Receita separatista de bom baiano

Duda Mendonça, dublê de publicitário e pecuarista, veio a Belém avisar que a causa separatista já triunfou no Pará. “Os argumentos são tão fortes que não haverá voto contra”, disparou durante entrevista, nesta quinta-feira. Diante do embaraço óbvio por ter sido contra a divisão territorial da Bahia nos anos 90, saiu-se com esta: “Naquele tempo, o Brasil era o país do futuro. Hoje, é o país do presente. As informações que eu tinha não me convenciam de que era um bom momento. Hoje é diferente. O Brasil mudou. Chegou o momento de o país começar a diminuir a pobreza. Fronteira é uma coisa simbólica. Eu vejo Pernambuco e o Ceará lutando juntos. O Nordeste está ficando forte. Está na hora de o Norte se aliar”.

Discurso muito bonito, mas seria bom experimentar perguntar se os pernambucanos, cearenses e baianos querem embarcar numa aventura divisionista. Nem dá para imaginar que tipo de lero-lero marqueteiro Duda Mendonça iria dirigir aos nordestinos, seus irmãos, caso decidisse esquartejar um desses tradicionais e orgulhosos Estados. E nós, paraenses da gema, como ficamos diante dessa? Vamos engolir em silêncio essa receita baiana de felicidade? Duvido.

Separatistas lançam comitê e jingle

Em evento realizado na manhã desta quinta-feira em Belém, foram lançados os comitês pró-Estado de Carajás e pró-Estado de Tapajós e o jingle oficial (em ritmo sertanejo). Mais do que os muitos políticos presentes, quem brilhou no evento foi o publicitário baiano Duda Mendonça, que é o responsável pela campanha separatista. Quando confrontado com o fato de que, há alguns anos, chefiou campanha contra a divisão territorial da Bahia, Mendonça se saiu com o argumento de que “hoje é um outro momento, o Brasil mudou…”. Aos jornalistas presentes, dirigentes separatistas faziam questão de informar que Mendonça não está cobrando “um tostão” para assinar a campanha. Teria se engajado à causa por ter uma fazenda no sul do Pará. 

De acordo com cálculos do Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), os custos anuais de manutenção de Carajás e Tapajós seriam de R$ 2,9 bilhões e R$ 2,2 bilhões, respectivamente, o que geraria um déficit de R$ 2,16 bilhões, montante que seria pago pelo governo federal. Em média, Tapajós gastaria 51% do seu PIB (Produto Interno Bruto) com a máquina pública e Carajás 23% – a média nacional hoje é de 12,72%.

Remo já tem três amistosos confirmados

O Remo confirma a realização de três amistosos no segundo semestre nas cidades de Canaã dos Carajás (28 de agosto) e Salvaterra (4 de setembro) e Ponta de Pedras, em data a ser confirmada. O clube acertou ainda a realização de inter-temporada em Ponta de Pedras, com apoio da prefeitura local. Bujaru, Ourilândia e São João de Pirabas devem ser outros municípios visitados pela equipe na programação de amistosos.

Tribuna do torcedor

Por Márcio Rátis (marcioratis@yahoo.com.br)

Eu que sou amante do futebol e torcedor fanático do Paysandu, infelizmente tenho que admitir que estou com VERGONHA do futebol, por existirem casos como este dessa seleção de pernas de pau do Paraguai, que consegue ir tão longe (se é que não vai avançar ainda mais) em uma competição do nível da Copa América. Um continente com 9 copas do mundo de 19 disputadas, 14 clubes campeões mundiais em 24 edições de 48 no total (sem incluir o mundial da FIFA de 2000 em que o Corinthians venceu). Então não acho que o nível da Copa América seja fraco, o que acredito é que a FIFA deva alterar regras e procedimentos de arbitragem e qualidade do gramado de jogo para privilegiar o futebol bonito e bem jogado. O que nós vimos nessa Copa América, foi o Neymar literalmente “caçado” em campo e o juiz com medo de dar o segundo cartão amarelo ao seu “algoz”, vimos juízes coniventes com pancadaria, vimos campos cheios de areia e sem condições para um futebol de alto nível. Não veja minhas palavras como desculpas, mas entendo que estes fatores é que nivelam (ou desnivelam) a competição por baixo, possibilitando assim que “seleções Paraguaias” disputem finais sem ao menos 1 vitória na competição.

A frase do dia

“Na verdade, nossa Vinho Tinto (apelido da seleção venezuelana) ganhou à noite! O Paraguai não venceu esse jogo. Tanto Fidel (Castro, líder cubano, com que viu o jogo) como eu vimos claramente o gol que nos roubaram! Em minha modesta opinião, e baseando-me em fatos observáveis, nos roubaram o gol da vitória! E espero que com isso não esteja ofendendo a ninguém! Acho que devemos levantar a voz, pois temos autoridade para fazê-lo diante da Conmebol. Cumprimentos ao nosso grande amigo, Nicolás Leoz. Amigo Leoz, devemos cuidar de nossa Copa América! Espero que possamos conversar sobre isso. Confesso que nosso amigo e compatriota César Farias (técnico da Venezuela) falou comigo sobre ‘algumas coisinhas’ que às vezes acontecem nestas competições! Sobretudo com a arbitragem! Atenção, Leoz”.

