Público superior a 15 mil pagantes no clássico

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Um público pagante de 15.879 torcedores no Mangueirão proporcionou arrecadação de R$ 166.670,00 para o clássico Tuna x Remo. Descontadas as despesas de R$ 68.486,02, a renda líquida foi de R$ 98.183,98. (Foto: MÁRIO QUADROS/Bola)

Parazão 2013 – Classificação do turno

TIMES PG J V E D GP GC SG AP
Remo 6 2 2 0 0 3 0 3 100.0
Paissandu 4 2 1 1 0 4 3 1 66.7
São Francisco 4 2 1 1 0 4 3 1 66.7
Paragominas 3 2 1 0 1 2 2 0 50.0
Águia 2 2 0 2 0 0 0 0 33.3
Cametá 1 2 0 1 1 0 1 -1 16.7
Tuna 1 2 0 1 1 0 2 -2 16.7
Santa Cruz 0 2 0 0 2 1 3 -2 0

Remo se isola na liderança

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Por Gerson Nogueira

Aquela velha história de que desperdício de gol é véspera de desgraça vem se repetindo com frequência neste Parazão. Domingo, na Curuzu, o Paissandu cansou de perder gol e terminou cedendo o empate ao São Francisco. Lá em Paragominas, anteontem, o PFC abusou de atacar e levou a pior em dois contra-ataques do Papão. Ontem, no Mangueirão, a Tuna também criou várias oportunidades no primeiro tempo, outras tantas no segundo, mas no fim das contas o Remo saiu com a vitória.

A explicação pode estar no pouco entrosamento das equipes neste início de competição, o que acaba impedindo maior capricho nas jogadas de ataque. Mais do que lamentar os vacilos dos derrotados, penso que é hora de valorizar as virtudes dos vencedores.

Sem exibir aquele futebol de encher os olhos da torcida, os times de melhor campanha se destacam pela objetividade. Tanto a dupla Re-Pa quanto o São Francisco mostram, em seus melhores momentos na disputa, a capacidade de aproveitar as chances que surgem.

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Disputados na abertura da temporada, campeonatos regionais raramente apresentam times afiados. Daí a completa injustiça de cobrar (ou esperar) atuações esplendorosas no Parazão. Leva vantagem quem erra menos e consegue fazer muito com tão pouco.

Foi assim que o Remo conquistou ontem sua segunda vitória e assumiu a liderança isolada do campeonato. Passou quase todo o primeiro tempo dando chutão e sendo imprensado em seu campo pela marcação avançada da Tuna. Ia raramente à frente e, quando fazia isso, as jogadas não tinham continuidade.

RemoXTuna Parazao 2013-Mario Quadros (19)Os tunantes cercavam, aproximavam-se com os laterais e só pecavam nas finalizações. Edilson perdeu um gol logo aos 8 minutos. Léo desperdiçou outro logo em seguida. Quando o Remo conseguiu se libertar da marcação, por iniciativa de Endy e Fábio Paulista (que recuava até o meio-campo para brigar pela bola), o jogo ficou menos monótono. E, aos 42 minutos, em descuido geral da zaga tunante, Paulista invadiu a área e tocou na saída do goleiro Alan.

O segundo tempo foi mais interessante. A Tuna correu mais, embora sentindo a falta de um atacante puro. Edilsinho se livrou da marcação no meio-de-campo e o Remo equilibrou a partida. Melhorou ainda mais com Galhardo em campo. Mas, quase ao final, os lusos desperdiçaram dois bons ataques.

De repente, o surpreendente Val Barreto, que substituiu Branco, foi lançado na área, passou pelo goleiro e tocou com sutileza. Outro bonito gol para fechar a rodada. Com os erros de posicionamento e organização, o Remo pode ainda não ter um time pronto, mas já ganhou um candidato a ídolo. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)

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A decepção de Cuiarana

E o Santa Cruz, hein?! Entrou no campeonato inflado pelas boas campanhas nas fases anteriores e pelos reforços caros que contratou. Em casa, contra o São Francisco, tinha tudo para se reabilitar, mas perdeu outra vez. Aí, de uma hora pra outra, passou de azarão a lanterna.

