Erenice Guerra deixa ministério de Lula

Do G1

O porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach, anunciou oficialmente nesta quinta-feira (16) a demissão de Erenice Guerra da Casa Civil. O substituto interino é o atual secretário-executivo da Casa Civil, Carlos Eduardo Esteves. No Palácio do Planalto, o porta-voz leu a carta de demissão “em caráter irrevogável” redigida por Erenice. Ela classificou como “levianas” as denúncias contra ela e disse “necessitar de paz” para se defender. A decisão de substituir Erenice foi tomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva após uma reunião com a ministra nesta quinta.

Segundo reportagem da revista “Veja”, Israel Guerra, filho da ministra, teria intermediado contratos de uma empresa de transporte aéreo MTA com os Correios mediante pagamento de propina. Nesta quinta (16), reportagem do jornal “Folha de S.Paulo” diz que Israel também pediu uma comissão para obter no Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) empréstimo para uma empresa energética. De acordo com a publicação, os donos da companhia se reuniram com Erenice em novembro do ano passado. Desde que as denúncias começaram a aparecer na imprensa, no último sábado (11), Erenice se defendeu por meio de notas à imprensa.

11 comentários em “Erenice Guerra deixa ministério de Lula

  1. José Serra está de mãos atadas. Precisa contar com um erro do adversário para vencer. É como aquele time de futebol que, desarrumado taticamente, se fecha e tenta jogar na falha dos oponentes.
    O caso da quebras de sigilo fiscal é gravíssimo. Traz um receio de que toda a sociedade brasileira tenha suas informações privadas à mercê dos grupos políticos que se aboletam no poder. Daí para extorsões o caminho é curto.
    Contudo, não foi esse o fato político que alterou a eleição presidencial. Trata-se de caso de difícil compreensão para o grosso da população e com tênue conexão com a candidatura de Dilma Rousseff.
    Agora surge o caso de tráfico de influências na Casa Civil. Tudo ocorrendo sob o nariz de Erenice Guerra, “braço direito” de Dilma Rousseff.
    Este caso tem mais conexão com Dilma e é mais fácil de ser compreendido pelos brasileiros: Não são as informações sigilosas do povo que estão em risco. É o dinheiro dele que está sendo surrupiado.
    Fica então a oposição esperançosa de que o escândalo envolvendo Erenice Guerra seja o tal fato novo.
    Mais uma vez não se pode culpar a imprensa por divulgar os ocorridos. Os únicos culpados reais são os envolvidos e aqueles que colocaram estes em postos de comando.
    É aí que entra Dilma Rousseff, a responsável pelas indicações de Erenice para sucessivos postos no alto escalão da República.
    E foi por isso que Erenice foi afastada rapidamente. Há o real receio de desgaste da candidatura.
    Acontece que o fato de Erenice ter sido afastada demonstra que o governo assume certa culpa. Admite que há algo errado
    Caso a oposição saiba explorar o tema, pode acabar conseguindo levar a eleição para o segundo turno. A vitória neste ainda será difícil, mas haveria pelo menos essa sobrevida.
    A ver.

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  2. A propósito dos casos da quebra de sigilo fiscal, da ação de lobistas na Casa Civil e a situação dos gestores públicos – como nos exemplos de AP, MS(Dourados) DF(Arruda), RS(Yeda), RO(Cassol) etc. etc. – concluímos que os humanos podem ser divididos entre aqueles que, para roubar, precisam da explosiva combinação oportunidade/necessidade e aqueles que precisam tão-somente da oportunidade.
    O Estado gasta expressiva parcela de seus recursos (tempo, infraestrutura e pessoal), nos sistemas de controle interno e externo (além do aparato policial) – atuando sobre atos de corrupção, em detrimento da avaliação de desempenho e proposição corretiva de rumos na gestão de políticas públicas. Debito essa situação, convictamente, à garantia de sigilo fiscal aos agentes públicos – concursados, eleitos ou apadrinhados.
    Por conta disso, considero que já passou da hora de a sociedade brasileira organizada defender uma PEC que exclua qualquer garantia de sigilo fiscal para agente público.
    Todo cidadão deve ter acesso, na internet, à evolução patrimonial daqueles que ocupam cargo nos governos federal, estaduais e municipais; dos detentores de mandato legislativo, incluindo membros dos tribunais de contas; dos juízes em todos os níveis e colegiados. E também dos membros dos conselhos de políticas públicas. Não esquecendo os dirigentes de partidos com acento nas casas legislativas.
    Assim, somente teria direito ao sigilo fiscal o agente privado – que não tivesse relações contratuais mercantis com o setor público.
    Não quero crer que, para ficarmos apenas no âmbito do poder público estadual, a governadora Ana Júlia, o deputado Domingos Juvenil, a conselheira Lourdes Lima e o desembargador Rômulo Nunes, ”imbuídos que são do mais elevado espírito público”, possam vir a se posicionar contra medida democrática e da mais ampla transparência. Quero crer que serão seus maiores defensores no estado do Pará.

