Palavra de boleiro

De Giancarlo Buffon, goleiro da Juve e da Azzurra:

“Num momento de crise econômica, certos valores de contratações causam perplexidade. Se fosse a Juventus que tivesse gasto esse dinheiro, estaria feliz. Mas apoio a maneira cautelosa como o time vem se reforçando. Nós jogadores também vivemos em sociedade, e ficaríamos desconfortáveis caso quantias como essa circulassem no Campeonato Italiano num cenário de crise mundial. Nem sempre o mais rico vence. Um pouco de moralidade é sempre necessária. Certas cifras são um pouco descabidas.”

O Paissandu e suas alternativas

O técnico Edson Gaúcho treinou várias alternativas de ataque para o jogo deste domingo com o Rio Branco. Pode, se quiser, manter o esquema usado, com amplo sucesso, durante o campeonato estadual, com Vélber e Zé Carlos (ou Reinaldo). Ou até surpreender lançando dois atacantes de ofício – Zé Carlos e Torrô.
Das duas opções, a primeira é a mais testada e também a que trouxe melhores resultados. E a má atuação na estréia contra o Sampaio não pode ser atribuída exclusivamente à dupla de atacantes. Pela entrevista do técnico à Rádio Clube na sexta-feira, dois atacantes (Torrô e Zé Carlos) com quase as mesmas características só serão usados em caso de extrema necessidade no jogo. 
As alterações mais radicais ocorrerão no meio-campo, motivadas pela ausência de Dadá, parceiro de Mael no posicionamento à frente dos zagueiros. Peça fundamental no equilíbrio tático do time, Dadá deixa um rastro de problemas a serem preenchidos. A solução menos traumática é a que prevê a inclusão de Lê e Alex Sandro, com Zeziel mais à frente.  
Fica a sensação de que, mesmo com as improvisações forçadas, o Paissandu tem grandes chances diante do Rio Branco. Favorito natural por ser mandante, o campeão paraense leva a vantagem de ter um elenco mais homogêneo e um time bem entrosado.
De mais a mais, Edson Gaúcho – ao contrário de Everton Goiano, treinador do time acreano – tem jogadores polivalentes que permitem diversas variações na maneira de jogar. Isso pode ser decisivo.
 
 
Alvo de críticas pela maneira áspera de lidar com os repórteres e torcedores, Edson Gaúcho vem revelando uma face mais tranqüila. A principal sinalização veio através da ação solidária em favor de pacientes do Hospital Ophir Loyola, maneira generosa e altruísta de mostrar que desarmou o espírito e quer paz para trabalhar. Melhor assim.
 
 
A bombástica contratação de Kaká pelo Real Madri, pelo volume de dinheiro envolvido – 65 milhões de euros –, recolocou o Brasil e seus craques no topo da pirâmide do futebol. Até então, a temporada era amplamente dominada por Lionel Messi, Cristiano Ronaldo e Ibrahimovic. O próprio Kaká andava em baixa, vítima do inferno astral que assola o Milan, um time envelhecido e à beira da transição.
O acordo com o Real reabilita o meia-armador e, de quebra, dá uma sobrevida aos brasileiros no mercado europeu. Talvez ainda haja como reacender a velha chama depois que o encanto foi quebrado por uma sucessão de gestos negativos: Robinho forçou saída da Espanha para o Manchester City, Ronaldo saiu do Milan pela porta dos fundos, Adriano alegou até depressão para romper contrato com a Inter e Ronaldinho Gaúcho assumiu passivamente o banco de reservas no Milan.

(coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 14/06)

Ficha técnica: Luverdense x Águia

Luverdense x Águia

Data: domingo, 14, às 18h

Local: estádio Passos da Ema, em Lucas do Rio Verde

Times

Luverdense – Ronaldo; Bogé, André Paraná, Marquinhos e Aírton; Paulinho, Felipe, Fabinho e Maico Gaúcho; Junior Rocha e Odil. Técnico: Tarcísio Pugliesi

Águia – Adriano; Magrão, Edcléber e Charles; Léo Rosa, Analdo, Daniel, Soares e Ednaldo; Marcelo Maciel e Bruno Rangel. Técnico: João Galvão

Árbitro: José de Caldas Sousa (DF). Auxiliares: Marrubson Melo Freitas (DF) e João Antonio Souza (DF).

Ingressos: R$ 10,00 (arquibancada).

(Com informações do Bola deste domingo)

Destaques da edição do DIÁRIO de domingo, 14

* ONGs internacionais emperram economia e prejudicam o Pará

* Ensino Básico naufraga na maré da evasão

* Redução do IPI impõe queda no repasse do FPE – Pará perde R$ 70 milhões

* Pará tem o pior desempenho do país em ensino médio

* Série C: Papão volta a campo contra o Rio Branco

* Jader lidera encontro de prefeitos com Eletronorte

* Festival de Música Paraense já é sucesso: inscrições terminam dia 18

* Jovem é morto a tiros em festa na Cidade Nova

* Pichação vira epidemia em Belém

* Diário dos Concursos: Guarda Municipal abre inscrições na quarta-feira

A frase alugada

De Edson Gaúcho, conclamando a galera bicolor para prestigiar o time contra o Rio Branco, domingo:

“Sabemos que não temos um supertime, mas temos uma supertorcida. Este é o diferencial do Paissandu. Só temos quase um jogo por mês. Então, essa é a hora. Faltam 9 jogos pra gente conseguir o objetivo”.

