Chegamos à terceira rodada e a disputa começa a ficar dramática para alguns times. É o caso do Remo, que, se quiser evitar sufoco mais à frente, precisa acumular pontos para não se distanciar da ponta da tabela. Por isso, o jogo de hoje contra o Águia no Baenão vem carimbado com a obrigatoriedade da vitória. E essa pressão sempre torna as coisas difíceis para um time em formação.
Mais ainda quando o ataque segue sob improvisação. Depois de contratar quatro centroavantes – Bruno Ricardo, Marcelo Soares, Wellington Silva, Max Jari –, o Remo acabou ficando somente com dois, Wellington e Jari, mas ambos ainda não estão prontos para entrar como titulares.
Vai daí que o técnico Paulo Comelli preferiu lançar mão do garoto Paulo André. Como já ocorreu com Jaime, o jovem atacante ganha chance ao lado de Tiago Marabá na dianteira remista, tentando injetar consistência e vigor ao setor mais problemático do time.
Além desse problema localizado, entra em cena também um dilema que atormenta o torcedor azulino. Qual o verdadeiro Remo, afinal? O da atuação convincente contra o São Raimundo ou o do empate meia-boca em Cametá, no último domingo? Dúvida cruel, que o confronto contra o Águia talvez não sirva para esclarecer.
Talvez não seja nem uma coisa, nem outra. O dinamismo e o apuro nos passes da estréia foram substituídos por lentidão na saída de bola e nenhuma inspiração nas articulações de jogadas. Em Cametá, o Remo lembrou aquele dos tempos de Giba, acanhado e burocrático, que tinha receio até de olhar para os lados.
Sim, é verdade que o campo enlameado afetou mais a equipe, cujos trunfos são as inversões de posicionamento e a velocidade, mas não explica por completo o mau rendimento. É inegável que o espírito e a disposição da partida inicial não apareceram em nenhum momento. No meio-de-campo, Mael finalmente entra jogando, depois de duas boas participações, tanto no Baenão quanto no Parque do Bacurau. O goleiro Lopes é a outra novidade.
No Águia, que ainda não venceu, João Galvão nem disfarça: a grande aposta é Fabrício. O trabalho de criação estará sob sua responsabilidade. No empate com o São Raimundo, o ex-bicolor não rendeu o esperado numa noite em que todo mundo ficou devendo. Principal contratação para o campeonato, a habilidade de Fabrício nos lançamentos pode facilitar a vida dos atacantes Patrick e Torrô contra a pesada zaga remista.
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Remo e Paissandu vivem a se imitar, tanto nos acertos quanto nas falhas. Bastou Mendes mostrar qualidades em Tucuruí, coincidindo com o aperreio do Remo em Cametá, para a diretoria azulina se lançar novamente na busca por um artilheiro medalhado. Até o veterano Rodrigão, que já havia sido descartado, voltou a ser lembrado. Outro que interessa, apesar do custo, é Marcelo Nicácio.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 2)
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