Já o Leão santareno se credencia como melhor emergente do Parazão. Rápido, audacioso e sem medo das torcidas adversárias, é um time talhado para dar trabalho. E, se bobearem, acaba chegando entre os primeiros.

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Cartola critica farra de salários

No cenário de cifras astronômicas que domina o futebol brasileiro é sempre tranquilizador ouvir um dirigente das antigas pregando contenção e austeridade. Sinal de que ainda há possibilidade de salvação. Juvenal Juvêncio, sumo-sacerdote do São Paulo, puxa a orelha da cartolagem carioca, alertando para o risco de quebradeira. Afirma que os clubes pagam mais do que podem. Refere-se a salários. “Vai ter uma sexta-feira 13 em que eles vão quebrar”, prevê.

Sempre achei que os clubes, não só os cariocas, praticam política salarial suicida. Só isso explica um bonde do nível de Vagner Love embolsar mensalmente R$ 1,5 milhão. A nova diretoria do Flamengo, num rasgo de lucidez, acabou com a farra, mas não escapou de críticas pela liberação do jogador. O Fluminense – ops, a Unimed – já é outra história. Não funciona como clube. Trata-se de um time terceirizado por um patrocinador endinheirado, capaz de pagar fortunas a badalados (como Deco) que só jogam de vez em quando. A questão é: até quando?

Juvenal fala com autoridade sobre a farra de salários. No São Paulo, um dos mais organizados clubes brasileiros, ele estabeleceu um teto salarial: R$ 300 mil, faixa dos craques indiscutíveis. Esse limite só é ultrapassado quando há participação de investidores.

Que o conselho do velho cartola seja ouvindo, inclusive por aqui.

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Direto do Twitter:

André Cavalcante @andrestm14 – “Olha, chama atenção uma qualidade que o Remo não tinha nos dois últimos anos: sorte. 2º jogo que o adversário joga melhor, mas que o Leão ganha”.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 18)

Tuna x Remo (comentários on-line)

Campeonato Paraense 2013 – 2ª rodada do turno.

Tuna x Clube do Remo – estádio Mangueirão, às 20h30.

Na Rádio Clube, Guilherme Guerreiro narra e Carlos Castilho comenta. 

TV Cultura transmite ao vivo. 

São Francisco bate Santa Cruz em Cuiarana

O São Francisco repetiu a boa atuação da estreia (contra o Paissandu) e derrotou o Santa Cruz por 2 a 1, na tarde desta quinta-feira, em Cuiarana (Salinas). O dono da casa começou no ataque, mas não criou situações muito claras de gol. Coube, então, ao Leão santareno abrir o placar com Jefferson, aos 14 minutos. O chute, disparado de fora da área, passou fora do alcance do goleiro Evandro. No segundo tempo, o Santa Cruz mostrou disposição e empatou logo a 50 segundos de jogo em cobrança de falta do meia Fininho.
Animado com o empate, o Santa Cruz insistiu no ataque, mas não acertava o pé. O jogo ficou equilibrado e, aos 33 minutos, Elielton desempatou para o São Francisco, após receber livre na entrada da área e driblar o goleiro Evandro. Com a vitória, o São Francisco chegou a 4 pontos e se igualou ao Paissandu na liderança do primeiro turno. O Santa Cruz ocupa a lanterna da competição, com nenhum ponto ganho até aqui.

Neto, o goleador das cambalhotas

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(Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)

A vitória da objetividade

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Por Gerson Nogueira

O Paissandu não desenvolveu tão bem seu jogo quanto na estreia diante do São Francisco. No entanto, mesmo com sérios problemas na transição entre meio-campo e ataque, fez o necessário para vencer: marcou dois gols em contra-ataques e assumiu a liderança do campeonato.

De quebra, saiu de Paragominas com um gol que vai para a galeria dos mais bonitos do campeonato. João Neto chapelou um marcador e aparou de primeira, desviando do goleiro André Luís. Pode não ser craque (e não é), mas fez um gol de craque.

Este gol, surgido aos 24 minutos, desequilibrou as ações na Arena Verde. Até então, predominava o equilíbrio. Os times eram rigorosamente parecidos, até nas falhas de posicionamento do meio-de-campo. Bolas rifadas e lançamentos tortos tornavam o confronto tecnicamente pobre.

