“Amigos, o Robinho não ‘estragou a carreira’ coisa nenhuma. A carreira dele como jogador já estava no fim e ele está bem rico, vivendo melhor que 90% da população brasileira. O que ele estragou foi a vida da garota violentada mesmo”.
Os festejos pelos 406 anos de Belém continuam a acontecer. A Prefeitura de Belém, por meio da Coordenadoria Antirracista (Coant), realizou na manhã desta quarta-feira, 19, a Bênção das Águas com a presença de sacerdotisas que pediram bênçãos e proteção para a cidade oferecendo flores ao rio e entoando cantos à natureza.
“Essa é uma atividade da programação do aniversário de Belém para que os povos de matrizes africanas pudessem expressar o seu amor a nossa cidade. Estamos aqui no Portal da Amazônia e ele é cheio de natureza e tem muita ligação com as religiões de matrizes africanas. Que as energias das águas possam trazer saúde, prosperidade, paz e a boa convivência entre todas as religiosidades”, disse a titular da Coant, Elza Fátima Rodrigues.
Além de homenagear a cidade o encontro foi uma oportunidade para mostrar que as religiões das matrizes africanas são resistência e importantes para construção de uma cidade diversa e tolerante . “Eu agradeço do fundo do coração como prefeito de Belém as bênçãos que vocês estão dando para a nossa cidade. Esse momento também é de demonstração, por parte da autoridade municipal, do nosso respeito aos afro-religiosos que cumprem um papel importante para a constituição dessa Belém movida por fé e amor, a Belém do futuro”, disse o prefeito Edmilson Rodrigues, que participou do evento.
A representante dos Povos Tradicionais de Matriz Africana (Potmas), Mam’neto Nangetu, estava feliz em participar do encontro que enalteceu a cidade e os elementos da natureza. “Esse é o momento para nós expressamos nossas tradições. Nós temos a água como nossa grande mãe oxum. É um momento sagrado para nós, momentos para pedir bênçãos para Belém e desejar que a cidade tenha saúde e que essa pandemia nos deixe”, disse a sacerdotisa. (Com informações da Agência Belém)
A Amazônia registrou o maior índice de desmatamento em dez anos. De janeiro a dezembro, a floresta perdeu 10.362 km² de mata nativa. Isso equivale a metade do território de Sergipe. Os números foram divulgados na segunda-feira pelo Imazon. No mesmo dia, Jair Bolsonaro comemorou a redução de 80% nas multas aplicadas pelo Ibama. “Paramos de ter grandes problemas com a questão ambiental”, festejou.
O presidente transformou a devastação em política de governo. Trata a fiscalização como problema e a derrubada de árvores como solução. Sua cumplicidade com o crime ambiental é explícita. Grileiros, madeireiros e garimpeiros ilegais sabem que têm um aliado no Planalto.
A certeza da impunidade eleva a ousadia dos desmatadores. No ano passado, quase metade (47%) da destruição ocorreu em terras da União, mostram as imagens de satélite.
O estrago se estende às unidades de conservação, que deveriam ser preservadas como santuários verdes. Nelas a área devastada aumentou 140% na comparação entre 2018 e 2021. Prova de que o desmanche do Ibama se repete no ICMBio, responsável pela proteção das reservas federais.
No discurso de segunda, Bolsonaro fez elogios a Ricardo Salles, responsável por implementar sua política antiambiental. O ex-ministro deixou o governo na mira da polícia, sob suspeita de envolvimento com contrabandistas de madeira. Agora quer se eleger deputado para reaver as mordomias e o foro privilegiado.
Seu substituto, Joaquim Leite, pilota a mesma agenda com menos espalhafato. Nesta semana, o ministro publicou artigo em que defende um certo “ambientalismo de resultados”. Sem apresentar fatos ou dados, escreveu que o governo “fortaleceu o combate a incêndios e desmatamento ilegal”. Faltou explicar por que a destruição da floresta continua a aumentar.
Ambientalistas alertam que a devastação da Amazônia está mudando o regime de chuvas, o que tem causado prejuízos bilionários ao agronegócio. Mesmo assim, grande parte do setor insiste em aplaudir o capitão.
Bolsonaro já declarou que está no poder para destruir, não para construir. Na Amazônia, o projeto é seguido ao pé da letra. E pode ter consequências irreversíveis para o clima, a economia e a vida humana.
