Tribuna do torcedor (48)

Por Diogo Antônio Luz da Silva (diogotorcedor@gmail.com)

Pelo segundo ano consecutivo a desculpa do presidente Luiz Omar para o fracasso do projeto Série B foram os jogadores mercenários que só jogavam por dinheiro.  Sendo assim, como acreditar que no próximo ano isso não se repetirá, já que o presidente não aprendeu com o erro do passado? Ano passado o Paissandu pecou por não ter reforçado o time para a Série
C. Esse ano, o filme se repetiu. O elenco ficou nas mãos de Charles Guerreiro que mandou trazer para o elenco jogadores do quilate de Jean Sá, Daniel Moraes e Fernandão.

Charles Guerreiro, ao contrário do que boa parte da imprensa fala, teve sim grande parcela de culpa na derrocada bicolor. Vivia repetindo que a equipe bicolor era forte quando não havia no elenco jogadores com potencial para mudar a partida quando precisasse. O jogo do último domingo lembrou-me muito o do Brasil quando foi eliminado da Copa do Mundo deste ano.  Olhava-se para o banco e não havia ninguém que representasse a esperança de uma reviravolta no placar. Não tínhamos atacantes, não tínhamos laterais, meias criativos e de velocidade e nem zagueiros. Esse era o time forte cantado em prosa e verso pelo treinador. Como se não bastasse, depois da queda, o coice. Surgiram notícias de brigas internas, problemas judiciais, acusações a jogadores etc., etc., etc. A torcida fica com cara de boba porque foi induzida a acreditar numa realidade inexistente.  Depois de tantas decepções, acredito que não só a cartolagem deve repensar a gestão.

Creio que a imprensa também. Repórteres de tevê e jornal andam muito acomodados. Não se aprofundam nos assuntos, não investigam, preferem transitar pelo superficial, como se futebol fosse algo que só existisse dentro de campo. Nas rádios, os setoristas pouco informam além da escalação de time. Preferem fazer propaganda a informar de fato. A propaganda bem que ajuda a lotar as arquibancadas, mas já ficou provado que nem isso tem ajudado o nosso futebol. Servem apenas para florear as estatísticas do combalido futebol paraense. Quanto a nós torcedores, devemos ser mais céticos, críticos, não embarcar na rivalidade propagada por setoristas cujo interesse maior é vender anúncio.

3 comentários em “Tribuna do torcedor (48)

  1. Acho que o Diogo tem razão em muitos pontos citados por ele. A imprensa paraense, assim como os gestores de clubes, estão defasadíssimos. Não vou aqui discutir sobre a importancia da mídia para com a promoção do esporte no Pará, isso é fato, mas realmente os seus membros (salvo exceções) desconhecem em absoluto o futebol brasileiro de hoje. Não conhecem o mercado, desconhecem a condição dos clubes em geral, por isso ficam desqualificando os adversários que apareem por aqui.

    Ano passado, aqui mesmo no blog, muitos falaram absurdos do Icasa, que se tratava de time pequeno, sem torcida, sem estrutura e tudo mais. Isso mostra claramente a falta de informação das pessoas que informam, pois nada disso é verdade.

    Vou citar o Cláudio, pq esse ponto me lembra ele, os clubes do Pará precisam URGENTEMENTE de gestores para o futebol, enquanto isso não ocorrer, ficaremos patinando na Séries C e D, salvo situações fortuitas ou ao acaso, como foram os anos do Paysandu na Série A.

    Buscar investimentos, parceirias, contratar jogadores promissores e de qualidade, planejar futebol, conhecer o meio e ter trânsito, esses são pontos fortes de um bom gerente de futebol.

    Enfim, um assunto tão delicado quanto a esse, dificilmente vêmos sendo discutidos em nossa imprensa.

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  2. Certa vez, aqui neste blog, defendi os setoristas entendendo que não lhes cabia culpa nos insucessos dos nossos clubes. Fato. ´É fato também ser do desagrado geral (jogadorers, dirigentes e torcidas) noticias reais, desprovidas de exaltação, enaltecimento, promocional dos fseus feitos.Há muito combato esse comportamento de setores da imprensa esportiva. A miim é desagradável, desconfortável, pouco simpático, externar (como sempre fiz) opiniuões dessa natureza. Costumo dizer que poucas vezes dispensamos atenção ao que chamo de ‘problemas maiores do esporte paraense .
    A densidade do noticiário é superficial e o torcedor parece gostar que assim seja. Como pretenso comentarista condiciono-me a sujeição da notícia divulgada para o exercício das minhas modestas análises.
    De certo modo não praticamos o profissionalismo que cobramos dos dirigentes. À vezes, calamos, abafamos situasções, desservindo o esporte . Sou contra a critica ofensiva da mesma maneira que abomino o elogio baboso. Reconheço não ser formador de opinião por entender que a opinião está com os leitores ou ouvintes que precisam tão soemente de infortmações totalmente isentas para facilitar-lhes valorações e juizos,

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  3. O Charles tambem foi responsável pelas “contratações” de Adelson, Ednaldo, Da Silva (se escondeu no jogo de domingo expondo o Paulão) e Audivan jogadores do futebol local que nada acrescentaram ao elenco. Também acho que o LOP deixou na mão do fraco (sem pulso) treinador que foi engolido pelos cobra criadas do time. Não acredito muito nessa estória de mercenários, faltou foi habilidade do presidente conduzir o assunto, se tinha dúvidas pedia apoio de outros bicolores como o Resende que sabe bem lidar com situações como esta. Ainda por birra, o Charles alijou do elenco o Marcelo Dias que é superior ao Bruno Rangel e Fernandão.

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