Papão aplica maior goleada do campeonato

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Não apenas pelos três gols marcados, mas principalmente pela movimentação e presença de área, Rafael Oliveira foi o melhor jogador em campo na goleada de 6 a 2 que o Paissandu impôs ao Águia na manhã deste domingo, na Curuzu. Com um meio-de-campo que tocava a bola com rapidez e facilidade, o Papão dominou a partida desde os primeiros minutos, desperdiçando algumas oportunidades com Pikachu e João Neto.

O Águia mantinha-se muito recuado e errava passes em demasia, sofrendo também com a má atuação dos volantes e ineficácia dos laterais. O primeiro gol surgiu aos 26 minutos. Pikachu roubou bola dominada pelo lateral Mocajuba e cruzou na medida para Rafael desviar, rasteiro, para o fundo das redes. Só então o Águia saiu um pouco mais e teve até uma boa chance aos 31, em cruzamento alto que Leleu desperdiçou, cabeceando rente à trave.

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Aos 34 minutos, porém, veio o segundo gol alviceleste. Em lançamento para a área marabaense, Tiago Costa simulou falta e confundiu a defesa. Rafael entrou livre para chutar na saída do goleiro Leandro. Dois minutos depois, Rafael foi à linha de fundo como um ponteiro e cruzou para João Neto desviar. A bola foi em cima do goleiro, que se atrapalhou e deixou passar. Logo na saída de bola, o Águia descontou. Em cruzamento para a área, William recebeu nas costas de Pikachu e fuzilou para as redes.

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No segundo tempo, o Águia nem teve tempo de reagir. O Paissandu voltou com novo goleiro (Paulo Wanzeller substituiu Zé Carlos, que sentiu mal-estar) e logo aos 3 minutos, após triangulação pela direita do ataque, o volante Esdras entrou na área, deu um corte no zagueiro e foi derrubado. Na cobrança da penalidade, Pikachu chutou rasteiro no canto direito do gol para estabelecer 4 a 1 no placar.

Quatro minutos depois, veio o quinto gol: Gaibu cruza na medida para João Neto cabecear e vencer o goleiro Leandro, que pulou atrasado na bola. A torcida mal terminou de vibrar com o gol de Neto e veio o sexto tento bicolor, com Rafael desviando de cabeça cruzamento vindo da esquerda.

Desorganizado e evidenciando cansaço, o Águia tocava a bola lentamente, esperando apenas o tempo correr. Lecheva resolveu poupar alguns jogadores e substituiu Esdras por Billy e Gaibu por Lineker, diminuindo o ritmo da meia-cancha. Com isso, o Águia encontrou finalmente alguma facilidade para chegar ao ataque. Aos 29 minutos, Robert (que entrou no lugar do improdutivo Leleu) recebeu passe junto à área, limpou a jogada e mandou à esquerda de Wanzeller, diminuindo para o Águia.

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Diante do desgaste dos dois times, o árbitro Joelson Cardoso encerrou o segundo tempo aos 43 minutos. Destaques no Paissandu: Rafael Oliveira, João Neto, Pikachu, Capanema e Gaibu. No Águia, o único jogador que se comportou com lucidez foi o meia-atacante Wando. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)

 

Um carnaval de ilusões

Por Gerson Nogueira

Ainda sob os efeitos da descoberta de que o carnaval paraense é hoje o mais trepidante do país, segundo a Polícia Militar, o torcedor começa a perceber que há uma competição à parte se desenrolando neste primeiro turno do Parazão. A porfia envolve exclusivamente o Remo, que se empenha para bater o próprio recorde de contratações – mais de 60 no ano passado.

O esforço não tem sido em vão. Em menos de três semanas da nova temporada o Leão já contabiliza quase a metade de sua impressionante marca. Depois de anunciar Ramon, ex-Flamengo e Náutico, chegou a vez do desconhecido Elivelton, que defendeu o BOA na Série B 2012.

Talvez esses atletas signifiquem a redenção do Remo e acabem por assegurar as conquistas que clube e torcida tanto almejam, mas o bom senso ensina que reforços em excesso costumam causar mais danos que alegrias. A situação é ainda mais nebulosa pelo papel decisivo de empresários e investidores nas transações recentes.