O gol de João Neto salvou o primeiro tempo da mesmice e deu ao Paissandu motivos para se tranquilizar em campo. O time teve tempo também para ajustar melhor a postura dos zagueiros, permitindo-se ficar à espera do PFC.

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Para tornar tudo mais favorável, o time de Fran Costa confundia velocidade com afobação e não acertava as jogadas de ataque. Magno e Bruno Maranhão corriam com a bola ao invés de distribuir lançamentos. Aleílson, o principal atacante, perdia-se nas tentativas de passar pela linha de zagueiros. Diante disso, restava chutar de longe, o que não é o forte da equipe.

No segundo tempo, no afã de empatar, o PFC usou até três atacantes (Aleílson, Adriano Miranda e Buiú) mas produziu poucos ataques. Para piorar, sofreu o segundo gol em novo contra-ataque do Paissandu. A bola chegou a Rafael Oliveira, que, livre de marcação, só tocou para as redes.

Mais por desespero do que inspiração, o time da casa continuou atacando. Uma bola cruzada para a área do Paissandu permitiu que fizesse o gol de honra, com Rubran. Em seguida, Vânderson tentou peitar o árbitro e ganhou, merecidamente, o cartão vermelho. Nem com um jogador a mais, o PFC teve competência para se organizar no ataque. A defesa do Papão, reforçada por Raul e Billy, montou um bloqueio que assegurou a vantagem até o final.

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Copinha reproduz velhos erros

bol_qui_170113_11.psAs arbitragens da Copa São Paulo seguem à risca as trapalhadas cometidas pelos apitadores da Série A, beneficiando quase sempre os maiorais. No torneio sub-20, os paulistas têm sido acintosamente beneficiados. Ontem, o São Paulo virou o placar sobre o Santa Cruz graças a um gol irregular. Atacante se atirou sobre o goleiro pernambucano e, na sequência, ainda prendeu as pernas do guardião impedindo que apanhasse a bola.

Erro escandaloso, que ficou por isso mesmo. Pecados e injustiças começam logo no principal torneio nacional com jogadores recém-saídos das divisões de base. Além de tudo, essa preocupação em ajudar os grandes desmente aquele velho papo de que o interesse é na revelação de craques e que o título não é prioridade. Pelo que se vê, vencer a competição continua a ser questão de ordem para os representantes paulistas.

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Primeiro clássico testa ambições

A rodada prossegue hoje com os jogos entre Santa Cruz e São Francisco e Tuna x Remo. Em Cuiarana, dois times se enfrentam em busca de afirmação no campeonato, embora os santarenos venham de resultado interessante contra o Paissandu. Já o Santa Cruz, pelos investimentos feitos, precisa atender as expectativas criadas. O tropeço frente ao Remo tisnou um pouco essa imagem. Em casa, contra um time do mesmo porte, tem as condições favoráveis para mostrar a que veio.

No Mangueirão, tunantes e remistas fazem o primeiro clássico do campeonato. Para a equipe de Samuel Cândido, que estreou bem em Marabá, o embate representa a chance de reconquistar o respeito geral. Já faz tempo que a Tuna não é vista como real candidata ao título. Encarar um adversário tradicional é apenas mais um degrau no esforço remista em busca da conquista do Parazão, prioridade absoluta no clube neste primeiro semestre. A boa impressão deixada por alguns jogadores – Zé Antonio, Edilsinho, Val Barreto e Fábio Paulista – precisa ser confirmada hoje.

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Movimento exclui a dupla Re-Pa

Ronaldo Almeida dirige-se à coluna para lamentar que o futebol paraense, tão exuberante em torcida, tenha sido alijado – mais uma vez – de um grande projeto nacional. O recém-lançado Movimento por Futebol Melhor (nome meio esquisito) inclui, além dos clubes da Série A, equipes de porte médio e conhecidas pela pujança de suas torcidas. Estão lá Fortaleza, Sport, Ceará, Santa Cruz, Vitória e Goiás.

