Coluna: Quase de igual para igual

Quem receava, como eu, a superioridade técnica do Palmeiras acabou surpreendido pelo comportamento estrategicamente correto do Paissandu na partida de ontem. Não partiu desesperado para o ataque aberto, que poderia ter causado sua eliminação da Copa do Brasil. A derrota magra, por 2 a 1, não é para ser comemorada, mas retrata bem as dificuldades que os paulistas enfrentaram no Mangueirão.

Desde o começo, ficou claro que o Paissandu preferiu jogar com parcimônia, tocando a bola e fazendo girar o jogo, a fim de esperar eventuais brechas na marcação. Com isso, equiparou as ações e esteve sempre rondando a área adversária, corajosamente, como se espera de um mandante.

A tática não impediu que o visitante abrisse vantagem num lance rápido, aproveitando a distância e a hesitação entre zagueiros e volantes. Apesar de o gol ter saído nos primeiros minutos, o Paissandu teve força de reação. Foi ao ataque, sempre tentando os lançamentos para Bruno Rangel e Moisés. Insistiu tanto que acabou dando certo. Ainda no primeiro tempo, Fabrício descobriu Bruno no mano a mano com a zaga e fez o passe. O gol reacendeu as esperanças de um placar favorável.

Infelizmente, no reinício da partida, já sem Marquinhos (substituído por Alexandre), que se movimentava muito bem, o Paissandu vacilou por alguns minutos. Foi o suficiente para permitir a vitória ao Palmeiras. Em lance de área, rápido, Everton tocou para as redes e deixou a situação novamente desfavorável ao representante paraense.

Levou tempo até que o time engrenasse novamente, isso já aos 25 minutos, depois que Zé Augusto entrou no lugar de Fabrício. Com ele em campo, levando a bola no peito e na raça, as chances voltaram a aparecer. O Palmeiras errava passes à entrada da área e por pouco o empate não veio, pelos pés do próprio Zé Augusto. Nos minutos finais, aparentando cansaço e sem repetir a transição rápida do primeiro tempo, o Paissandu se deixou dominar na maior parte do tempo e quase cedeu o terceiro gol – Fávaro salvou duas bolas dificílimas. Os aplausos da torcida, reconhecendo o esforço do time, soaram como julgamento para a digna atuação.    

Com três volantes (Danilo, Fabrício e Ramon), o Remo cerca-se de cautelas para o duelo com o ofensivo Santos, hoje à noite. Com as amarras esboçadas na escalação, desenha-se um jogo de intenso sofrimento para o time de Sinomar. Significa que esperará os meninos da Vila em seu campo, o que é temerário. Ao mesmo tempo, ficará à espreita de contra-ataques para tentar vencer. É uma proposta conservadora e de difícil êxito.

Nada impede que o Remo surpreenda o Peixe, principalmente se investir em ataques agudos sobre a confusa defesa adversária. O problema é que Gian, Héliton e Marciano correm o sério risco de ficarem isolados à frente, prejudicados pelo recuo excessivo. A conferir. 

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 18)

26 comentários em “Coluna: Quase de igual para igual

  1. Esses resultados da Copa do Brasil são enganosos. Há quinze dias o Santos ganhou só de 1 x 0 do Naviraiense e depois sapecou um estrondoso 10 x 0 no time de Mato Grosso. O próprio Paysandu, há três anos venceu do Náutico na Curuzu para depois levar de cinco ou seis nos Aflitos. O Palmeiras, este ano, venceu do Flamengo-PI de 1 x 0 na primeira partida e na volta foi 4 x 0. Aos que tentam ver algum tipo de nivelamento entre Paysandu e Palmeiras, não se iludam. Não há termo de comparação entre um time do Norte, na 3ª divisão, e um time estruturado e na série A.

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    1. A tua visão “realista” aproxima-se muito de determinados e renomados cirurgiões que ao dar o diagnóstico de cirurgia ao paciente, avisa logo, “O caso é gravíssimo, mas, vamos usar todos os recursos disponíveis para salvá-lo;” se o paciente morrer durante a cirurgia, a família, nem vai investigar, afinal, já estava avisada; se sobreviver, o cirurgião vira celebridade, “astro máximo” é o “mão santa” e por aí vai…
      Camarada Sergio henrique, fica com o teu pessimismo, prá teu uso exclusivo, é preferível sonhar, sonhar sim, mas, com uma possibilidade positiva, a conviver com o amargor da derrota antecipada; não sei porquê, o palmeiras, vai golear o BICOLOR AMAZÔNICO, no jogo da volta, afinal, serão 11, contra 11, e não se percebe nenhum motivo, para a equipe entrar em campo derrotada, como proclamas.
      A derrota, é um dos dois resultados disponíveis para uma partida de futebol, não é demérito, no entanto, ser derrotado, desde que, se haja combatido com galhardia e colocado honra na peleja.

