O “golpe militar”, o “sincericídio” (plantado) de Toffoli e o general tarado

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Transcrito do Duplo Expresso

Muita atenção vem sendo dada no PIGuinho vermelho à entrevista do Presidente do STF à Veja. (resumo no final)
Incrível que as “análises” (sic) limitem-se ou a reproduzir o texto ou, quando muito, sintetizar o seu conteúdo, comprando-o – e, mais importante, vendendo-o – pelo valor de face.
“Toffoli, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre evitaram tanques nas ruas em abril! Estamos à beira do golpe militar mesmo, Jesus!”
Sei…
Tem coisa melhor do que dar golpe militar…
– … sem mesmo dar?
Ganhar o poder (cargos, orçamento, controlar as políticas públicas) sem colocar nem mesmo “um cabo e um soldado” na rua?
Melhor ainda: sem sequer ter o ônus do poder, posto que todo o desgaste de imagem sobra para Bolsonaro, o para-raio “aloprado”, “cujos excessos são contidos justamente pelos Generais, a ala racional e não ideológica do governo” (sic)?
A Reforma da Previdência foi dos militares?
Ou “do Bolsonaro e do Paulo Guedes”?
Pois é…
O golpe militar JÁ foi dado. Mas de forma clandestina. Mandam usando a abordagem indireta da guerra híbrida. O melhor dos mundos.
E isso inclui o General-assessor botar Toffoli pra cantar essa melodia na Veja.
Sim, a mesma revista que semanas atrás já tinha plantado em sua capa os “perigosos terroristas” do “(r)SSS”, lembram?
Na nova narrativa plantada, Toffoli mostra que – malgrado o esgarçamento – as “instituições continuam funcionando normalmente”, com os Poderes civis plenamente capazes de fazer mediações e evitar “a ruptura”.
Qual ruptura, cara pálida?
Toffoli vende na Veja um poder de agência que STF e Parlamento simplesmente não têm!
Na realidade, a mensagem subjacente da plantação da vez é o oposto da que vai no título:
– Seu objetivo é ameaçar com a latência do tal “golpe militar”.
Que já veio!
(sem dizer o próprio nome)
“Tanque nas ruas”…
“Sangue na calçada”…
“Expurgo da esquerda”…
“Prisões e exílio em massa”…
Piero Leirner e eu vimos insistindo no Duplo Expresso que o atual golpe militar não é como os do século XX, de sustentabilidade questionável no atual momento histórico. É no modelo “democradura”. Controlada pelas sombras por um “deep state à brasileira” (Generais do GSI), montado na arapongagem mirando toda a população (e principalmente (supostas) “autoridades”). Sua face ostensiva, em vez de tanques nas ruas e Atos Institucionais com “cassações em massa”, é o Judiciário, com Lei de Segurança Nacional (Figueiredo), Lei da Ficha Limpa (PT), Lei de Organizações Criminosas combinada com nova redação do artigo 282 do Código de Processo Penal (PT), Lei Anti-Terrorismo (PT) e, finalmente, os projetos de lei No. 2418/2019 (Câmara) – o “Patriot Act” Tabajara (que legaliza a arapongagem dos Generais) e No. 2403/2019 (Câmara), que aumenta o tempo mínimo de cumprimento de pena para a progressão de regime (para 3/4) e aumenta o tempo máximo de prisão no Brasil de 30 para 50 anos!
Ambos os projetos de lei são de autoria do Deputado José Medeiros, vice líder do governo na Câmara e o mais próximo de Sérgio Moro na Casa.
Com isso tudo na mão, quem precisa de tanque?
Ainda mais quando esses tanques são, em realidade, “de papel”!
A ameaça de “intervenção militar” (clássica), do “artigo 142”, nesta quadra histórica, tem o mesmo papel da bomba nuclear: dissuasão. É pra ser temida. Nunca usada.
Até porque, num falso paradoxo, mataria perna fundamental do modelo: o discurso de que “as instituições funcionam normalmente” das “democraduras”.
E é exatamente essa a principal função dessa entrevista de Toffoli. Alimentar o falso paradoxo plantando que:
(1) “as instituições funcionam normalmente” (com STF e Parlamento empoderados inclusive); mas
(2) “à beira do abismo, com a intervenção militar ali na esquina”.
