O julgamento dos omissos

Na hora de debulhar as lágrimas pela derrota no tribunal da Fifa, que montou sua tenda nas Bahamas, o torcedor consciente e o cidadão esclarecido não podem esquecer de rogar praga a certas aves do mau agouro, que “secaram” a candidatura com incansável empenho, transformando uma questão estratégica para o futuro de Belém em simples querela paroquial. Esses urubus do Ver-o-Peso são bem conhecidos e dispensam identificação.

É um caso típico de fome com vontade de comer. A miopia política se juntou à intolerância própria das elites regionais, acostumadas a se locupletarem, desprezando tudo que não sacia seus interesses imediatos. 

Aos secadores juntou-se a malta dos omissos, tendo à frente a trinca de senadores paraenses, platéia embasbacada e servil do show de desembaraço de Artur Virgílio e seus colegas de bancada amazonense. Ficaram roucos de tanto ouvir. Todos, à sua maneira, são responsáveis pelo infortúnio de Belém no julgamento da Fifa (e da CBF).

Mas, ao contrário do quase vitalício presidente da FPF, coronel Antonio Carlos Nunes, que sempre se posicionou como adversário do futebol paraense, os senadores e deputados omissos têm contas a prestar e podem ser submetidos ao escrutínio popular.

O peso das urnas deve funcionar como a doce vingança (e o desagravo) que Belém merece.

Diretor corneta Luxemburgo

As vaias da torcida ganham respaldo na diretoria do Palmeiras. O diretor financeiro, Fábio Raiola, criticou o comportamento do técnico Vanderlei Luxemburgo, que reclamou de falta de apoio da torcida no empate por 1 a 1 contra o Nacional-URU, em casa, na quinta-feira, na partida de ida das quartas de final da Taça Libertadores da América. Segundo o dirigente, o treinador palmeirense não deveria generalizar a forma de agir da torcida, que, segundo ele, está em sua maioria ao lado do time.

“Isso chateia. A repercussão não foi legal. Sou diretor financeiro e estou preocupado com os meus clientes, que são os torcedores do Palmeiras. Tivemos R$ 1,3 milhão de renda nesta partida. O torcedor, como todo consumidor que não está satisfeito, tem o direito de reclamar”, afirmou. Acrescentou que não é o único dirigente do clube insatisfeito com as atitudes de Luxemburgo.

Não dá nem para disfarçar: Luxemburgo está em marcha batida para sair de cena no Palmeiras. Se for eliminado da Libertadores, perde o empregão. Quando diretor financeiro começa a cornetar é porque o técnico já está com um pé fora.

Galáctico vai abrir o cofre no Real

Responsável pela “era galáctica” vivida pelo Real Madrid entre os anos de 2000 e 2006, Florentino Pérez reassumiu nesta segunda-feira a presidência do clube espanhol e já apresentou sua primeira contratação expressiva.

Um dos símbolos da primeira passagem de Pérez pelo time madrileno, o ex-jogador francês Zinedine Zidane fará parte da nova diretoria. Ele assumiu o cargo de conselheiro do presidente. O argentino Jorge Valdano, que também defendeu o Real como jogador, será o diretor-geral, enquanto Miguel Pardeza irá assumir como diretor-esportivo.

Pérez, que contratou Ronaldo, Michael Owen, Luís Figo e David Beckham em sua gestão anterior, era candidato único à presidência do clube da capital espanhola. Em sua segunda passagem pelo Real, ele promete novamente uma postura agressiva no mercado.

Segundo a imprensa espanhola, há pelo menos três grandes negociações pela primeira contratação “galáctica” do novo presidente: o português Cristiano Ronaldo (Manchester United), o brasileiro Kaká (Milan) e o sueco Zlatan Ibrahimovic (Inter de Milão).

Orgulho paraense – 4

De Lucilo Alves Chaves Filho:

Gerson,

Quero me unir a todos aos meus conterrâneos pelo sentimento de revolta na exclusão da cidade de Belém dos jogos da Copa em 2014, e creditar o seu comentário de ontem no Bola na Torre absolutamente como verdadeira na sua avaliação sobre o GT-2014. Acreditar que a Fifa usaria o critério técnico para a escolha da sede seria muita ingenuidade desse grupo e do governo do Estado.

