Benazzi deixa o cargo, Rogerinho assume

A Assessoria de Comunicação do Paissandu informou, no final da tarde desta sexta-feira, que Vágner Benazzi rescindiu contrato com o clube. Faltando uma rodada para o final da Série B do Campeonato Brasileiro, o técnico acertou suas contas com o presidente Vandick Lima e deixou o comando, que passa a ser ocupado interinamente pelo auxiliar Rogerinho Gameleira. Junto com Benazzi saiu toda a comissão técnica. Suspenso, ele não poderia dirigir o time no jogo de sábado, no Recife, contra o Sport. O experiente treinador começou seu trabalho na Curuzu no final de setembro (estreando na 24ª com vitória sobre a Chapecoense por 2 a 1). Ficou por 14 rodadas, colecionando quatro vitórias, quatro empates e seis derrotas – aproveitamento de 38%.

A história de “Superhomem, a canção”

Por Gilberto Gil

“Eu estava de passagem pelo Rio, indo para os Estados Unidos fazer a excursão do lançamento do Nightingale (…) Estava hospedado na casa do Caetano. Como eu tinha que viajar logo cedo, na véspera da viagem eu me recolhi num quarto por volta de uma hora da manhã.
De repente eu ouvi uma zuada: era Caetano chegando da rua, falando muito, entusiasmado. Tinha assistido o filme Superhomem. (…) Caetano estava empolgado com aquele momento lindo do filme, em que a namorada do Superhomem morre no acidente de trem e ele volta o movimento de rotação da Terra para poder voltar o tempo para salvar a namorada. Com aquela capacidade extraordinária do Caetano de narrar um filme com todos os detalhes, você vê melhor o filme ouvindo a narrativa dele do que vendo o filme… Então eu vi o filme. Conversa vai, conversa vem, fomos dormir.
“Mas eu não dormi. Estava impregnado da imagem do Superhomem fazendo a Terra voltar por causa da mulher. Com essa idéia fixa na cabeça, levantei, acendi a luz, peguei o violão, o caderno, e comecei. Uma hora depois a canção estava lá, completa. No dia seguinte a mostrei ao Caetano; ele ficou contente: ‘Que linda!’ “.

O adeus de Benazzi

PSCXABC serieB-MQuadros (33)“Infelizmente não consegui conquistar meu objetivo, que era manter o Paysandu na Série B, mas não tenho o que reclamar do time, que lutou, jogou. Aceitei o desafio e encontrei um grupo desunido e depois o clima no vestiário ficou diferente. Tenho certeza que o Vandick vai conseguir isso (dar a volta por cima), porque ele é honesto”.

De Vagner Benazzi, técnico do Paissandu, de saída do clube depois do virtual rebaixamento para a Série C. 

Novo juiz dos réus é filho de ex-deputado tucano

O colunista Fernando Rodrigues, da Folha de S. Paulo, divulgou o envolvimento com o PSDB do novo juiz que ficará responsável pela execução penal dos condenados da Ação Penal 470, chamada de “mensalão”. Bruno André da Silva Ribeiro, tem 34 anos e é filho de Raimundo Ribeiro, que foi deputado distrital em Brasília pelo PSDB. Bruno assume o caso substituindo o juiz titular da Vara de Execuções Penais de Brasília, Ademar Silva de Vasconcelos, que teria se desentendido com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa. Segundo informa Fernando Rodrigues, o juiz teria antecipado a volta de suas férias para assumir o processo de execução penal.

Seu pai, Raimundo Ribeiro, fez carreira na política de Brasília, onde se elegeu deputado distrital em 2006 (com 8.303 votos), pelo nanico PSL, e em 2010 (com 12.794 votos), pelo PSDB. No momento, não exerce o mandato porque sua posse ficou pendente por causa de um outro candidato que conseguiu a vaga por meio de decisão judicial. Ribeiro foi durante quase um ano (de janeiro a outubro de 2007) secretário de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania de Brasília, na gestão do governador José Roberto Arruda (ex-PSDB e ex-DEM), que perdeu o mandato durante um escândalo de recebimento de propinas que ficou conhecido como “mensalão do DEM”.

Raimundo Ribeiro e sua mulher, Luci Rosane Ribeiro, têm páginas na rede social Facebook. Ela compartilhou em seu perfil uma imagem de Joaquim Barbosa com a seguinte frase: “Eu me matando para julgar o mensalão e você vota no PT? Francamente!”, seguida do comentário “Uma andorinha só não faz verão, acorda meu povo”.

