A frase do dia

“O presidente será tratado (no Hospital Sírio-Libanês) como qualquer pessoa que pode ser atendida lá. Se todos pudessem ter o mesmo tratamento, seria o melhor. Mas não é o momento para isso (para polêmica). Acho que isso é uma espécie de recalque, eu não endosso isso. É um equívoco. Não tenho visto (as manifestações), mas acho um equívoco. Vida humana, saúde, não, que é isso! (…) Eu tenho uma relação antiga com ele, me lembro de São Bernardo do Campo, quando eu ia para lá, estávamos começando aquelas lutas todas”.

De Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República, sobre a doença de Lula.

LOP confirma desligamento de Sandro

O presidente do Paissandu, Luiz Omar Pinheiro, confirmou no final da manhã desta segunda-feira o desligamento do jogador Sandro do elenco de profissionais do clube. Segundo o dirigente, o próprio jogador teria pedido demissão, insatisfeito com o atraso de salários e problemas de relacionamento no time. Sandro teria discutido com o diretor de futebol, Antonio Cláudio Louro, no último sábado. O jogador Josiel, que foi dispensado na semana passada, continua em Belém à espera da rescisão contratual com o clube. Outros jogadores poderão ser desligados antes da viagem do grupo para Lucas do Rio Verde.

Andrade vence a primeira pelo Papão

Com gols de Héliton, aos 11 do primeiro tempo, e Rafael Oliveira, aos 32 do segundo, o Paissandu derrotou a seleção de São Miguel do Guamá na tarde desta segunda-feira. Foi a primeira vitória de Andrade no comando da equipe, que não teve maiores dificuldades para vencer o adversário. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)

Papão faz amistoso em São Miguel

O Paissandu faz amistoso hoje, às 16h, contra a seleção de São Miguel do Guamá. O time chegará minutos antes do jogo, pois a comissão técnica preferiu que a viagem fosse à tarde, curiosamente para diminuir o desgaste físico. Andrade deve usar praticamente todos os titulares. Provável escalação: Alexandre Fávaro; Claudio Allax, Márcio Santos, Leandro Camilo e Fábio; Vânderson, Daniel, Andrei e Luciano Henrique; Rafael Oliveira e Héliton.

Não há solidariedade nem no câncer

Por Xico Sá

É, tio Nelson, o brasileiro, quando protegido pelo anonimato, não é solidário nem no câncer. E não estamos batucando na tecla e no lengalenga do politicamente correto. Corta essa. O brasileiro não é solidário nem no câncer em muitas ocasiões. É o que vemos nos comentários de blogs e redes sociais agora em relação à doença do ex-presidente Lula.

Nas ruas, nas famílias e na missa de corpo presente, ainda vale a comoção, a compaixão, piedade e outros sentimentos. Sob o capa de um anônimo e furioso Batman, o ataque dos comentaristas é fulminante, a doença vira metáfora para o desabafo e a ira política dos fundamentalistas que enfrentam diuturnamente o lulismo-petista.

“Minha suspeita é que a interatividade democrática da internet é, de um lado um avanço do jornalismo e, de outro, uma porta direta com o esgoto de ressentimento e da ignorância”, escreveu Gilberto Dimenstein, espantado com as manifestações recebidas na caixa de comentários da sua coluna aqui na Folha.com. Vasculhando as caixas postais de vários blogs e colunas que trataram sobre o assunto, observamos que não é um caso isolado. É tendência. Tem, mas está faltando a referida solidariedade.

Agora vemos o personagem Edgar, da peça “Bonitinha mas ordinária”, do tio Nelson Rodrigues, salivando, obsessivo, atribuindo a sentença ao Otto Lara Resende: ”O mineiro só é solidário no câncer.” O mineiro aqui entra como parte pelo todo, claro, mas deixemos o próprio canalha Edgar com o verbo, de novo: “Mas olha a sutileza, não é bem o mineiro, ou não é só o mineiro. É o homem, o ser humano. Eu, o senhor ou qualquer um, só é solidário no câncer. Compreendeu?”

