“Coloco todo mundo no mesmo balaio. A imprensa brasileira está podre. Os grandes jornais, as coisas que são consideradas grande imprensa no Brasil como Folha de S. Paulo, Globo, Estadão, Jornal Nacional, Veja, para mim são piadas. Todos esses que eu citei tem ódio do Lula, é um ódio doentio, é uma coisa que me dá medo. Outro dia peguei o Estadão e tinha oito chamadas na capa falando mal do governo, algumas coisas que ocorreram há sete anos. Meu filho casou-se agora com uma repórter da editoria de política do Estadão, e o Serra ligou pra ela antes do casamento. “Julia, eu soube que você vai se casar, mas você não vai ter lua de mel, né? Você não pode ter lua de mel agora”. Por aí você vê como Serra está dentro do jornal.”
A Argentina massacrou a seleção campeã mundial, na tarde desta terça-feira, em Buenos Aires. A equipe de Messi, Tevez e Higuaín chegou a abrir 3 a 0 e deu sinais de que um elástico placar poderia acontecer. A Espanha até reagiu em campo, mas não evitou a goleada. Os gols argentinos foram marcados por Messi, aos 10 minutos da etapa inicial; Higuaín, aos 13, e Tevez, aos 34. Na segunda etapa, Llorente fez para o time visitante aos 39. Aos 46, Agüero fez 4 a 1. Depois de ter levantado o troféu de campeão mundial na África do Sul, a Espanha já tinha empatado por 1 a 1 com o México, fora de casa, em amistoso, e goleado Liechtenstein por 4 a 0, pelas eliminatórias para a Eurocopa-2012.
Pelo menos quatro dos 12 estádios da Copa do Mundo de 2014 correm risco de virar “elefantes brancos”, segundo avaliação do TCU (Tribunal de Contas da União). O Vivaldão, estádio do Amazonas, o Mané Garrincha (em Brasília), o Verdão (em Mato Grosso) e a Arena das Dunas (no Rio Grande do Norte) são citados no relatório do TCU como obras que dificilmente cobrirão os custos de manutenção depois da realização do segundo Mundial de futebol no Brasil. As quatro obras somadas chegam a R$ 1,94 bilhão.
No documento de 28 páginas, técnicos do tribunal de contas fazem o alerta ao declarar que “o risco associado à construção de “elefantes brancos” nas quatro cidades pode ser considerado alto”. Eles alegam que o quadro se agrava nessas obras “não somente em virtude de serem locais com pouca tradição no futebol, mas também pela relação histórica entre público pagante e valor do ingresso”. Os clubes dos três Estados citados e também os do Distrito Federal estão fora da primeira divisão do Brasileiro de 2010 e raramente chegam à elite do futebol nacional.
No relatório elaborado para avaliar os riscos envolvendo as obras do Mundial, o TCU também dividiu as futuras arenas em três grupos. Rio, Belo Horizonte e São Paulo, que ainda não tem estádio aprovado pela Fifa, e Rio Grande do Sul estão fora do grupo tido como de risco. Paraná, Ceará, Pernambuco e Bahia vêm a seguir, listados num nível intermediário.
Só a Fifa e Ricardo Peixeira pensam diferente. Te dizer…
O Brasil jogou como nunca e perdeu como sempre. Essa é, infelizmente, a história recente do basquete brasileiro e se repetiu nesta tarde de terça-feira no Campeonato Mundial, na Turquia. A seleção jogou uma grande partida, mas perdeu por 93 a 89 da Argentina, uma das potências do esporte. A Argentina, campeã olímpica em Atenas-2004 e bronze em Pequim-2008, enfrentará na quinta-feira a invicta Lituânia por uma vaga nas semifinais. Quem ganhar, jogará contra o vencedor de Estados Unidos e Rússia. Os outros duelos de quartas de final colocam frente a frente amanhã a anfitriã Turquia contra a Eslovênia e a Sérvia contra a Espanha, atual campeã do mundo.
A derrota de hoje amplia a recente freguesia do Brasil diante da Argentina, a quem só tem conseguido vencer em jogos de torneios menores, sem as seleções principais em quadra. No Mundial de 2002, nos EUA, os argentinos tiraram o Brasil também nas quartas, também em um jogo equilibrado. Em Istambul, a história foi quase a mesma. O primeiro quarto acabou empatado, e o Brasil foi para o intervalo vencendo por 48 a 46, após 18 pontos de Marcelinho Huertas.