Mais de 100 jornalistas da Folha de S. Paulo se uniram para, publicamente, criticar a conduta adotada pela direção da… Folha de S. Paulo. Em carta aberta enviada à secretaria de redação e ao conselho editorial do próprio veículo de comunicação, 186 profissionais criticaram o que definiram como “publicação recorrente de conteúdos racistas”. O grupo se diz preocupado com tal postura adotada pelo comando do jornal.
Na carta, os jornalistas revelam que a manifestação se deu por causa da divulgação do artigo intitulado “Racismo de negros contra brancos ganha força com identitarismo”. Assinado pelo escritor Antonio Risério (foto), o conteúdo foi publicado no último domingo, 16, chegando a ser compartilhado no perfil da Folha no Twitter, além de ganhar espaço na home do site do título.
O artigo de Risério não foi, no entanto, o único ponto mencionado no manifesto dos 186 jornalistas da Folha. O material entregue à direção do jornal afirma que colaborações de Leandro Narloch e Demétrio Magnoli já vinham cumprindo o papel de, segundo afirmação da carta, propagar “falácias e distorções” que “negam ou relativizam o caráter estrutural do racismo na sociedade brasileira”.
Com esses três articulistas mencionados, a carta em tom de repúdio à direção da Folha de S. Paulo questiona a estratégia por trás da veiculação de conteúdos desse tipo. O grupo indica, nesse sentido, que o objetivo da empresa de mídia seria meramente ganhar repercussão e audiência por meio de tais “polêmicas”.
“Acreditamos que esse padrão seja nocivo. O racismo é um fato concreto da realidade brasileira, e a Folha contribui para a sua manutenção ao dar espaço e credibilidade a discursos que minimizam sua importância”, afirmam os 186 jornalistas da publicação. “Dessa forma, vai na contramão de esforços importantes para enfrentar o racismo institucional dentro do próprio jornal, como o programa de treinamento exclusivo para negros”, prosseguem, em trecho do manifesto.
No caso do mencionado artigo de Risério, a própria Folha pulicou pelo menos outros três conteúdos relacionados ao tema. Primeiramente, em tomo de reportagem, afirmou que o texto questão provocou protestos. Depois, abriu espaço para dois artigos funcionarem como “respostas” ao escritor. Natália Silva, repórter da própria Folha, ironizou o que definiu como “privilégio negro“. O humorista — e colunista do jornal — Gregório Duvivier afirmou, por sua vez, que Risério defenderia o “racismo antibranco como um tio do Zap“.
m outro ponto do documento, os jornalistas analisam a conduta do veículo de comunicação em relação a outros assuntos. Afirmam, por exemplo, que o jornal não costuma dar espaço para textos que relativizam o Holocausto, “nem dá voz a apologistas da ditadura, terraplanistas e representantes do movimento antivacina”. “Por que, então, a prática seria outra quando o tema é o racismo no Brasil?”, questionam.
Ao tomar conhecimento da manifestação liderada por 186 jornalistas, ato que foi divulgado previamente por veículos como Brasil 247 e Poder 360, a reportagem do Portal Comunique-se enviou e-mail ao diretor de redação da Folha de S. Paulo, Sérgio Dávila. Ele não havia se pronunciado a respeito até o momento de publicação desta nota.
Citados nominalmente na carta entregue ao comando da Folha, Antonio Risério, Demétrio Magnoli e Leandro Narloch também não se posicionaram publicamente sobre o assunto — ao menos até o momento da publicação deste conteúdo.
A CARTA, NA ÍNTEGRA
Leia, abaixo, a íntegra do conteúdo formulado em conjunto por 186 jornalistas da Folha de S. Paulo.
19 de janeiro de 2022
Carta aberta de jornalistas da Folha à direção do jornal
Caros membros da Secretaria de Redação e do Conselho Editorial da Folha,
Nós, jornalistas da Folha aqui subscritos, vimos por meio desta carta expressar nossa preocupação com a publicação recorrente de conteúdos racistas nas páginas do jornal.
Sabemos ser incomum que jornalistas se manifestem sobre decisões editoriais da chefia, mas, se o fazemos neste momento, é por entender que o tema tenha repercussões importantes para funcionários e leitores do jornal e no intuito de contribuir para uma Folha mais plural.