De Hugo Chávez, presidente da Venezuela, botando culpa na arbitragem pela derrota frente ao Paraguai.

Cielo escapa de punição por doping

A Corte Arbitral do Esporte (CAS) divulgou, nesta quinta-feira pela manhã, a punição de Cesar Cielo e os outros três nadadores pegos no exame antidoping pelo uso da substância furosemida. Seguindo a decisão da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), o painel da CAS optou por aplicar apenas uma advertência em Cielo, Nicholas dos Santos e Henrique Barbosa. Vinícius Waked, que já havia sido punido por doping no ano passado, pegou um ano de suspensão. O resultado permite que o campeão olímpico brasileiro possa disputar o Mundial que está acontecendo neste mês em Xangai, na China. O maior receio dele, no entanto, era de que a punição dada pela CAS ultrapassasse os seis meses, já que, dessa forma, ele ficaria automaticamente fora da Olimpíada de Londres, no ano que vem. Tendo recebido somente a advertência, Cielo fica livre para participar das competições ao longo deste ano e poderá competir normalmente nos Jogos de 2012. (Da ESPN)

Paissandu deve fazer novas contratações

O Paissandu ainda não encerrou o ciclo de contratações. Reunião entre o presidente LOP e o técnico Roberto Fernandes, nesta quarta-feira, deixou praticamente encaminhada a busca por um centroavante, que pode vir do futebol goiano. Fernandes sonha também com a vinda de um meia-armador de renome.

Paraguai, sem vencer ninguém, está na final

Quando escrevi que a Copa América é um torneio menor ouvi choro e ranger de dentes. Está aí a prova. Te contar…

Coluna: O suplício de uma gestão

A infernal sequência de demissões, pinimbas internas e trapalhadas diversas transformou as férias forçadas do Remo em verdadeiro suplício para seus torcedores. Desde que o clube se viu apeado das competições nacionais, ao ser eliminado do Campeonato Estadual, não houve uma semana de calmaria no Evandro Almeida.
Notícias ruins ganham as ruas diariamente. Não que as informações negativas sejam exclusividade do Remo, mas o fato é que o clube está completamente vulnerável a tanto desgaste.
No fim de semana, estourou a história da depredação de apartamentos pelos jogadores Lopes e Paulo Sérgio. Depois, veio a briga entre o coordenador do sub-17 Tindô e o diretor Francisco Rosas. Por fim, o anúncio da enxurrada de demissões de funcionários.
Em meio a isso, o presidente Sérgio Cabeça Braz repete o ritual de isolamento que parece ter se tornado sina nas hostes azulinas. Os ex-presidentes Raimundo Ribeiro e Amaro Klautau também findaram seus mandados na mais completa solidão, amargando as conseqüências dessa fragilidade política.
O problema é que, ao contrário dos antecessores, Cabeça está apenas começando – e já está sozinho. Assumiu o cargo em janeiro deste ano. É espantoso que, seis meses depois, tenha perdido seus principais colaboradores, a começar pelo vice-presidente, Rafael Levy.
É de conhecimento público a herança nefasta que a gestão passada deixou, mas diretorias eleitas têm a obrigação de conhecer em minúcias a real situação financeira do clube. Dívidas e pendências trabalhistas fazem parte da rotina do Remo há várias décadas. Quem se mete a assumir a gestão deve ter consciência dos problemas a serem enfrentados.
Espera-se que a decisão de expurgar em massa dezenas de funcionários não esteja atrelada a uma estratégia de fato consumado, tão exercitada pelo presidente anterior, visando justificar o desmanche de patrimônio. AK queria a todo custo vender o estádio Baenão e seu propósito só foi brecado pela ação do grupo presidido por Cabeça. A dúvida é: quem brecará agora os novos dirigentes caso queiram seguir a cartilha do ex-gestor?    
 
 
Só mesmo no caótico mercado brasileiro da bola é possível um treinador não mais que mediano passar, no espaço de um ano, por cinco grandes clubes, todos campeões nacionais – Cruzeiro, Corinthians, Santos, Atlético-PR e São Paulo. Trata-se de Adilson Batista, que dirigiu o Paissandu há seis anos e que ostenta o apelido de “Professor Pardal”, pela mania de mexer tanto nos times até esbandalhá-los por completo.
O Tricolor do Morumbi é seu atual abrigo, talvez por pouco tempo, afinal Adilson permaneceu em média apenas três meses em seus últimos empregos. Parece mais do que óbvio que algo de muito esquisito acontece no futebol brasileiro.  

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 21)