São Raimundo anuncia novo técnico

Flávio Goiano, ex-Tuna, é o novo técnico do São Raimundo. Ele foi anunciado na tarde desta terça-feira pela diretoria do clube, depois que as negociações com Charles Guerreiro foram encerradas. O São Raimundo é o segundo representante do Pará na Série D. O Independente Tucuruí, o outro representante, ainda está sem técnico. Charles é um dos cotados para assumir o time.

Ex-atacante do Paissandu deve reforçar o Águia

Mendes, que defendeu o Paissandu no Campeonato Paraense, pode ser anunciado pelo Águia de Marabá como grande reforço para a disputa da Série C. No total, o time já contratou oito jogadores, entre os quais o lateral-esquerdo Carlinhos, ex-Vitória da Conquista (BA), e o meia Marquinhos, ex-Paissandu.

Presidente cobra apoio da torcida do Paissandu

Em comunicado através do blog oficial do Paissandu, o presidente Luiz Omar Pinheiro conclama a torcida a apoiar os jogos do clube na Série C a fim de garantir o pagamento da folha mensal de salários. “O Paissandu terá um plantel caro, pois a folha salarial dos atletas bicolores esta orçada em R$ 350.000,00 (trezentos e cinqüenta mil reais), mais R$ 97.000,00 (noventa e sete mil) da Comissão Técnica. É sempre oportuno lembrar que estas não são as únicas despesas do Paysandu, pois temos a folha salarial dos funcionários da Curuzu (R$ 16.000,00). Das categorias de Base (R$ 14.000,00) e funcionários da sede social e esportes amadores (R$ 9.000,00), além dos acordos trabalhistas que giram em torno de R$ 90.000,00 (noventa mil reais) mensais. Além disso, temos que cobrir as despesas de manutenção da Sede Social e da Curuzu, e, até então não sabemos qual vai ser o custo da Série C”.

Por essa razão, LOP cobra o envolvimento do torcedor. “Diante do exposto é que venho pedir para a grande nação alvi-azul, nossa apaixonada e fiel torcida, que nos ajude para que nosso time consiga subir para a Série B. Esta ajuda tem que vir da bilheteria dos nossos jogos, da força das arquibancadas. Não podemos jogar com uma renda inferior a R$ 350 mil, pois de outra forma teremos dificuldades em conseguir nosso objetivo maior”.

Cabreiro com a decepcionante presença da torcida bicolor nos jogos do recente Campeonato Paraense, ele acrescenta: “Estou fazendo isso acreditando sempre na torcida que sempre me falou a seguinte frase, em suas mensagens no site ‘presidente, forme um time bom, competitivo, que a torcida faz a sua parte’. Nesse momento eu estou fazendo a minha. Claro que é minha obrigação como presidente, mas, acredito firmemente que este time irá deslanchar e encher de alegria a nossa grande torcida que ama sem limites o Paissandu. Juntos, conseguiremos alcançar essa glória para o nosso clube e para o futebol paraense”.

Recado dado.

Principal reforço do Papão já está em Belém

Um pequeno grupo de torcedores recebeu o atacante Josiel, na tarde desta terça-feira, no aeroporto de Val-de-Cans. Aos 30 anos, o jogador chega com status de grande contratação do Paissandu para a Série C e uma das mais arrojadas dos últimos anos – nivelando-se, em termos proporcionais, às contratações de Dario, Iarley e Robgol. Josiel está há algumas semanas sem treinar e precisará se recondicionar na pré-temporada em Barcarena para poder estrear no dia 17, contra o Araguaína. Sua melhor passagem foi em 2007 no Paraná Clube, quando foi o artilheiro da Série A do Brasileiro, com 20 gols. (Foto: MÁRIO QUADROS/Bola)

O dia em que César vendeu a alma ao diabo

Por Lúcio de Castro (da ESPN)

