleza. Bivar ainda pediu a quebra de sigilo fiscar e telefônico de Lima. Marcelo recebeu com surpresa as declarações do dirigente e repassou o caso para seu advogado, o ex-árbitro Giualiano Bozzano, que também é diretor jurídico da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Anaf). Ele prometeu levar o caso para o STJD para pedir uma punição a Bivar.

“São acusações fortíssimas sem nenhum tipo de prova com objetivo único de desviar o foco, às vezes do que está acontecendo no próprio clube. Será protocolada nesta terça uma notícia de infração na Procuradoria do STJD para que analise a situação”, afirmou Bozzano. O principal motivo das reclamações de Bivar é o critério adotado pelo árbitro. O dirigente acusa o árbitro FIFA de ter prejudicado o Sport de forma intencional ao distribuir cartões para apenas jogadores do time perambucano.. Ele mandou um ofício à CBF para pedir a investigação do árbitro. (Por Agência Futebol Interior)

 

Darín versus Tarantino

Entrevistado em setembro no late show argentino Animales Sueltos, o ator e também argentino Ricardo Darín me sai com essa:

darin.JPG_141358524-594x444Fantino: É verdade que você recusou uma oferta para filmar em Hollywood com Tarantino?
Darín: Sim, é.
F: E por quê?
D: Porque me ofereceram o papel principal mas eu teria que fazer um traficante mexicano. E eu perguntei ao produtor por que os mexicanos sempre tem que fazer os traficantes se os maiores consumidores em nível planetário são os ianques.
F: E o que ele respondeu?
D: Bom, a resposta que ele me deu me incomodou tanto que confirmou minha escolha de não filmar com Tarantino. Me disse “Então é uma questão de dinheiro. Diga quanto você quer que pagamos. Você coloca o preço”. Quer dizer, não podem chegar a ver nem a compreender que existem códigos fora do dinheiro que alguns de nós temos… entende?
F: Mmm… não, na verdade não.
D: Como não? Ale, você é esperto, tem que entender o que falo…
F: Mas você poderia ter ganho mais dinheiro.
D: Mais dinheiro? Ser milionário? Pra quê?
F: Como pra quê? Pra ser feliz.
D: Feliz com mais dinheiro? Do que você está falando?

F: Bom, todos queremos ter mais dinheiro pra ser felizes.

D: Ale, eu tenho dinheiro, tenho um carro importado de alto nível. Como o que quero no café da manhã, no almoço e no jantar, e posso tomar dois banhos quentes por dia. Você tem ideia de quantas pessoas no mundo podem tomar dois banhos quentes por dia? Muito pouca gente, entende? E como eu não me considero um excelente ator, sempre digo a mim mesmo que foi por pura sorte, entende? Nesse mundo capitalista selvagem eu sou um cara de muita sorte. Eu sou um privilegiado entre milhões de pessoas. E mais, eu tenho a sorte de poder ver isso em mim, o que me permite ter uma boa conta bancária e não acreditar nela. Eu posso me ver de fora e dizer “Puta, que louco, que sorte você teve”.
F: Mas você filmaria em Hollywood… e não pode negar que do Tarantino ao Oscar seria um pulo…
D: Acho que eu não sei me explicar direito… eu já estive na cerimônia do Oscar e não gostei, tudo é de plástico dourado, até as relações entre as pessoas. Fui, aproveitei, mas esse mundo não é o meu, não é o que elegi nessa vida.

Numa época de busca desenfreada de likes, views, cliques e de questionamento das estruturas sociais, é sempre bom ter uns exemplos práticos e consistentes de quem prefere se apegar à substância do seu ofício. Pra não falar de quem tem uma mínima noção de como é a vida lá fora.

Darín agrega.

(Transcrito do blog Esquema)

Golazo

Por Lúcio Ribeiro

Confesso que eu fiquei meio perdido tentando acompanhar os compromissos futebolísticas todos da tarde do domingo, em frente à TV, computador no colo, o de sempre. Brasileirão podendo decidir o que já está decidido na parte de cima. O drama dos grandes na parte de baixo. Tremendo clássico na Inglaterra, o jogão do Italiano.

