São Paulo tira Carpegiani do Atlético-PR

Como o Inter já havia feito com o Vasco, contratando Celso Roth em pleno campeonato, o São Paulo tirou o treinador do Atlético-PR. Em nota oficial no seu site, o clube confirmou neste domingo que contratou o técnico Paulo César Carpegiani, que estava no comando do clube paranaense. O anúncio só ocorreu depois que a equipe paranaense avisou que o seu treinador havia pedido demissão para assumir o time paulista. De atitudes como essa, pouco edificantes, o futebol brasileiro confirma a velha máxima de que os grandes clubes podem tudo e os técnicos reafirmam a falta de ética no cumprimento de contratos. Carpegiani já havia dirigido o São Paulo em 1999.

A mais longa eleição

Por Marcos Coimbra, sociólogo e presidente do Vox Populi

Chegamos ao fim da mais longa eleição presidencial de nossa história e, pelo que parece, ainda hoje saberemos o nome da futura presidente. É cedo para avaliar o impacto que ela terá na nossa vida política, no curto e no médio prazo. Todos concordam, no entanto, que a política brasileira vai se transformar. Esta é uma boa hora para discutir aquilo que as eleições mostraram que precisa mudar na nossa cultura eleitoral. Há muito a rever na legislação, na regulamentação do acesso dos partidos e candidatos aos meios de comunicação, no modo como os grandes veículos de comunicação atuam na campanha, nas regras a respeito de debates, no uso de pesquisas de opinião pela mídia.

A evidência maior de que precisamos repensar o modo como se disputam eleições no Brasil é o crescente desinteresse dos cidadãos pelo processo eleitoral. Por qualquer lado que se olhe, é bem possível que estas tenham sido as que menos envolveram as pessoas, as que menos as motivaram. Assim, enquanto avançamos para nos tornar uma das maiores democracias do mundo, já agora com mais de duas décadas de normalidade institucional, só tem caído a participação política. É cada vez menor o engajamento, a militância, a discussão política no cotidiano.

As pesquisas feitas ao longo do ano mostraram como é pequeno o contingente de eleitores que acompanha com regularidade a propaganda eleitoral e que se informa com alguma profundidade sobre os candidatos e suas ideias. As expectativas de que houvesse uma grande expansão do uso da internet na discussão política não se confirmaram. Teremos que pensar em como incrementar a formação política nas escolas, com conteúdos adequados a cada nível educacional, do primeiro grau ao ensino superior. A quase completa ausência da participação estudantil na nossa vida política contrasta fortemente com o que era nossa realidade há não muitos anos e é um sintoma do problema. Não por acaso, a proporção de jovens menores de 18 anos que se registrou para votar este ano foi a menor desde houve a extensão desse direito na Constituição de 1988.

E temos que arejar nossa legislação. Ela está tão defasada da realidade que até um piparote desfechado por uma passeata de humoristas na praia do Rio de Janeiro fez com ela fosse mudada. Para evitar abusos, ela acabou por limitar as oportunidades de manifestação dos eleitores e tornou mais aborrecidas as campanhas. Debates submetidos à grade de programação das emissoras, espremidos entre o futebol e a novela, e usados na guerra de audiência, na qual cada uma quer fazer “o seu”, não ajudam. Está mais que na hora de torná-los mais solenes, mais respeitáveis, evitando que sejam realizados nas vésperas da eleição.

Mais uma vez, as pesquisas dominaram a cobertura da maioria dos veículos, presos à fórmula arcaica das “pesquisas espetaculares”, anunciadas através de manchetes equivocadas: fulano “dispara”, sicrano “afunda”. Entre os países modernos, só no Brasil esse ainda é o padrão. Nos demais, pesquisas diárias de tendência são a regra. O Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral é um fóssil que não serve mais a nada, salvo para dar emprego a marqueteiros e pesquisadores. O que fazer não é claro, mas o certo é que, como está, não pode permanecer. Estamos terminando as eleições com mais de 60% das pessoas não tendo visto sequer um programa dos candidatos aos diversos cargos.

