Aumenta registro de jornalistas sem diploma

Por Izabela Vasconcelos/Do Comunique-se

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) já contabiliza 1098 registros de jornalistas sem graduação específica na área, após a decisão do Supremo Tribunal Federal, que derrubou a obrigatoriedade de diploma para exercer a profissão. A emissão de registro para jornalistas sem graduação passou a ser adotada pelo MTE no início deste ano, após publicação do acórdão da decisão. A orientação é de que os profissionais formados sejam registrados como “Jornalista Profissional”, e os sem diploma, “Jornalista/Decisão STF”.

O estado que mais emitiu o registro para não diplomados foi São Paulo, com 554 emissões. A lista segue com Minas Gerais (113) e Distrito Federal (70). O único estado que ainda não emitiu esse tipo de registro foi o Amapá. Os dados contabilizam registros emitidos até o dia 09/04.

Para o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sérgio Murilo de Andrade, o número não altera a posição dos sindicatos em defender ou não a filiação de não diplomados. “É bom lembrar que já temos um estoque de quase 15 mil precários, por liminar. Esse novo número não altera a posição dos sindicatos em lutar pela regulamentação da profissão”, declarou.

Andrade acredita que o número de jornalistas sem graduação na área tende a crescer ainda mais. “Não me surpreende esse número, achei que até poderia ser maior. Tenho a impressão que irá crescer cada vez mais, porque o Ministério do Trabalho não tem critérios para o registro, basta estar vivo”, critica.

Sobre os direitos que esses novos jornalistas pretendem desfrutar, o presidente da Fenaj diz que a questão deve ser polêmica. “Os direitos desses jornalistas agora é problema do Congresso Nacional, digo da Câmara e do Senado. Eles que terão que saber o que fazer com esse estoque de jornalistas sem formação”, conclui.

Torcidas: Fla e Timão empatados, diz Datafolha

Adversários na Taça Libertadores a partir de quarta-feira, Flamengo e Corinthians estão empatados tecnicamente em torcedores, apontou a mais recente pesquisa do Datafolha sobre os times preferidos dos brasileiros, conforme informa a reportagem de Rodrigo Bueno, desta terça-feira, na Folha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL). Na pesquisa, 17% disseram que torcem pelo Flamengo – esse número era 19% em dezembro de 2009. Já o Corinthians possui agora 14%, antes era 13%. Assim, caracterizou um empate técnico entre as duas torcidas, considerando a margem máxima de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Foram realizadas 2.600 entrevistas em 144 municípios pelo Datafolha entre os dias 15 e 16 de abril. Pessoas com 16 anos ou mais opinaram. É a primeira vez, desde 1993, quando iniciou-se o estudo pelo Datafolha, que o Corinthians atinge 14%. E sua supremacia sobre o Flamengo ocorre na região Sudeste do país; no Sul, empate técnico; no entanto, no Nordeste e no Norte/Centro-Oeste, os cariocas têm larga vantagem. O São Paulo tem a terceira maior torcida do Brasil, com 8% da preferência. O Palmeiras é o quarto, com 6%, o que também configura um empate técnico. A mesma situação é identificada entre o time alviverde e o Vasco, quinto colocado, com 4%. Grêmio e Inter aparecem na sequência com 3%, mesma porcentagem do Cruzeiro. Atlético-MG e Santos, rivais pela Copa do Brasil nas quartas de finais, aparecem logo depois com 2% cada. Chama a atenção também o alto número de pessoas que não torce para nenhum time: 25% do total de entrevistados, isto é, 650 pessoas. (Com informações do Folhaonline e ESPN)

O Datafolha a cada dia se complica mais. Depois dos 10 pontos pro Serra, agora vem com esse empate entre Flamengo e Corinthians. E quando já que Remo e Paissandu têm menos torcedores que Sport e Vitória? Ou, pior ainda, menos que a Portuguesa?!!? Para arrematar, uma outra inversão grave para quem conhece o futebol mineiro: o Cruzeiro pode até ter mais torcedores que o Atlético-MG, mas jamais o dobro da torcida.

