Farra das indenizações abala finanças do Fla

Por Rodrigo Benchimol – do Lancepress

Nesta terça-feira, Cadu, Dourado e Fernanda disputam um prêmio de R$ 1,5 milhão dado ao vencedor do Big Brother Brasil 10. Mas nas próximas semanas, um ex-jogador rubro-negro deve levar um prêmio quase duas vezes maior. O praticamente desconhecido lateral-esquerdo Marco Antônio ganhou a briga judicial que travava com o Flamengo, que foi condenado a lhe pagar R$ 2,588 milhões.
 
– Ainda temos um recurso para ser julgado pelo Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília. É difícil revertermos, mas ainda temos uma chance – confirmou Rafael de Piro, vice jurídico do Flamengo. Esta é a mais nova penhora que entrou na fila que o clube tem no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que desconta 15% de todas as suas receitas até quitar as dívidas. A de Marco Antônio, segundo de Piro, já está em execução provisória.
 
– Isso significa que o juiz já determinou que o dinheiro seja separado. Mas o jogador só poderá pegá-lo depois do último julgamento – disse o vice jurídico rubro-negro, para explicar o caso do lateral-esquerdo. “Ele alegou na Justiça que tinha outras propostas para sair do Flamengo, mas a diretoria da época não o liberou. Ele conseguiu provar que deixou de receber um determinado valor que, com as correções, chegou a este atual (R$ 2,588 milhões)”, explicou Rafael de Piro.
 
Marco Antônio disputou apenas 33 jogos e marcou quatro gols entre janeiro de 1999 e maio de 2001. O reserva de Athirson e Cássio passa a ser apenas mais um jogador a ganhar uma ação milionária contra o clube. Segundo José Carlos Dias, atual assessor especial da presidente Patrícia Amorim e e ex-vice finanças nos últimos cinco anos, o Flamengo teve de pagar mais de R$ 60 milhões a ex-rubro-negros desde 2004. Com a ajuda de José Carlos, o GLOBOESPORTE.COM escalou uma “seleção” com os ex-rubro-negros para quem o clube perdeu ações e teve de pagar, ou ainda vai pagar, indenizações milionárias. Confira a escalação e os valores pagos pelo Flamengo a estes jogadores:

Jogador                 Valor da ação                Situação
Clemer                     R$ 1 milhão                        O processo ainda está sendo julgado
Jorginho                 R$ 824 mil                          O valor todo foi pago
Fabão                       R$ 1,47 milhão                 O valor todo foi pago
Júnior  Baiano      R$ 1,1 milhão                    O processo ainda está sendo julgado
Gamarra                  R$ 6,2 milhões                 Metade do valor foi pago
Athirson                  R$ 1,1 milhão                   O valor todo foi pago
Mozart                     R$ 4,5 milhões                 O valor todo foi pago
Beto                           R$ 1,1 milhão                   O valor todo foi pago
Lê                               R$ 1,9 milhão                   O valor todo foi pago
Petkovic                  R$ 13 milhões                  Já ganhou R$ 4 milhões e o Fla pagará 52 parcelas mensais de R$ 200 mil
Romário                  R$ 17 milhões                 Ganhou R$ 8 milhões e recebe parcelas de R$ 170 mil descontadas do contrato com a Globo
Téc. Evaristo         R$ 2,37 milhões             O valor todo foi pago

Lá como cá, é impossível não pensar na fabulosa indústria criada em torno dessas indenizações. Nesse negócio paralelo quase todos ganham – advogados, atletas que não merecem o valor pago, empresários, dirigentes etc. Só os clubes arcam com os prejuízos. A diferença é que no Rio a fome de Justiça não implica no confisco brutal de rendas e em leilões que levam à venda de bens dos clubes.  

9 comentários em “Farra das indenizações abala finanças do Fla

  1. Essa é a melhor loteria para ganhar dinheiro e não sai só para Brasília. Desde que começou as apostas pela CEF tento e se fosse contabilizar tudo o que já apostei, hoje com correção, receberia uma grana preta.

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  2. O REMO e o paissandu,não ficam atraz, para Thiago belém,o remo deve mais de hum milhão e para o arinelson o paisandu deve mais de hum milhão e meio!!!

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  3. E pensar que a dívida com o Thiago era uma merreca que a birra do Raphael Levi não permitiu pagar!
    Em tempo: “birra” de teimosia, fique entendido… É bom esclarecer por que na época do Edmundo e do Soeiro, “birra” era outra coisa. Rsrsrs.

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