O volante Sandro Goiano, do Paissandu, terá nesta quinta-feira a primeira audiência na Justiça do Trabalho do Pará (7ª Vara) da ação processual que move contra o clube desde 2009. A ação foi impetrada na Justiça gaúcha, mas os advogados bicolores conseguiram desaforar o processo para Belém. Sandro cobra cerca de R$ 2 milhões do Paissandu por acordos não cumpridos na primeira vez em que defendeu o clube, entre 2001 e 2004. Segundo o advogado Alacir Nahum, em contato com a Rádio Clube, além de Sandro, o Paissandu enfrenta outras cobranças judiciais, como a de Alexandre Fávaro (cerca de R$ 250 mil), do volante Tárcio e de pelos menos dois ex-jogadores do clube. desdobramentos após a eliminação do Paysandu no Campeonato Brasileiro da Série C continuam.
Depois da derrota para o Salgueiro, Sandro foi apontado como o jogador que teria peitado o presidente Luiz Omar Pinheiro, cobrando um aumento da gratificação (inicialmente, de R$ 130 mil), extraída da arrecadação da partida. LOP teria ponderado que o clube tinha outras despesas, mas o volante não aceitou e manteve a exigência, dizendo que os demais jogadores queriam um valor maior. LOP disse, então, que pagaria R$ 200 mil de prêmio, cobrindo a diferença de seu próprio bolso. Ainda assim, segundo pessoas próximas ao presidente, Sandro saiu da reunião aborrecido, dizendo que o valor era baixo.
Além da pressão pela gratificação, Sandro teria condicionado sua participação no jogo decisivo de domingo à renovação imediata de seu contrato com o clube até 2011. Preocupado com o ambiente no elenco, LOP teria concordado em firmar novo compromisso. Depois do revés diante do Salgueiro, advogados do clube estariam tentando anular a renovação. Sandro, procurado pelo Bola, não foi encontrado para dar sua versão sobre o assunto.
O colaborador e diretor de estádio, Jorge Expedito Bode, confirmou também a história envolvendo o motim do elenco por causa da gratificação. E culpou diretamente “a estrela” do time, referindo-se a Sandro, embora haja quem atribua ao atacante Tiago Potiguar participação nos protestos contra o “bicho” considerado magro demais.
O fato é que Sandro, capitão do time e líder do atual elenco do Paissandu, tem uma história de títulos dentro do clube e era – até domingo – um dos ídolos intocáveis dos torcedores. Sua fraca atuação na partida já é vista com desconfiança, como se tivesse se desinteressado do jogo insatisfeito com a gratificação. Em seu favor, pode-se dizer que nenhum jogador (com exceção de Alexandre Fávaro) teve boa atuação na fatídica manhã de domingo.