Guerra de pastores movimenta a TV aberta

Bruno Marinoni, noObservatório do Direito à Comunicação

Nas últimas semanas, uma disputa entre grupos religiosos por espaço na TV aberta tem nos mostrado o capitalismo com as calças na mão. Igreja Universal do Reino de Deus e, sua dissidência, Igreja Mundial do Poder de Deus se engalfinham por espaço na grade de programação das emissoras do grupo Bandeirantes. Quem levou melhor foi o bispo Edir Macedo, que desbancou na segunda semana de novembro o apóstolo Valdemiro Santiago na Band e na Rede 21 (do mesmo grupo), o que fez com que este fosse buscar refúgio na RedeTV!. Embaladas por cânticos e sermões, as cifras em jogo giram em torno das centenas de milhões de reais. Trabalhadores são obrigados a cumprir jornadas extenuantes (fala-se de quinze horas) na produção de dezenas de horas diárias de programação. Os grupos concorrentes desbancam os mais fracos e concentram dinheiro, programação e fiéis. Tudo isso se utilizando de uma prática no mínimo questionável de arrendar tempo de veiculação em concessões públicas de televisão.

Com uma dívida de R$ 21 milhões e inadimplente, a Mundial foi preterida, em nome de uma melhor oferta da Universal. Agora ela quer uma indenização de R$ 200 milhões. Especula-se que o grupo Bandeirantes fature até R$ 150 milhões na venda de espaço para cultos eletrônicos.
Com a concentração de espaço por meio do poder econômico, o oligopólio evangélico vai crescendo avassaladoramente sobre a TV aberta. O gênero religioso é hoje o que mais ocupa espaço na televisão. Em 2012, deteve 13,55% do tempo de programação. Em alguns canais, o problema é mais grave, como na Bandeirantes (17%), CNT (37%), Record (23%), Rede TV (38%) e Gazeta (15%).
Como o capitalismo é um sistema misericordioso, é provável que a Mundial volte à Band em janeiro, para substituir o Claquete, um programa de menor retorno financeiro.

Tapetão pode rebaixar Lusa, Ponte e Criciúma

622_4b45718f-f91f-3359-ab27-31c5bdd1598c

Por Camila Mattoso, do ESPN.com.br

Enquanto o Campeonato Brasileiro segue sem definição sobre quais times vão ser rebaixados para a Série B, clubes se articulam para decidir o torneio na Justiça. Com a liderança de Coritiba, e a participação de Vasco e Fluminense, as diretorias conversaram para verificar súmulas da competição. O resultado obtido, segundo a visão desses cartolas, mostra que Ponte Preta, Portuguesa e Criciúma poderiam perder pontos.

Em contato com o ESPN.com.br, dois dirigentes explicaram que a regra que está sendo avaliada, que teria passado a valer neste ano, é uma que limita em cinco o número de jogadores transferidos de outros clubes da Série A. Os documentos de relatos dos jogos estão sob os olhares dos departamentos jurídicos dos times e também de especialistas do direito desportivo. 

O Regulamento Específico da Competição, no capítulo III, artigo nono, no seu parágrafo único, diz que “cada clube poderá receber até cinco atletas transferidos de outros clubes do Campeonato da Série A; de um mesmo clube da Série A, somente poderá receber até três atletas”.

m exemplo que, segundo os clubes reclamantes, fere o regulamento acima, seria a Portuguesa. Para a temporada de 2013, a diretoria paulista conta com pelo menos 13 atletas emprestados, sendo que desses, pelo menos dez chegaram de outras equipes da Série A.

A visão da CBF é diferente. Segundo Virgilio Elíseo, diretor do departamento técnico da entidade, o regulamento vale a partir do início do Campeonato Brasileiro e para jogadores que tenham disputado pelo menos um jogo do torneio pelo clube cedente. Assim, só haveria desrespeito ao regulamento caso um clube tenha mais de cinco jogadores que atuaram por outros clubes da Série A em 2013.

O plano dos que se queixam é terminar o estudo ainda no início desta semana. Se a conclusão dos advogados for de que o assunto procede, eles enviarão uma denúncia para a CBF e para o STJD, que deverá julgar o caso.

