Dor

Por Juca Kfouri

A última vez em que conseguimos nos comunicar, porque por telefone era sempre uma choradeira, foi por meio de uma mensagem que ele me mandou, em 10 de dezembro de 2008, exatamente às 10h38, para agradecer uma referência qualquer feita por mim num programa de TV:
“Juca Kfouri,
Teu carinho me conforta como o abraço de um irmão caçula.
Beijos do Armando”

Fico aqui com minha dor, incapaz de ser minimamente objetivo.

Tenho por ele infinito carinho mesmo e sei o quanto ele penou para dirigir o jornal mais visto no país no período da ditadura.

Leal, ele agiu sempre no limite da dignidade possível.

E tratou de proteger o quanto pôde aqueles que eram perseguidos.

O Brasil perde um belo jornalista, mas, antes de tudo, um homem de bem, um enorme ser humano.

4 comentários em “Dor

  1. Gerson,
    Depois dessa poesia sobre a maior conquista do meu Paysandu, o que falar ?

    “O Paysandu está pegando um Ita no Norte e desembarca com toda corda no campeonato brasileiro. É tricampeão dentro de casa, é campeão do Norte e acaba de ser pra sempre consagrado na Copa dos Campeões. Pra mim que também sou daquelas bandas, o Paysandu é bem mais que um bom time de futebol. Se o Flamengo é um estado d’alma, o Paysandu é a própria alma paraense.
    É pimenta de cheiro, é o Círio de Nazaré, é tacacá com tucupi, é Eneida de Morais, tia de Fafá, mãe de Otávio, campeão botafoguense. É palmito de bacaba, é Billy Blanco, é açaí, é Jayme Ovalle, inventor do Azulão, tom profundo do azul-celeste, campeão dos campeões. E sempre será também Fafá de Belém, Leila Pinheiro, Jane Duboc, canto e contra-canto ao violão de Sebastião Tapajós, fluente como o rio que lhe dá o sobrenome.
    O Paysandu é feijão de Santarém, é farinha de mandioca, é jambu, é manga-espada, é maniçoba que Raimundo Nogueira servia, declamando Manuel Bandeira: “Belém do Pará, onde as avenidas se chamam Estradas. / Terra da castanha / Terra da borracha / Terra de biribá bacuri sapoti / Nortista gostosa / Eu te quero bem. / Nunca mais me esquecerei / Das velas encarnadas, Verdes, Azuis, da Doca de Ver-o-Peso / Nunca mais / E foi pra me consolar mais tarde / Que inventei esta cantiga: Bembelelém, Viva Belém! Nortista Gostosa / Eu te quero bem.” Paysandu, permita-me parafrasear Caymmi, cantando teu troféu de imensa glória: Agora, que vens para cá/ Um conselho que mãe sempre dá/ Meu filho, jogue direito que é pra Deus te ajudar.”

    Armando Nogueira – 10/08/2002

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  2. Deite-se ao lado dos anjos, Armando, e faça-nos todos sonhar.

    Obrigada pelas homenagens ao meu amado Paysandu.

    Fique com Deus!

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  3. Falar de Armando Nogueira sem falar de sua paixão pela bola, fica um texto sem sentido, incoerente e defensivo como os time que jogam feio. o Mestre sempre em seus comentários exaltava o futebol arte, o futebol moleque. Pena que não pode se deliciar com os meninos da Vila. Mas lá do céu as jogadas geniais dos pelés da bola vão rolar de alegria com seus comentarios.

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