Patrocínio é plataforma de Del Nero na CBF

Ao conseguir patrocínio para 20 Estaduais, Marco Polo Del Nero pode ter feito mais do que conquistar o apoio de 20 federações para sua iminente campanha na próxima eleição na CBF, especula o Blog do Perrone. A ação tem potencial para impedir que outro candidato tenha condições legais de inscrever sua chapa no pleito, marcado para o ano que vem. Pelo estatuto da CBF, o candidato à presidência precisa do apoio de oito federações e cinco clubes. Ao todo, são 27 entidades filiadas.

Então, se as 20 patrocinadas pela Chevrolet fecharem com Del Nero, sobram apenas sete para um eventual opositor tentar seduzir. Mesmo que consiga, faltará uma para completar o número mínimo. Assim, o cartola paulista seria candidato único. Justamente no dia do anúncio dos patrocínios, o presidente José Maria Marin defendeu Del Nero como possível sucessor. Por sua vez, o vice da CBF e presidente da Federação Paulista disse que se for chamado aceitará a missão. Apesar de negar estar em campanha.

Donde se conclui que, como não aceitou o mimo oferecido por Del Nero, o coronel Antonio Carlos Nunes, da Federação Paraense de Futebol, pode estar na verdade se cacifando para ser paparicado mais à frente, quando o provável candidato irá precisar do apoio de pelo menos mais uma filiada.

Papão apresenta Alvim como novo reforço

PSC Iarley e Rodrigo Alvim-Mario Quadros (2)
O lateral-esquerdo Rodrigo Alvim, ex-Flamengo, foi oficialmente apresentado na manhã desta terça-feira como reforço do Paissandu para o Campeonato Paraense e Série B. Logo cedo, o elenco treinou no campo do Kasa. Iarley e Alvim (foto) se exercitaram normalmente com os demais jogadores. Segundo a programação repassada pela Assessoria de Comunicação do clube, a delegação partiu, de ônibus, para Paragominas às 13h. (Foto: MÁRIO QUADROS/Bola) 

Golaço coroa estreia remista

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Por Gerson Nogueira

Dois jogadores saídos diretamente do banco de reservas construíram a vitória do Remo sobre o Santa Cruz, ontem à noite, no estádio Evandro Almeida. Edilsinho e Val Barreto foram decisivos na mudança de postura que empurrou o time ao triunfo.

De um grupo confuso e tenso nos primeiros 45 minutos, a equipe se transformou depois que o meia começou a distribuir jogadas e encurtar a distância com o ataque. Para completar, o atacante – que substituiu Branco – pegou de jeito na bola e marcou o gol mais bonito do campeonato até agora.

Além disso, com a aproximação entre meio e ataque, o Remo criou um punhado de oportunidades e podia até disparar uma goleada, caso Fábio Paulista tivesse melhor pontaria.

Curiosamente, quando se mostrou contido, esperando as iniciativas do Santa Cruz, o Remo ficou sempre em desvantagem. Inverteu o status. Parecia o time pequeno enfrentando um oponente mais poderoso. Basicamente, não conseguia interromper o passe do adversário e isolava Branco e Fábio Paulista no ataque.

O Remo só não tomou gol nos primeiros minutos porque o Santa Cruz fazia tudo, menos agredir. O excesso de toques no meio-campo tornava o time lento, facilmente marcável e pouco efetivo para criar chances. Soares acertou um disparo na trave de Fabiano, mas o Remo na base da valentona também criou dois lances de perigo, com Josy e Paulista.

RemoXSta Cruz Parazao 2013-Mario Quadros (7)Depois do intervalo, Flávio Araújo modificou o time e a maneira de jogar. Manteve a boa linha de zagueiros – Henrique, Zé Antonio e Rech – mas percebeu o imenso buraco que havia no meio, onde Josy não estabelecia ligação com o ataque.

Edilsinho substituiu Josy e impôs dinamismo ao setor, acionando Berg pela esquerda e mostrando-se disponível para jogadas junto à área com Paulista e Val Barreto. Com isso, o Santa Cruz pela primeira vez no jogo teve que se preocupar com a cobertura defensiva.

Quando se deu conta, estava envolvido porque seus volantes Lê e Mael cansaram e os meias Soares não voltavam para ajudar. Com velocidade, Edilsinho e Barreto passaram a testar a zaga salinense e levaram ampla vantagem. O atacante dominou bola pelo lado esquerdo do ataque e girou para acertar um chute indefensável, no ângulo do gol de Evandro, aos 24 minutos.

Veio então o festival de gols perdidos por Paulista. Sozinho na área, errou dois arremates, depois mandou de chapa por cima da trave e, aos 40 minutos, invadiu a área driblando a zaga, mas o goleiro Evandro fez grande defesa evitando o gol.

O torcedor do Remo, que surpreendeu pela paciência com os passes errados do primeiro tempo, saiu satisfeito do Baenão – e não só pela vitória. Percebeu que Flávio Araújo está montando um time operário, de boa defesa e que marca muito, às vezes até exageradamente. Para quem sonha com o título estadual, não deixa de ser um bom começo.

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Saber perder é uma virtude

O bom goleiro Evandro tem todo o direito de dizer que o Remo é tecnicamente fraco. O problema é declarar isto depois de um jogo, principalmente nos 45 minutos finais, em que o seu Santa Cruz escapou de ser goleado pelo adversário supostamente inferior.

No ano passado, o mesmo Evandro fez declaração parecida depois de um empate entre o Cametá e o Remo, no primeiro turno do Parazão. A frase foi praticamente a mesma. No final, a conquista cametaense acabou por lhe dar razão. Vamos ver se, desta vez, sua afirmação se confirma outra vez.

Mais do que uma crítica, ficou a impressão de ressentimento profundo. Bons profissionais não podem se deixar dominar por esse tipo de sentimento menor.

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Técnica (e treino) para dominar o jogo

Alguém já disse que o joguinho de toques infalíveis do Barcelona é tão perfeito que às vezes fica até chato. Contra o Málaga, domingo passado, mais bonito que os gols da vitória, impressionou a sensacional combinação no centro do gramado. Cinco jogadores deram onze toques na bola em apenas oito segundos. De impressionar, pela precisão dos deslocamentos e a rapidez para girar em torno da bola. Quase um balé.

Por motivo diverso, mas plasticamente semelhante, recordei aquele célebre jogo entre Holanda e Argentina na Copa da Alemanha, em 1974. O lance mais simbólico do Carrossel Holandês: oito jogadores vestindo laranja cercando um solitário e indefeso argentino para tomar-lhe a bola.

Nos dois casos, técnica e treinamento de altíssimo nível para obter o mesmo objetivo: assumir a posse da bola. Os resultados são parecidos, embora o malabarismo do Barça seja incomparavelmente mais vistoso. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 15)