Hoje, contudo, não é um dia para lamentações. A eleição pode ter tido menos participação do que seria desejável. Podemos ter tido excessos de vários tipos, cometidos por várias pessoas. Pode ter faltado muita coisa para que as tivéssemos aproveitado mais. Mas o dia da eleição é sempre diferente. Há uma mágica no ar, as pessoas se olham de uma maneira única. Talvez seja a percepção da democracia como realidade.

Bom voto a todos!

Imprensa italiana critica marmelada no vôlei

A imprensa italiana repercute de forma negativa a postura da Seleção Brasileira na derrota por 3 sets a 0 diante da Bulgária, em Ancona, pelo Mundial de Vôlei. Principal veículo esportivo do país, o jornal Gazzeta dello Sport usou o termo “farsa” para se referir ao jogo do último sábado, em que Bernardinho escalou o oposto Théo improvisado na posição de levantador, alegando indisposição do titular Bruninho por conta de uma gripe. A publicação acusa os brasileiros de terem forçado uma derrota para cair em um grupo mais fácil na fase seguinte da competição.

“Brasil e Bulgária se torna uma farsa” afirma a Gazzeta em sua chamada principal. Ilustrada com uma foto do oposto Theo, a matéria adota um tom crítico e sugere que “se era para o Brasil entrar para perder, o melhor seria que não tivesse jogado”. O texto destaca, ainda, os gritos de “palhaçada” e os protestos da torcida presente no ginásio.

Em entrevista ao jornal, o argentino Julio Velasco, atual treinador da Espanha e comandante da Itália nos títulos dos Mundiais de 1990 e 1994, lamentou o exemplo dado pelos brasileiros.

“Em toda a minha vida sempre joguei para vencer, porque penso que não se pode passar uma mensagem negativa”, condenou o técnico.

Outra personalidade do esporte a comentar o ocorrido foi o ex-jogador Andrea Vorizi, que assina uma coluna no Gazzeta dello Sport.

No seu artigo deste domingo, ele se mostrou decepcionado: “os times viviam um dilema se entravam em quadra para perder, para enfrentar um melhor caminho, ou se jogavam o seu máximo. Com o estômago embrulhado, eu esperei que em um algum momento os campeões deixassem de ser mecânicos e passassem a jogar”, admitiu, se referindo aos brasileiros.

Vorizi declarou que o jogo prejudicou a sua admiração pela Seleção e deu a entender que torcerá contra os comandados de Bernardinho no restante do torneio.

“No fim, uma vitória no Mundial, seria uma recompensa (por tudo que o Brasil fez)? Com o terceiro título mundial os brasileiros conquistarão o respeito que eu tinha quando os enfrentei? Eu sei que a culpa é desta fórmula (o regulamento do campeonato), mas Bernardinho e seus fantásticos atletas tiveram a oportunidade de dar uma lição a todos, vencer Cuba, Rússia e todos que passassem pela frente. Falo só do Brasil porque ele é o campeão do mundo, vice olímpico, um modelo a se seguir”, disse o ex-jogador. (Do Portal Terra)