Troféu Camisa 13: última parcial de votação

Saiu a última parcial do Troféu Camisa 13 e os resultados começam a se consolidar, depois de computados 180.564 votos de torcedores (mais de 134 mil pela internet). Sandro dispara como o mais votado para craque do campeonato estadual e aproxima-se de seu 10º troféu – é o jogador mais premiado da história do C-13. A posição onde há mais equilíbrio na disputa é a lateral esquerda, com Álvaro apenas 222 votos à frente de Aldivan. O Paissandu, como na primeira parcial, lidera a votação, com 6 jogadores (contra 5 do Remo) na seleção do campeonato.

Abaixo, a lista dos dois mais votados por posição:

Goleiro – Alexandre Fávaro (PSC), 6.503 votos; Adriano (Remo), 5.247.

Lateral direito – Cláudio Allax (PSC), 3.770; Levi (Remo), 2.834.

Zagueiro – Leandro Camilo (PSC), 3.592; Pedro Paulo (Remo), 2.925.

Zagueiro – Raul (Remo), 5.698; Paulão (PSC), 3.826.

Lateral esquerdo – Álvaro (PSC), 2.383; Aldivan (Águia), 2.161.

Volante – Danilo (Remo), 5.376; Tácio (PSC), 4.288.

Volante – Sandro (PSC), 6.873; Fabrício Carvalho (Remo), 3.897.

Meia – Vélber (Remo), 4.763; Tiago Potiguar (PSC), 3.710.

Meia – Gian (Remo), 4.661; Fabrício (PSC), 2.607.

Atacante – Moisés (PSC), 6.270; Didi (PSC), 2.413.

Atacante – Marciano (Remo), 4.628; Bruno Rangel (PSC), 3.168.

Revelação – Moisés (PSC), 5.954; Héliton (Remo), 3.535.

Craque – Sandro (PSC), 5.095; Gian (Remo), 2.357.

Técnico – Charles (PSC), 4.231; Giba (Remo), 3.082.

Árbitro – Andrey S. Silva, 4.466; Cláuber Miranda, 748.

O pensamento vivo de Neymar

Trechos da matéria da jornalista Sonia Racy sobre o atacante Neymar, publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo:

“Neymar pai jogou futebol em clubes pequenos, o que lhe rendeu o patrimônio de um terreno. Neymar filho, aos 17 anos, já comprou uma cobertura tríplex em Santos – com piscina, sauna e espaço gourmet dentro do apartamento. Uma jacuzzi com TV de plasma ocupa o banheiro de seu quarto. Lá, a nova e grande estrela do Santos vive há cinco meses com pai, mãe, irmã e um primo – que tenta a vida como jogador.

Uma estante envidraçada com fotos, medalhas e troféus de “Juninho” decora a sala-de-estar da casa da família, onde a coluna foi recebida em dois dias diferentes. No primeiro, o pai e empresário do craque contou histórias inéditas. No outro falou o filho – mostrando-se, em família, um tímido e brincalhão. (…)

Neymar diz que não quer saber de se apaixonar. “Agora não. Quero curtir a vida”, avisa, esparramando-se no sofá. Entrelaçando as pernas em uma almofada, narra seu sacrifício para não cair no canto das marias-chuteiras. “Você tá quietinho e elas é que vêm para cima. A gente tenta dar umas cortadas, mas é complicado. Tem que ser esperto, primeiro conhecer, ver de onde ela vem, no que está interessada, se ela gosta mesmo de você. Daí você investe.”

E o assédio é grande. “Tem mulher mais velha, mais nova, tem de tudo. Tenho que ficar com o olho bem grandão”, afirma, arregalando o seu par verde. Para proteger o filho de companhias oportunistas e de impulsos consumistas, quem administra o dinheiro do craque é o pai. Ele diz deixar apenas R$ 5 mil na conta do moço – valor bem inferior ao salário, que hoje beira os R$ 150 mil mensais. “E cinco mil ainda acho muito, porque o Juninho não precisa comprar nada. Tem contrato com a Nike, ganha roupas, tudo. Parece um polvo, tem mais de 50 pares de sapatos.”