(No Bola deste domingo, 14/06)

Ficha técnica: Paissandu x R. Branco

Paissandu x Rio Branco (AC)

Data: domingo, 14, às 16h

Local: estádio Edgar Proença (Mangueirão)

Times

Paissandu – Rafael Córdova; Paulo de Tárcio, Roni, Luciano e Aldivan; Mael, Lê, Alex Sandro e Zeziel; Vélber e Zé Carlos. Técnico: Edson Gaúcho

Rio Branco – Douglas; Ley, Rodrigão, Régis e Renatinho; Zé Marco, Ismael, Neném e Testinha; Rogério e Gleidson. Técnico: Everton Goiano

Árbitro: Afonso Amorim de Sousa (PI). Auxiliares: Francisco Machado Gaspar (PI) e Francisco Pereira Jr. (PI) 

Ingressos: R$ 15,00 (arquibancada), R$ 30,00 (cadeira) e R$ 7,00 (meia entrada)

Ibra vale por Cristiano e Kaká juntos?

A notícia de que o Real Madrid pagará € 94 milhões (R$ 257 milhões) por Cristiano Ronaldo levantou um debate na Europa: o que fazer com tanto dinheiro? Uma resposta que chamou a atenção foi dada pelo empresário Mino Raiola, que não hesitou em dizer que essa fortuna serviria apenas para dar entrada na contratação de seu cliente, o atacante sueco Zlatan Ibrahimovic.

Apenas nesta semana, o Real estruturou as contratações de Kaká por € 65 milhões junto ao Milan e assumiu a despesa de mais € 94 mi para pagar ao Manchester United por Cristiano Ronaldo. No total, serão € 159 milhões – ou, em cifras brasileiras, R$ 436 mi. Para Raiola, este é o preço de Ibrahimovic. “O Ibra vale como Kaká e Cristiano Ronaldo juntos”, disparou o empresário do sueco, em entrevista ao jornal italiano Corriere dello Sport.

O atacante sueco deve entrar no mercado em breve, uma vez que está insatisfeito na Inter de Milão e vem recebendo sondagens recentes do Barcelona e do próprio Real Madrid.

Os bastidores da imprensa

cine

Longa tem parentesco com filmes que mostram os bastidores do chamado Quarto Poder, a imprensa

Reuters

O incerto futuro de um jornal impresso é o pano de fundo do suspense Intrigas de Estado, em estreia nacional, que tem em Russell Crowe (Rede de Mentiras) e Ben Affleck (Ele Não Está Tão a Fim de Você) os dois principais nomes de seu elenco. As imagens finais do filme, mostrando a confecção de um jornal, registram uma certa nostalgia, que remete a histórias protagonizadas por jornalistas em busca de uma grande matéria. Não por acaso, esse longa tem um certo parentesco com Todos Os Homens do Presidente (1976) e também com Ausência de Malícia (1981) – ambos mostrando os bastidores do chamado Quarto Poder, a imprensa.
Os dois personagens centrais de Intrigas de Estado são jornalistas – um escreve para o jornal impresso, e outra, para o blog do jornal sobre política. Se no começo eles se estranham, com o passar do tempo precisam unir forças para desvendar um crime, cujos desdobramentos tornam-se cada vez maiores, podendo resultar num grande furo de reportagem – o que não é nada mau para um jornal que está agonizando.
Ele é Cal McAffrey (Russell Crowe), jornalista veterano, com uma aparência meio suja, mas corajoso. Ela é Della Frye (Rachel McAdams), jovem promissora e empolgada que não se importa de se arriscar por uma boa matéria, desde que não tenha que infringir a lei. Logo descobrirá que uma boa reportagem envolve quebrar algumas regras. O furo em questão envolve um congressista, Stephen Collins (Ben Affleck), que investiga uma corporação que mantém laços com o governo norte-americano.
Quando três pessoas são mortas, entre elas a assistente de Collins, mentiras e segredos vêm à tona. A primeira revelação é que Collins e a moça tinham um caso. O político é obrigado a confirmar esse rumor.
Seria muito simples se ele e sua mulher Anne (Robin Wright Penn) pudessem apenas deixar esse erro para trás e seguir em frente. Mas à medida em que McAffrey e Della investigam o caso, mais sujeira vem à superfície – o que garante ao filme uma meia-dúzia de reviravoltas inesperadas mas plausíveis.
Cal e Collins são amigos de longa data e isso traz um novo dado à trama. Deveria Cal colocar a amizade acima do profissionalismo? É ético usar sua amizade para conseguir informações? Como argumenta sua pragmática editora, Cameron Lynne (Helen Mirren de A Rainha), “jornalistas não têm amigos, têm fontes”.
O jornalista em questão, no entanto, quer preservar tanto seu amigo quanto sua fonte – mas descobrirá que isso é impossível.
Baseado numa série homônima da rede britânica BBC exibida em 2003, Intrigas de Estado, dirigido por Kevin McDonald (O Último Rei da Escócia), explora com sagacidade o gênero ‘jornalistas destemidos’, que existe desde a década de 1930 e já rendeu desde comédias românticas, como Jejum de Amor (1940) a suspenses recentes, como O Zodíaco (2007).
Aqui, a mídia impressa dos EUA pós-Bush transforma fatos em bolas de neve, sempre ávida por dar a notícia antes dos concorrentes – especialmente os da Internet.
Se às vezes McAffrey parece esperto demais ao conectar todos os pontos tão rapidamente, não é bem pela sagacidade do personagem, mas pela necessidade de condensar as seis horas da série britânica em um filme de apenas duas.
McDonald, que começou no cinema com documentários (entre eles, os premiados Desafio Vertical e One Day in September, este último vencedor do Oscar da categoria em 2000) sabe como conduzir a tensão. Ao mesmo tempo, também parece sentir prazer em disparar algumas farpas contra o jornalismo impresso – e as imagens finais de Intrigas de Estado talvez, em alguns anos, se tornem lembranças de um passado recente.  (Por Alysson Oliveira, do Cineweb)