Fico triste com a classe política do meu Estado pela falta de comprometimento, e alienação quanto aos projetos que alavanquem o desenvolvimento social e econômico da cidade de Belém. Residindo entre Manaus e Belém, como já relatei anteriormente em sua coluna, reitero a união dos políticos do Amazonas em prol de uma causa tão importante para a cidade de Manaus. Enquanto aqui a classe política continua com as picuinhas que tanto atrasam o desenvolvimento do nosso Estado. 

Quando tínhamos um político forte no Congresso Nacional, tiraram o tapete dele e agora estamos órfãos de um representante com a força que a população do Pará merece. Não podemos aceitar compensações através de eventos paralelos sem importância da Copa. O que queríamos eram jogos de futebol entre seleções. Agora, se as obras projetadas para a Copa em 2014 forem continuadas e concluídas com a ajuda do governo federal, que sejam bem-vindas porque a cidade necessita de obras estruturais desse porte.

Um abraço e mais uma vez parabéns pelos comentários sensatos e inteligentes na sua coluna diária.

Lula dispara e chega a 81%

Por Keila Santana:

A avaliação positiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a subir no mês de maio em relação à pesquisa de opinião de março. Segundo pesquisa CNT/Sensus divulgada desta segunda-feira, a aprovação pessoal do presidente passou de 76,2% para 81,5% e a aprovação do governo subiu de 62,4% para 69,8%.
O efeito econômico é o principal fator de recuperação do crescimento da aprovação do governo Lula, segundo Guedes. Na pesquisa CNT/Sensus, 50,4% das pessoas entrevistadas acreditam que o Brasil está lidando adequadamente com a crise. A maioria, 55,3%, ainda acredita que a crise continua, mas 55,9% acham que o país vai sair mais fortalecido após a turbulência internacional.

As tramas desvendadas

Deu gosto ver o programa levado ao ar nesta segunda-feira, ao meio-dia, pela Rádio Clube do Pará, com a análise e decupagem das tramas que tiraram Belém da lista das 12 cidades que sediarão a Copa de 2014. Do Rio de Janeiro, o repórter Wellington Bagno entrou com matéria mostrando o histórico de situações nebulosas que envolvem a CBF sob a gestão Ricardo Teixeira. Os acordos milionários, as jogadas de alto calibre no negócio chamado futebol.

O programa desvendou ainda a estreita ligação entre a CBF e a Federação Amazonense de Futebol. Entrosamento é tão grande que o presidente da entidade foi comunicado da escolha de Manaus, quatro dias antes, pelo próprio Teixeira. A partir daí, foi organizada a festa de domingo no Vivaldão, com a presença da banda J. Quest e patrocínio da Coca-Cola.

E o ouvinte da Clube ainda ficou sabendo o que já era pedra cantada: o presidente da FPF, coronel Antonio Carlos Nunes, não se sente constrangido e vai chefiar a delegação do Brasil na Copa das Confederações, atendendo convite de seu “amigo” Ricardo Teixeira. Tudo como dantes e Belém que se dane.

Acabou a farsa

Por Juca Kfouri:

Fez-se de conta que é a Fifa quem escolhe as cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 e não a dona CBF

 

O PRESIDENTE da CBF acredita que vive num país de néscios, razão pela qual passou meses repetindo que a Fifa é quem escolhe as cidades-sede da Copa do Mundo.

Verdade que há ex-jornalista em atividade que repete a falácia na TV, apesar de saber que o formal não existe no futebol, só existe o informal e a politicagem.

Mas vale saudar a escolha de quatro cidades do Nordeste, região que mais tem a ganhar com a Copa.

E lamentar a escolha de Cuiabá, no Mato Grosso do governador “motosserra de ouro”, título dado a Blairo Maggi pelo Greenpeace, em homenagem ao maior produtor de soja do mundo e um dos maiores desmatadores do país. Para uma Copa que se pretende ecológica, nada menos apropriado, embora Maggi tenha bem mais de um milhão de razões para influenciar decisões no mundo do futebol.

