O Amazônia Independente, estreante no Campeonato Paraense, está em plena preparação para a estreia na competição diante do Remo no dia 27 de janeiro, no Baenão. Os treinos ocorrem no centro de treinamento da Desportiva Paraense, em Marituba. Sob o comando do técnico Matheus Lima, a equipe de Santarém vai mandar seus jogos em Belém, provavelmente no estádio da Curuzu.
Em relação ao trabalho que vem sendo feito no CT da Desportiva, Matheus Lima resume os últimos dias como de “muito trabalho”. Ele conta que, nessa primeira parte da preparação, a equipe física da comissão técnica está realizando todos os testes necessários com os jogadores. A partir desta semana, a movimentação com bola deve ser iniciada.
“A pré-temporada do Amazônia está sendo resumida em muito trabalho. Os nosso preparadores físicos estão mais próximos dos atletas no intuito de buscar uma avaliação mais aprimorada e ver o que realmente estamos precisando melhorar. Nesta semana que começou já vamos ter um maior contato com bola, mais pela parte técnica e tática, unificando os trabalhos individualizado na busca de ter uma performance de mais equilíbrio no plantel. Temos pouco tempo, é um fato, mas acredito no grupo e vamos fazer uma grande competição”, disse.
Antes mesmo de entrar em campo, Matheus mostra-se confiante num bom resultado logo na estreia, mesmo sabendo da força que a torcida azulina tem dentro do estádio Evandro Almeida.
“Sabemos que o Remo é um clube que merece respeito, com uma torcida imensa. Estamos nos preparando bastante e vamos dar continuidade positiva do que foi feito na segunda divisão do campeonato, para que possamos estrear buscando a vitória. Com todo respeito, sabemos que vai ser difícil, mas vamos entrar preparados. Vamos tentar usar a pressão da torcida (do Remo) contra (eles), fazendo um início de jogo bom e também colocar a nossa estratégia de jogo”, destacou.
Desde o final do ano passado, alguns auxiliares de Jair Bolsonaro têm tentado alertá-lo para a inconveniência de certas ações, inações e de algumas brigas que o presidente anda comprando. Quando a tragédia das enchentes na Bahia atingiu grandes proporções, mais de um desses auxiliares procurou aconselhar Bolsonaro a diminuir o ritmo das suas férias (ou o nome que o presidente queira dar ao período em que passou andou de jet ski e dando cavalo de pau em carrinho Hot Wheels em Santa Catarina). Quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a imunização de crianças com a vacina da Pfizer, mais de um desses auxiliares aconselhou-o a seguir o que ele mesmo dissera lá atrás, quando afirmou que o governo imunizaria as pessoas conforme a agência técnica autorizasse.
Encontraram um Bolsonaro extremamente irritadiço e reativo. Mais e mais envolvido e tendente a ouvir somente o seu núcleo mais radical. Para o advogado e analista político Melillo Dinis, Bolsonaro parece ter iniciado o ano ainda mais isolado e mais comprometido com o Centrão, que não necessariamente deseja facilitar as coisas para o presidente, mas mantê-lo mais fragilizado e refém.
O resultado é que Bolsonaro fica com seus radicais e seus auxiliares ficam com seus CPFs. Vai-se estabelecendo um limite a partir do qual parece que vai ficando claro que aumenta o número daqueles que não pretendem ultrapassá-lo em nome de qualquer lealdade. É o que explica as recentes atitudes do comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e do diretor da Anvisa, contra-almirante Antônio Barra Torres. “Na hora em que os auxiliares vão vendo que serão responsabilizados pelas consequências das ordens tresloucadas de Bolsonaro, tratam de preservar seus CPFs”, avalia Melillo.
Mesmo no caso das questões políticas, isso fica claro. Assim que o Congresso retomar as suas atividades, por exemplo, a aposta fácil em Brasília é que o veto de Bolsonaro ao Refis será derrubado. O Centrão não irá apostar seu apoio a algo que implicará uma briga com todo o setor produtivo brasileiro.
Quanto a Paulo Sérgio e Barra Torres, são o peso de suas responsabilidades. No meio militar, comenta-se que a decisão do comandante do Exército no sentido de determinar a vacinação das tropas contra covid-19 é não apenas óbvia, mas protocolar. Estranho mesmo é haver um governo que faz discurso contra vacina. Desde Duque de Caxias, provavelmente, militares são obrigados a tomar vacina contra caxumba, difteria, febre amarela e outras. Certamente o capitão Bolsonaro entregou o seu braço para tomá-las sem discussão em outros tempos. Incluir o imunizante contra a covid-19, numa situação epidêmica, no rol de vacinas obrigatórias, parece, assim, óbvio. Em nome de alguma lealdade às ideias exóticas do presidente, Paulo Sergio não iria expor 50 mil soldados convivendo em quarteis pelo Brasil inteiro.
Já Barra Torres tem a seu favor ainda o fato de que seu cargo lhe garante um mandato. Não é demissível. Quando assumiu a Anvisa, seus primeiros momentos na agência foram claudicantes. Em março de 2020, ele estava sem máscara ao lado de Bolsonaro no meio de uma multidão em frente ao Palácio do Planalto tirando fotos com seu celular. Sua convocação à CPI da Covid talvez tenha sido o momento em que lhe caiu a ficha. Certamente é um alívio para Barra Torres não estar no rol de indiciados pela CPI da Covid.
Os senadores da comissão avaliam que, independentemente das gavetas do procurador-geral da República, Augusto Aras, e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), os processos vêm caminhando de forma até célere nos Ministérios Públicos e nas justiças estaduais. E é nelas que muitas vezes vão cair determinados CPFs menos guarnecidos de foros especiais. É o limite da lealdade.
RUDOLFO LAGO Diretor de Congresso em Foco Análise. Formado pela UnB, passou pelas principais redações do país. Responsável por furos como o dos anões do orçamento e o que levou à cassação de Luiz Estevão. Ganhador do Prêmio Esso.
Puxado pela alta dos combustíveis e energia, índice ficou bem acima do teto da meta estipulada pelo Banco Central, de 5,25%. A inflação fechou o ano de 2021 em 10,06%, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo IBGE. É a maior alta em seis anos. O mês de dezembro, porém, foi marcado por uma desaceleração no indicador, sobretudo dos preços dos combustíveis, que pressionaram o IPCA ao longo do ano. Na variação mensal, a inflação subiu 0,73%, ante 0,95% em novembro.
Dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam que Jair Bolsonaro (PL) e Paulo Guedes perderam o controle da economia. A inflação estourou o limite da meta e chegou aos dois dígitos, fechando 2021 em 10,06%.
Apesar do arrefecimento no fim do ano, a inflação oficial do país encerrou 2021 bem acima da meta estabelecida pelo Banco Central (3,75%) que contava com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p) para cima ou para baixo, ou seja de 2,25% a 5,25%.
O resultado veio acima do esperado. A expectativa dos especialistas ouvidos pela Reuters era que a inflação encerrasse o ano em 9,97%. Os principais vilões da inflação este ano foram energia elétrica, combustíveis e alimentos. O grupo Transportes subiu 21,03% no ano, seguido da Habitação (13,05%) e Alimentação e bebidas (7,94%). Juntos, os três grupos responderam por cerca de 79% do IPCA de 2021.