Tribuna do torcedor

Por Antonio Brito (nikobrito@yahoo.com.br)

Prezado Gerson, bom dia!
Uma das coisas que mais me deixa indignado em relação ao futebol paraense, é quando após os jogos o borderô financeiro é disponibilizado, e constato que os clubes, principalmente Remo e Paysandu “pagam” para jogar e sustentar uma estrutura arcaica onde todos ganham(principalmente a FPF) e os dois gigantes sucumbem ao peso de tantos descontos, bloqueios etc. Da arrecadação total do jogo de domingo (R$ 701,160,00) cerca de 30% está na rubrica “despesas” cabendo aos “protagonistas” do espetáculo 35% (R$ 244,52,00). Acho que a Federação Paraense de Futebol, deveria mudar o seu slogan para “Ensinando o Brasil a sobreviver às custas do futebol”. Cordialmente.

Coluna: Do discurso à prática

Em meio ao tiroteio travado entre dirigentes, envolvendo contratações mal explicadas de jogadores, o Paissandu tenta se recompor e reencontrar a vitória hoje, na Curuzu, contra o Águia de Marabá. Desde domingo, técnico e atletas buscam dar uma explicação à torcida sobre a fraca atuação no Re-Pa. Não adianta. Nada do que foi dito convenceu a massa.
Futebol tem dessas coisas. Discursos e teses não servem para explicar o fracasso. Por sorte – ou azar, conforme a interpretação –, o Paissandu tem a oportunidade de responder em campo. E nada melhor do que uma vitória categórica contra um adversário em crescimento na competição.
Preso ainda à velha mania dos treinadores de se agarrar ao marketing como solução para todos os males, Sérgio Cosme saiu do treino de ontem dizendo que abriu o coração com seus comandados e que confia no futebol deles. O destinatário desse recado é, obviamente, o torcedor, que é péssimo ouvinte nessas horas, pois continua mordido com a derrota para o velho rival.
De concreto, o time terá de volta a velocidade do lateral-direito Sidny e a força de marcação do volante Alexandre Carioca. Ambos fizeram falta no jogo de domingo. Carioca pode, inclusive, entrar para compor a zaga, setor do time mais alvejado pela torcida. Sidny teve atuação primorosa no triunfo sobre o Independente Tucuruí e tem potencial para contribuir decisivamente com o ataque.
O outro retorno, do zagueiro Ari, não é exatamente uma boa notícia, pelo menos aos olhos do torcedor, que desaprovou todas as suas atuações no campeonato. Em Tucuruí, teve desempenho sofrível e deveria ter sido expulso após cometer pênalti. Diante da Tuna, foi peça destoante na melhor atuação do Paissandu no torneio.
Por fim, na vitória sobre o Cametá, mostrou-se atrapalhado na marcação a Leandro Cearense e foi um dos responsáveis pelo apagão da zaga que permitiu ao visitante sufocar o Paissandu nos minutos finais. E é fato que nenhum outro compartimento do time será mais visado hoje do que a linha de defesa. Jogará com a espada sobre a cabeça, sabendo que nenhum novo erro será perdoado.
 
 
O Remo derrotou o Paissandu, assumiu a liderança do turno e está de braços dados com a torcida. É importante não esquecer o trabalho feito até aqui pelo presidente Sérgio Cabeça e sua equipe. Para quem encontrou a terra arrasada e três profissionais no elenco de futebol, a diretoria teve até aqui uma atuação impecável, inclusive na escolha de técnico e jogadores.
 
 
Certas palavras adquirem mais força quando são inesperadas. A capa do normalmente corrosivo diário Olé nesta terça-feira é uma generosa demonstração de espírito esportivo: “De pie, se retiró Ronaldo. Um viejo adversário despide a um amigo”. Homenagem simples e comovente. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 16)