É, tio Nelson, este último reduto da solidariedade está indo para o saco. Pelo menos no baile de mascarados da internet.

Coluna: O brilho da jovem estrela

Neymar, ao longo da semana, foi incluído entre os 50 melhores do mundo, na pré-seleção de jogadores habilitados ao prêmio máximo da Fifa. No sábado à tarde, mostrou que já merece distinção maior. Marcou cinco vezes (um não valeu) contra o Atlético-PR no clássico jogo de um homem só. Sem susto, pode-se dizer que o santista está hoje entre os cinco melhores do planeta – os outros seriam Messi, Iniesta, Cristiano Ronaldo e Reuben (ou Ibrahimovic). Ainda assim, há quem torça o nariz para o jovem atacante. A mais comum das críticas é a fama de cai-cai, estigma que já sepultou carreiras promissoras, como a do rubro-negro Sávio.
Franzino, Neymar raras vezes leva a melhor no choque com defensores adversários. Abusado, não foge da marcação e por isso sofre muitas faltas. Ocorre, porém, que quando está com a bola nos pés transforma lances banais em grandes acontecimentos para apreciadores de bom futebol, e isso é o que realmente interessa.
A evolução natural de seu jogo deve levá-lo em pouco tempo à lista de três finalistas da premiação da Fifa, talvez em dois ou três anos. Como é muito jovem, precisa acrescentar ao arsenal de dribles a consciência tática que ainda não tem. Aprenderá também a encurtar espaços, evitando o desgaste excessivo.
No Santos, Neymar é uma andorinha solitária e decisiva. Tem as regalias naturais de um rei, mas precisa estender isso ao resto do mundo e a ocasião propícia está chegando. O esperado confronto com o Barcelona, no Mundial de Clubes, será seu teste de fogo.
A limitação imposta pelo time do Santos, que é apenas mediano, não impediu a explosão de Neymar. Cercado de parceiros aplicados, mas limitados, consegue operar milagres. Quando Paulo Henrique Ganso estava em forma, o jovem regente tinha um companheiro à altura para dialogar em campo. Atualmente, só pode contar com coadjuvantes esforçados. 
Sua provável transferência para o futebol europeu introduzirá outro componente: o condicionamento atlético. Nenhum grande time do Velho Continente confia em magrelos como Neymar. Por isso, o moleque deverá ser submetido a uma preparação rigorosa, como foi feito com Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho e o próprio Messi.
A dúvida é se a flexibilidade natural para os dribles sobreviverá ao processo. Neymar ficará apto a encarar lances mais brutos, porém sem a mesma velocidade de hoje. Transformações são inevitáveis, mas não podem apagar a fagulha que diferencia o craque dos simples mortais. 
 
 
De um café da manhã entre Luiz Omar, Andrade, Antonio Louro e Lecheva, marcado para hoje, sairá a sentença quanto a dispensas no Paissandu. Alexandre Carioca, Rodrigo Pontes, Vagner, Salomón e Rubio são os nomes mais prováveis. Mas até ex-intocáveis, como Sandro, podem entrar na barca. Tudo em nome do projeto de pacificação da Curuzu.  

 
No Souza, a matinal de futebol é sempre festiva. Ontem, porém, o jogo entre Tuna e Ananindeua foi marcado por jogadas ríspidas e até agressões. Quase todo o primeiro tempo foi dedicado a um UFC fora de lugar. Tudo sob a complacente visão da arbitragem. A pobreza técnica da partida só foi atenuada pelo lance do penal perdido por Felipe Mamão e pelo gol do zagueiro Cristovão, que surpreendeu a extenuada zaga do Ananindeua e tocou na saída do goleiro André Luiz. Um lance de categoria que poderia ser assinado por um atacante.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 31)