Cametá vence de virada e entra no G4

O Cametá conquistou importante vitória, por 3 a 2, sobre o Santa Rosa, na tarde desta terça-feira, no Baenão. A partida foi válida pela quinta rodada do returno do Parazinho. O único gol da etapa inicial foi marcado por Everton para o Cametá, em cobrança de falta aos 20 minutos.
No segundo tempo, o Santa Rosa virou o placar através de Marcelo Dias, que marcou de cabeça, aos 30 minutos, e de Everson Messi, aos 34. Mas o Cametá ainda conseguiu reagir e arrancou para a vitória, com gols de Paulo de Tarso, aos 35, e Dudu, que converteu pênalti já nos acréscimos, aos 50 minutos, fechando o placar em 3 a 2.

Com o resultado, o Cametá entrou no G-4, somando sete pontos. Já o Santa Rosa, permanece na última posição sem ainda ter pontuado. O árbitro da partida foi Andrey da Silva e Silva, do quadro da FPF. A renda foi de R$ 1.120,00, com um público total de 206 expectadores, sendo 137 pagantes e 69 credenciados.

Pela sexta rodada, o Santa Rosa jogará no Baenão no próximo sábado, às 15h, contra o Ananindeua, enquanto o Cametá receberá o Paissandu no mesmo dia, às 16h, no estádio Parque do Bacurau. Para complementar a quinta rodada resta apenas o jogo entre Ananindeua x S. Raimundo, que será disputado nesta quarta-feira, às 15h30, no Baenão. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola; com informações da Rádio Clube)

Classificação:
1º Águia, 12 pontos
2º Paissandu, 10 (saldo: 7)
3º Remo, 10 (saldo: 2)
4º Cametá, 7
5º Independente, 6
6º S. Raimundo, 5
7º Ananindeua, 3
8º Santa Rosa, 0

Análises sobre a pesquisa Datafolha

Por Luis Nassif

Conversei com um dos principais analistas brasileiros de pesquisas de mercado, para entender esse imbróglio das pesquisas eleitorais para presidente da República. O ponto fora da curva foi, efetivamente, a pesquisa Datafolha de 29 de março passado. Todos os institutos – inclusive o próprio Datafolha – apontavam para uma aproximação crescente entre Dilma e Serra, com perspectiva de empate no curto prazo.

Aí vem a pesquisa Datafolha e apontou para um cenário diferente, o aumento da distância entre os dois candidatos, sem nenhum fato novo que justificasse a mudança. A estranheza aumentou quando Mauro Paulino, diretor do Datafolha, escreveu artigo para a Folha apresentando os motivos que via para a mudança.

Primeiro, alegou que a melhora se deveu à redução das chuvas em São Paulo. Mas como assim, se o estado onde se registrou a maior mudança foi o Rio Grande do Sul? Como poderia o fim das chuvas em São Paulo influenciar o eleitor do Rio Grande do Sul e não influenciar o de São Paulo. A segunda alegação era mais risível ainda: a mudança se deveria à entrevista dada por Serra ao programa do Datena. Nem dentro do Datafolha se acredita nessa história, diz o analista. Como supor que uma entrevista de Datena tivesse o condão de mudar a opinião de 5 milhões de eleitores?

As duas explicações de Paulino eram muito fracas para explicar mudanças tão grandes como aquelas. Três semanas depois, vem a pesquisa seguinte, que teria tudo para registrar uma melhorar de Serra, porque imediatamente após o anúncio da candidatura, com muita mídia em torno do evento. Deveria haver um aumento da diferença entre Serra e Dilma, mas a diferença ficou no mesmo lugar da pesquisa anterior.

Quando não era para haver, houve; e quando era para haver, não houve.

Diferenças metodológicas

Existem diferenças metodológicas entre três institutos – Ibope, Vox Populi e Sensus – e o Datafolha, explica o estatístico. No item escolaridade, a amostra do Datafolha tem até 12 pontos de diferença em relação a do IBGE. É o único dos grandes institutos que adota essa metodologia de pesquisa, de aplicar os questionários em pontos de maior movimento das cidades escolhidas – e não nas casas dos eleitores.

