Vasco tropeça em casa

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Vasco e São Caetano empataram em 0 a 0, neste sábado, em São Januário, pela Série B do Campeonato Brasileiro. O time carioca jogou todo segundo tempo com um a menos por causa da expulsão de Élton nos últimos minutos da etapa inicial e acabaram decepcionando a torcida no primeiro compromisso após a eliminação na Copa do Brasil. O resultado deixou o Vasco a cinco pontos do Guarani, líder da Segundona. Este foi o segundo jogo sem vitória dos cariocas na competição. Antes deste empate, a equipe comandada por Dorival Júnior havia perdido para o Paraná por 3 a 1 no final de semana passado.

De Santarém

Do blog O Estado do Tapajós On-Line:

Não é mais Sílvio Maria o juiz da 83 Vara Eleitoral de Santarém, a quem cabe diplomar a prefeita eleita Maria do Carmo e o vice-prefeito José Antônio Rocha.

A tarefa agora é do juiz Gabriel Veloso, que responde interinamente pela Vara cuja a titular é a juíza Bethania Pessoa, que está de licença-maternidade.

Em contato com o Blog do Estado, durante intervalo de júri popular, Gabriel informou que espera na segunda-feira receber a comunicação oficial do STF sobre o resultado favorável ao recurso de Maria para, então, marcar a diplomação da prefeita e do vice eleitos, possivelmente para quarta-feira, dia 10.

F-1 mergulha no tédio

Aceeelera, Rubinhooo!! A frase é tão chata quanto recorrente nas transmissões globais. Não, na corrida de hoje, GP da Turquia, o locutor era Cléber Machado e é bem mais contido que o falastrão Galvão Bueno. Mas Barrichello até acelerou mesmo – antes da largada. Depois que as baratinhas (como se dizia no passado) largaram, Barrichello despencou para o fim da fila após tocar seu carro em alguém que passava por ali. Tenho a impressão que, lá na solidão do cockpit, o Ás da Mooca fica se distraindo, pensando em golfe, no livro que está planejando para detonar com o alemão etc. etc.

Corridinha rebe-rebe, monótona. A única novidade foi a roubada da primeira posição pelo Button, que aproveitou uma barbeiragem de Vettel, que andamos elogiando aqui no blog. Até o momento, já decorridas 13 voltas, nada mais aconteceu. Dá para ir beber água, conversar na janela, ver aquele DVD maneiro e, ainda assim, não se perderá nada. 

Sem essa de nostalgia, mas sempre que vejo a F-1 de hoje fico com a impressão de que logo terão que reinventar a categoria, pois a súbita melhoria de equipes pequenas, como Brawn e Red Bull, que parecia o grande pulo do gato para devolver a emoção perdida, só fez com que a prudência mudasse de lado. Os novos favoritos também jogam na retranca e a chatice segue dando as cartas.

Volto a postar assim que (se) acontecer alguma coisa na corrida.

A crônica alugada

RAÍZES DO METROSSEXUALISMO OU PRÉ-HISTÓRIA DA POUCA VERGONHA

Por Xico Sá


Ainda no madrugador ano de 1926, um circunspecto editorial do Chicago Tribune pôs na conta do galã Rodolfo Valentino (1995-1926) a culpa pela primeira onda de afemenizaçao do homem na América. Pura sacanagem dos jornalistas, óbvio, como nos relata o escriba H.L.Mencken n´O Livro dos Insultos, relançado agorinha pela Cia. das Letras.

Jornalismo marron à parte, quem teria sido, cá na terra do mulato de inzonas tantas, o responsável pelas primeiras influências na baitolização do macho brasileiro de raiz?

O Databotequim, instituto de pesquisas nocturnas deste cronista de costumes, despachou as suas mais gentis funcionárias para ouvir o distinto público nas boas casas do ramo.

O cantor Mário Reis (1907 -1981), rapaz de fino trato, teria sido o nosso primeiro homem célebre a influenciar a plebe rude nesse quesito, conforme o levantamento feito por nossas vestais e imparciais  pesquisadoras.

