Gaúcho aposta em Torrô

Bastou uma boa apresentação no amistoso com o Cristal para que Torrô ganhasse vez no time titular do Paissandu. Está escalado para formar no ataque, ao lado de Zé Carlos, contra o Rio Branco, domingo. É uma evolução e tanto para um jogador que era visto com quase indiferença na Curuzu há um mês. Com Reinaldo e Zé Carlos disputando a camisa 9, tendo Vélber como parceiro de ataque, Torrô não tinha chances, apesar do empenho para mostrar serviço durante os treinamentos.

O esforço acabou recompensado. O técnico Edson Gaúcho repensou o esquema ofensivo e recuou Vélber para a posição de origem, como meia-armador. Dessa forma, abriu-se uma vaga no ataque e Torrô foi o escolhido para jogar ao lado de Zé Carlos, que o considera seu melhor parceiro de ataque.

Apesar de Gaúcho não ter confirmado o time para o jogo contra o Rio Branco, a provável escalação é: Rafael Córdova; Paulo de Tárcio, Roni, Luciano e Aldivan; Mael, Lê, Zeziel e Velber; Zé Carlos e Torrô.

Clube no rastro da Seleção

Giuseppe Tomazo e Ronaldo Porto amanhecem nesta sexta-feira em solo sul-africano para fazer a cobertura da Copa das Confederações, para a Rádio Clube do Pará e demais veículos do grupo RBA. A maioria dos jornalistas das emissoras que compraram os direitos da Copa das Confederacões, entre as quais a Clube, viajou no mesmo voo da South African, que deixou São Paulo às 18h desta quinta-feira, devendo chegar às 7h de hoje em Johannesburg. De lá, todos enfrentarão 400 quilômetros de estrada até Bloenfontein.

“Papai” Joel conquista África

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Por Rafael Reis, da Folha de S. Paulo

Há pouco mais de um ano, Joel Santana herdou de Carlos Alberto Parreira a missão de transformar uma seleção de pouco destaque no continente africano em um time capaz de pelo menos não passar vergonha como anfitrião no Mundial-2010. A partir deste domingo, com o início da Copa das Confederações, o treinador brasileiro terá pela frente um teste que dará uma ideia de como anda este trabalho.

À frente da África do Sul, Joel fará ao menos três partidas no torneio que reúne campeões continentais –está no Grupo A ao lado de Iraque, Nova Zelândia e Espanha. “O mundo do futebol é feito de experiências. Eu cheguei aqui substituindo o Parreira. Era um projeto para quatro anos, e eu o peguei pelo meio, sem conhecer a maneira como funcionava. O começo não foi bom, mas crescemos com o tempo”, disse o treinador brasileiro, em entrevista por telefone à Folha Online.

De fato, os primeiros resultados de Joel com a seleção sul-africana ficaram longe de ser positivos. O time foi eliminado na segunda fase das eliminatórias para o Mundial-2010, torneio que também serve como classificatório para a Copa das Nações Africanas. Em dois jogos, acumulou um empate e uma derrota para Serra Leoa.

Aos poucos, no entanto, os placares foram melhorando. Desde outubro do ano passado, foram pelo menos três vitórias expressivas, contra Gana, Camarões e Polônia. Derrotas continuam acontecendo, mas em frequência menor e contra adversários mais qualificados, como Portugal e Chile. Mesmo com essa melhora recente, a África do Sul ocupa a 72ª colocação no ranking da Fifa. Há 16 seleções do seu continente à frente. 

Mas, ao contrário de Camarões, Gana, Mali e Costa do Marfim, por exemplo, a anfitriã da próxima Copa do Mundo não conta com jogadores espalhados pelos grandes clubes do mundo. Sua presença no continente europeu é bastante inferior à desses países.

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Tanto que dos 23 convocados por Joel Santana para a Copa das Confederações, mais da metade ainda joga na liga sul-africana. Entre os nove “estrangeiros”, os destaques são os “ingleses”, o volante Aaron Mokoena, do Blackburn, e o meia Steven Pienaar, do Everton. “O que falta para nossa seleção é experiência internacional. Até temos qualidade razoável, mas precisamos jogar mais. É um trabalho de garimpagem”, explicou o técnico.

Quem poderia aumentar a experiência do grupo é Benni McCarthy. O atacante de 31 anos, que defende o Blackburn, é o jogador sul-africano mais valorizado no momento, mas vive às turras com a federação local e foi deixado de fora da Copa das Confederações. Sua presença no Mundial-2010 está longe de ser uma certeza. 

Joel, aliás, evita falar sobre suas perspectivas para a Copa. Prefere atuar como um embaixador da África do Sul, elogiando as belezas do país, a hospitalidade do povo e os esforços para ser, durante um mês, o centro do futebol no planeta. “O país é lindo, com elefantes. A África do Sul é ainda mais bonita do que o Brasil, mais linda, mais segura. Eu fiquei maravilhado quando cheguei a Port Elizabeth, que é um lugar magnífico.”