História que o jogador confirma. “Eu acho bom, porque a grana acaba. E sou meio gastão, né? Principalmente em viagens. Compro presente para todo mundo. Até para o cachorro, se deixar.” O jovem também coleciona relógios, perfumes e brincos. “Mandei fazer um brinco de ouro com as letras “NJ” (de Neymar Junior).”

Com ou sem faixa, Neymar, segundo seu pai, sempre foi e continua sendo um fiel contribuinte da Igreja Batista Peniel, de Sãio Vicente. Doa 10% de tudo o que ganha para lá. “O primeiro salarinho dele foi R$ 450. Fizemos esse primeiro contratinho dele no Santos e minha mulher pegava os R$ 45 e dava para igreja todo mês. OK, ainda sobravam uns R$ 400 para pagar as contas. Daí ele passou a ganhar R$ 800. Tá bom, doa R$ 80… Só que Deus começa a te provar, né? Pegamos R$ 400 mil. Caramba, meu, como vamos “dizimar” R$ 40 mil? É um carro! Cara, mas daí você pensa que Deus foi fiel. Pum, dá R$ 40 mil! Mas daí vieram “catapatapum” reais. Meu Deus, não quero nem saber, “dizima” logo isso! (risos). É… Deus te prova no pouco e no muito”, suspira o patriarca da família Silva Santos. E o que pensa disso o jogador? Como revela na conversa que se segue, o dinheiro não lhe faz a menor falta.

(…)

Falando nisso, qual é a parte chata de fazer sucesso?

Ah, não tem parte chata. Eu acho que é sempre legal.

Já foi vítima de racismo?

Nunca. Nem dentro e nem fora de campo. Até porque eu não sou preto, né?

O que gostaria de poder comprar que ainda não tem?

Queria um carrão.

Mas você acabou de comprar um Volvo XC-60, por R$ 140 mil, Não é um carrão?

Ah, é, mas queria uma Ferrari. Nunca andei.

Uma Ferrari ou um Porsche?

Não sei. Qual é melhor?

Não sei, também.

Ah, então eu queria um Porsche amarelo e uma Ferrari vermelha na garagem.

Vaninho é a próxima atração

Desta vez, a direção do Paissandu parece ter acertado em cheio. Informações da imprensa potiguar confirmam o acerto entre a diretoria do Papão e a do Potiguar de Currais Novos em torno do meia Vaninho (foto). Seguindo os passos de Tiago e Álvaro, o jogador deve se apresentar na Curuzu logo após o encerramento do campeonato do Rio Grande do Norte. Emissoras de rádio de Natal criticam dirigentes de ABC e América por terem esnobado Tiago e ignorado o bom futebol de Vaninho, que chegou a ser testado no América, mas não vingou.

CBF tira R$ 4 milhões da endividada Série B

Para quem ainda duvida do extremo apetite da CBF em cima do faturamento dos clubes: reportagem de Eduardo Arruda e Martín Fernandez, da Folha de S. Paulo, revela que a entidade não livra a cara nem dos endividados clubes da Segunda Divisão. No ano em que tem tudo para bater todos os seus recordes de arrecadação, pretende jogar pesado contra os clubes da Série B. No contrato a que os times aderiram para ter seus jogos exibidos na televisão, a CBF vai descontar pelo menos R$ 4 milhões do acordo que tem validade até 2014.

O parágrafo único da cláusula 10 estabelece o seguinte: “A cessionária (Globo) antecipará à CBF em cinco parcelas iguais e sucessivas, com vencimento nos dias 20 dos meses de março, abril, maio, junho e julho de 2009, o montante de R$ 4 milhões”. A CBF não esclarece os motivos da antecipação.