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  3. Obrigado, “mídia golpista”! Obrigado, “elite conservadora e preconceituosa”! Chupa, Zé Dirceu! Por enquanto, o “excesso de liberdade de imprensa” ainda existe. E vai detonanto um petista atrás do outro!………
    E o Lula, heim? Terceiro ministro da Casa Civil que sai por suspeita de corrupção… Não tá na hora de derrubar o chefe dessa turma??
    Dilma tem 51%. Filho de Erenice, 5% (em propina!) “vixe”

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    1. O problema é que o chefe da turma, desgraçadamente, está nos braços do povo, Paula. 83% de aprovação crescente. Que chata essa história de povo decidir sobre quem gosta…

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      1. Meu caro Gerson, com 45% dos votantes analfabetos, com a máquina pública “loteada pelos companheiros” e mais de 100milhões de brasileiros dependendo de alguma ajuda do governo, assim fica fácil, não achas ……..fazer caridade com dinheiro dos outros é uma beleza meu querido, um partido que está presente em todos os movimentos “socias”, nos sindicatos, escolas, e onde houver massa de manobra vai crescer e ter semmpre, o problema é a qualidade…sempre duvidosa……abraços e abrigada pelo espaço, sempre democrático….

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      2. Mas os números citados, Paula, eram basicamente os mesmos (ou bem superiores) nos outros governos de sociólogos, economistas, administradores e outros luminares – ou você, sinceramente, acredita que somente agora há loteamento de cargos, tráfico de influência ou corrupção na máquina administrativa??. Pois tinha de vir um sujeito sem lustro/lastro acadêmico, saído dos bolsões mais miseráveis do país (e, por isso, com afiada visão dos problemas cotidianos), para dar um nó nas nossas elites. Não devemos achar ruim, nem atirar pedras em Lula. Acredito que o tempo vai mostrar que, apesar das imperfeições e equívocos, seu governo é um marco na história deste país. Mesmo os que o olham com desprezo e indisfarçável preconceito irão perceber e admitir isso.

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  4. Credo, nesta velocidade em que os posts repentinamente estão se sucedendo, a Erenice (reclamada pelo Maciel) vai passar em evidência aqui no blog muitíssimo mais rapidamente do que passou na Casa Civil do governo Lula.

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    1. Hahaha. Sem dúvida, camarada. A ministra virou o tema preferencial. Afinal, é o novo alvo e a esperada “bala de prata” (segundo o Reinaldo Azevedo) do filho de verdureiro pra ganhar a eleição.

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  5. matéria de hoje Do Estadão:

    O Palácio do Planalto sabia pelo menos desde de fevereiro deste ano que havia um lobby funcionando dentro da Casa Civil e cobrança de vantagens para intermediar empréstimos junto ao BNDES.

    Foi em 1.º de fevereiro que o empresário Rubnei Quícoli, estopim da queda de Erenice Guerra, enviou e-mail para quatro funcionários da assessoria especial da Casa Civil em que reclama da cobrança por fora de R$ 240 mil feita pela empresa de Israel Guerra.

    Israel é filho da ministra, e teria feito a cobrança para que o processo de crédito de R$ 9 bilhões fosse acelerado. Em uma das mensagens daquele dia, Quícoli, consultor da EDRB do Brasil Ltda, pede que o assunto seja levado à então ministra e hoje presidenciável, Dilma Rousseff (PT). “Espero de coração que esse e-mail chegue às mãos da dra. Erenice e a (sic) ministra Dilma”, afirma.

    Dilma era ministra também quando, 45 dias antes, Quícoli recebeu a minuta do contrato que faria com a Capital Assessoria, empresa que Israel, filho de Erenice, usa para fazer lobby e cobrar dinheiro em contratos obtidos junto a órgãos públicos.

    O documento cita o pagamento mensal de R$ 40 mil e a taxa de 5% (que significaria R$ 450 milhões) em caso de sucesso na operação para financiar um projeto de usina solar.

    Consultor da EDRB, Rubnei Quícoli entregou ontem ao Estado os e-mails que enviou aos assessores da Casa Civil no dia 1º de fevereiro. Às 7h08, ele remeteu mensagem a Vinicius Castro, Glauciene Leitão, Vilma Nascimento do Carmo e Vera Oliveira, todos lotados na assessoria especial da Casa Civil. O primeiro pediu demissão na segunda-feira, depois da revelação de que botou sua mãe, Sônia Castro, como sócia “laranja” da Capital Assessoria.

    Já Glauciene, além de receber os e-mails sobre as cobranças feitas pela empresa de Israel, foi quem agendou a reunião de 10 de novembro, que contou com a presença de Erenice e dos donos EDRB. Quatro dias antes, a funcionária da Casa Civil confirma o encontro e faz um alerta em que menciona a candidata do PT: “O Vinícius Oliveira – Assessor da Secretária, informou que o conteúdo do CD que está com ele é muito extenso e que é necessária uma apresentação mais sucinta para mostrar à ministra Dilma.”

    Nas mensagens aos funcionários da Casa Civil, Quícoli alerta sobre o uso do escritório Trajano e Silva Advogados pelo grupo ligado a Erenice Guerra para fazer negociatas. A Casa Civil confirmou, para o Estado, a lotação das funcionárias. Um dos sócios do escritório, o advogado Márcio Silva, que representa Dilma na Justiça Eleitoral, nega conhecer os representantes da EDRB. “Nunca vi essas pessoas.”

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