Em princípio, é uma metodologia defensável também, desde que se tenha o cuidado ao inferir os resultados. Pode provocar diferenças, ao não entrevistar quem não sai de casa. O que chama a atenção, porém, é que até o fatídico dia 29 de março, essa metodologia não estava trazendo nenhuma diferença relevante em relação aos demais institutos. As duas últimas pesquisas do Datafolha registraram grande convergência com os resultados dos demais institutos. Os quatro institutos estavam completamente dentro da reta estimada de evolução dos votos de ambos os candidatos.

O que teria ocorrido, então? O estatístico não sabe dizer. Pergunto, em tese, onde pode ocorrer direcionamento de pesquisas. Em sua opinião, não é nem na definição da amostragem, na escolha dos municípios. Todos esses procedimentos seriam facilmente identificados, já que registrados no TSE.

Se algum instituto quiser manipular, a etapa adequada é a do processamento. Lá, é o analista, o computador e o operador.

Serra e as privatizações – a foto proibida

Por Rodrigo Vianna

Recebo, do leitor Giovani, uma foto que José Serra não gostará de ver exibida durante a campanha eleitoral: o então ministro do Planejamento (!) de FHC aparece durante o leilão de uma companhia elétrica, a Escelsa. A legenda, no canto à direita, informa: “a privatização do setor tinha, então, início oficial”. Isso foi em 1995. A “privatização do setor” – os brasileiros não esquecem – conduziria o Brasil ao apagão, no glorioso segundo mandato de FHC.

A foto – que está num livro sobre os 40 anos da Eletrosul – fazia parte do acervo da extinta Bolsa do Rio. Com a imagem, o leitor Giovani enviou-me singela legenda: Ele ficou bonito na foto né?  Isso é característico nas pessoas que trabalham naquilo que gostam”. Maldade do Giovani…

Serra nem pode ser apresentado como o campeão das privatizações entre os tucanos. Havia gente com muito mais disposição para vender tudo – inclusive Banco do Brasil e Petrobrax (como eles diziam) , se tivessem tido a oportunidade. Sobre a farra privatista, não há exagero nenhum em dizer que os tucanos queriam vender  Banco do Brasil; vejam aqui o que o Paulo Henrique Amorim publicou: documento de 1999 mostra que a privatização do BB estava em estudo dentro do governo FHC – http://www.conversaafiada.com.br/economia/2010/04/16/fhc-queria-vender-o-banco-do-brasil/.

Serra fez parte daquele governo. Era ministro de FHC, segurou o martelo com gosto, e apareceu na foto. A foto pegava bem naquela época, em que se dizia que o Estado era “o atraso”…. Época em que FHC prometia “enterrar a era Vargas”. Mas a foto pode assustar eleitores hoje, quando o Estado se mostrou fundamental para que  Brasil enfrentasse a crise de 2008.

Parte da base de apoio dos tucanos, especialmente na classe média, segue a acreditar que  “o Estado é atraso”. Serra terá que agradar essa gente, ao mesmo tempo em que precisa mostrar que não voltarão os tempos das privatizações a preço de banana, do desrespeito com o patrimônio público brasileiro. Será uma campanha de malabarista. Pra isso, Serra já escalou Jabor pra defender a privatização da Infraero, enquanto ele – o candidato – diz que “veja bem, eu não quero privatizar, posso só conceder uns aeroportos por aí” – http://www.rodrigovianna.com.br/radar-da-midia/jabor-entra-em-erupcao-e-assusta-flamenguista.

Tribuna do torcedor – 17

Por Maurício Carneiro (mauriciocarneiro68@hotmail.com)