Como ninguém quer ser responsabilizado publicamente pelo “golpe militar” (o de “tanques”, de papel), toda a esquerda tende a, “à luz disso”, dizer “deixa o Toffoli e o Maia trabalharem”. “Melhor isso, mesmo que com destruição de direitos sociais e do patrimônio do Estado, do que ‘golpe militar’”.
Que já veio!
A defesa que Toffoli faz da Reforma da Previdência e do programa econômico de Paulo Guedes é, aliás, reveladora.
Mais um poder de agenciamento – agora diante da Finança – que simplesmente não tem!
Na outra ponta, chega finalmente a mais que cantada em verso e prosa associação do PT com o PCC. Mais um incentivo para a esquerda parlamentar e partidária seguir dizendo “deixa o Toffoli e o Maia trabalharem”, na esperança de não ver o seu próprio nome surgir num audio “do PCC”.
Abordagem indireta.
Espectro total.
Guerra híbrida.
Nessa entram ainda os idiotas úteis que realmente defendem a “intervenção militar” (diversos vídeos no YouTube, inclusive com militares da reserva). São fundamentais para tornarem os “tanques de papel” críveis.
Assim como Toffoli.
E essa sua “entrevista”.
*
PS: é nesse registro que conseguimos encaixar também a farsa da “transferência de Lula para o Presídio de Tremembé”. Notem que Toffoli também planta na Veja a possibilidade de libertação de Lula como “estopim pro golpe militar”. Daí a manobra de colocar o bode na sala: a transferência para um presídio comum. E lograr colocar toda a esquerda comemorando (1) a prisão de Lula (na PF em Curitiba); e (2) o “poder de agência” (sic) do STF diante da Lava Jato.
Fonte na Juristocracia de SP garante: nunca houve a menor intenção de tranferir Lula. Não houve nenhuma iniciativa administrativa preparatória, o que, mais que de praxe, é regra. Até mesmo para articular o esquema de segurança para o traslado. Caricato: sequer o diretor do presídio paulista recebeu um telefonema que fosse. Soube da “transferência” pela… imprensa! Rá!
Pergunta:
– É coincidência que comecemos a semana com um bode na sala plantado por Toffoli (Militares)/ Lava Jato/ imprensa (“Lula em Tremembé”) e terminemos com mais um, também plantado por Toffoli/ Militares/ Imprensa (“golpe militar latente”)?
Dever de casa: observar o grau de sucesso de ambas as operações em pinça em cada uma das bolhas a que se dirigiam. De novo: operação psicológica de espectro total; abordagem indireta; guerra híbrida.
Parabéns ao General Heleno, o nosso “vovô voyeur”!
Já já você consegue legalizar a sua tara de ver tudo mundo peladão na webcam com o PL 2418!
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PPS: comentário de Piero Leirner:
“Toffoli, de novo, se prestando ao papel de papagaio de pirata. Tá mais repetitivo que desenho da patrulha canina.
A primeira coisa que a gente pode pensar sobre essa entrevista dele à Veja, dizendo que articulou com “todo mundo” um pacto pela governabilidade e pela manutenção de Bolsonaro; e que tem general sondando a “ameaça” de usar o artigo 142 (em suma: intervenção militar), é: a quem interessa ele “revelar” essa “bomba” (bem entre aspas mesmo)?
Vamos ao mito do eterno retorno. Alguém aí se lembra de quando ele autorizou – com Moraes, se não me engano – a busca e apreensão na casa do General Paulo Chagas? A que serviu isso? Na manhã seguinte, era um monte de militar falando em usar o famoso “cabo, soldado e jipe” para fechar o STF. E vamos lembrar: desde 2018 tem General plantado lá no STF, fazendo o papel de “passarinho que assopra no ouvido do Ministro”. Nunca, jamais, acreditem que Toffoli mandou a polícia “revirar” (hahahahaha) a casa de Chagas sem que antes o tal general tivesse no mínimo dito: – “Tudo bem, por nós”. Eu, na minha humilde opinião, achei que a ideia foi dele mesmo. Toffoli tem dado indícios e mais indícios de que sofre da síndrome de Estocolmo nas mãos deles. E tudo, mas tudo isso tem a ver de fato com sequestro.
 