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      1. Silas, o depoimento do mal acabado remista é coceira em topo de cotovelo ou está premeditando que o Remo vai jogar na Vila Belmiro.

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  2. O confronto com uma equipe mais credenciada como o Palmeiras, prova a distância que hoje o papa títulos está da sua real tradição. O tempo perdido com Nazareno Silva e Barbiere e seus indicados, impera como punição e não permite hoje por uma competitividade mais consistente. O atual elenco do Paissandú por amostragem, conta com bons valores como Fávaro, Paulão, Sandro como destaque, outros valores como Fabrício, Moises, Tarso que podem, se bem trabalhados, evoluírem e fortalecer o grupo para a temporada que foca a série C e jogadores como Cláudio Alex, Luciano Dias e Leandro Camilo que a meu ver não permanentes feijão com arroz. O lado da direção técnica com Charlhes Guerreiro é positiva para o momento vivido pelo clube pela moldura das competições agendadas este ano, que sabe até na Série B caso evolua profissionalmente, tem tudo para isso, é inteligente e de mente jovem. No mais é reconhecer que a equipe está evoluindo e a tendência é alcançar os objetivos focados para esta temporada. Para o ano se LOP não for substituído, por equivalente e o futuro presidente for o que o clube merece, emprendedor e capacitado para a administrar, a nave descola de vez.

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  3. Acertou na mosca !!! quase de igual para igual: o Palmeiras (recheado de reservas), quase igual ao PALMEIRAS (por isso só fez 2) e a mucura sempre igual à mucura, toda atarantada!!! Aquela furada do Zé Terçado foi hilária… KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK !!

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  4. Depois de muitos anos finalmente pude assistir uma partida ao vivo pela televisão do Papão. E não fiquei decepcionado. Se o nosso time atual não pode ser comparado ao que ganhou fama por ser virtualmente imbatível em casa alguns anos atrás, ainda conserva o mérito de ter garra e não baixar a cabeça pra uma equipe bastante superior. Vi muitos passes errados, gols perdidos, falta de técnica, excesso de afobação, mas em nenhum momento vi um time apático ou medroso. O Papão foi valente e ao mesmo tempo humilde. Jogou bonito dentro de suas muitas limitações — financeiras, técnicas, emocionais.

    Acreditar numa vitória por dois ou mais gols de diferença aqui em São Paulo é ser muito otimista. Não ganhamos fora do Pará há uns 3 anos e nunca passamos da segunda fase da Copa do Brasil. Vamos enfrentar um time que já não tem muito pelo que brigar no Paulista, e por isso deve colocar todas as fichas na Copa do Brasil. É claro que vou estar lá apoiando e acreditando, mas já me dou por muito satisfeito em ver que o Paysandu reúne todas as condições necessárias para levantar o caneco do Paraense e, com mais alguns ajustes, superar de vez a Série C.

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  5. Fui ao estádio apenas para assitir o jogo. Nem para torcer (não era contra o Flu!), muito menos “secar” (não gosto da imprensa paulistana).
    Na maior parte do tempo fiquei com a impressão que o Palmeiras poderia fazer gol assim que desejasse, dada a diferença técnica dos times. Talvez o único jogador que mostrou maior esforço foi o Armero (talvez pela súbita entrada na mídia pela tal da dancinha idiota).
    Diego Souza com aquela atitude blasé… Diria até, mascarada.
    Lenny é muito fraco técnicamente (não sei como esses caras tem tanta sorte). Já o Lincoln é um ótimo jogador.
    Do lado do paissandu gostei muito das atuações do Fávaro e do Bruno Rangel.

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    1. Soeiro, também achei que o Diego Souza (que nunca foi grande coisa mesmo) parecia o novo craque da Fifa… corria como se estivesse com o jogo na mão ou fosse resolver tudo numa fração de segundos. Lincoln é muito bom e o Everton também dá trabalho. Armero é ruim que dói – se bobear, o Aldivan é melhor que ele. Do lado bicolor, Fávaro salvando quase tudo, Sandro bem e Bruno Rangel incomodando. Moisés, mesmo marcado, ficou devendo.

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    2. Sérgio,
      Na questão imprensa: carioca x paulista. Em se tratando de futebol, eu fico com a imprensa paulista. Eles são os que mais enfatizam a importância da inserção do futebol paraense no cenário nacional. A forma como eles ligam o paraense com o futebol, é impar.
      Já vi transmissão envolvendo nossos clubes como adversários de paulistas e cariocas, a diferênça é gritante. Enquanto os paulistas enchem a bola do futebol paraense os cariocas fazem questão de ser mudos quanto ao assunto.