Farmácia em Santa Bárbara d’Oeste confirma de bate-pronto uma história surreal, que só suja a própria imagem. Sem endereço, nome conhecido, rosto ou fachada. Conhecida apenas por via dos médicos da Confederação de Natação. Mistura de substâncias no ato da manipulação como se estivéssemos falando de uma cozinha de pé-sujo da esquina. O médico-político de sempre para falar de doping e em nome do antidoping. A imediata absolvição da Confederação. A mesma Confederação que demorou anos para constatar o óbvio no caso Rebeca Gusmão, encoberta em sua depois comprovada fraude durante anos por um esquema que nem o mais ingênuo acredita não passar por gente alta.
O nonsense total de querer que se acredite que todos os outros envolvidos tinham tomado os comprimidos do mesmo frasco manipulado na farmácia que ninguém conhece. Mesmo atletas de clubes distintos. A inacreditável variação de punições para as mesmas faltas e mesmas substâncias: Cielo apenas advertido. Daiane e Daynara suspensas meses antes pela mesma falta e substância. (…)
Gostaria de abordar um outro aspecto. Sobre o qual posso ter absoluta certeza do veredito e dos desdobramentos: o episódio amarra César Cielo, campeão olímpico que surgiu com sopro de rebeldia e questionando as condições do esporte brasileiro. Faz com que troque de lado em definitivo: devedor de um favor a quem o absolve da acusação de ser um dopado, de conquistar resultados de forma ilícita, nunca mais dirá uma palavra sobre qualquer mazela do esporte nacional. Está desde a última sexta atrelado aos caprichos do cartola máximo da entidade do esporte que pratica. E rezará pela cartilha dele. Ali na esquina se diria que está com o rabo preso desde então.
Não é pouca coisa. É sim um aspecto pouco abordado desde o anúncio mas é algo que diz muito sobre o esporte brasileiro e o estado das coisas, mandos e desmandos. Sobre o modo de agir dos nossos cartolas e como se vão matando qualquer foco de possível inquietação. Que no caso de Cielo já havia dormido um pouco. Quem não se lembra do episódio onde botou a boca no mundo, detonou a natação brasileira, o trabalho feito aqui pela Confederação e foi então chamado pelo cartola Coaracy Nunes para um papo em salinha reservada do locar onde se disputava a competição. Ao sair, o discurso já era outro, mais ameno, e logo então foi anunciado novo patrocínio ao campeão. Sem julgamentos aqui, apenas uma constatação do que houve. (…)
Quem não se lembra do episódio Giba? O craque do vôlei tinha lampejos interessantes fora de quadra em alguns momentos, reivindicando premiação aos seus companheiros, condições melhores de calendário e viagem. Até o dia do fatídico doping, ainda que equivocado por princípio, já que não estamos falando de substância usada para obter vantagem. Mas naquele dia, na coletiva ao lado do cartola do vôlei, que trabalhara por pena pequena, a alma estava entregue. O agradecimento foi só a admissão.
Em breve veremos o discurso alinhado de César Cielo ao cartola a quem outro dia criticou. Será o preço a ser pago. A encruzilhada onde entregará a alma e onde muitas vezes o esporte brasileiro se perde na pasmaceira e no jogo de trocas no sentido menos nobre da expressão.
Por tudo isso, um dos grandes herois brasileiros dos últimos tempos perde um pouco do brilho. Novamente não falamos aqui em resultados e provas e sim de atitudes nessa engrenagem. Ao entregar a alma ao diabo em troca das benesses de um julgamento desigual, o heroi perde a condição que Homero preconizava para ser um heroi: poder atingir a excelência, que para os gregos era um conjunto de valores. Entre esses valores, sem os quais não se chega a excelência, está a Timé, ou seja, a honra. Tal e qual Dorian Gray, Cielo vendeu a alma ao diabo para manter a foto na parede intacta. Pagará o preço a partir de agora em todos os próximos dias de sua vida.

Artilheiro vai ganhar R$ 30 mil mensais

Josiel, o grande reforço do Paissandu para a Série C, chega nesta terça-feira a Belém e seguirá de imediato para Barcarena incorporando-se ao grupo que faz pré-temporada naquele município. O ex-atacante de Paraná e Flamengo vem com cartaz de Primeira Divisão, ganhando salário em torno de R$ 30 mil, segundo fontes da própria diretoria do Paissandu.

