Para não perder o hábito ortodoxo de tentar de organizar o que é naturalmente caótico, dedico aqui algumas linhas a um inventário breve da temporada que hoje finda. Em primeiro lugar, ao contrário do nosso malfadado futebol, com seus dirigentes aloprados e vocação para o erro, não posso reclamar de 2010. Foi um ano profissionalmente instigante em vários aspectos. O principal motivo de satisfação para este escriba baionense foi a consolidação do jornal que dirijo como o mais lido e influente da região Norte. Com método e inventividade, o DIÁRIO se estabilizou no âmbito do planejamento para a temporada, empenhando-se sempre em chegar aos corações e mentes do leitorado. Esforço recompensado: os números da pesquisa Ibope de dezembro de 2010 confirmam, pelo quinto ano consecutivo, a liderança absoluta e insofismável de mercado e a plena aprovação da opinião público ao nosso projeto editorial.
Para quem já havia empreendido uma luta quase insana para conceber um formato essencialmente popular de TV no Pará, cujo principal artefato foi o pioneiro “Barra Pesada” (programa idealizado no final de 1990 e lançado em fevereiro de 1992) na TV RBA, a obsessão em praticar um jornalismo de qualidade dirigido ao grande público se corporifica no DIÁRIO atual. Um matutino de desenho gráfico arrojado, linha editorial clara e objetivo prioritário de noticiar o Pará e a Amazônia como nenhum outro jornal paraense jamais ousou. A receita é certeira: competência de uma equipe que mescla experiência e juventude aliada à maturidade de seu jovem presidente, Jader Barbalho Filho, inovador nas ações administrativas e tão vigilante à apuração dos fatos quanto qualquer operário da Redação. A impecável (e diferenciada) cobertura das eleições estaduais, com caderno exclusivo, atestam o compromisso do jornal com a seriedade.
Impossível não elencar entre as grandes vitórias do ano a cobertura da Copa do Mundo pelo DIÁRIO e da Rádio Clube. Ao lado dos companheiros Geo Araújo, Giuseppe Tomaso e Valmir Rodrigues, integrei orgulhosamente a única equipe nortista presente à África do Sul. Os resultados de campo frustraram a todos, mas nosso trabalho foi aprovado publicamente pelos leitores e ouvintes. Cumprimos as metas que estavam ao nosso alcance. Dunga, Felipe Melo, Robinho & cia., infelizmente, não. Muito além dos infortúnios do escrete, tivemos a alegria abençoada de desbravar um país desconhecido. Impossível ficar indiferente aos encantos da terra de Mandela. Rica nos bens naturais e na incoerência, generosamente bela nas diferenças. Conheci cidades majestosas, convivi com gente de fino trato. Não há preço para isso.
Por fim, cabe um ligeiro capítulo sobre as conquistas de natureza pessoal. Além do privilégio de acompanhar o crescimento de meus dois filhotes, Pedro e João, posso afiançar que a alegria de rever Paul McCartney ao vivo no Brasil só perdeu, em emoção, para a tocante reunião de irmãos Nogueira em torno da formatura de minha querida sobrinha Joyce. O bom da vida está, afinal, nesses encontros. Graças a Deus.
Feliz e próspero 2011 a todos os parceiros deste libertário espaço de convivência.
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