Em memória do mais subversivo dos rockstars na data de seu 70º aniversário de nascimento, comemorado neste sábado, 10 de outubro.
Dia: 8 de outubro de 2010
A frase certeira
Reflexão de Lavoisier ao descobrir que lhe haviam roubado a carteira: nada se perde, tudo muda de dono.
Por Mário Quintana
Dama de ferro rubro-negra
Criticada no Flamengo por supostamente deixar outros dirigentes decidirem por ela, Patricia Amorim acumula desde a última sexta o cargo de vice de futebol por tempo indeterminado. É o posto mais disputado depois da presidência. De acordo com aliados da presidente do Flamengo, foi ela quem dobrou Vanderlei Luxemburgo, que queria levar nove assistentes para o clube mas chegou apenas com dois. Segundo eles, Patrícia só aceitou se encontrar com o treinador depois de ele desistir da ideia. Contam também que a dirigente falou pessoalmente para o técnico que ele não vai discutir valores com os joagadores que quiser contratar. Isso é função da diretoria. (Do Blog do Perrone)
Remo cede Héliton, de graça, ao Paissandu
A novela terminou: Héliton foi repassado pelo Remo, em definitivo, para o Paissandu. Depois de muitas negociações, o jogador foi anunciado nesta sexta-feira como novo contratado do Bicolor paraense, que já conseguiu sua regularização para os jogos da Série C (cujo prazo final de inscrições terminou nesta sexta). Cria do Clube do Remo, Héliton detém um recorde pessoal até hoje não batido: marcou 22 gols numa partida do campeonato paraense sub-15, há quatro anos. Destaque remista na fase inicial do campeonato estadual deste ano, ainda sob o comando de Sinomar Naves, foi completamente descartado por Giba, que só o aproveitou em três partidas da Série D.
Cotado para defender o Águia de Marabá, o Sport-PE e o Atlético-GO, Héliton não quis sair de Belém e preferiu atravessar a Almirante Barroso. A negociação com o presidente do Paissandu, Luiz Omar Pinheiro, começou há três semanas, mas foi mantida em sigilo pela diretoria do Remo. Finalmente, o negócio foi concretizado: a princípio, o clube não receberá qualquer quantia pelo jogador. A multa rescisória de Héliton passa a ser de R$ 3 milhões e, caso seja negociado com outro clube, o Remo terá direito a 40% do valor final da transação. O contrato firmado entre Héliton e o Paissandu tem validade de cinco anos, de 8 de outubro de 2010 a 30 de setembro de 2015. (Com informações da Rádio Clube e do Bola/DIÁRIO)
Transação típica de clube grande com time pequeno, a começar pela gratuidade da cessão. Excelente negócio para o Paissandu e para o atleta. Péssimo acordo para o Remo, que formou o jogador e sai de mãos abanando (pelo menos oficialmente…), esperando uma transferência futura que pode não acontecer.
A arte de Atorres (25)
Coluna: Pato, Nilmar e as limitações
Amistoso da Seleção Brasileira, pós-Copa mal-sucedida, é sempre duro de ver. Ainda mais quando o adversário é o Irã. Por curiosidade, acabei assistindo, mas a própria transmissão, com muitos problemas de ângulos das câmeras, já foi meio esquisita. De concreto em relação à atuação do Brasil, pode-se dizer que sem Paulo Henrique Ganso e Neymar o time fica desfigurado, perdendo o elo de qualidade entre os setores que a dupla santista havia conseguido estabelecer. No primeiro amistoso da era Mano Menezes, contra os EUA, a presença de ambos foi tão marcante que inspirou comparações obrigatórias com o time que atuou ontem.
A rigor, Mano mexeu somente nas duas posições. Carlos Eduardo, no lugar de Ganso, mostrou a habilidade habitual, mas sem o domínio do setor que o paraense demonstra ter. Philippe Coutinho substituiu Neymar, mas abusou das tentativas individuais, tornando-se dispersivo.
No ataque, Robinho e Alexandre Pato, como no jogo de 10 de agosto. Ambos voltaram a abusar da perda de oportunidades, principalmente Pato, muito afoito nas finalizações. Antes de marcar seu gol, aos 23 minutos (Daniel Alves abriu o placar, aos 13), o atacante do Milan já havia desperdiçado duas boas chances. Fico, cada vez mais, com a sensação de que Pato é um jogador superdimensionado. Sabe jogar, tem boa colocação na área, chuta razoavelmente, mas não é um fora-de-série.
Para complicar, Mano lançou Nilmar no ataque e a situação se repetiu, com uma fieira de gols perdidos. Nilmar e Pato têm grandes semelhanças, além do fato de serem originários do Internacional, nesse processo de amadurecimento dentro da Seleção. Não parecem incomodar as defesas, como se espera de atacantes da escola brasileira.
Como Luís Fabiano, titular absoluto de Dunga na África do Sul, eles são típicos jogadores de clube. Nessa condição, às vezes são até capazes de pequenas façanhas, mas que ninguém espere mais que isso. Ocorre que a comparação é cruel. O Brasil teve, há até bem pouco tempo, dois monstros ali na frente. Romário e Ronaldo. Qualquer discussão termina aqui.
Apesar do desentrosamento geral da equipe, o beque David Luiz continua a impressionar pela segurança na cobertura, embora o ataque iraniano não possa servir de teste para nenhuma zaga. Elias, o bom volante corintiano, deu excelente passe para o gol de Pato, e André Santos parece bem à vontade na lateral esquerda.
Continuo otimista quanto à equipe que Mano vai formar. A renovação mostra-se auspiciosa, mas craques são fundamentais. Ganso e Neymar precisam voltar logo.
Para quem andou alardeando que o Remo é um clube saneado, sem dívidas recentes, o presidente Amaro Klautau precisa rever seus conceitos. Os ex-azulinos Samir e Márcio Nunes confirmaram ações trabalhistas para cobrança de pagamentos atrasados. Certas histórias têm pernas curtíssimas.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 08/10)