O episódio a motivar esta carta foi a publicação de artigo de opinião intitulado “Racismo de negros contra brancos ganha força com identitarismo” (Ilustrada Ilustríssima, 16/1), em que Antonio Risério identifica supostos excessos das lutas identitárias, que estariam levando a racismo reverso.
Para além de reafirmarmos a obviedade de que racismo reverso não existe, não pretendemos aqui rebater o que afirma o autor —pessoas mais qualificadas do que nós no tema já o fizeram, dentro e fora do jornal.
No entanto, manifestamos nosso descontentamento com o padrão que vem se repetindo nos últimos meses.
Em mais de uma ocasião recente, a Folha publicou artigos de opinião ou colunas que, amparados em falácias e distorções, negam ou relativizam o caráter estrutural do racismo na sociedade brasileira. Esses textos incendeiam de imediato as redes sociais, entrando para a lista de mais lidos no site. A seguir, réplicas e tréplicas surgem, multiplicando a audiência. A controvérsia então se estanca e morre, até que um novo episódio semelhante surja.
Antes do artigo em questão, colunas de Leandro Narloch e Demétrio Magnoli cumpriram esse papel.
Acreditamos que esse padrão seja nocivo. O racismo é um fato concreto da realidade brasileira, e a Folha contribui para a sua manutenção ao dar espaço e credibilidade a discursos que minimizam sua importância. Dessa forma, vai na contramão de esforços importantes para enfrentar o racismo institucional dentro do próprio jornal, como o programa de treinamento exclusivo para negros.
Reconhecemos o pluralismo que está na base dos princípios editoriais da Folha e a defesa que nela se faz da liberdade de expressão.
No entanto estes não se dissociam de outros valores que o jornalismo deve defender, como a verdade e o respeito à dignidade humana. A Folha não costuma publicar conteúdos que relativizam o Holocausto, nem dá voz a apologistas da ditadura, terraplanistas e representantes do movimento antivacina.
Por que, então, a prática seria outra quando o tema é o racismo no Brasil?
Se textos como o de Antonio Risério atraem audiência no curto prazo, sua consequência seguinte é minar a credibilidade, que é, e deve ser, o pilar máximo de um jornal como a Folha.
Por esses motivos, convidamos a uma reflexão e uma reavaliação sobre a forma como o racismo tem sido abordado na Folha. Acreditamos que buscar audiência às expensas da população negra seja incompatível com estar a serviço da democracia.
O cenário não poderia ser dos mais auspiciosos para um senador ligado ao agronegócio viver momentos afirmativos. Poderia. Mas não foi. O fato ocorreu semana retrasada, em Redenção. Numa reunião onde se encontravam as principais lideranças do agronegócio ligadas ao bolsonarismo, a presença do senador Zequinha Marinho (PL) tornou-se, ao contrário, corpo estranho ao ambiente. Pelo menos oitenta pessoas que comandam as ações de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, na região Sul do estado, marcaram o encontro. Fazendeiros com propriedades em Conceição do Araguaia, Redenção, Pau D´Arco, Rio Maria, Xinguara, São Félix do Xingu, entre outras localidades, fizeram questão de deixar bem claro ao senador evangélico que ele não estava ali como representante deles. “O senhor não nos representa e nem ao presidente Bolsonaro, aqui na região. Por isso, sua anunciada candidatura ao governo do Estado não merece nosso apoio e nem terá o apoio de quem apoia Bolsonaro, no Pará”, disse um fazendeiro, que participa ativamente das manifestações de apoio a Bolsonaro no Sul do Estado. Em outra cadeira, levantou-se mais um. “O senhor até bem pouco tempo atrás apoiava o Jatene (ex-governador Simão Jatene) e o traiu, e agora se diz bolsonarista. Não, o senhor não tem nosso reconhecimento”, disse. Sem saber para qual lado se virar, Zequinha Marinho só teve uma reação. – “Mas eu sou senador do Pará…” – “Mas não nos representa”, gritou outro lá da ponta direita. – “Você foi Helder até dias desses e também o traiu; você nunca foi Bolsonaro”, apimentou outro bolsonarista não menos enzamboado. A troca de “prosas” se alongou a tal ponto que a filha do senador, Evanilza Marinho – já anunciada como futura candidata a deputado estadual – não suportou a pressão, caindo em choro. Para quem esperava ter o apoio do bolsonarismo no Sul do Pará, objetivando “vitaminar” uma possível candidatura do governo do Pará, Zequinha Marinho caiu na real nada animadora de se deparar com opositores duros, e frontalmente contra seu desejo de suceder a Helder Barbalho. Deve cantar em outra freguesia. Qual?