O técnico Flávio Araújo, responsável pela montagem do elenco, já havia dado por encerrado o ciclo de contratações. De repente, antes que as cuícas comecem a roncar, lá está o Remo mergulhado em novas apostas. No caso de Ramon, o clube teve o desassombro de adquirir 30% de seus direitos federativos (avaliados em R$ 10 milhões) sem vê-lo jogar.

Amigo de Ronaldinho Gaúcho, Ramon pode até valer tudo isso, mas é estranho que, com todo esse cacife, tenha vindo parar em Belém do Pará vinculando-se a um clube sem divisão e sem garantia de torneios a disputar. A questão é que estranhos negócios movem hoje o futebol profissional no Brasil, quase sempre com motivos obscuros por trás dos acertos.

Por ora, diante da surpreendente celeridade com que o acordo foi firmado, surge a desconfiança de que o Remo esteja servindo a interesses de agentes e empresários. Difícil é saber até que ponto negócios dessa natureza são válidos para o clube.

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Novos truques de Dick Vigarista

coluna gerson (2)Depois do papelão do canadense Ben Johnson, a confissão de culpa de Lance Armstrong é o mais sério golpe já imposto ao esporte mundial. Todos os que acreditavam naqueles preceitos éticos do barão Pierre de Coubertin devem ter ficado de queixo caído com as declarações do ex-superatleta.

Com a quantidade de substâncias ilegais que Lance ingeriu, a glória e a fortuna estão ao alcance de qualquer cidadão. A revelação pública dos golpes põe por terra a credibilidade de todas as competições, mas cabe observar que a badalada entrevista à TV americana (em duas partes) não deixa de ser mais um truque midiático.

Sem o menor sinal de arrependimento, Lance admitiu à apresentadora Oprah Winfrey que processou tantas pessoas – quase todas inocentes – que até perdeu a conta. O repentino surto de sinceridade do campeão de trapaças é parte de meticulosa estratégia de defesa.

A ideia é obter o perdão – ou abrandamento de penas –, limpar a imagem e manter uma fatia do império montado ao longo da “vitoriosa” carreira. O consolo é que Lance não escapará de uma enxurrada de processos.

Ex-parceiros de negócios, anunciantes, federações e funcionários estão ávidos para acionar juridicamente o espertalhão. Como a Justiça americana não brinca com essas coisas dá para imaginar a montanha de dinheiro que o ciclista terá que desembolsar nos próximos anos.

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Domingo de festa na Curuzu

Depois do tropeço em casa contra o São Francisco, é natural que Lecheva tome todos os cuidados para evitar surpresas diante do Águia. Ainda sem vencer, o time marabaense é um adversário de respeito. Não tem o poderio técnico de outros anos, mas é tradicionalmente um osso duro de roer quando se apresenta em Belém.

Para os bicolores, que ambicionam a liderança do Parazão, o jogo pode confirmar a boa fase de João Neto, artilheiro do time na competição e autor de um golaço contra o Paragominas. Além de finalizador, Neto demonstra ser bom articulador de jogadas, participando dos outros gols do Paissandu no torneio. Outro destaque é o goleiro Zé Carlos, seguro e eficiente na reposição de bola.

Em comparação com os outros novatos – Eduardo Ramos, Diego Bispo e Esdras –, Neto e Zé Carlos estão em ampla vantagem.

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A última grande vitória

No apagar das luzes, Ronaldo Passarinho e Pablo Coimbra, que respondiam pelo Departamento Jurídico do Clube do Remo até dezembro, conseguiram nova grande vitória nas lides trabalhistas. No processo movido pelo lateral Panda, que reclamava do clube a mirabolante quantia de R$ 2,4 milhões, a Justiça do Ceará condenou o Remo a pagar apenas R$ 6 mil. O processo tramitou na Vara do Cariri (CE).

Entre outros feitos como defensor do clube, Ronaldo conseguiu abater os débitos trabalhistas do patamar de R$ 11,1 milhões para pouco mais de R$ 6,5 milhões entre 2011 e 2012, responsabilizando-se pelo pagamento de 123 processos no período. Com a missão mais do que cumprida, prestou contas publicamente e saiu de cena em dezembro, apesar dos insistentes pedidos de dirigentes e conselheiros. Vai fazer falta.

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Bola na Torre

O programa deste domingo começa às 23h50 na RBATV, logo depois do Pânico na Band. Guilherme Guerreiro apresenta, Ramon (Remo) é o convidado. Participações de Tommaso e deste escriba baionense.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 20)