Mais ou menos das 3h da tarde às 8h da noite era tanta informação que eu não conseguia parar quieto em jogo nenhum.

É assim que se acompanha futebol nos tempos de hoje?

Mas, no meio do caminho das bolas dominicais, havia um Neymar. Embora fosse um dos jogos mais desinteressantes entre os interessantes da rodada mundial disponível na TV, um Barcelona com Messi e Neymar sempre chama aos olhos.

Daí, no momento em que sintonizei o jogo do líder do Espanhol contra o lanterna, para uma singela olhadela de passagem, fui recebido com um chapéu de calcanhar dado pelo brasileiro no oponente. Que levaria outro na mesma sequência se um companheiro não viesse acudi-lo com um providencial atropelamento de Neymar. O ex-santista já havia feito um gol no jogo, perdido um outro, deu mais passes do que costuma dar (afinal, está no “time dos passes”) e depois iria deixar de fazer, na segunda etapa, um desses golaços que vem ensaiando.

Acho que é isso que falta para Neymar encantar de vez no Barcelona. Como diz um amigo meu, um “golazo”, desses na linha Romário-Rivaldo-Ronaldo-Ronaldinho-Messi, de arrancadas, dribles geniais e finalização certeira.

Neymar parece estar ensaiando essa “desobediência” ao tiki-taka, como se viu anteontem e principalmente na semana passada contra o Milan, pela Champions League, quando se livrou de quatro adversários e, cara a cara com o goleiro, chutou por cima. Um outro supercraque foi evocado como referência espanhola a esse lance: “Uma jogada com a cara de Diego Armando Maradona”, destacou o jornal “As”.

Dificilmente Neymar baterá Cristiano Ronaldo ou Messi em janeiro na Bola de Ouro da Fifa como melhor jogador do mundo. Nem sequer sabe-se se estará entre os três indicados na lista de dezembro, que pode virar cinco só para caber o brasileiro.

Mas, quando esse “golazo” de Neymar acontecer, se ainda acontecer a tempo da premiação, das votações, ele passará automaticamente a ser cogitado, pode apostar.

Neymar já está entre os dez na lista da Fifa de gol mais bonito do mundo em 2013, pelo sem pulo contra o Japão em junho, pela Copa das Confederações.

Agora, daqui para a frente no Espanhol e na Champions League, sem o contundido Messi no caminho para “atrapalhá-lo”, o craque brasileiro pode fazer o timaço do Barça jogar para ele brilhar (Ok, Messi “atrapalhando” alguém do time é uma licença poética).

Neymar chegou na Europa pela porta da frente. Adaptou-se de forma espetacular num dos grupos mais fechados dos últimos anos. É o novo oxigênio que a Catalunha precisava. Falta pouca coisa para a gente começar a se perguntar aqui com seriedade se ele pode ser o melhor do mundo. Um “golazo” ajuda.

Palmeiras vem a Belém cheio de desfalques

Por Rafael Valente – da Folha de SP

O Palmeiras depende de apenas um empate hoje, contra o Paysandu, às 21h50, em Belém, para confirmar o título da Série B a três rodadas do final da competição. O líder, com 73 pontos, pode até entrar em campo campeão se a Chapecoense, vice-líder com 62, empatar com o Paraná, às 19h30. O bicampeonato da Série B, contudo, terá pouco valor para o clube oito vezes campeão do Brasileiro e também campeão da Libertadores. Sua importância será fora de campo para os alviverdes.

Se a taça for alcançada hoje, o clube poderá finalmente iniciar o planejamento para 2014, algo que tem se arrastado nas últimas semanas. A pendência principal (leia mais cima) é a decisão sobre o futuro do técnico Gilson Kleina. Com contrato até o fim do ano, ele ainda aguarda um posicionamento da diretoria sobre a renovação.