Remo e Paissandu têm o mesmo tamanho e nível, lembra Ronaldo, que é mineiro de nascimento, mas paraense de coração. Lembra, ainda, que a Chevrolet está patrocinando 20 campeonatos regionais (até do Piauí e Tocantins), mas o Pará está fora. Embora, neste último caso, a ausência se deva a uma estratégia misteriosa do presidente da FPF, coronel Antonio Carlos Nunes. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 17)

Geografia do futebol europeu muda a partir de junho

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Por Cosme Rímoli

O melhor técnico do mundo. Um dos clubes mais ricos do planeta. Jogadores tão talentosos quanto obedientes. Pep Guardiola no Bayern de Munique.

A divulgação por parte do clube alemão caiu como uma bomba. Outra vez os alemães atacaram os ingleses. Havia a certeza entre os britânicos que o espanhol trabalharia por lá. Assumiria o Manchester United, o City ou o Chelsea.

Havia a certeza absoluta. Até por membros da Federação Inglesa de Futebol. E se tornaria candidato natural a dirigir o English Team. Mas Guardiola havia dado evidências que seu destino seria outro.

Depois de acompanhar seu nome ser ligado de maneira fugaz e sem base à Seleção Brasileira, ele tratou de se preparar. Não foi estudar português. E sim alemão. Há dois meses ele estuda o idioma. O que seria completamente natural, já que Guardiola tem um lado intelectual desenvolvido.

Se ele fosse estudar mandarim também não haveria problemas. Mas não tinha da interesse pessoal nas aulas. Mesmo dominando perfeitamente o inglês, assim como a maioria dos jogadores do Bayern, ele quis ir além. Só falando perfeitamente alemão, entenderia a filosofia do novo clube.

Para tentar repetir o extraordinário trabalho do Barcelona, ele quer ter o domínio de todo o futebol do Bayern. Das categorias de base até o profissional. Esse é um dos principais segredos do time catalão. Os garotos seguem a mesma linha de trabalho dos profissionais. Inclusive taticamente. Em cada divisão, um time precisa repetir o outro.

Guardiola irá substituir Jupp Heynckes que se aposentará. Começará oficialmente a trabalhar em junho. Mas o medo na Espanha, no Barça é enorme. Que até lá ele use a sua influência e leve algum dos jogadores fundamentais. Com exceção de Messi, todos são suspeitos.

Guardiola era adorado pelos jogadores do Barcelona. Adorado…

O Bayern já tem um elenco forte, importante. Com estrelas como o francês Ribery e o holandês Robben. Além dos alemães Lahm, Thomas Muller, Schweinsteiger e outros. Um dos clubes mais ricos do mundo, irá se reforçar para a próxima temporada.

Guardiola terá cinco meses para escolher o que desejar. Poderá ser algo tão importante que até a geografia do futebol poderá mudar. As ligas inglesas e espanholas são as mais poderosas da Europa. As mais badaladas.

Guardiola com a estrutura e importância do Bayern poderão abalar esse cenário. Tudo era para ser mantido em segredo. Mas no início da semana, a imprensa italiana conseguiu o furo. A notícia foi descoberta pelo canal Sky. A direção do Bayern primeiro desmentiu. Mas entendeu que só iria cair no descrédito quando ele assumisse. Então resolveu abrir o jogo, assumir.

A notícia surpreendeu os espanhóis. Frustrou os ingleses. Com três anos de contrato, está claro que Guardiola pretende um trabalho profundo. Que deixe sua marca na Baviera. O time de Jupp Heynckes é competitivo, mas voluntarioso. Não tem nada do toque de bola que marcou a passagem do catalão pelo Barça.

Respaldado pelos 14 títulos que conseguiu em 19 possíveis, Guardiola foi contratado para deixar o Bayer do seu jeito. Tento como uma mescla absurda o time brasileiro de 70 com a Seleção Holandesa de 74. Com técnica, preenchimento de espaços, deslocamentos. E, principalmente, toque de bola. Será muito interessante ele mudar a marca registrada do time alemão.

A reação da torcida do time alemão não poderia ser melhor. Está entusiasmada. Assim como a imprensa. Todos por lá passaram a viver a partir de hoje uma contagem regressiva. Estão esperando por junho.

Quando o melhor treinador do mundo irá assumir o riquíssimo Bayern. A Europa vai tremer…