De acordo com o Código Brasileiro da Justiça Desportiva, a inscrição irregular de atletas na súmula implica na perda de três pontos. Com o que já foi analisado e interpretado, os dois paulistas e o catarinense deveriam perder, cada um, pelo menos seis pontos.

Assim, Portuguesa e Criciúma substituiriam Vasco e Coritiba na zona da degola.

Considerando a atual classificação, teríamos a seguinte mudança:

14 – Fluminense – 42 pontos
15 – Coritiba – 42 pontos
16 – Vasco da Gama – 41 pontos
17 – Portuguesa – 38 pontos
18 – Criciúma- 37 pontos
19 – Ponte Preta – 30 pontos
20 – Náutico – 17 pontos

Manaus e Curitiba abandonam projetos originais

arena-amazonia-a-stadium-being-built-for-the-2014-world-cup-under-construction-in-manaus-brazil-aug-12-2013-construction-of-the-stadium-in-the-middle-of-the-amazon-rain-forest-has-caused-a-1380064580137_615x300

Por Pedro Ivo Almeida e Vinicius Konchinski

Manaus não terá na Copa do Mundo de 2014 o estádio mais sustentável do país. Curitiba também não receberá seus jogos em uma arena com cobertura retrátil. Ambas as cidades não conseguiram cumprir seu cronograma original de obras para o Mundial do ano que vem e tiveram que desistir de seus projetos ambiciosos para tentar concluir seus estádios dentro do prazo estabelecido pela Fifa, que acaba dia 31 de dezembro.

As duas sedes da Copa estão entre as seis que ainda não terminaram as obras de suas arenas para o evento. São Paulo, Natal, Porto Alegre e Cuiabá completam essa lista. A capital do Paraná e do Amazonas, no entanto, foram as únicas que já oficializaram que não conseguirão concluir tudo o que haviam prometido até o início Mundial. Esse fato não afeta a participação das duas no torneio da Fifa.

Curitiba foi a primeira a abandonar seu projeto original de estádio. Em agosto, membros da Fifa acordaram com representantes do Atlético-PR que a ideia de instalar uma cobertura retrátil na Arena da Baixada precisava ser adiada.

A arena pertence ao Atlético-PR, mas sua reforma está sendo bancada com a ajuda de recursos públicos. Inicialmente, a obra no estádio o tornaria o primeiro do país a ter um telhado que abre e fecha conforme as condições climáticas, já em meados de 2014. Devido a atrasos, o projeto da cobertura será retomado só após o torneio.

“Fizemos um pedido para a cidade e o clube de adiar a cobertura retrátil para que o estádio esteja pronto para a Copa”, disse o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, após a reunião que selou o adiamento da ideia.

Meses depois da Arena da Baixada, foi a vez da Arena da Amazônia também desistir de seu projeto de sustentabilidade. Em outubro, o governo do Estado admitiu que não haverá tempo suficiente para que um sistema para geração de energia solar no estádio esteja pronto para o Mundial de 2014.

O projeto da usina tinha sido feito com ajuda do banco KFW (banco de desenvolvimento do governo alemão para países emergentes). A estatal Eletrobras chegou a se reunir com secretários de governo para ajudar na instalação de painéis de captação de energia dos raios do Sol no estádio. Tudo isso, porém, só deve ser feito após a Copa.

Corrida contra o tempo

As mudanças de planos, no entanto, não são garantia de que a Arena da Baixada e a Arena da Amazônia ficarão prontas até o final do ano, como quer a Fifa. A pouco mais de um mês do final do prazo, o estádio de Manaus ainda tem 9,5% do cronograma de obra a cumprir (está 90,5% concluído). Já a Arena da Baixada, segundo último balanço, está 83% pronta. O dado foi divulgado no final de setembro.

UOL Esporte entrou em contato na segunda-feira passada com o Atlético-PR para obter um dado mais atual do andamento da reforma. Não recebeu resposta. Caminhando pelo lado de fora do canteiro de obras, a reportagem constatou que ainda há muito o que fazer. Até os operários da arena não acreditam que ela esteja pronta em dezembro.

Os outros estádios também têm que correr para estarem prontos dentro do prazo. A Arena Pantanal, em Cuiabá, ainda não chegou aos 90% de seu cronograma; Arena das Dunas, em Natal, e o Itaquerão, em São Paulo, estão 94% prontos. O Beira-Rio, em Porto Alegre, atingiu 92% do seu cronograma.

