Descalabros no teatro Waldemar Henrique

Por Pedro Carvalho (pedrosepolc@yahoo.com.br)

“Como o nosso DIÁRIO é um autêntico defensor das causas justas, você não poderia fazer uma matéria mostrando o descalabro que está ocorrendo com o Teatro Waldemar Henrique? Nem ar-condicionado e ventiladores lá atualmente funcionam, fora as outras coisas que estão se deteriorando sem que ninguem veja e tome alguma providencia. Para você ter uma idéia, no dia da comemoração do aniversário do Teatro da Paz, no Waldemar Henrique tinha uma apresentação da cantora Alba Maria e outros cantores e na porta deste teatro tinha até camelô vendendo ventarolas e leques. Acho isto uma tremenda falta de respeito da direção deste teatro para com as pessoas que frequentam o mesmo”.

A tribuna do torcedor

Por Maurício Lima (mauricio_p_lima@hotmail.com)

Confesso que, como fã do comentarista Gerson Nogueira, estou decepcionado com a coluna de hoje. Muito me admira o colunista estar preso a idéias arcaicas e retrógradas de saudosismos com o Baenão diante da iminencia “quebra” do meu Clube do Remo, afundado em dívidas, bloqueios, leilões… É obvio que se o clube estivesse com as finanças em dia, não seria um bom negócio, ocorre que o Remo deve cerca de 8 milhões na JT, não tem perspectiva de pagar essas dívidas, pois os bloqueios nas rendas e cotas para pagá-las, gera novas dívidas num círculo vicioso letal.
Com a venda/permuta, sanaremos TODAS as dívidas liberando renda e cotas de patrocínio tornando o clube administrável, teremos uma arena moderna e funcional (quase impossível de fazer no Baenão), CT, e ainda sobrará dinheiro para os cofres do clube. Temos que ser racionais e analisar o que pode e deve ser feito e não o que seria o ideal, de forma utópica. Do que adianta eu divagar que a área vale 50 milhões e perdê-la num leilão da JT por 10 milhões? Valor histórico? Me poupem, derrubaram Wembley para modernizá-lo… Isso é uma visão empreendedora e moderna. Quando estamos em dificuldades financeiras, às vezes nos desfazemos de patrimônio com alguma perda, para podermos nos recuperar mais na frente. É o caso do Remo. Patrimônio puro e simples não vai tirar o Remo do atoleiro. Com essa venda, a oxigenação das finanças, liberação de bloqueios, o Remo vai poder seguir seu caminho, com estrutura de time grande. E como remista apaixonado que sou, te garanto, não repita que o torcedor ficará sem identificação com o clube pela venda do Baenão. Nosso amor pelo clube está muito além de um estádio, de um mascote, é algo que transcende, e no longínquo Tapanã ou onde for que construam esse estádio, estarei lá em todos os jogos como sempre fiz, pois torcedor que não vai a campo porque é longe é simpatizante, e não torcedor.

Coluna: Sem estádio, Remo encolhe

Por força dos argumentos de bastidores e dos muitos conchavos em torno da proposta oficializada pela construtora Agra (representada pela Leal Moreira), conselheiros e beneméritos do Remo praticamente aprovaram a autorização para que a diretoria se desfaça do tradicional estádio Evandro Almeida, palco de históricas jornadas da fase áurea do futebol paraense.
Com surpreendente adesão de última hora até de notórios opositores do projeto de desmanche do patrimônio do clube, a proposta foi referendada por 75 votos a 2 (até sexta-feira à noite), resultado acachapante para um cenário que se prenunciava equilibrado até o começo da assembleia.
Basta, para a aprovação definitiva do processo de venda, que 23 votantes compareçam à assembléia-geral aberta até a próxima segunda-feira – tempo mais do que suficiente para o convencimento dos recalcitrantes a aparecer na sede do clube.
Contra o fato cristalino de que a comunidade azulina aderiu aos apelos do presidente Amaro Klautau, não há o que objetar. O dirigente trabalhou em cima de um ultimato: ou a venda do Baenão ou um leilão já prenunciado pela Justiça do Trabalho, em apenas mais uma coincidência favorável ao fechamento do negócio.
A obsessão pela venda do patrimônio permitiu que até dados técnicos de extrema relevância sobre o projeto da futura arena (localização, preço do metro quadrado construído etc.) fossem omitidos na apresentação inicial feita aos sócios, ainda em 2009.
Pior: ao contrário do que foi anunciado anteriormente, a construtora que se apresenta como compradora poderá usufruir do terreno do Evandro Almeida assim que tiver aprontado metade da nova arena. Significa que, em dois anos, o Remo pode acabar com um estádio meio-boca, encravado no longínquo Tapanã (ou até Alça Viária), enquanto os compradores exploram a área do Baenão, situada ao longo da principal via da cidade.
Mais grave ainda é o completo menosprezo pela importância histórica do Evandro Almeida como peça de identificação do torcedor com o clube. A partir de agora, além da sede náutica em frangalhos na Cidade Velha e da sede social distanciada da massa, em Nazaré, os azulinos não terão um símbolo que o identifique dentro da capital paraense. 
O ousado passo que o Remo está prestes a oficializar, sob o pretexto (discutível) de impedir um leilão judicial, mais ou menos como ocorreu há dois anos com a sede campestre, impõe aos felizes defensores da idéia uma imensa responsabilidade perante os destinos do clube, indiscutivelmente enfraquecido e inferiorizado em relação ao tradicional rival.
As duas comissões (engenharia e questões jurídicas) são os últimos bastiões de fiscalização do negócio. Gente ligada a grupos de oposição no clube insiste que a transação ofereça mais contrapartidas e segurança ao Remo. Indexação financeira dos parcelamentos e exigência de carta de fiança bancária são dois itens considerados obrigatórios. A conferir.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 21)