Gerson, antes de mais nada, felicitações pelo Botafogo pelo qual torci como antiflamenguista. Com a Copa às portas e Neymar na crista da onda não posso deixar de dar meu pitaco. Não acho que seja necessariamente a hora de Dunga chamá-lo. Até aqui seu trabalho já tem o aval da opinião pública e da maior parte da imprensa especializada, portanto, tirando divergências naturais em se tratando de futebol, ele está certo em continuar na mesma linha, ou não? Entro no rol dos que preferem ver um Marcos ou Rogério Ceni como reserva de segurança do JC. Lembremos que a Seleção já fez grandes jogos sem o Kaká, sobre o qual pairam temores sobre sua forma atual e eventual contusão na Copa, e com razão, mas aí por que não um Diego Souza por exemplo? Em quantos jogos ele já foi decisivo pelo Palmeiras, incluindo a sensacional virada na Vila Belmiro? Além do mais, agora mais experiente e produtivo, o Robinho pode fazer tanto quanto, ou mais, que Kaká e Neymar, no meio ou na frente. A favor do “capitão-do-mato” há ainda o importante fato de ter sido o líder de uma equipe vencedora sem craques no meio e que privilegiava a tática, correndo pouquíssimos riscos e sem dar grandes sustos  na torcida… Acho injusto dizer que Romário carregou aquele time e ganhou a Copa sozinho. Copa é Copa, uma a cada quatro anos, por ela Jorge Videla arrumou pra Argentina em 78, Escobar pagou com a vida pela Colômbia em 94, João Saldanha foi demitido por Médici em 70, o próprio Dunga durante muito tempo sofreu após 90, Zico foi o expoente de uma geração marcada por não tê-la conquistado e crucificado pelo pênalti de 86. Vamos voltar a defender o espetáculo nos amistosos que começam em agosto e, se der certo, se Neymar for mesmo tudo isso, joga a 10 no peito dele e deixa pra 2014. Agora não, né? E outra: comparar qualquer jogador de agora aos 17 com Pelé no longíquo 1958… tenha paciência! Quem deve ser cobrado agora é Messi, esse sim, já é rodado, é craque mesmo, mas com a alviceleste não faz absolutamente nada, e em 2014 certamente já terá passado seu apogeu. Falo isso tudo sem nenhuma convicção absoluta. Quem não gosta de ver um Neymar no seu time? Ou simplesmente vê-lo em qualquer time? A Seleção é meu time também. Apenas não acho obrigatória, ou motivo de cobrança, sua convocação agora. Sei que dirás o contrário e que não precisas saber antecipademente o resultado da Copa pra defender desde já o futebol-arte (nem eu), respeito toda opinião e a sua muito mais, mas espero que em julho sejamos hexa com sobras para que eu envie outro e-mail falando: “Eu não disse?”. Abraço, e dá-lhe meu Papão com pinta de campeão (gostei dessa sua).

Criticada, Globo tira do ar jingle “45”

A Rede Globo tirou do ar o jingle da comemoração dos 45 anos da emissora, veiculado desde ontem à noite. Em nota, a emissora afirma que o filme foi criado em novembro de 2009, quando “não existiam nem candidaturas muito menos slogans”. (Veja o vídeo) “Qualquer profissional de comunicação sabe que uma campanha como esta demanda tempo para ser elaborada”, diz nota da Central Globo de Comunicação. “Mas a Rede Globo não pretende dar pretexto para ser acusada de ser tendenciosa e está suspendendo a veiculação do filme”. A página da emissora que mostrava a propaganda também saiu do ar. Quem clica nela recebe a seguinte informação: página não encontrada.

A medida acontece logo depois de integrantes da pré-campanha da petista Dilma Rousseff criticaram a propaganda. Na avaliação de Marcelo Branco, um dos responsáveis pela campanha de Dilma na internet, o jingle embute, de forma disfarçada, propaganda favorável ao tucano José Serra. “Eu e toda a rede [vimos essa alusão]”, escreveu Branco no Twitter em resposta ao comentário de que estaria enxergando na peça mensagem subliminar de apoio ao tucano.

De acordo com Branco, que corrobora tese difundida em sites de apoio ao PT, a mensagem estaria embutida no “45”, o número do PSDB, e em frases do jingle como “todos queremos mais”, o que seria, de acordo com os petistas, referência ao slogan “o Brasil pode mais” dito por Serra no lançamento de sua pré-candidatura. (Do Folhaonline)

Na ponta da língua

“Andam dizendo no Parque São Jorge que, com a Taça das Bolinhas, o São Paulo virou, enfim, o Clube do Bolinha. Meninas não entram!”