Há exatos 58 anos, o Rei Pelé foi defender no gol santista pela segunda vez. O Rei herdou o lugar de Gilmar, que havia sido expulso durante a vitória por 4 a 3 contra o Grêmio pela semifinal do Brasileirão. O maior jogador da história não sofreu gols e ainda fez um hat-trick naquele confronto.
Como se sabe, uma das inúmeras habilidades de Pelé era a de jogar como goleiro, posição em que frequentemente treinava durante treinos recreativos.
A última instância da justiça italiana rejeitou o recurso apresentado pelo atacante Robinho e por Ricardo Falco e condenou os dois a nove anos de prisão pelo estupro de uma mulher numa boate de Milão, em 2013. A sentença definitiva foi dada nesta quarta-feira, 19, na Corte de Cassação de Roma, na Itália.
Com a decisão, a justiça italiana poderá pedir a extradição de Robinho e Ricardo Falco. Porém, dificilmente eles devem retornar ao país, já que a Constituição Brasileira veta a extradição de brasileiros. Assim, a Corte italiana deve pedir que eles cumpram as penas de prisão em uma penitenciária brasileira, o que também é pouco provável que aconteça.
No início do julgamento, o juiz relator, Aldo Aceto, leu os recursos apresentados pela defesa de Robinho e Ricardo Falco e em seguida passou a palavra aos advogados. A defesa da vítima falou pouco e repassou a palavra aos advogados de Ricardo Falco, que preferiu entregar o momento aos advogados de Robinho.
Franco Moretti, advogado de defesa de Robinho, contestou as provas que não foram aceitos em segunda instância. Entre os documentos apresentados, estava a espécie de dossiê sobre a vida da vítima, contendo fotos de suas redes sociais afim de provar sua “familiaridade” com o álcool e derrubar a acusação. Além disso, Franco Moretti se exaltou ao afirmar que a vítima estava “tocando os genitais” de Robinho e dos amigos durante a festa na boate de Milão.
Relembre o caso
Na madrugada do dia 22 de janeiro de 2013, Robinho, Ricardo Falco e mais quatro brasileiros estavam na boate Sio Café, em Milão. Naquela noite, a vítima, uma mulher albanesa, comemorava seu aniversário de 23 anos. Na época, o atacante defendia o Milan. Robinho, Falco e os demais brasileiros que estavam com eles no local foram denunciados por terem praticado o ato de estupro contra a mulher albanesa.
Quando as investigações foram concluídas, Robinho, Falco e os outros quatro brasileiros já não estavam mais na Itália, o que fez com que eles não fossem avisados do término da investigação e assim não processados. O processo em torno dos outros quatro brasileiros segue suspenso, mas pode ser reaberto com a condenação de Robinho e Ricardo Falco.
Em 2014, quando foi interrogado, Robinho afirmou ter tido relações sexuais com a vítima, porém negou ter praticado violência sexual. O processo, iniciado em 2016, teve a primeira sentença proferida em 23 de novembro de 2017. O novo capítulo foi aberto em outubro de 2020, quando o site GE.com divulgou trechos de conversas interceptadas pela polícia, onde Robinho e os amigos “debochavam” da vítima.
Em um dos trechos divulgados pelo GE.com, Robinho dizia: “Estou rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, nao sabe nem o que aconteceu”.
O fato fez a defesa do atacante argumentar que houve “equívoco” na tradução dos trechos da conversa e que algumas mensagens “deixavam dúvidas” e era “impossível provar que a vítima estava em condição de inferioridade psíquica e física”, como estava descrito na sentença de primeiro grau. Em dezembro de 2020, a Corte de Apelação de Milão (segunda instância da justiça italiana), em audiência única, confirmou a condenação de Robinho e Falco a nove anos de prisão.