Estrela de Samir brilha e Remo supera S. Raimundo

 

Com gols de Samir (2) e Marciano, o Remo derrotou o São Raimundo de virada, por 3 a 1, na noite deste sábado, no estádio Evandro Almeida. A partida foi disputada em ritmo de alta velocidade e busca permanente do gol, o que tornou o confronto aberto e o resultado indefinido até os 44 minutos do segundo tempo. O equilíbrio foi a tônica do jogo no primeiro tempo, quando o time santareno fechava melhor a defesa e explorava os contra-ataques para levar perigo ao miolo de zaga remista, formado por Pedro Paulo e Rodrigo Antonelli. 

O primeiro grande momento da partida aconteceu aos 14 minutos em arrancada de Hélliton pelo lado esquerdo do ataque remista. O cruzamento rasante acabou não sendo aproveitado por Marciano. Aos poucos, o S. Raimundo abandonou a postura retraída e passou a acionar Max Jari e Branco, que trocavam constantemente de posição, baratinando a marcação remista, que era obrigada a manter o volante Danilo como uma espécie de terceiro zagueiro para reforçar o bloqueio. Marcelo Pitbull e Beto faziam um bom papel no meio, marcando e distribuindo o jogo para a chegada dos alas Leandrinho e João Pedro.

Gian armava as jogadas e cadenciava o ritmo do Remo, enquanto Vélber pouco aparecia nos primeiros 45 minutos, preocupado em ajudar na marcação à saída de bola do S. Raimundo. Aos 20 minutos, Gian errou cobrança de falta e acabou armando um contragolpe mortal do S. Raimundo. A bola chegou rapidamente a Max Jari, que tocou para Branco atirar cruzado à direita de Adriano e abrir o placar.

Surpreendido pelo gol, o Remo acusou o golpe e quase permitiu o segundo gol logo em seguida. Branco recebeu bom passe de Leandrinho, fintou Antonelli e chutou forte rente à trave. Através dos avanços de Marciano e da habilidade de Hélliton, o Remo tentava reequilibrar as ações. O empate surgiu em escanteio cobrado no segundo pau por Gian, aos 25, que alcançou Marciano livre pelo lado esquerdo. O atacante só escorou para as redes de Labilá. Hélliton, em outra boa jogada engendrada por Gian, quase desempatou aos 34 minutos, desviando de cabeça cruzamento do lateral Paulinho.

Para o segundo tempo, Sinomar Naves trocou Gian por Samir, mudando a dinâmica de jogo do Remo. Com isso, Vélber ficou encarregado da armação e ainda corria para fechar a marcação, ao lado de Fabrício e Danilo. Flávio Barros tirou o zagueiro Evair e lançou o estreante Flamel, desfazendo o esquema de três zagueiros. O jogo recomeçou quente, com o Remo tentando chegar ao gol. Aos 9 minutos, Vélber cruzou à meia altura e Marciano obrigou Labilá a fazer grande defesa. Aos 12, Hélliton chuta forte no poste esquerdo do S. Raimundo. Aos 16, Leandrinho salva em cima da linha bola desviada pelo ataque remista.

A pressão remista foi interrompida por um contra-ataque envolvente do S. Raimundo, que terminou em arremate rasteiro de Pitbull, rente à trave. Aos 31 minutos, jogada confusa na área santarena resulta em gol de Samir, anulado pela arbitragem. O Remo não esmorecia e, empurrado pela galera, ia com tudo à frente, puxado pela velocidade de Samir, que criava diversas situações de perigo e envolvia a defesa do S. Raimundo. O cerco deu resultado aos 44 minutos, quando Hélliton invadiu a área e disparou chute na trave. No rebote, Samir tocou de cabeça para as redes.