Tão natural como a escolha de Manaus para representar a espoliada Amazônia, apesar de Belém ter mais tradição futebolística, teria sido a de Campo Grande para mostrar as belezas do Pantanal.

Mas, de tudo, o que mais salta aos olhos é a indefinição sobre quem fará a abertura da Copa.

Claro está que Ricardo Teixeira esperará quanto tempo puder para se definir entre São Paulo e Minas Gerais, ou melhor, entre José Serra e Aécio Neves, além de guardar Brasília como uma terceira hipótese, mais para constar e disfarçar o que está, de fato, em jogo.

Não fosse a dúvida sobre qual dos dois será o candidato tucano à sucessão de Lula e o cartola já teria se resolvido pelo ungido, embora seu coração penda claramente para Neves, seu amigo e mais parecido com o yuppie Fernando Collor -até pelo silêncio que impõe à imprensa mineira, como se fosse a alagoana-, a quem o ex-genro de João Havelange chamava de “meu presidente”.

Se ele pudesse ver José Serra pelas costas já estaria vendo, também pela presença de José Luís Portella no governo paulista, alguém que Teixeira desgosta tanto que ameaçou não entrar na cerimônia de lançamento do Museu do Futebol, no Pacaembu, quando soube da presença do atual secretário dos Transportes Metropolitanos no local. Portella, lembremos, foi o arquiteto do Estatuto do Torcedor.

A fragilidade do primeiro projeto de reforma do Morumbi foi a senha para justificar a dúvida, embora até o mais ignorante dos cartolas da Fifa saiba que São Paulo é a principal cidade do país, palco óbvio, ao menos, para a abertura da Copa.

Que o Mineirão é mais agradável que o Morumbi ninguém pode negar. Só que como nada justifica a construção de uma arena para a Copa em São Paulo, a não ser a ganância dos de sempre, a festa inaugural tem de ser mesmo na casa tricolor. De resto, é bom dizer que orgulha trabalhar num jornal que tenha feito o editorial que esta Folha fez, no sábado, sobre a miséria de nosso futebol.

E tenha dado a cobertura que deu, ontem, sobre a escolha das sedes, revelando quem é quem na Fifa e suas folhas corridas. Em vez da celebração acrítica que cabe aos publicitários e aos donos da bola, o dedo nas feridas. E não porque a CBF discrimina a Folha, mas porque o jornal não bajula a CBF para ter furos.

Outro que pula fora da Série D

O Sousa, campeão paraibano de 2009, não participa da série D do Brasileirão. O time alega dificuldades financeiras. A desistência foi confirmada pelo empresário e presidente do clube, Aldeone Abrantes, dia 27, prazo final dado pela CBF para que o clube confirmasse a participação no certame nacional.

No entanto, segundo informações da imprensa local ainda especula-se que essa decisão teria sido negociada com o Treze de Campina Grande, o vice-campeão estadual, time que ocupou a vaga do desistente Sousa Esporte Clube na série D do brasileirão.

Para Blatter, Belém fica no Nordeste

Por Rodrigo Matos, da Folha de S. Paulo:

A escolha das sedes brasileiras para a Copa 2014 foi puramente técnica. Era o que repetiam os dirigentes da Fifa e da CBF após anunciar Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo para receber o Mundial.

Mas, na prática, o relatório técnico de inspetores da Fifa foi apenas o ponto de partida, que fez o primeiro corte e apenas definiu as nove mais bem preparadas. Havia dúvida da Fifa sobre as últimas três vagas, que foram definidas pelo deslumbre de cartolas, política e até por erros das campanhas. 

“Foi difícil a definição de três. Duas estavam definitivamente fora. Outras nove já eram garantidas. Então, tínhamos seis para três vagas. Essas seis tinham condições de ser sede”, afirmou o secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke.

Apesar de o cartola ter se recusado a dizer quais as seis cidades, Belém e Manaus disputavam uma vaga no Norte; Cuiabá e Campo Grande, um lugar no Centro-Oeste: e Natal e Florianópolis brigavam pela última vaga entre as 12.

