Kátia Abreu ganha a Motosserra de Ouro

Líder da bancada do agronegócio no Congresso e radical defensora das propostas de mudanças no Código Florestal brasileiro, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) recebeu nesta quarta-feira o prêmio Motosserra de Ouro. A tentativa de entrega, no hotel mexicano de Cancún onde está hospedada, foi feita por uma ativista do movimento indígena da Amazônia, junto com o Greenpeace. A ativista presenteou a senadora com uma réplica dourada do instrumento usado para desmatar florestas, mas Kátia Abreu desprezou o agrado e, visivelmente irritada, deixou apenas os xingamentos a seus assessores.

A condecoração lembra que as alterações da lei representa uma ameaça ao ambiente e foi dirigida a ruralistas defensores do relatório apresentado pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que defende a mudança. O projeto ruralista anistia desmatadores e reduz o tamanho da área que o proprietário de terra e o Estado estão obrigados a conservar para o bem público. (Com informações da Folha SP)

Premiação faz justiça ao estilo, digamos, devastador da senadora ruralista.

Bota comemora 68 anos de unificação

O Botafogo de Futebol e Regatas nasceu oficialmente no dia 8 de dezembro de 1942, como resultado da fusão de dois clubes com o mesmo nome: o Club de Regatas Botafogo e o Botafogo Football Club. Os dois clubes tinham suas sedes no bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, e se uniram depois de um triste fato. No dia 11 de junho de 1942, os dois clubes disputavam uma partida de basquete pelo Campeonato Estadual e o jogador Albano, do Botafogo F.C., durante o intervalo, caiu em quadra, vítima de um ataque fulminante. A partida foi interrompida a dez minutos do final, quando o placar marcava CRB 21x 23 BFC. O corpo de Albano saiu da sede de General Severiano e, quando passava em frente ao Mourisco Mar, o então presidente do C.R.Botafogo, Augusto Frederico Schimidt, disse: “Comunico nesta hora a Albano que a sua última partida resultou numa nítida vitória. O tempo que resta do jogo interrompido os nossos jogadores não isputarão mais”. O então presidente do Botafogo Football Club, Eduardo Góis Trindade, respondeu: “Nas disputas entre os nossos clubes só pode haver um vencedor, o Botafogo!” Schimidt então selou a fusão: “O que mais é preciso para que os nossos dois clubes sejam um só?”.

Com a fusão foram feitas apenas três alterações: a bandeira perdeu o escudo das letras entrelaçadas do CRB e ganhou a estrela solitária do Botafogo Football Club; a equipe passou a usar calções pretos e a bandeira ganhou um retângulo preto, com uma estrela branca ao alto. Nos anos 30, durante a cisão entre amadores e profissionais, o Botafogo conquistou o único tetra do Campeonato Carioca, representado por quatro estrelas acima do escudo na camisa. Atualmente, porém, o Botafogo não utiliza mais essas estrelas complementares, deixando apenas a do escudo e fazendo valer o apelido de Estrela Solitária.

O primeiro título veio seis anos depois, em 1948, com Carlito Rocha como dirigente e o cachorro Biriba como mascote, derrotando em General Severiano o lendário Expresso da Vitória, do Vasco da Gama. Os anos que se seguiram foram marcados por vitórias e ídolos. Em 1957, o título carioca foi conquistado com uma histórica goleada por 6 a 2 sobre o Fluminense. O time alvinegro reuniu craques como Garrincha, Nilton Santos, Didi, Quarentinha, Amarildo, Paulo Valentim e Zagallo, conquistando três Campeonatos Estaduais, três Rio-São Paulo e servindo de base para a Seleção Brasileira que conquistou as Copas do Mundo em 1958 e 1962. Outro time glorioso foi o de 1967-1968, que conquistou o bicampeonato carioca e a Taça Brasil.

A volta dos títulos começou em 21 de junho de 1989, na histórica vitória de 1 x 0 sobre o Flamengo, quebrando o jejum de 20 anos com uma campanha invicta. No ano seguinte veio o bi, em 1993 a Copa Conmebol e, em 1995, o Campeonato Brasileiro, comandado por Túlio, Gonçalves e Donizete, entre outros. No mesmo ano, o clube voltou para a antiga sede, onde a torcida comemorou a Taça Guanabara (com 100% de aproveitamento) e o Campeonato Estadual de 1997. Para completar a década, o tetracampeonato do Rio-São Paulo em 1998.