Quatro minutos depois, o mesmo Samir aproveitou passe de Marciano e bateu rasteiro para aumentar: Remo 3 a 1. A súbita vantagem de gols deu a falsa impressão de uma vitória tranquila, mas quem foi ao Baenão viu um jogo parelho e cheio de alternâncias até os instantes finais. A renda foi de R$ 79.311,00 (6.152 pagantes). O resultado assegurou ao Remo a primeira colocação no G-4 – com 16 pontos não poderá mais ser alcançado pelo vice-líder Paissandu, que tem 9. O S. Raimundo terá que vencer na última rodada e torcer por outros resultados para ir à semifinal do turno. O Remo não derrotava o S. Raimundo há cinco jogos. (Fotos: MÁRIO QUADROS/Bola)

Torcida palmeirense já hostiliza novo técnico

O novo técnico do Palmeiras, Antônio Carlos Zago, ainda nem estreou e já enfrenta o azedume de parte da torcida alviverde. Na manhã deste sábado, um grupo de 50 torcedores protestou em frente à Academia de Futebol e não poupou o treinador e a diretoria das críticas. Antônio Carlos foi chamado de “racista” pelo grupo, que se mostrou contrário à demissão de Muricy Ramalho. Gritos de “volta, Muricy!” foram ouvidos em frente ao portão do centro de treinamentos do Palmeiras. Em março de 2006, já no fim da carreira como jogador, Antônio Carlos, na época no Juventude, foi acusado de racismo pelo volante Jeovânio, do Grêmio, e foi punido pela Justiça Desportiva. Além de detonar o novo comandante do Palmeiras, os torcedores também fizeram críticas ao presidente do clube, Luiz Gonzaga Belluzzo, e ao vice de futebol, Gilberto Cipullo. Antônio Carlos estreia no comando do Palmeiras neste domingo, no Palestra Itália, no clássico contra o São Paulo. (Da ESPN)

Ficha técnica de Remo x São Raimundo

REMO x SÃO RAIMUNDO

Local: estádio Baenão, às 20h30 deste sábado (20)

Remo – Adriano; Levy, Pedro Paulo, Rodrigo e Paulinho; Danilo, Fabrício, Gian e Vélber (Samir); Héliton e Marciano. Técnico: Sinomar Naves.

S. Raimundo – Labilá; Ceará, Filho, Evair e João Pedro; Marcelo Pitbull, Beto, Maurício Oliveira e Michel; Max Jari e Branco. Técnico: Flávio Barros.

Ingressos – R$ 15,00 (arquibancada), R$ 7,00 (meia entrada) e R$ 30,00 (cadeira).

Árbitro – Dewson Fernando Freitas. Assistentes – Márcio Gleidson Correia Dias e Aldemir Carvalho Reis.

Na Rádio Clube – Jones Tavares (narração), Gerson Nogueira (comentários).

Na TV – Cultura transmite a partida, a partir das 20h30.

Baenão: conselheiros aprovam proposta de venda

Com o contundente placar de 75 votos contra 2, os conselheiros e beneméritos do Remo praticamente selaram a autorização para que a diretoria venda o estádio Evandro Almeida à construtora Agra (representada pela empresa Leal Moreira).

Faltam apenas 23 votantes para validar a aprovação. Avaliado em R$ 33 milhões, o estádio remista será entregue aos compradores assim que metade da Arena do Leão (em local da Região Metropolitana ainda não divulgado) estiver pronta.

Durante a assembleia, aberta na noite de sexta-feira (19) e com término previsto somente para terça-feira (23), diversos beneméritos se pronunciaram, justificando o apoio ou as restrições à ideia do presidente Amaro Klautau e sua diretoria. Alguns oficializaram voto com ressalvas, como Djalma Chaves e Ronaldo Passarinho. Um dos dois votos contrários foi do ex-presidente Licínio Carvalho. Até membros de uma das torcidas organizadas, ligada à diretoria, compareceram em pequeno número para manifestar simpatia pela venda do estádio.

Ao final da reunião, ficou definido que duas comissões (de engenharia/arquitetura e questões jurídicas) serão formadas para analisar minuciosamente a proposta da construtora. Dois pontos ficaram estabelecidos em relação ao papel a ser desempenhado pelas comissões: indexação financeira dos parcelamentos da compra e exigência de carta de fiança bancária.

Segundo alguns conselheiros, o relato feito por dirigentes e advogados sobre o posicionamento da Justiça do Trabalho em relação ao leilão do Baenão pesou bastante na decisão de aprovar o encaminhamento do negócio. Uma das pendências que pode levar ao leilão envolve o ex-zagueiro Magrão, que exige o pagamento integral de R$ 350 mil. (Fotos: ALEX RIBEIRO/Diário)