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, afirmou na terça-feira que confia que todos os estádios da Copa do Mundo estarão concluídos ainda neste ano.

Uma tragédia anunciada

Por Gerson Nogueira
Que o rebaixamento do Paissandu não aconteceu sábado é de conhecimento até do torcedor mais distraído. A queda se desenhou ainda no começo do campeonato, quando a diretoria optou por prestigiar Lecheva, que havia obtido o acesso à Série B, mas esperou apenas três rodadas para substituí-lo sumariamente. Troca tão rápida indica que não havia interesse em tê-lo como técnico para toda a competição – e, sendo assim, não deveria nem ter iniciado o trabalho. Pior ainda foi a opção encontrada para a função. A ideia de “homenagear” Givanildo Oliveira, um técnico em vias de aposentadoria, foi mais infeliz do que iniciar o torneio com Lecheva.

unnamed (10)No mesmo período, o clube trouxe um gerente remunerado, com boa experiência em equipes da Primeira Divisão. Oscar Yamato, porém, não teve suas recomendações atendidas. Sugeriu uma lista de jogadores a serem contratados, mas raramente foi levado em conta. Se era para ignorar por que contrataram gerente?

Por decisões colegiadas ou não, o clube começou a trazer jogadores indicados por empresários. Alguns aproveitáveis, mas a maioria sem as qualificações que a Série B exigia – e o desenrolar da competição iria demonstrar. E os reforços considerados prioritários (e boas apostas), como Fábio Sanches e Marcelo Nicácio, não renderam o esperado.
Depois do previsível fracasso de Givanildo, o clube foi buscar Arturzinho, que produziu uma ligeira injeção de ânimo, mas se incompatibilizou com as estrelas do elenco – Vânderson, Nicácio e Iarley. Além do sistema de jogo confuso que o time mostrava, o técnico passou a ser boicotado porque exigia mais treinos e responsabilidade. Caiu mais por seus méritos do que pelos defeitos.
Foi Arturzinho o autor da frase emblemática, jamais desfeita, sobre o futuro do Papão na Série B: “Nem Guardiola teria sucesso com esse time”. Apesar da irritação que marca o comentário, o técnico estava certo, pois o maior problema sempre esteve no elenco, mal selecionado e inchado artificialmente.
Com uma folha salarial que termina a competição beirando R$ 800 mil, o Paissandu em nenhum momento exibiu um time confiável, capaz de se mostrar regular entre duas rodadas seguidas. Quando não ocorriam falhas de zagueiros como Bispo e Leonardo, o ataque desperdiçava as oportunidades criadas, devido à imperícia de Nicácio ou Dênis.
Depois de Arturzinho, o Paissandu trouxe Vagner Benazzi, ainda em tempo de evitar a queda. Famoso pelos acessos e salvações de times no interior de S. Paulo, Benazzi custou caro – trouxe dois auxiliares e preparador de goleiros – e disse logo que não podia operar milagres. Repetiu isso como mantra até a penúltima rodada.
Não podia fazer milagre, mas não foi capaz de mudar questões práticas. Com ele, o Paissandu ficou ainda mais retrancado e cauteloso, justamente quando mais necessitava vencer. O empate com o Oeste, fatal para as pretensões de reação final do Papão, deveu-se muito a esse conceito defensivista. A derrota para o Braga, anteontem, também.
Portanto, mais do lamentar a atuação desastrosa diante dos paulistas, agravada pelas péssimas condições do gramado do Mangueirão, é preciso olhar para o histórico do time no campeonato. Com comportamento tão caótico ao longo das rodadas, o Papão não podia esperar melhor sorte. O rebaixamento, embora cruel e doloroso, é inteiramente merecido. O clube fez o possível e o impossível para consegui-lo.
———————————————————-
Além da queda, o coice
Além das perdas financeiras com os gastos feitos a rodo nesta temporada, a ausência dos patrocínios oficiais na Série C e a falta de visibilidade da Terceirona, o Papão tem que ir contabilizando desde já os prejuízos de seis jogos fora de Belém ao longo da primeira fase do torneio. A condenação do STJD aos incidentes ocorridos na Curuzu no jogo contra o Avaí não cumprida este ano por força de manobras de bastidores. Mas, em 2014, seu preço será pago de forma implacável, com efeitos previsíveis na campanha do time.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta segunda-feira, 25)