Paissandu entre os melhores da América do Sul

O Paissandu é o único clube nortista a integrar o ranking de melhores clubes da América do Sul no século 21, organizado pela Federação Internacional de História e Estatística do Futebol (IFFHS). Na lista divulgada, o clube paraense está na 154ª posição, com 322 pontos, ficando à frente de agremiações de Primeira Divisão, como Náutico, Portuguesa e Criciúma. Em 2003, logo depois da Libertadores, a IFFHS chegou a apontar o Paissandu com melhor desempenho em seu ranking, tendo pulado da 416ª para a 181ª posição. No Brasil, o Papão ficou entre os 10 melhores, posicionando-se em 9º lugar naquela ocasião. Veja, abaixo, o atual ranking da América do Sul:

1. Boca Juniors (Argentina) – 2.477 pontos
2. São Paulo – 2.243
3. Santos – 2.006
4. Cruzeiro – 1.845
5. Vélez Sarsfield (Argentina) – 1.833
6. River Plate (Argentina) – 1.806
7. Internacional – 1.789 
8. Libertad (Paraguai) – 1.760
9. Corinthians – 1.703
10. Nacional (Uruguai) – 1.697,5

Símbolo da Copa parece logotipo de multinacional

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Por Chico Homem de Melo (da Folha SP)

Copa nos ofereceu oportunidades de criarmos imagens fortes para serem exibidas ao mundo. A primeira tentativa foi o símbolo; não deu certo. A segunda foi o pôster; não chegamos lá. De autoria da Crama Design Estratégico, o pôster foi realizado com competência e profissionalismo.

Ele cumpre um roteiro previsível: aí está a cena do jogo –os dois pés disputando a bola; aí estão as referências à diversidade brasileira– fauna, flora, arquitetura, costumes; aí está o ícone particular –o mapa do país; e aí está o vínculo com o símbolo da Copa– o verde e o amarelo, aos quais é acrescentado um toque de azul, reforçando a menção à bandeira.

O primeiro aspecto que salta aos olhos é a referência ao símbolo da Unilever. A semelhança de grafismos é desconfortável. Considerando que o pôster terá circulação mundial, imagino que a pergunta será inevitável: a Copa é um evento da empresa?

Em segundo lugar, o mapa do Brasil não é um ícone reconhecível internacionalmente. Se o título não estivesse no centro, daí sim, o “mapa branco” ganharia força de imagem –poderia até não ser reconhecido como o mapa do país-sede, mas seria uma forma no mínimo intrigante. Do modo como está, ele se transforma em um simples contorno para os demais elementos.

Já que mencionamos o texto… Se ainda houver possibilidade de realizar algum ajuste, sugiro um reestudo da solução tipográfica. Ela está nitidamente aquém da precisão com que as demais imagens foram produzidas.

Décio Pignatari, um gênio que o país perdeu no mês passado, pensador da linguagem e amante do futebol, dizia que ainda não havíamos conseguido dar respostas às questões de design colocadas pelo esporte que se confunde com nossa identidade.

A afirmação continua valendo. O futebol ocupa um lugar central na vida brasileira, mas parece que a chamada cultura erudita ainda não foi capaz de traduzi-lo com um vigor análogo à sua importância para o país.

CHICO HOMEM DE MELO é designer e professor da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP).

Jogos da primeira fase da Copa do Brasil

Remo x Flamengo – Quem passar pega o vencedor de Sampaio Corrêa x Campinense.

Paysandu x São Raimundo-RR – Quem passar pega o vencedor de Portuguesa-SP e Naviraiense-MS.

Águia x Nacional-AM – Quem passar pega o vencedor de Coritibax CSP-PB.

Cametá x Atlético-GO – Quem passar pega o vencedor de Barueri-SP x Cianorte-PR.

A diferença está no meio

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Por Gerson Nogueira

Na atual campanha invicta do Remo muito tem sido dito da qualidade do trio de zagueiros e da força ofensiva, mas aos poucos é possível visualizar outras virtudes no time que Flávio Araújo está construindo. E um aspecto salta aos olhos: a qualidade do passe na armação de jogadas. Méritos para o organizador Tiago Galhardo, que vem evoluindo desde a estreia diante da Tuna na segunda rodada.

Ontem, frente ao PFC Paragominas, Galhardo foi novamente decisivo, como já havia sido diante do Cametá e do Paissandu. Além de lançamentos a partir do meio-campo, quando se posiciona como autêntico meia, ele se aventura como terceiro atacante.