“O país está em festa, construindo estradas. Não somos um país rico, mas fomos escolhidos para uma Copa que vai ficar para a história. Vocês vão ver o esforço de um povo, de um país, de um continente. Mas não dá para determinar o que vai acontecer daqui um ano. Prever uma situação é muito difícil”, completou. A África do Sul abre a Copa das Confederações-2009 diante do Iraque, às 11h (horário de Brasília) deste domingo, em Johannesburgo.

Cristiano mais perto do Real

O Real Madrid confirmou nesta quinta-feira, por meio de um curto comunicado oficial, que fez uma oferta oficial para o Manchester United para contratar o meia-atacante Cristiano Ronaldo, maior estrela do time inglês. Agora, o clube espanhol aguarda a resposta positiva do atleta português, que já expressou anteriormente seu desejo de defender o Real, para sacramentar o negócio.

“O Real Madrid confirma que fez uma proposta para o Manchester United para adquirir os direitos do jogador Cristiano Ronaldo. O clube espera alcançar um acordo com o jogador nos próximos dias”, diz o comunicado.

Segundo o próprio Manchester United, o Real irá pagar 80 milhões de libras (cerca de 94 milhões de euros ou R$ 257 milhões) por Cristiano Ronaldo – valor recorde entre as transferências de jogadores na história do futebol.

“A pedido de Cristiano Ronaldo, que expressou mais uma vez seu desejo de partir, e após uma discussão com o representante do jogador, o [Manchester] United autorizou o Real Madrid a conversar com o atleta”, informou o clube inglês em seu comunicado oficial. “O Manchester United considera que o assunto estará encerrado e não emitirá nenhum outro comunicado”. (Do Folhaonline)

Dois astros ameaçados

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Dois dos melhores jogadores do mundo na atualidade podem ficar fora da Copa do Mundo em 2010, na África do Sul. O meia-atacante português Cristiano Ronaldo e o centroavante sueco Zlatan Ibrahimovic vêem suas seleções sofrendo para manter as chances de classificação para o Mundial.

Portugal ocupa a terceira posição do Grupo 1 na Europa. Com apenas 9 pontos em seis jogos, a equipe já está a quatro da Hungria, vice-líder, e a sete da Dinamarca, primeira colocada. No mesmo grupo, a Suécia está também com só 9 pontos.

Cristiano Ronaldo foi eleito o melhor jogador do mundo em 2008, pela Fifa. Pelo Manchester United, foi tricampeão inglês, mundial e da Copa da Inglaterra. Só faltou o título da Copa dos Campeões para coroar a temporada quase perfeita em 2008/09. Já Ibrahimovic, um dos grandes artilheiros da Europa, teve mais um ano consistente na Inter de Milão, em que foi campeão italiano.

Os portugueses e suecos terão mais quatro jogos pela frente. Para tentar mudar a situação, as seleções devem vencer todas e torcer por tropeços de Dinamarca e Hungria. Mesmo assim, uma classificação de Portugal e Suécia, juntos, é improvável, já que o primeiro da chave vai direto para o Mundial e o segundo pela repescagem.

Pense rápido: qual dos dois astros faz mais falta numa Copa do Mundo? Em minha opinião, os dois. Mas se tiver que ir apenas um, ainda prefiro que vá Cristiano Ronaldo, a meu ver um jogador mais espetacular que Ibra.  

Tradições sob risco

A exatamente um ano da Copa do Mundo na África do Sul, as Eliminatórias continentais chegam às suas fases de definição. Algumas seleções já se garantiram no Mundial, enquanto outras – inclusive tradicionais – sofrem para manter suas chances de classificação. Faltando poucas rodadas para o término das fases qualificatórias, é possível prever um cenário do que pode ser visto em 2010.

Europa
Classificada: Holanda
Próximas da vaga: Dinamarca, Eslováquia, Alemanha, Espanha, Inglaterra, Sérvia e Itália
Em risco: Portugal, República Checa, Ucrânia e França

A Holanda se garantiu na Copa no último final de semana. A equipe venceu seus seis jogos e não pode mais ser alcançada pela Escócia, segunda colocada do Grupo 9. O técnico Bert van Marwijk tem uma talentosa geração em mãos, com nomes como Van Persie, Van der Vaart, Huntelaar e Sneijder, e terá 365 dias para trabalhar a equipe ideal para a Copa.

Seleções tradicionais como Inglaterra, Espanha, Alemanha e Itália, atual campeã do mundo, também devem confirmar a classificação nas próximas rodadas. Em contrapartida, Portugal corre sério risco de ficar fora. Está a quatro pontos da Hungria, segunda colocada do Grupo 1, e a sete da Dinamarca, líder da chave.

São 13 vagas européias. Os primeiros colocados dos nove grupos se classificam diretamente, enquanto os oito melhores segundos colocados se cruzam na repescagem, com jogos de ida e volta.