Como nada é fácil para o Botafogo, o clube voltou a passar por dificuldades. A maior delas foi a queda para a Segunda Divisão em 2002. No ano seguinte, entretanto, abraçado por sua torcida, o time garantiu o acesso. Em reconstrução, o Botafogo conquistou o Carioca em 2006 e chegou a três finais consecutivas nos anos seguintes, conquistando o título estadual de 2010, após vencer a Taça Rio e a Taça Guanabara. Paralelamente a isso, em 2007 ganhou a licitação para administrar o Estádio Olímpico João Havelange durante 20 anos. (Do site oficial do Botafogo)

Brasa atrapalha a vida da Águia Guerreira

Com gols de Alex e Diego Índio, o Sport Belém derrotou a Tuna, na manhã desta quarta-feira, na Curuzu, pela terceira rodada da primeira fase do Parazão. O meia Fininho descontou para os lusos. A derrota deixa a Águia em situação difícil na tabela, caindo para a sexta posição antes dos jogos desta tarde. O técnico Zé Carlos começa a ser muito contestado e pode ser substituído por Charles Guerreiro. Além do revés, a delegação tunante ainda passou por maus pedaços antes da partida. Não havia ônibus para transportar os jogadores, que se dividiram em táxis, caronas e até bicicletas – sendo que um dos atletas chegou a pé ao estádio depois que sua bike pifou na Almirante Barroso.

A frase certeira

“Há algum tempo o Botafogo manifestou desejo da minha permanência e eu nunca neguei, com atos e não com palavras, meu interesse em ficar. Nos últimos dias, recebi muitas manifestações de torcedores pedindo que eu ficasse. Muita coisa pesou. Acertei com o modo de o Botafogo trabalhar. Foi um ano muito bom da minha vida, não apenas pelo aspecto profissional, mas pela convivência que tive com todos aqui. Não poderia ter presente de aniversário melhor. Quando estourar minha champanhe, vou pensar em tudo o que aconteceu em 2010 e torcer para que 2011 seja ainda melhor. Estou muito feliz”.

De Joel Santana, confirmando a renovação de contrato com o Botafogo para 2011.

Titulares do Paissandu reforçam Time Negra

Um jogo da primeira fase do Campeonato Paraense, a ser disputado na tarde desta quarta-feira, em Parauapebas, ganhou repentinamente contornos polêmicos. Tudo porque o Parauapebas terá pela frente um Time Negra reforçado por meio time do Paissandu – Ney, Claudio Allax, Marquinhos (foto), Héliton e Tiago Potiguar. Sob a gerência de Rafael Pinheiro, filho do presidente Luiz Omar Pinheiro, o Time Negra busca de todas as maneiras se classificar para a fase principal do campeonato e vai utilizar os reforços do Papão para tentar conseguir seu objetivo.

O problema é que o técnico Sérgio Cosme deve chegar amanhã e não terá todos os titulares à disposição para o início dos trabalhos. Há, ainda, a possibilidade de que esses jogadores sofram contusões  e venham a desfalcar a equipe para a série de amistosos em Paramaribo. Na Curuzu, quase ninguém entendeu a liberação dos jogadores para o Time Negra, que sempre foi definido como um projeto experimental, a fim de revelar novos valores e aproveitar atletas não aproveitados no elenco principal.

A inversão de prioridades pode ser analisada de maneiras distintas: o Time Negra virou projeto auxiliar para efeitos de disputa do campeonato – o que deveria ser evitado pela Federação Paraense de Futebol – ou pode ser o embrião de um novo time a ser tocado futuramente pelo próprio LOP. O aproveitamento de Tiago Potiguar no jogo desta tarde põe em risco também as negociações entre o Paissandu e o Atlético-PR para cessão do jogador.(Foto: MÁRIO QUADROS/Bola; com informações da Rádio Clube do Pará)

Três décadas sem John Lennon

Do blog de Jamari França (jamsessions)