BNDES e a cara-de-pau tucana

Por Brizola Neto

Chega a ser irônico que os tucanos estejam falando em CPI sobre a possível participação do Bndespar na operação de fusão do Pão de Açúcar com o francês Carrefour. A autoridade moral do tucanato, neste assunto, está abaixo de zero. Primeiro, seria o primeiro caso de investigação em CPI de um negócio que pode ou não acontecer. Mas desconsideremos esta “inovação jurídica” e lembremos do que os tucanos fizeram com o BNDES.
Usaram o dinheiro do banco – dinheiro do Tesouro, não o da empresa de participações, como agora – para financiar a compra de nossas estatais. O grupo americano AES pegou todo – isso mesmo, todo! – o valor que pagou para comprar a Eletropaulo no BNDES em 1998, sob o governo do festejado FHC. Foram duas as operações, num total de R$ 2 bilhões. Para assumir o controle e a gestão da companhia, a AES recebeu o equivalente a US$ 900 milhões. Apenas um dia depois, pediu e ganhou mais US$ 1,1 bilhão para comprar o restante da empresa, que era dos franceses da Light e concentrar tudo no grupo controlador AES.
Não pagou a dívida e forçou o BNDES a converter em ações e debêntures US$ 1,3 bilhão de dívidas. E, perdoar, caso a empresa honrasse, daí em diante, os juros e multas de mais de R$ 560 milhões. Isso foi, aliás, uma das últimas contendas entre Leonel Brizola e integrantes do recém instalado Governo Lula. Aliás, parte do governo, inclusive a então Ministra de Minas e Energia, tinha gana de retomar a empresa e só não o fez por uma avaliação de que a estatização de uma empresa americana ia detonar um movimento “terrorista” da direita muito ruim para a estabilidade do Governo.
A AES pegou dinheiro público para comprar o que já era nosso, chantageou o governo e ameaçou deixar entrar em colapso o fornecimento de energia a São Paulo. Extorquiu os consumidores, obrigando-os a assinar termos de reconhecimento de dívidas atrasadas – sem validade, segundo a lei – sob ameaça de corte de luz, demitiu metade dos empregados, enviou centenas de milhares de dólares para a matriz – que andava mal das pernas – e investiu muito pouco na qualidade dos serviços.
O PSDB topa colocar os dois negócios na balança, mesmo que um deles ainda não esteja concretizado? Vamos ver onde é que tem cheiro de maracutaia. Vai ser muito bom. Vai ser muito esclarecedor para a população ver como eram os negócios de Estado na gestão Fernando Henrique.

Coluna: As apostas do Remo

Depois do programa Bola na Torre, no último domingo, no habitual papo fora do ar, Sinomar Naves admitiu saber como montar rapidamente um novo time caso o Remo ainda consiga a vaga para disputar a Série D. Pareceu apenas um comentário solto, sem maiores conseqüências. O anúncio da contratação do técnico pelo clube, ontem, dá outra conotação à história.
Fora do ar, chegou até a escalar um possível ataque remista de emergência para disputar o Brasileiro com Jailson e Joãozinho. Os dois atacantes foram destacadas figuras no recente Campeonato Paraense ganho pelo Independente Tucuruí. Sinomar mencionou ainda jogadores que se destacaram no recém-findo campeonato acreano. A idéia seria formar um time bom e (se possível) barato. 
Campeão estadual pelo Independente Tucuruí, Sinomar esperou que terminassem as comemorações pelo título e que a diretoria do clube interiorano manifestasse interesse em sua permanência. Falou sobre isso no programa, mostrando-se preocupado com o silêncio dos dirigentes.
Com o Independente não se mexeu, o Remo apareceu e propôs um contrato de médio prazo, que prevê inicialmente a estruturação do time para percorrer o interior do Estado fazendo amistosos e cumprindo os contratos com os patrocinadores. Sinomar, nesse aspecto, é a figura certa para a função, pois já executou esse mesmo trabalho em 2009, depois que o Remo ficou sem divisão e teve que recomeçar do zero.
A situação é mais ou menos parecida. O clube alimenta a expectativa, remota, de participação na Série D. Os dirigentes remistas evitam comentar, mas ainda crêem em herdar a vaga, seja pela via judicial (recorrem hoje ao STJD, ainda reclamando os pontos da semifinal com o Independente) ou pela desistência do São Raimundo.
Quem acompanha mais de perto as duas frentes, aposta mais na segunda, por motivos óbvios. O São Raimundo amarga uma crise que se arrasta há vários meses, mas a situação se tornou dramática depois que um sócio recorreu à Justiça Comum para destituir o presidente do clube. A decisão de participar ou não da Série D deve ser comunicada até o fim desta semana. O Remo, agora sob o comando de Sinomar, espera. 
 
 
Caso se confirme o segundo semestre sem calendário, o Remo terá que cair na real: refazer contas, apertar o cinto e buscar faturamento. A folha salarial do clube, envolvendo funcionários comuns e jogadores, chega a R$ 140 mil. A receita é de R$ 240 mil (dos patrocínios da Yamada, Big Ben/Claro, Cerpa e Banpará). O dinheiro do contrato com o governo do Estado já está comprometido com pagamentos a jogadores que deixaram o clube depois do Parazão. Sobram R$ 100 mil para os acordos com a Justiça do Trabalho, que somam R$ 130 mil. O déficit terá que ser coberto com o roteiro de amistosos ou com adiantamento de verbas de patrocínio. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 5)