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  6. Concordo perfeitamente com vc amigo Silas eu tenho muita raiva de torcedor que já começa o jogo derrotado, isso pra mim nem pode ser chamado de torcedor, é claro que nossos clubes seu paysandú e meu remo estão longe dos tempos bons do passado, o remo mais longe ainda visto que uns 16 anos que não jogamos a 1ª divisão nacional, mas temos que ter fé que essa maré ruim vai passar, temos que apoiar, temos que acreditar em nossos clubes apesar de tudo!!, tem torcedor que pensa assim mesmo, que o paysandú vai ser goleado no palestra e o remo também vai ser massacrado ou aqui ou lá na vila, porra torcedor que ja entra em campo derrotado, não tem nem que ver o jogo, temos que ter fé, é só isso que temos no momento, pois não existe time invencível no mundo e muito menos no Brasil!!!

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  7. Gerson,assim que o paissandu empatou,a crônica paulista,ceará da band, soltou essa pérola;O gramado do mangueirão esta muito ruim,está alto,com buracos e duro.
    Este caras do sul.para tudo tem uma resposta para esconder os fracassos dos times quando perdem ou empatam…
    Ainda tem besta que vai para o aeroporto receber essa pencas,ninguém mereçe…
    Avante LEÃO…

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  8. O gramado pode ate estar ruim,masnao da pra ver pela Tv e o do Chelsea e brincadeira, e tao ruim que da pra ver folgado pela TV. O Lenny nao e um cara de sorte, so tem oempresario certo. Pra jogar num grande clube, nao precisa ser craque. Lembram do Ezequiel e do Indio (sim) do curintia?

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  9. Pessoal meu ponto de vista eo senguinte em relação aos comentarios aki concordo com quaze todos, Juca e verdade essa LUIS CEARA falou isso mesmo. GERSON, o FAVARO hj e indiscutiel o melhor goleiro que o PARÁ tem, o BRUNO RANGEL realmente ate quando teve folego fungou bastante no cangote dos zagueiros do PALMEIRAS, o SANDRO jogou na base da experiência de ja ter participado de grandes jogos pelo proprio PSC, GREMIO, SPORT RECIFE, e jogou com raça se todos ali do PSC estivessem acompanhando a RAÇA do SANDRO não sei não. Novamente JUCA concordo com vc, acho que esse papo de ir ate ao aeroporto receber e ainda pagar o mico em rede de televião cobrando exclarecimentos pelo fato dos clubes que deram traço nos abestados que não tem oque fazer, isso está errado esses caras não estão nem ai pra torcedor ainda mais se tratando de região norte, porra isso tem de mudar aki tem um bando de baba ovo e não e so torcida tbm tem alguns da imprensa que são assim e acho que isso não acontece lá fora quando os mesmo vão trabalhar no estado deles……..
    PUTZ…………….

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  10. Escutei alguns comentaristas paulistas na hora do almoço. Alguns fizeram aquelas manjadíssimas referências ao “calor” de Belém, que teria influenciado no rendimento dos jogadores.
    São uns babacas!… A noite estava muito agradável e havia muita ventilação no Mangueirão.
    Estive no Maracanã nas semifinais e final da Taça Guanabara. Alí sim, parecia que estávamos numa panela de pressão.

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  11. As desculpas de sempre. A unica diferenca e a umidade relativa do ar. O resto e ausencia de craques. Quanto ao colega do post que disse que os torcedores que sao pessimistas deveriam nao ver o jogo, na verdade o angulo e outro: uma coisa e torcer; outra e ser realista. O Parreira fez um amistoso contra o Cruzeiro ontem e saiu satisfeito com o empate. Por que? Porque o time e limitado e fez uma boa apresentacao para os padroes sul-africanos, ou seja, nao da pra comparar a selecao da Africa do Sul com o Cruzeiro. Neste sentido, nao da pra comparar um time da A com outro da C. Se e pra analisar o jogo, sejamos imparciais; se e so pra torcer, sejamos parciais, ok?

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  12. Concordo que devamos ser realistas. O time do Papão é lutador e aguerrido e vem evoluindo consideravelmente.

    Mas é bom não ficar sonhando com voos mais altos. Penso que chegamos onde poderíamos.

    E isso vai continuar assim até algum presidente inteligente resolver investir numa boa campanha na Copa do Brasil e não em apenas ganhar dinheiro.

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  13. Sérgio Henrique, assim como não dá pra comparar o Porcaria com o Papão, não dá para compará-lo com outros clubes brasileiros, muitos superiores a ele. Por esse motivo o periquito está disputando a Copa do Brasil e não a Libertadores e está atrás de outras porcarias no paulista, como Bostafogo de R. Preto, Santo André, Santos. Portuguesa,etc.

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