Depois que o Remo levou um susto aos 6 minutos, com o gol de Aleison aproveitando um erro de posicionamento da defesa, Galhardo foi o ponto de desequilíbrio na meia cancha. Passou a controlar a transição, recebendo a bola no centro do gramado e dali esticando para Paulista e Val Barreto.

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Graças a essa disposição, Galhardo centralizou as jogadas e aparecia sempre livre, com o suporte do volante Gerônimo, que tem bom passe. Em lances iniciados por ele o Remo conseguiu virar o marcador, com gols de Zé Antonio aos 22 e Paulista aos 26 minutos. O primeiro teve até drible do armador entre as canetas do zagueiro do Paragominas.

Outras oportunidades foram criadas, envolvendo e imprensando o PFC em seu campo. A evolução tática e o maior entrosamento do time transpareceram ao longo dos 45 minutos iniciais. Coincidência ou não, Galhardo saiu lesionado no final do primeiro tempo e com ele foi embora a transição tranquila que havia entre meio e ataque.

Apesar do gol de Paulista, em lance de puro oportunismo aos 14 minutos do segundo tempo, o Remo caiu verticalmente de produção e permitiu que o PFC equilibrasse as ações, a partir de jogadas de Magno e Marquinhos pelo lado direito do ataque.

Nem mesmo a entrada de Leandro Cearense conseguiu fazer a equipe repetir o ritmo da primeira metade do jogo. Edilsinho não conseguiu substituir Galhardo em produção de jogadas e participação nas ações ofensivas. Em consequência, o Remo voltou a usar as ligações diretas, sem conseguir reter a bola em seu poder. No finalzinho, acabou cedendo mais um gol em desatenção da zaga e permitiu um ensaio de sufoco por parte do PFC.

É importante notar a arrumação exibida pelos remistas no primeiro tempo, quando a disciplina tática esteve lado a lado com o entrosamento. Faz crer que, com mais entrosamento, o time deve passar a fazer jogos mais interessantes e à altura da bela campanha até agora cumprida. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola) RemoXParagominas-Mario Quadros (18)

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Grande vitória fora de campo

O Paissandu tem hoje, no Parque do Bacurau, a chance de se recompor no campeonato, depois da derrota no Re-Pa. O problema é que o Cametá tem o mesmíssimo objetivo, acreditando na chance de ir às semifinais. Lecheva escala a antiga dupla titular na cabeça-de-área: Ricardo Capanema e Vânderson. Um alento diante da previsível pressão que o time de Cacaio deve fazer nos primeiros minutos.

De toda sorte, independentemente do resultado da partida, o Paissandu tem motivos mais do que justificados para comemorar. O acerto obtido pelo departamento jurídico do clube – com o advogado Alberto Maia à frente – com Jobson e Arinelson é daqueles feitos que valem como conquista de título.

Ao longo dos próximos cinco anos, o clube irá pagar parceladamente suas dívidas com ambos, assegurando a preservação da sede social da avenida Nazaré, um de seus maiores patrimônios.

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Cartola francês perde a pose

A marra habitual foi substituída por uma quase simpática postura, como a buscar apoio dos presentes. Jerôme Valcke, segundo na hierarquia da Fifa e conhecido pelas gaiatices cometidas em visitas de inspeção às obras no Brasil, foi o centro das atenções no lançamento do pôster oficial da Copa de 2014, ontem, no Rio. Não pela importância de seu cargo, mas pela saraivada de denúncias contra a entidade e ao seu papel de “consultor” privilegiado.

Um dia depois da bombástica matéria da France Football a respeito das maracutaias envolvendo o Mundial de 2022, o chamado Qatargate, Valcke foi alvejado por reportagem da Folha de S. Paulo, segundo a qual ele ganhou US$ 100 mil para dar consultoria à candidatura do Brasil para 2014.

Em meio aos discursos, o francês parecia pressentir as perguntas incômodas que viriam a seguir. Ao encarar os repórteres, teve a cara-de-pau de dizer que não via conflito entre o cargo na Fifa e a consultoria dada à vitoriosa candidatura brazuca.

Nada como um dia atrás do outro e um monte de trapalhadas pelo meio.

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Lusa e o recorde nefasto

Ao fazer sua pior campanha num começo de Parazão, a Tuna também está prestes a estabelecer uma marca inédita no campeonato estadual: atravessar um turno inteiro sem fazer gols. Até agora, são cinco derrotas nas cinco rodadas. Ontem, novo revés: 2 a 0 diante do São Francisco, no estádio Barbalhão. E a maneira como o time se comporta dá a quase certeza de que ninguém tira da Águia Guerreira esse galardão negativo.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 31)