(De Tutty Vasques, no Estadão)

Coluna: A solução está no ataque

Diante de aperreio aparentemente sem solução, meu saudoso pai-avô Juca sempre vinha com o conselho básico e simplório: barco pro fundo, bem carregado. É o que imagino que Giba deveria fazer a partir de agora no Remo. Diante do risco iminente de, nas duas últimas rodadas do returno, acabar alijado da briga pela vaga na Série D, não vejo outra saída: abandonar as cautelas e abraçar um esquema bem ofensivo, com os riscos óbvios e a certeza de muitos gols.
Para tanto, o técnico teria que aposentar o formato 3-5-2, que não rendeu o esperado e deixou o time sem identidade. Não precisa ser gênio para fazer algumas constatações óbvias. A defesa se comporta mal, pior do que antes. O meio-campo só funciona na armação, quando Gian está em campo. E o ataque, apesar das mudanças, ainda é o setor mais produtivo da equipe. 
Nesse caso, a providência mais sensata é apostar no setor do time que está dando certo. Aumentar o poder de fogo do ataque, abrindo mão de cuidados excessivos na defesa, parece ser a única solução possível para o Remo alcançar as semifinais deste turno.
As peças estão à disposição de Giba para formar uma linha ofensiva de respeito, falta apenas experimentar. Vamos lá: Landu, Marciano e Samir (Héliton) na frente. No meio-campo, Danilo Mendes, Didão e Gian. Levy, Raul, San e Marlon formariam a defesa. Duvido que haja uma formação mais confiável do que esta no elenco azulino.
O time vai sofrer gols? Certamente, como ocorreu no turno. Mas é certo que terá produção ofensiva compensadora. Além disso, será um esquema mais bonito de se ver jogar, sem as amarras exageradas (e inócuas) ao defensivismo mal ajambrado, como no jogo com o Independente.
Como sustentação teórica à minha tese cabe lançar mão até da eterna lição dos profetas da bola, que garantiam que a melhor defesa é o ataque. Essa verdade tem muitos exemplos. A Hungria de 54, o Brasil de 70, a Holanda de 74, a Argentina de 86, o Barcelona de 2009, o Santos de Pelé e o Santos de Neymar. Alguns desses esquadrões tinham natural vocação ofensiva pelos talentos que reuniam; outros, porém, optavam por atacar porque não possuíam bons beques – caso da Holanda de Rinus Michels.
O mecanismo é simples, puro exercício matemático: quando você dá trabalho à zaga do adversário, este é obrigado a se defender, não tendo tempo para ir muito ao ataque. Se tivesse tido esse desassombro no sábado à noite, dificilmente o Independente teria liberdade para ir ao ataque com tanta tranqüilidade.    
Não defendo a obediência xiita a um sistema tático, longe disso. Acredito que, com a bola rolando, todos os esquemas se equivalem. O problema é que o Remo escala três homens fixos na zaga, o que altera (para pior) completamente a maneira de jogar do resto da equipe. O desenho proposto aqui pode não ser perfeito, mas é menos sujeito a panes que o atual. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 20)

Improvável e merecido campeão

Por Paulo Vinícius Coelho

A última vez que um campeão carioca ganhou a Taça Guanabara e a Taça Rio foi em 1998, quando o Vasco de Antônio Lopes festejava seu centenário. O simples fato de ter vencido os dois turnos obriga a dizer que a conquista alvinegra de 2010 é absolutamente justa. O fato de ter sido surpreendente a hegemonia botafoguense tão grande aumenta a quantidade de motivos para comemorar.
O Botafogo não tem um elenco forte. Jogadores como Alessandro, Marcelo Cordeiro, Fábio Ferreira estão longe de ser exemplos de talento. O único capaz de reforçar a estatística alvinegra em Copas do Mundo é Loco Abreu, da seleção do Uruguai. Mas o time encontrou um jeito de jogar. Limitado, levantando bolas na grande área, explorando a estatura do uruguaio.
Ganhar o título estadual aumenta o número de torcedores, faz pais convencerem seu filho a vestir a camisa alvinegra, chama a atenção de novos patrocinadores.
É muito melhor ser campeão carioca do que ser eliminado na semifinal da Copa do Brasil, possibilidade concreta para para Fluminense e Vasco.
Por tudo isso, o Botafogo, hoje, só tem motivos para festa.
Parabéns, Fogão!