América do Sul
Próximas da vaga: Brasil e Chile
Em risco: Argentina, Equador, Paraguai e Uruguai

Três dos quatro primeiros colocados, que se classificam diretamente para a Copa, conseguiram uma boa distância sobre os demais concorrentes. Já são quatro pontos de diferença entre o Paraguai, terceiro colocado, e o Equador, que é quinto. O Brasil, líder das Eliminatórias, depois da vitória sobre o Paraguai, está praticamente garantido. O Chile, também. 

Depois de perder para os equatorianos, a Argentina está em situação que inspira cuidados, com dois pontos de distância para o quinto lugar. Além disso, o Brasil é o próximo adversário dos argentinos.

A quinta vaga, que dá direito à repescagem, está teoricamente entre Uruguai, Equador, Colômbia e Venezuela. Esta última luta pela chance de disputar sua primeira Copa do Mundo.

Dica de leitura

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Por Waldemar Marinho

O que passa na cabeça do brasileiro quando o assunto é futebol? Foi com a intenção de descrever e investigar a emoção, a imaginação e a racionalidade futebolística que os autores organizaram a coletânea “A cabeça do futebol”. A ideia inicial é a de que todo brasileiro guarda uma emoção ligada a esse esporte. Para a tarefa, foram convidados alguns craques do jornalismo e da literatura. A obra apresenta crônicas, poemas, ensaios e contos.

A Cabeça Do Futebol 
Organizador: ARAUJO, CARLOS MAGNO
Organizador: CASTRO, GUSTAVO DE
Organizador: LIMA, SAMARONE
Editora: CASA DAS MUSAS
Assunto: LITERATURA BRASILEIRA
 
Obs: Compadre Gerson, esse livro saiu do forno ontem, 10 de junho de 2009, em lançamento com noite de autógrafos na Livraria Cultura do Shopping Eldorado. Leitura obrigatória para quem gosta de futebol. Vai num pacote que sai amanhã de São Paulo para Belém destinado a você.

Futebol na era galáctica

O torcedor comum, que não chega a conceber a real quantidade de grana mobilizada nessas transações, fica atordoado diante das notícias que cruzam a internet e demais meios de comunicação: Kaká vendido por 65 milhões de euros (R$ 130 milhões), Cristiano Ronaldo cotado a 75 milhões de libras (R$ 239 milhões) e até o jovem Pato entra na mira do Chelsea, que se dispõe a gastar considerável fortuna por sua aquisição, embora mantenha olhar cobiçoso sobre o argentino Aguero, avaliado em 51 milhões de libras (cerca de R$ 163 milhões).

Costumo olhar com desconfiança matuta para tais valores, que de tão altos fogem à compreensão dos seres normais. O grande xis da questão é: de onde vem tanto dinheiro? Outra perguntinha incômoda: quem avalia e determina a cotação dos craques? Mais difícil ainda é entender o complexo mecanismo que move os grandes clubes europeus e seus dirigentes. Quando uma soma estratosférica é anunciada em troca de um astro obviamente várias peças se reacomodam dentro da engrenagem, incluindo os demais jogadores, que compreensivelmente devem se sentir incomodados com a diferença de cacife.

Em futebol, como se sabe, as rusgas normalmente se transferem para o campo de jogo, onde se equivalem quanto a responsabilidades e cobranças do público. Estamos falando aqui do velho boicote, tão comum no Brasil quanto no Uzbequistão. Imagine a cabeça de um Raúl ou de um Van Nistelroy, ao ser informado sobre o caminhão de dinheiro que o presidente Florentino Pérez está desembolsando para tirar Kaká do Milan. E há, ainda, os ganhos do novo astro, certamente superiores aos demais atletas que já habitavam o Santiago Bernabeu e alvo de comparações pouco estimulantes para um esporte coletivo.

São equações de complexa resolução, pois envolvem o sempre instável fator humano e suas vicissitudes, entre as quais a vaidade é apenas um dos muitos pecados. E poucas atividades são tão vulneráveis à inveja e ao ressentimento quanto o futebol profissional, espécie de moderno coliseu de egos e ambições. 

Os clubes italianos, ingleses e espanhóis revezam-se nessa competição sem limites para mostrar quem tem mais garrafas vazias no depósito ou, trocando miúdos, quem manda na banca. Manchester United e Real Madri duelam há pelo menos quatro anos pelo título de clube mais rico do planeta. No momento, pelos dados das consultorias, os merengues lideram a corrida, embora acumulem paralelamente a maior dívida entre os 10 grandes da Europa.

Longe do perfil ruidoso de Florentino Pérez, célebre pela filosofia galáctica, o Manchester é fiel apóstolo da linha fleumática britânica, evitando esbanjamento e optando por contratar revelações – aliás, foi assim que adquiriu Cristiano Ronaldo em começo de carreira. Os bons resultados alcançados pelo time de Alex Ferguson confirmam que, pelo menos à primeira vista, os ingleses têm a melhor fórmula. E o outro gigante espanhol avaliza essa política mais espartana. O Barcelona, por declarações de seu próprio presidente, não pretende entrar nessa porfia da gastança.

(Coluna publicada na edição de Bola/DIÁRIO desta quinta-feira, 11/06)