Pouco depois de meia-noite do dia oito para o dia nove de dezembro de 1980, o doutor Stephan Lynn, chefe da emergência do Hospital Roosevelt, na esquina da Nona Avenida com a Rua 59, em Nova York, saiu para falar com o batalhão de jornalistas aglomerados do lado de fora.
– John Lennon foi trazido num carro de policia para o pronto socorro do Hospital Roosevelt esta noite, pouco depois das 11 horas. Ele estava morto ao dar entrada. Extensos esforços para ressuscitá-lo foram feitos mas, a despeito de transfusões e outras medidas, não foi possive salvá-lo. Ele tinha sete ferimentos a bala no braço esquerdo, no peito e nas costas. Houve danos significativos nos principais vasos do peito que provocaram maciça perda de sangue, o que provavelmente resultou na sua morte. O óbito foi declarado às 23h 07m. (Obs. A time line dos acontecimentos é meio estranha. Ele teria saído do estúdio 22h30, chegou no Dakota às 22h50.  A polícia chegou rápido, pegou Lennon, levou pra o hospital onde morreu às 23h 07. Tudo num período de 17 minutos. Por estes numeros, não deu tempo de fazer os esforços para ressuscitação citados pelo médico. Conclui-se que chegou morto ao hospital e os médicos viram que nada mais podia ser feito).

Às duas da madrugada, o porta-voz da policia, James T. Sullivan, falou com centenas de jornalistas apinhados na sala de imprensa do 20º distrito na Rua 82 Oeste.
– Pedimos que viessem para dar um breve relato sobre o que sabemos até agora sobre o homicídio de John Lennon. Prendemos Mark David Chapman, residente na Rua South Kukui 55, no Havaí, pela morte de John Lennon. É caucasiano, pele bronzeada, um metro e setenta, 80 quilos, cabelos castanhos, olhos azuis, 25 anos de idade. Nascido no dia 10 de maio de 1955, aparentemente está em Nova York há mais ou menos uma semana, tendo se hospedado na Associação Cristã de Mocos e no Sheraton Centre. Ele esteve rodeando o prédio Dakota nos últimos dias e conseguiu obter um autógrafo num disco de Mr. Lennon quando este saía para o estúdio. Permaneceu no Dakota de noite esperando que Mr. Lennon voltasse. Pouco antes das 11 horas, John Lennon e sua esposa chegaram de volta ao Dakota numa limusine, que parou na frente do edifício. Existe uma entrada de automóvel que podia ter sido usada. Os dois saíram e andaram até a arcada do Dakota…Este indivíduo, Mr. Chapman, saiu de trás e chamou “Mr. Lennon”. Em seguida, em posição de combate, esvaziou o revolver Charter Arms calibre 38. O sr. Lennon gritou “Fui baleado”, subiu os degraus, empurrou a porta e caiu.
O porteiro do Dakota John Hastings, um fã dos Beatles, estava lendo uma revista, pouco antes de 11 da noite, quando ouviu vários tiros do lado de fora e barulho de vidro estilhaçado. John Lennon cambaleou para dentro, andou vários passos e caiu, espalhando as fitas cassete que tinha nas mãos. Yoko veio logo em seguida, gritando, “John foi baleado”. Hastings apertou o alarme que chamava a policia, correu e se ajoelhou junto de Lennon. Yoko gritava pedindo uma ambulância, depois foi para junto de John e gritou “Tudo bem John. Você vai ficar bom.” Hastings tirou a gravata para usar como torniquete, mas não havia lugar para aplicar o torniquete. O sangue jorrava do peito e da boca de Lennon, seus olhos abertos e desfocados, ele tossiu vomitando sangue e pedaços de tecido. Dois carros de policia chegaram e dois policiais entraram no prédio, viram Lennon, viraram-no para avaliar os ferimentos, disseram que não dava para esperar uma ambulância e levaram-no para um dos carros, que saiu em disparada com ele e Yoko dentro.

