Lula faz despedida em pronunciamento na TV

Lula fez na noite desta quinta-feira seu último e mais longo pronunciamento em rede nacional. O discurso de despedida, de 11 minutos, foi ao ar às 20h. Em tom emocionado, disse que vai viver “a vida das ruas”. Além de elencar feitos do governo, Lula afirmou que os brasileiros conseguiram afugentar “a onda de fracasso que pairava sobre o país”. “Se governamos bem foi, principalmente, porque conseguimos nos livrar da maldição elitista que fazia com que os dirigentes políticos deste grande país governassem apenas para um terço da população”, afirmou. Lula também pediu que os brasileiros apoiem Dilma como o apoiaram. “Isso também significa cobrar, na hora certa, como vocês souberam me cobrar. O presidente pediu ainda que não perguntem sobre o futuro dele. “Perguntem, sim, pelo futuro do Brasil e acreditem nele porque temos motivo de sobra para isso”. O pronunciamento foi gravado na segunda-feira na biblioteca do Palácio da Alvorada. A fala foi escrita pelo publicitário João Santana, que fez a campanha de Dilma e revisada pelo ministro Franklin Martins (Comunicação) e pelo próprio Lula, que também deram sugestões. (Do Folhaonline)

Cabra bom. Mandou bem, como sempre.

CBF põe a mão na grana e ganha helicóptero

A CBF anunciou nesta quinta-feira a ampliação do contrato com a empresa Seara até 2026. No começo do ano, a entidade que controla o futebol brasileiro assinou com a mesma empresa até 2014. Na ocasião, o contrato era de US$ 6 milhões. Agora, porém, com a extensão por mais 15 anos, a confederação irá ganhar US$ 240 milhões (mais de R$ 400 milhões ou o equivalente a R$ 27 milhões por ano) e também um helicóptero.

Com os novos dados, a Seara vai aparecer também nas costas do uniforme da seleção. Antes só ficava em banners espalhados nos campos de treinamento, mas ainda não será o principal patrocinador da entidade. Agora, a empresa, que se negou a falar sobre valores, é quem tem o contrato mais longo com a entidade e já está garantida nas Copas de 2014, no Brasil, 2018 (Rússia) e 2022 (Qatar). A sede de 2026 ainda não foi escolhida pela Fifa. Hoje, a CBF tem um total de dez patrocinadores. (Do Folhaonline)

Abbey Road vira patrimônio intocável

A mais célebre faixa de pedestres da música popular mundial, diante do estúdio Abbey Road, na zona norte de Londres, foi designada local de importância nacional pelo governo britânico nesta quarta-feira. Beatlemaníacos de todo o mundo costumam ir à rua para posar para fotos imitando a foto da capa do álbum “Abbey Road,” que mostra Paul, John, George e Ringo atravessando a faixa. “Esta faixa de travessia de pedestres em Londres não é nenhum castelo ou catedral, mas, graças aos Beatles e a uma sessão fotográfica feita em dez minutos numa manhã de agosto de 1969, tem direito igual a fazer parte de nosso legado nacional”, disse em comunicado John Penrose, ministro britânico do Turismo e do Patrimônio Histórico e Cultural.

A partir de agora, a faixa de pedestres só poderá ser modificada com a aprovação das autoridades locais, que teriam que tomar uma decisão com base no significado histórico do local, sua função e sua condição. O próprio estúdio Abbey Road ganhou status de patrimônio nacional protegido em fevereiro deste ano. (Do Folhaonline)

Sorte de Abbey Road que AK não passou por lá… Do jeito que ele odeia patrimônios históricos, já teria mandado destruir a picaretadas a famosa rua.

Coluna: A Tuna é fundamental

Há quase duas semanas, quando a Tuna foi fragorosamente derrotada pelo Sport e ficou a um passo da eliminação, escrevi uma coluna carregada de críticas à desambição da diretoria lusa. Reclamava do desmazelo com que o futebol era tratado no Francisco Vasques e chegava a questionar a opção, improvisada, por Flávio Goiano como técnico. Coincidência ou não, a partir daquele revés, a Tuna voltou a ser Tuna, confiante e vencedora.
Quem gosta de futebol sabe que o retorno da tradição tunante à divisão de elite é, seguramente, a melhor notícia deste final de temporada. A emoção provocada pelo desfecho surpreendente da definição das vagas, ontem,  confirma a importância que a Tuna tem para o equilíbrio de forças no campeonato paraense. Irrompeu então, assim do nada, uma fiel e apaixonada torcida, que costuma ser discreta e ordeira até nas comemorações.
Até foguetes foram ouvidos pela cidade, em manifestações de contentamento mais comuns aos torcedores de Remo e Paissandu. Já nos acostumamos a ver no tunante um aficionado diferente, mais aferrado às tradições e sem aquela ânsia por conquistas tão comum a outras torcidas.
Ainda no domingo, fui ao estádio do Souza comentar o jogo contra o Abaeté para a Rádio Clube. Testemunhei a chegada de dezenas de torcedores, geralmente famílias inteiras, em clima de absoluta cordialidade, sem a postura ruidosa de remistas e bicolores. Avalio que isso só é possível pela ausência das famigeradas “organizadas”, responsáveis pelo acirramento de ânimos nos estádios.
Nas arquibancadas, até existem grupos uniformizados, mas que se comportam como desportistas. Não se vê apologia da violência, nem canções de guerra. Pode-se dizer que a Tuna tem uma torcida pacífica, essencialmente preocupada em torcer.
O emocionante final do jogo em Mãe do Rio, coroado pelo gol salvador de Giovane, foi a maior alegria cruzmaltina nos últimos anos. Mais que o título da primeira fase do Parazão e a classificação à etapa principal, o feito representa a ressurreição da Tuna para o futebol.
E isso não diz respeito exclusivamente aos tunantes. Significa que todas as demais torcidas saem lucrando, pois o campeonato não é o mesmo quando um clube centenário, detentor de dois títulos nacionais, é barrado no baile. O retorno da velha Águia garante um torneio com mais dois clássicos. Nesses tempos de times de aluguel e futebol-empresa, os demais clubes que me perdoem, mas a Tuna é fundamental.
 
 
A precária política de boa vizinhança entre Remo e Paissandu, que vinha sendo alardeada desde a negociação do atacante Héliton, com juras de amor eterno, parece em vias de virar guerra de bastidores. A trégua foi quebrada com a notícia de que a diretoria alviceleste passou a perna nos dirigentes azulinos. O atacante Rafael Oliveira, que vinha negociando com o Remo, firmou acordo para disputar o campeonato estadual pelo Papão.   

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 23)