No terceiro quarto, no entanto, foi quando a seleção teve sua maior chance. Mesmo sem Leandrinho em quadra, carregado com faltas, o Brasil abriu sete pontos de vantagem e chegou a ter duas posses de bola para ampliar o marcador. Desperdiçou ambas, e viu a rápida reação argentina. O período acabou com empate em 66 a 66. No início do último quarto, duas bolas de três de Leandrinho colocaram o Brasil com seis pontos de vantagem. Mas duas bolas de três de Jasen, coadjuvante do time rival, voltaram a deixar o placar igual.
A partir daí, o Brasil claramente se desesperou em quadra e passou a jogar de forma individualista e improdutiva. Luis Scola, o cestinha do campeonato e jogador do Houston Rockets, da NBA, tomou conta da partida e matou a defesa brasileira. Ele acabou o jogo com 37 pontos e 9 rebotes. Huertas foi o destaque do Brasil, com 32. (Da ESPN)
Cabe dizer, porém, que os argentinos lideram o ranking da FBA e têm Scola, que é um tremendo jogador de basquete – um dos melhores do mundo.
Só de imaginar as caçambas de dinheiro que treinadores como Luiz Felipe Scolari e Vanderlei Luxemburgo ganham mensalmente de Palmeiras e Atlético-MG o torcedor comum tem acesso de tonturas. No entanto, ao analisar o resultado do trabalho de ambos nesses clubes, o assombro inicial cede lugar ao desapontamento.
Comandantes de elencos milionários, os dois têm se mostrado desafortunados neste primeiro turno de Campeonato Brasileiro. O Atlético-MG amarga, há várias rodadas, presença incômoda no andar de baixo da tabela de classificação, ameaçadíssimo de rebaixamento.
Luxemburgo parece já ter esgotado seu repertório de truques e conhecimentos para tentar soerguer o Galo, mas a má fase insiste em constrangê-lo. Perde, com incrível regularidade, tanto em casa quanto fora. Quando vai tentar levantar a crista vem uma virada inesperada, como a de domingo, dentro de seus domínios, para um São Paulo que não é o São Paulo de outros tempos.
Mais grave no caso de Luxemburgo é o tempo à frente do Atlético e as contratações feitas pelo clube em atendimento aos seus pedidos. Segundo a revista Placar, o alvinegro das Gerais tem o elenco mais caro da Primeira Divisão, além de contar também com a comissão técnica mais onerosa – custa, aproximadamente, R$ 700 mil mensais.
O Palmeiras, outro grande que busca renascer das cinzas no cenário nacional, deu-se à pachorra de repatriar Felipão em plena muvuca da Copa do Mundo. Cercado de expectativa, o campeão mundial de 2002 estreou discretamente e, desde então, acumula insucessos. Não pode nem mais reclamar da qualidade do elenco, que já conta com o reforço do ídolo Valdívia.
Incompetência dos dois grandes técnicos, talvez os melhores do país? Ou apenas conjunções extremamente desfavoráveis – e, portanto, passageiras? Não existem respostas prontas, mas é certo que, caso se tratasse de técnicos menos medalhados, já estariam com o pé na prancha a essa altura. Pela história e currículo, terão mais algumas rodadas de tolerância.
Do meu ponto de vista, o inferno astral de ambos evidencia que se está diante da velha questão: técnicos ganham jogos ou são meros facilitadores? Sigo achando que ajudam bastante a fazer um time vencedor, mas jamais podem levar, sozinhos, os méritos pelas conquistas. Boas equipes nascem da coincidência feliz de juntar bons jogadores na plenitude da forma – como Felipão conseguiu na Copa asiática e Luxemburgo naquele Palmeiras infernal, que tinha Djalminha, Evair e Edmundo. Portanto, talentos é que decidem a parada. Técnicos, preferencialmente, devem procurar não atrapalhar.
Mais dois ou três dias para que se conheça o final (feliz ou não) da novela Moisés & Paissandu, que começa a dar nos nervos e faz diminuir cada vez mais o cartaz do jogador junto à torcida alviceleste.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta terça-feira, 7)