Botafogo arma operação de guerra para decisão

Por Cosme Rímoli

Desde ontem os solteiros do Botafogo estão concentrados.

A ordem foi de Estevam Soares. Não quer baladas. E defende, sutilmente, o jejum sexual dos jogadores até domingo, dia do jogo decisivo contra o Palmeiras. Essa é uma velha estratégia que Estevam aprendeu nos seus tempos como zagueiro.

Vários treinadores do passado garantem que a raiva pela concentração e a impossibilidade de namorar trabalham a favor dos times em decisões. Além disso, ele incentivou a diretoria a colocar o ingresso mais barato possível. Há entradas a R$ 5,00. O treinador acredita que o torcedor mais simples é o mais vibrante, o mais apaixonado.

Com essa oportunidade de acompanhar o jogo fará de tudo para ajudar o seu time a vencer. Estevam quer uma ‘panela de pressão’. Quem vê o técnico desesperado nesta última rodada relembra como ele estava no início do Brasileiro. Largou uma campanha tranquila com o Barueri e assumiu o Botafogo. Em entrevista exclusiva ao blog  ele disse que precisava abrir o leque e ganhar o mercado do Rio de Janeiro.

Ele sabia que o clube tem imensos problemas financeiros. Mesmo assim jurou que não seria rebaixado. Na entrevista, o clube tinha larga vantagem sobre o Fluminense. Visionário, ele anteviu que o rival poderia disparar e fugir da queda por causa do elenco e do dinheiro, leia-se Unimed. E foi o que aconteceu. O Botafogo foi perdendo partidas seguidas e conseguindo resultados esporádicos. E vai ‘jogar a vida’ c0ntra o Palmeiras. O Engenhão estará lotado. A sofrida torcida tentará fazer sua parte.

Por sorte, o adversário, com melhor qualidade técnica, está abalado por agressão de seus próprios torcedores a Love. Antes, a torcida já havia apedrejado o ônibus do elenco e ameaçado dirigentes. Estevam Soares tem se agarrado a este desespero do rival. Em todas as conversas com seus jogadores repetem que estarão psicologicamente bem melhores que o rival.

Que o Palmeiras atuará até mais pressionado. Será o favorito da partida onde lutará até pelo título brasileiro. Com os atletas temendo novos ataques da torcida em caso de derrota. Perder para o Botafogo pode significar ficar fora até da Libertadores. Estevam já passou filmes motivacionais, perdeu a voz várias vezes, já levou familiares.

Implorou aos dirigentes que oferecessem o máximo de dinheiro que conseguissem pela sobrevivênca. Tudo isso para tentar fugir do rebaixamento. Estevam não quer ficar marcado logo no seu primeiro trabalho no Rio de Janeiro. E o treinador paulista trabalha sabendo que grande parte da diretoria pensa em tirar o seu emprego assim que o Brasileiro acabar. Os resultados não são satisfatórios dizem pessoa muito importantes ligadas ao clube. Estevam sabe de tudo isso.

Não vai assumir nunca publicamente a pressão interna que sofre. Para ele só importa vencer e fugir do rebaixamento. Só com essa vitória ele ganhará o direito de voltar ao futebol do Rio de Janeiro. Se for rebaixado com o Botafogo pode riscar a Cidade Maravilhosa do restante da sua carreira. Mas ele aposta na vitória.

Até na sequência no próprio clube.

E em uma grande festa dos solteiros na noite de domingo para comemorar a permanência na Série A…

10 comentários em “Botafogo arma operação de guerra para decisão

  1. Gerson, na parte de baixo da tabela, aposto minhas fichas nos seguintes resultados: Botafogo vence o emocionalmente combalido Palmeiras e o Coritiba empata ou perde para o Fluminense.
    PS: o Botafogo me lembra muito o Paysandu de 2002 e 2003 na Série A, pois está jogando no Engenhão, assim como o Paysandu jogava no Mangueirão, ou seja, com a faca entre os dentes. Com uma ressalva: os times bicolores citados eram infinitamente melhores do que o atual time da Estrela Solitária.
    Sou Flamenguista, mas desejo sorte ao Fogão e ao Flu.

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  2. Gerson em S M GUama o Cupim, rs, treinador do Flamengo local, fazia o contrario : ele liberava os solteiros e ”prendia” os casados…por longos 6 anos só deu Mengo..he he he ….Pra mim a estrela solitaria infelizmente cai pra segunda….

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    1. Como na piada do Chico Anísio: prende as tuas ovelhas que vou soltar os meus cabritos. Amigo Ed, são táticas que só fazem aumentar o folclore já vasto do futebol tupiniquim.

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  3. Gerson eu ainda aposto no Fogão, jogar com raça de dedicação pela permanência na 1° divisão, só dependemos de nós mesmo, portanto nada de milagres, esse negocio de concentração ganhasse jogo, o time da penitenciaria seria campeão eternamente, chegou a hora desse treinador mostrar pra que veio.

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  4. Penso que o grande problema do Botafogo, foi deixar pra escapar do rebaixamento, em um jogo tão decisivo para o Palmeiras. Teve tudo, em casa, pra escapar dessa situação, mas perdeu pontos preciosos.Concordo com o Gerson, o Flu não terá moleza em Curitiba. Seja o que Deus quiser.Aliás, não dizem por aí que Deus é Carioca? Então…

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