Kleina deseja ficar e, segundo a Folha apurou, ele já se reuniu duas vezes com a diretoria – uma delas na última terça-feira -, mas ainda não teve uma resposta. O assunto tem irritado Kleina, que já até tem uma declaração padrão sobre a renovação: “Aceitarei qualquer decisão que a diretoria tomar”. Oficialmente a diretoria não fala sobre o assunto. Mas já sondou o técnico Vanderlei Luxemburgo, demitido ontem do Fluminense (leia abaixo), e Oswaldo de Oliveira, que tem contrato com o Botafogo até o final do ano.

São nomes que agradam os dirigentes para conduzir o time na próxima temporada. Essa indefinição, contudo, reflete em outros casos. Por exemplo, qual será o futuro de Ananias, André Luiz, Bruno, Charles, Fernandinho, Leandro, Léo Gago, Marcelo Oliveira, Márcio Araújo, Rondinelly, Ronny, Vilson e Wendel, todos com contrato até o final de 2013. Também tem impacto na contratação de reforços. Os nomes são trabalhados em conjunto pela comissão técnica com a diretoria de futebol. E a aprovação depende de avaliação dos dois lados.

DESFALQUES – O time do Palmeiras hoje terá mudanças em quase todos os setores por conta de uma lista de desfalques. O meia Valdivia está fora para defender o Chile. O atacante Leandro, expulso contra o Joinville, está suspenso. Ontem, perdeu o volante Wesley, que sentiu o joelho direito e o atacante Vinícius, que torceu o tornozelo direito. Além deles, Vilson, Luis Felipe, Charles e Mendieta estão machucados e não jogam.

Antes do início das atividades de segunda-feira, o técnico Gilson Kleina conversou com os atletas. Ele treinou jogadas com bolas alçadas na área, no esquema de trabalho sem adversário em campo. Kleina treinou o time no 3-5-2 com Fernando Prass; André Luiz, Henrique e Marcelo Oliveira; Wendel, Márcio Araújo, Eguren, Felipe Menezes e Juninho; Alan Kardec e Ananias. (Com colaboração de Alinne Fanelli)

Copa: só restam ingressos para duas cidades

Seis horas após iniciada a segunda etapa de venda de ingressos para a Copa do Mundo de 2014, só restam bilhetes à venda para cinco partidas, em duas cidades – Manaus e Cuiabá. Não há mais ingressos para as outras dez cidades que receberão partidas do Mundial – São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Brasília Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Fortaleza Recife e Natal. Mas atenção: se você não conseguiu ingresso nesta etapa, ainda terá outras oportunidades.

No dia 8 de dezembro, a Fifa iniciará a segunda fase de venda, novamente para os 64 jogos do Mundial, incluindo abertura, final e jogos do Brasil na primeira fase. Novamente será preciso solicitar o bilhete desejado, via site da Fifa, e caso a procura for maior que a demanda haverá sorteio para definir quem ficará com os bilhetes.

Às 9h (de Brasília) desta segunda-feira, a Fifa colocou em negociação 229 mil entradas por compra direta, somente por meio de seu site (www.fifa.com/ingresso), sobra da primeira etapa que negociou mais de 800 mil ingressos. Sete das 64 partidas estavam esgotadas desde o início, mas restavam poucos bilhetes para as partidas em São Paulo, Rio, BH e Porto Alegre e os da categoria 4, o mais barato e exclusiva para residentes no Brasil. (Com informações da Fifa) 

Um campeão sem rabo preso

Por Gerson Nogueira

bol_ter_121113_15 NOVA.psQuando Dagoberto diz que o Cruzeiro já é o campeão e tem todo o direito de comemorar traduz apenas o que todos já sabem. Há um novo campeão nacional, embora os idiotas da objetividade insistam que a matemática ainda não se cumpriu por completo. Ocorre que, pelas leis da lógica e da probabilidade, ou pelo simples olhômetro, não há como imaginar que alguém possa alcançar a incrível máquina de vitórias montada por Marcelo Oliveira.

Ao contrário das previsões iniciais, que indicavam um forte equilíbrio na disputa, o Cruzeiro se desgarrou ainda no início do returno, abrindo vantagem sobre o Botafogo, e não permitiu mais qualquer aproximação. Os raros tropeços não tiveram maiores consequências justamente porque o time acumulou gordura de pontos suficiente para aguentar os solavancos da longa competição.