Coluna: Como maltratar um ídolo

Os grandes ídolos do futebol jamais deveriam se permitir descer ao mesmo plano dos simples mortais. Esta regra, seguida à risca pelo Rei Pelé, deveria ter sido observada por Zico quando aceitou há quatro meses o espinhoso cargo de diretor-executivo do Flamengo. Voltava à Gávea como dirigente depois de ter sido, por cerca de 20 anos, o mais vitorioso atleta da história do clube.
Assumiu um risco e tanto. Poucos ex-craques saíram ilesos de aventura desse nível. O exemplo mais bem sucedido foi Franz Beckenbauer, campeão mundial pela Alemanha como atleta e técnico. Sem o mesmo êxito, Diego Maradona também aceitou retornar na condição de treinador da seleção argentina na recente Copa da África do Sul, sujeitando-se à condição de vidraça.
Com Zico em campo, o Flamengo conquistou títulos inesquecíveis, vitórias consagradoras. Justa e sábia, a gigantesca torcida (17% da população brasileira, segundo as últimas pesquisas) sempre o reverenciou como um semideus. Pelo comportamento irretocável como atleta e técnico, ganhou também o respeito dos demais desportistas brasileiros.
Pois agora, já na meia-idade, Zico tem o desprazer de ser moralmente achincalhado dentro do clube que honrou com tanta lealdade. Pior: por um ex-chefe de torcida organizada, das mais baderneiras entre tantas que infestam as arquibancadas cariocas.
Sem qualquer sustentação nos fatos, seu desafeto moveu campanha rasteira via internet e através de colunas de alguns jornalecos do Rio, difamando o grande craque e atingindo diretamente seus filhos. Não provou nenhuma de suas denúncias, mas conseguiu o objetivo de escorraçar Zico do Flamengo.
Cidadão decente, diante de tamanha baixaria, o Galinho de Quintino agiu decentemente: renunciou ao cargo para se defender nas instâncias cabíveis. Infelizmente, clubes de futebol abrigam gente de toda espécie e têm uma crônica dificuldade de separar o joio do trigo. Nessa triste história, o que se lamenta é que um clube tão popular esteja entregue à baderna e seja alvo de grupos sem qualquer escrúpulo no modo de operar.   
Triste é constatar que o tempo passou e o Flamengo só fez diminuir de tamanho. Desceu tanto que não se mostra hoje à altura de Zico, que sai de cena muito maior do que entrou. Que os verdadeiros torcedores, os não profissionais, saibam refletir sobre essa verdade.
 
 
Em meio às explicações que tentou dar para o seu envolvimento na possível compra de terreno no Aurá, o vice-presidente do Remo, Orlando Frade, mencionou na sexta-feira a existência de R$ 6 milhões para a aquisição do imóvel e construção de um centro de formação de atletas. A comissão de conselheiros que acompanha a transação – e vive se espantando com os ziguezagues do atrapalhado negócio – ficou surpresa, pois até então o presidente Amaro Klautau anunciava outra cifra: R$ 4 milhões. O “troco” de R$ 2 milhões pode não ser expressivo para os planos megalomaníacos do cartola, mas pode vir a ter bastante peso no futuro do clube. Quem viver, verá.  

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 3)

Ibope aponta vitória de Jatene

Pesquisa Ibope divulgada neste sábado indica que Simão Jatene (PSDB) pode ser eleito governador no primeiro turno da eleição. Na análise do votos válidos para o governo, o candidato tucano tem 53% das intenções de voto. Ana Júlia (PT) tem 32%. Domingos Juvenil (PMDB) fica em terceiro lugar nas intenções de votos com 8%. O candidato Fernando Carneiro tem 4% e Cleber Rabelo (PSTU) aparece com 3%.  O percentual de votos válidos excluí os votos brancos, nulos e indecisos. De acordo com a lei eleitoral, um candidato a governador é eleito no 1º turno se obtiver 50% mais um dos votos válidos.

Para o Senado, o candidato Jader Barbalho (PMDB) aparece com 32% das intenções de voto. Flexa Ribeiro (PSDB) tem 27% dos votos válidos. Paulo Rocha (PT) vem em terceiro tem 26%. Marinor Brito (PSOL) tem 9%. João Augusto (PSOL) 2% Paulo Braga (PSTU) 2% e Abel Ribeiro (PSTU) 1%. A pesquisa foi realizada entre os dias 29 de setembro a 1º de outubro. Foram entrevistados 812 eleitores em 43 municípios paraenses. A margem de erro é de três pontos percentuais, considerando um grau de confiança de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral sob número 17756/2010 e no Tribunal Superior Eleitoral sob protocolo nº 33072/2010.