Mas os dirigentes do Comitê Executivo da Fifa, que deram a palavra final sobre as sedes, tinham pouco conhecimento sobre as cidades candidatas, segundo apurou a reportagem. Na entrevista coletiva, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, chegou a achar que Belém era uma cidade do Nordeste, após a pergunta de um repórter.

Em compensação, na reunião do Comitê Executivo, os cartolas só falavam na floresta amazônica, identificando-a com o Amazonas. Manaus, portanto, era a mais simbólica. Ainda tinha o lobby dos patrocinadores da Fifa Coca-Cola e Sony, com sede na cidade.

Em relação a disputa do Centro-Oeste, cartolas da Fifa não gostaram das cartas enviadas por representantes de Campo Grande diretamente para eles. O apoio político do governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, também teve peso.

Isso foi negado por Blatter, que admitiu que houve diversos pedidos de políticos. “Não ouvimos interferências políticas. Houve gente que disse que deveríamos ir aqui ou ali. Mas pensamos no esporte”.

Só que o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, fez questão de receber governadores e prefeitos das cidades na entidade.

Na terceira briga, o Nordeste, mais próximo da Europa e mais quente, pesou em favor de Natal, e contra Florianópolis. “É uma região muito agradável [o Nordeste], que também tinham candidaturas muito técnicas. Claro que as cidades são bonitas”, disse Blatter, que não vê problemas nas largas distâncias entre as escolhidas.

Enquanto isso, Teixeira ressaltava o alto nível técnico “de todas as candidaturas”.

Fiscalização do uso das verbas

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Por Paulo Calçade (ESPN):

A experiência dos Jogos Pan-Americanos serve para balizar os cuidados que a sociedade deve ter com a Copa do Mundo. Comparado ao Mundial, o Pan do Rio é insignificante, minúsculo. Mas assusta: o orçamento explodiu, gastou-se dez vezes mais.

Infelizmente o caminho pode ser o mesmo. A Fifa é exigente, o padrão é muito alto e os critérios de escolha não foram totalmente técnicos. Nada contra as cidades indicadas. Quem não quer a Copa na vizinhança? O problema está no que vai acontecer depois.

Até o final da competição vai ser uma festa. Mas quem vai pagar a conta? Como serão mantidos os estádios nas cidades onde não há futebol verdadeiramente profissional? Quem vai se interessar em investir onde o retorno do dinheiro é duvidoso? A experiência do Pan mostra que o dinheiro público é a solução. E até poderia ser, desde que fosse investimento, financiamento, e não doação.

O futebol é uma importante atividade econômica do país, é uma indústria, movimenta vários setores, como a construção civil e o turismo, no caso do Mundial. Os cuidados com o evento são necessários porque é o nosso dinheiro que está em jogo. Se a Copa for beneficiar o país, tudo bem. Agora, se for para ajeitar a vida dos corruptos, dos espertos… É bom ficar de olhos bem abertos.

Até lá, não faltarão pautas para quem se propuser a fazer jornalismo.

Fico a imaginar o que vai ser do suntuoso Vivaldo Lima (imagem lá no alto), em Manaus, depois que a Copa passar. Um amigo jocoso acha que vai virar bumbódromo, para disputas entre Garantido e Caprichoso. Piadas à parte, desconfio que a coisa vai dar nisso mesmo.

Leonardo assume o Milan

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Fim das especulações. O Milan apresentou nesta segunda-feira o seu novo treinador: o brasileiro Leonardo, ex-diretor do clube, que assinou um contrato para comandar o elenco do clube italiano por dois anos. “Escolhemos Leonardo porque achamos que, para ser técnico, é preciso ter primeiro características humanas e de inteligência, mas também técnicas”, disse o chefe-executivo, Adriano Galliani. O dirigente acrescentou que, com Leonardo, o Milan quer percorrer o mesmo caminho que com Capello: “Primeiro um grande jogador, depois dirigente do clube e depois treinador”. (Com informações da ESPN)