Alguns dos segredos dessa trajetória vitoriosa são o criterioso planejamento, com aprendizado junto aos grandes clubes ingleses quanto ao condicionamento de atletas, e a própria política de contratações, que trouxe astros como Júlio Batista e Dedé, mas priorizou jogadores menos conhecidos (e mais em conta), como Ricardo Goulart, Borges, Ceará e Éverton Ribeiro.

O ponto fundamental da conquista cruzeirense é o reconhecimento unânime dos méritos do time. Coisa rara no Brasil de arbitragens canhestras e suspeitas. O Cruzeiro é, provavelmente, o primeiro campeão da era dos pontos corridos a não ter nenhuma sombra de dúvida quanto à lisura de seu feito.

Ou alguém já esqueceu as desconfianças que rondaram títulos recentes, como aquele do Corinthians, de Ronaldo Fenômeno, que alijou o próprio Cruzeiro num lance de pênalti até hoje não digerido pela massa azul de Minas Gerais, apontado pelo notório Sandro Meira Ricci.

Ou, ainda, aquele último Brasileiro conquistado pelo São Paulo, quando até a CBF pôs em dúvida a seriedade do ínclito Wagner Tardelli, substituindo-o na véspera do jogo final por ter recebido mimos tricolores.

Quanto às cismas, nem precisaria ir tão longe. No ano passado, o Fluminense levantou a taça, mas colecionou uma série de arbitragens simpáticas, sob protestos dos demais clubes.

Por tudo isso, o Cruzeiro já merece aplausos gerais. Até a presente data, não há registro de nenhum jogo sob dúvidas quanto ao merecimento do time estrelado. Prevaleceu sempre a força de conjunto e a qualidade individual da equipe. Título merecidíssimo.

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Vencer é a única alternativa

Desnecessário dizer que é mais um jogo decisivo. Ao Paissandu só a vitória consola. O Palmeiras, cheio de reservas na equipe, vem ao Mangueirão para sacramentar o bicampeonato nacional da Série B. Vem, ainda, buscar motivos para que o técnico Gilson Kleina seja mantido no cargo.

A realidade do Verdão é que a conquista antecipada deixou o time relaxado, sem maiores preocupações. Chance para que o Papão deixe as hesitações de lado, abandone as cautelas e parta com tudo em busca dos três pontos. Afinal, não há nada mais a perder.

Por razões óbvias, Benazzi deve manter Djalma e Pablo na equipe. Com a volta de Pikachu, o time conta com seu mais efetivo atacante. Já a ausência de Eduardo Ramos, apesar da má atuação no sábado, não há como suprir.

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Uma pálida sombra do passado

Sete vitórias, nove empates e dez derrotas. Este foi o saldo da pífia passagem de Vanderlei Luxemburgo pelo Fluminense, onde sua permanência foi esticada pela vontade do patrocinador e quase dono do clube. A campanha ia de mal a pior, a torcida exigia a saída do treinador, mas ele foi ficando e fazendo o time afundar ainda mais.

A partir do ocorrido no Fluminense, algo precisa ser revisto na relação de Luxemburgo com os clubes brasileiros. A cada novo fracasso – e são vários nos últimos cinco anos (Santos, Palmeiras, Flamengo, Grêmio e Fluminense) –, imagina-se que o alto custo de sua comissão técnica será redimensionado, mas sempre aparece alguém disposto a pagar mais.

Deve-se a Luxemburgo, aliás, o mérito questionável pela inflação vertiginosa nos salários de técnicos nacionais, cujo trabalho nunca esteve à altura. O nível geral é tão rastaquera que, desde a saída de Felipão do Chelsea, nenhum outro treinador brasileiro foi lembrado para dirigir equipes de ponta no futebol europeu.

A mística de técnico vitorioso há muito que se tornou apenas uma referência do passado. Luxemburgo nunca mais acertou a mão e se mantém hoje muito mais por força do estilo polêmico e graças à rasa qualificação dos dirigentes de clubes.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 12)