Tribuna do torcedor

Por Augusto Azevedo

Como um bom paraense, só posso começar esse comentário com um sonoro ÉGGUUAAAA!!!!! Meu Deus do céu, até quando esse senhor vai invertar? Deixar que esses técnicos venham fazer currículos aqui, lembram do Eron Ferreira? Tá certo que não foi na gestão do LOP mas com certeza ele, atual presidente, deve ter reclamado também. Caramba, o que o Charles “o verdadeiro técnico” Guerreiro fez? O trabalho dele tava ótimo, perdeu a classificação para a série B, mas quem num lembra do Givanildo que perdeu também um acesso com o Paissandu (e pior: para o Remo), na Copa João Havelange? Ele ficou, organizou a casa e foi campeão da séria B e subiu no ano seguinte. O Guerreiro é meu ídolo de infância, foi revelado pelo Paissandu. Tem que parar de ser tratado pelas diretorias de Paissandu e Remo apenas como tapa-buracos e ser efetivado e com moral de técnico dando assim o destaque que ele merece. Mas, no caso do Paissandu, o presidente não fez isso. Preferiu o Didi, que prejudicou o meu clube do coração. Charles já foi da Seleção e é cria da casa, é paraense, sabe como tem que funcionar por aqui. Digo mais: se esse técnico, o Cosme, não vai dar certo. Antes ter deixado o Guerreiro se era para trazer, ou melhor, fazer isso com a Avalanche Bicolor, parece até que foi trazido de propósito. Um jogo de cartas marcadas tal qual os dois técnicos inúteis do início do ano, uma trama que envolve uma efetivação de técnico do Papão e adivinha só quem LOP vai chamar  para comandar o Papão? Essa resposta é simples: o trapalhão! Um paraense de nascimento, um verdadeiro papachibé. É brincadeira isso, é desrespeito comigo e com todos os torcedores do Paissandu. Tomara que não faça falta, mas desse jeito não tem como eu tirar do meu suado dinheirinho, do meu rico dinheirinho, nada pra ver o Paissandu. Esse presidente conseguiu uma coisa que nem o Tourinho fez: me desmotivar com relação ao Papão. Tourinho… ah! que saudade! ao menos trouxe glórias de que me orgulho e meu filho também irá se orgulhar. Já o LOP não consegue nada, a não ser me decepcinoar. Por isso lanço aqui o movimento: “Volta Tourinho e traga o Guerreiro com você.” Eu tinha um sonho: um Paissandu forte, bem estruturado, olímpico. Agora vou ter que ficar com esse pesadelo por mais dois anos.

Coluna: Um torneio de segunda

O Campeonato Brasileiro recém-findo deixa no ar uma espécie de sentença funesta sobre a realidade do futebol no país. Ao contrário do que indicam os discursos pomposos da festa de gala bancada pela CBF no Teatro Municipal do Rio, não há muito a comemorar.

Como se trata de nosso principal torneio, representando o que há de melhor entre os boleiros tupiniquins, o sinal de alerta vermelho deve ser imediatamente acionado. A menos de quatro anos da Copa do Mundo que vamos sediar, a produção de craques está em baixa, talvez como nunca antes na história desta terra tropical.

No atual campeonato, mesmo em pequena quantidade, os estilistas da bola até foram vistos em ação. O problema é que nenhum é brasileiro. Para desespero dos xiitas, os três mais habilidosos meias da competição são argentinos: Conca, Montillo e D’Alessandro.

O craque da competição, escolhido por unanimidade, foi o camisa 10 do Fluminense, que realmente liderou o time em campo e mereceu todas as premiações. Conca pouco mais é que um bom jogador que vive um grande momento, mas nunca foi linha de frente no país natal. Aliás, os argentinos quase não o conhecem.

Incomoda, acima de tudo, a incompetência do futebol brasileiro para produzir armadores clássicos, legítimos usuários da camisa 10. Garotos com essas características quase não surgem mais nos clubes. Por força do tal futebol de resultados e da pressão dos técnicos, prioriza-se o volante marcador, capaz de desempenhar rigidamente as ordens dos “professores”.  

De maneira geral, quem se deu ao trabalho de acompanhar o Brasileiro sem paixões ou interesses específicos, percebeu claramente a indigência técnica do torneio, cujo campeão teve 71 pontos e 62% de aproveitamento.

Outro sintoma do baixo nível foi a quase inexistência de revelações. O goleiro paranaense Neto (Atlético-PR) e o volante corintiano Jucilei foram os novatos que mais se destacaram. Muito pouco para um campeonato tão longo e acirrado. 

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Robson, que tenta fazer o caminho de volta ao futebol depois de perder a eleição para a Assembléia Legislativa, deve estar lamentando o mau passo de acreditar nos dirigentes do Paissandu. Crente de que tinha carta branca para procurar um novo técnico para o clube, na condição de superintendente de futebol, Robgol espantou-se com o anúncio do nome do treinador. Sérgio Cosme foi contratado pelo diretor Toninho Assef, deixando o ex-artilheiro em situação desconfortável junto a Givanildo Oliveira, com quem vinha conversando para voltar à Curuzu.

Desapontado, o grande ídolo da Fiel percebeu que estava sobrando no esquema da nova diretoria do Paissandu. Concluiu que o seu jeito de lidar com futebol é bem diferente da filosofia dos atuais dirigentes. Diante disso, antes de passar por novos constrangimentos, prefere sair de cena, conforme revela em matéria de destaque contida nesta edição do Bola. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 08)