Dilma lidera no 2° turno, diz Datafolha

Foi divulgada, neste sábado, a primeira pesquisa Datafolha referente às intenções de voto para o segundo turno. De acordo com o levantamento, se as eleições fossem hoje, Dilma Roussef seria eleita com 48% dos votos. Serra teria 41%. Brancos, nulos e indecisos somam 11%. Se fossem considerados somente os votos válidos, a petista receberia 54% e o tucano 46%. A pesquisa foi realizada em 8 de outubro e ouviu 3.256 eleitores. A margem de erro é de dois pontos percentuais

Coluna: Negócio de pai pra filho

Em meio aos embates internos em torno da confusa negociação do estádio Evandro Almeida, o Remo é sacudido por novas tormentas. Desta vez, em função da cessão em definitivo do jovem atacante Héliton ao Paissandu, oficializada na última sexta-feira. Como na transação com as construtoras Agre-Leal Moreira, o presidente do clube agiu em segredo, surpreendendo conselheiros e torcida com a celebração de inédito acordo com o maior rival. Na verdade, Amaro Klautau vinha negociando com dirigentes do Paissandu há pelo menos três semanas.
Do ponto de vista do Paissandu, foi uma tacada de mestre. O clube ganha, de graça, um atacante habilidoso, veloz e goleador para substituir Moisés, negociado com o Santos no mês passado. Por seu turno, o atleta também faz negócio excelente: ganha visibilidade imediata na disputa da fase decisiva da Série C e nos próximos torneios.
Por outro lado, mergulhado em profunda crise existencial desde que AK assumiu a presidência, o Remo tem pouco a festejar nessa história que lembra mais um acerto entre clube grande e time pequeno. Héliton foi revelado nas divisões de base do clube, onde estabeleceu recorde até hoje não superado: 22 gols num só jogo, quando defendia o time sub-15.
Nas condições especialíssimas firmadas, chama atenção a gratuidade dos direitos federativos do jogador. Sem exigir nada em troca, pelo menos oficialmente, o Remo sujeitou-se a entregar seu mais promissor atleta ao Paissandu, conformando-se com a possibilidade de vir a ganhar 40% do valor de uma possível negociação com outro clube mais à frente. 
Vale lembrar que, na presente temporada, sob o comando de Sinomar Naves, o atacante foi peça importante na boa campanha azulina no primeiro turno do campeonato estadual. Na Série D, foi deixado de lado pelo técnico Giba, que preferiu jogadores mais experientes.
Na pífia campanha remista na Quarta Divisão, Héliton não teve maior participação, mas foi decisivo para a classificação na primeira fase, ao marcar o gol da vitória sobre o América-AM no Mangueirão. Seu futebol de dribles e arrancadas despertou o interesse de Sport-PE, Águia de Marabá e Atlético-GO, mas o Paissandu correu por fora e levou a melhor, em condições extremamente vantajosas.
Do lado azulino, sobram questionamentos sobre mais um negócio de caráter nebuloso, claramente desfavorável ao clube e sem objetivo lógico. Como de praxe, o presidente e seus aliados devem dizer que é parte do tal “projeto de modernização”. Há quem (ainda) acredite.
 
 
A acalorada reunião dos conselheiros remistas, na última quinta-feira, produziu revelação já esperada: a venda do Baenão ocorreu há cerca de seis meses, sem que o Conselho Deliberativo fosse ouvido ou cheirado. Ao mesmo tempo, a presidência do Condel – órgão interno que deveria ser independente – revelou-se comprometida com o presidente, cujos atos aplaude e advoga. Talvez por isso, adiou outra vez a decisão sobre a expulsão de AK, acusado de atos lesivos ao patrimônio do clube.   

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 10)