Não que fosse construído à imagem e semelhança do Valentino de “Os quatro cavaleiros do apocalipse” ou de “O Sheik”, por exemplo. Simplesmente por emprestar uma sensibilidade mínima ao então cenário de macheza absoluta. O intérprete de “Carinhos da vovó” e “Deus nos livre do castigo das mulheres” era um moço cuidadoso com o visual, um dândi, sempre na estica e nos bons modos.

O mais lembrado é Mário Reis, sim senhor. A fila de possíveis pioneiros, todavia, nela incluídos héteros e homos semi-declarados, dobra quarteirões.

Castro Alves, rival do abolicionista Joaquim Nabuco nessa peleja, tem destaque na galeria, como lembra a amiga Bia Abramo ao cronista. Beirava o janota, é o que diz o seu biógrafo Alberto da Costa e Silva.   

Ai vemos também na fila o João do Rio, o Cauby Peixoto, a Carmem Miranda –praticamente inventora do travestismo no país-, o boleiro Heleno de Freitas, que de tão preocupado com o visual chegava a jogar futebol com um pente no bolso e tantos outros gamenhos do meu Brasil varonil, como diz o Zé Bonitinho, este o mais radical e testosteronizado dos nossos ídolos televisivos do gênero.

Quando as vitórias incomodam

Juninho Pernambucano, depois de oito anos de profícua passagem (sete títulos nacionais consecutivos) pelo Olympique Lyonnais, está deixando a França. Mas, ao contrário do que se imaginava, não sai coberto de glórias. Pior que isso: carrega no rosto as marcas de uma surpreendente amargura, como se houvesse fracassado. A história é incomum, mas de fato ocorreu.
Juninho está saindo porque o Lyon desta temporada renegou a vocação pelas vitórias. Deixou-se, segundo suas palavras, dominar pelo sentimento que prevalece entre os franceses: a de que um time não deve perseguir compulsivamente a conquista de títulos.
Segundo o meia, as equipes da terra de Napoleão Bonaparte não têm instinto vencedor e entram nas competições sem aquela convicção inquebrantável que distingue os campeões. Em resumo: não fazem jus ao histórico de conquistas de seu imperador.  
Juninho está convencido de que o Lyon, depois de levantar tantas taças, virou mais um na multidão, cansou de vencer. Do time confiante e agressivo das outras temporadas, tornou-se previsível e acomodado. Conformou-se em ganhar apenas cinco jogos em casa, média inexpressiva diante dos números grandiosos de anos anteriores.
Um detalhe demoliu de vez o entusiasmo do meia brasileiro: a má vontade crescente de todos – imprensa e torcida à frente – com a estranha mania que o Lyon tinha de ganhar títulos. Como se o heptacampeão padecesse de doença contagiosa, capaz de contaminar as regras não escritas do futebol na França. 
Ao ouvir críticas cada vez mais fortes sobre o prejuízo que a hegemonia do Lyon trazia ao campeonato, Juninho percebeu que havia chegado a hora de procurar outros ares. Contribuiu para sua decisão a nova filosofia de trabalho no clube, depois que o técnico Claude Puel substituiu a Alain Perrin e adotou postura quase tímida em relação a títulos. É como se, de repente, sentisse vergonha de suas próprias glórias. Como diria Dalton, muito estranho.
 
 
No Brasil, guardadas as devidas proporções, o São Paulo vive situação semelhante. Ganhou três campeonatos nacionais, num país que tem pelo menos dez times sempre cotados para conquistar o título máximo. Mas, ao contrário da França, a façanha tricolor não desperta antipatia ou inveja. Há, na verdade, admiração pelo feito.
São culturas e visões diferentes sobre o sentido da vitória. Acho que vencer a qualquer custo não é atitude positiva. Por outro lado, renegar triunfos contraria a lógica natural dos desportos.
 
 
A Fórmula 1 chega a uma encruzilhada hoje na Turquia. Uma nova vitória de Button ampliará sua distância em relação aos demais competidores e praticamente lhe dará o título por antecipação.
A matemática permite ainda imaginar uma virada, mas a realidade crua das pistas não deixa margem a dúvidas: a estreante Brawn está a um passo de realizar a façanha mais surpreendente da categoria.

(Coluna publicada na edição de Bola/DIÁRIO deste domingo, 07/06)