Neste ano, o contrato de R$ 19 milhões terá desconto na primeira parcela de R$ 800 mil, o que incidirá diretamente na receita líquida dos clubes. Outros R$ 4 milhões já foram descontados por “passivo existente de temporadas passadas e referentes a antecipações em dinheiro feitas pela cessionária”.

Descontadas as dívidas com a CBF e com a emissora carioca, cada clube receberá para entrar 38 vezes em campo cerca de R$ 800 mil. O valor equivale a 4% do contrato da primeira divisão, que está em cerca de R$ 500 milhões por ano. Enquanto os clubes da Segundona choram pitangas, a CBF prepara-se para faturar, só com seus parceiros, R$ 214 milhões em 2010.

Pelo desamparo em que se encontram os clubes da Série B dá para imaginar a situação de indigência dos disputantes da Série C e, pior ainda, da D. Estes últimos sem qualquer ajuda sequer para deslocamentos e hospedagem.

Coluna: Somos todos santistas

O encanto despertado pelos moleques da Vila contagia a todos que, verdadeiramente, amam o futebol bem jogado e que distinguem drible de firula. Já é a grande novidade brasileira dos últimos anos, ofuscando os demais clubes, até por conseguir a proeza única de pairar sobre as paixões clubísticas, como acontecia com aquele fantástico Santos de Pelé.

Virou moda assistir os jogos do Santos, sempre na expectativa do espetáculo, dos gols em profusão. É até fácil entender as razões desse sucesso todo. Num mundo de defesas vitoriosas, marcação bovina em todos os quadrantes do campo, dá gosto ver um time que joga como se bailasse.

A bola passa de pé em pé, em perfeita sincronia. Dá até raiva quando um zagueiro adversário consegue atrapalhar um daqueles desenhos de jogadas, com triangulações rápidas, inversões de posicionamento. Contra o Santo André, domingo, o primeiro tempo foi atípico. Retraído, quase tímido, o Santos parecia quase um time comum.

Só não podia ser confundido com outra equipe qualquer porque tinha Neymar tentando dribles abusados e Ganso, mesmo contido, distribuindo passes milimétricos. No tempo final, já sem Neymar, o Peixe mostrou sua verdadeira face. Entrou com fúria, buscando o gol a qualquer preço, amedrontando a presa e derrubando todas as barreiras.

Há quem busque definir o fenômeno de maneira simplista. O Santos jogaria assim pela coincidência feliz de reunir tantos jovens craques. Não acho. Outros times já tiveram até mais craques à disposição e, por covardia ou ignorância, preferiam a maneira convencional de atuar, marcando muito, evitando o risco. O Santos é diferente porque demonstra gostar do risco e faz disso uma pequena obra-prima.

“Agora dá pra querer o Ganso na Seleção. O Neymar, ainda não”, escreve o internauta Maurício Carneiro. Explica as razões da preferência: “Ganso é um jogador que faz coisas simples, objetivas e produtivas de forma perfeita. Passa a bola com extrema precisão, quase sempre de primeira, para o companheiro mais perto dele e da área adversária; facilita o passe dos outros ao se apresentar do lado já sinalizando com o braço para receber, seja na ala direita, esquerda ou pelo meio; procura os companheiros pra quem passar antes de receber a bola porque sabe que ela vai passar por ele e o passe tem que ser rápido e preciso; não corre adoidado com a bola, nem sem ela”. Excelente análise.

A visão de conjunto tão afiado suscita até idéias românticas e improváveis, como a de esperar que Dunga abra mão de seus critérios para chamar a molecada, num surto radical. E, ao contrário de Maurício, defendo Ganso e Neymar porque funcionam à perfeição, como arco e flecha. 

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Deve bater a marca dos 180 mil votos a 2ª parcial de votação do Troféu Camisa 13, a ser anunciada hoje, bem cedinho, no Camisa 13 da TV RBA, apresentado por Zaire Filho. O Bola publica, na edição de amanhã, matéria completa com o quadro dos mais votados em cada posição. O torcedor, que é o técnico da promoção, concorre também a prêmios na hora do anúncio.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 27)