Agora chegamos a essa situação, que tem vários “convenientes”:
 
Toffoli retira o protagonismo do Governo das mãos de Bolsonaro, recaindo sobre o STF + Congresso, e como resultado:
 
1) Bolsonaro acentua a narrativa de que não estão deixando ele governar;
 
2) Bosonaro acirra os ânimos de sua base, sedenta por fechar o Congresso e STF;
 
3) A esquerda, que a essas alturas deveria saber que é a grande vítima do golpe, guerra, etc., sai em defesa das instituições que, afinal, “estão funcionando normalmente”;
 
4) Bolsonaro e o consórcio golpista sequestram a pauta de que as instituições estão corrompidas. Tendo o controle dessa narrativa, mantém as próprias emparedadas. vamos lembrar que até agora, todas as ameaças que ele mesmo produziu (p. ex., “as eleições estão fraudadas”) serviram para seu próprio benefício (p.ex., ele próprio ganhou a eleição, que, como sabemos mesmo, foi uma fraude);
 
5) Os militares como sempre ficam a meio-termo, usam Bolsonaro de para-raios e ninguém percebe que no fundo são eles mesmos que estão produzindo essa situação;
 
6) Como a economia não anda e a reforma da previdência cada dia mais se revela para quem acreditou nela como outro engodo, agora, sabendo que o País está governado pelos outros poderes, livra-se Bolsonaro, e, principalmente, os militares, desse ônus;
 
7) Acentua-se a narrativa de que os militares estão prontos para qualquer coisa, mas são os paladinos do garantismo;
 
😎 Se alguém se lembrar de mais alguma, por favor me diga rsrsrs.
 
Finalmente, como bem acaba de me dizer o Romulus Maya, “o 142 é como a bomba nuclear. Não é pra ser usado. É pra pairar perpetuamente como ameaça. (…) O fato do Toffoli plantar essa ‘ameaça’ de ‘general lotado no Planalto’ é muita bandeira… Daí segue todo o pessoal com medo de um tigre de papel. ‘Melhor isso que tá aí do que o 142’. Dureza.”
 
Palavras-Chave: caos controlado; abordagem indireta; espectro total; aproximações sucessivas; dissonância cognitiva; viés de confirmação.”
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PPPS: comentário do jurista Fernando Nogueira:
“Agora o próprio Toffoli arrancou as ilusões da esquerda aguada que ainda acreditava nas instituições: um magistrado (que deve atuar só quando provocado) sai costurando acordos POLÍTICOS por aí pra 1) não soltar Lula (como dizíamos desde sempre Lula não sai sem convulsão nas ruas); 2) aprovar a Reforma da Previdência (a qual certamente não poderá ser questionada no STF) e 3) supostamente manter os milicos nos quartéis, sem acionamento do 142. O golpe militar já foi dado, é certo, mas mais do que nunca nosso papel é DEMOLIR a legitimidade das instituições: STF, Congresso, Presidência E MILITARES. Temos que consolidar a narrativa do fim da Nova República e de que ordens e diretivas dessas instituições não guardam nenhuma legitimidade ou coercibilidade a não ser a ameaça da força bruta – algo que qualquer bandido pode apresentar. Só assim pra começar a agitar pra valer o povo contra os golpistas.”
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Resumo da “entrevista”-plantação:
“Toffoli articulou acordo para evitar impeachment de Bolsonaro
Em entrevista à Veja, presidente do STF revelou que agiu para costurar um acordo entre Congresso e governo para evitar queda do presidente
REDAÇÃO OPERA MUNDI
São Paulo (Brasil)
9 de ago de 2019 às 17:41
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, afirmou que o Brasil esteve à beira de uma crise institucional entre os meses de abril e maio e disse que atuou para tentar acalmar a situação articulando um grande acordo nacional junto com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para frear o processo de impeachment do presidente Jair Bolsonaro e adiar a sessão em que a Corte julgaria a legalidade das prisões em segunda instância, o que poderia resultar na libertação do ex-presidente Lula.
Em entrevista à revista Veja, divulgada nesta sexta-feira (09/08), o presidente do STF conta que logo nos primeiros meses do governo foi costurou o acordo entre os poderes para evitar a convulsão social e o impedimento de Bolsonaro em razão da insatisfação de militares, da classe política e de empresários, incomodados com a desastrosa condução do país pelo mandatário.
Um dos generais próximos ao chefe do Planalto consultou um ministro do STF para saber se estaria correta a sua interpretação da Constituição segundo a qual o Exército, em caso de necessidade, poderia usar tropas para garantir “a lei e a ordem”.
Segundo a reportagem, o “ponto de ebulição” da crise tinha data para acontecer: 10 de abril, quando Lula poderia ser libertado por uma decisão do STF sobre a ilegalidade da prisão em segunda instância.
Em entrevista à Veja, presidente do STF revelou que agiu para costurar um acordo entre Congresso e governo para evitar queda do presidente
Após mais de trinta reuniões entre os chefes do Judiciário e do Legislativo, um grande pacto foi fechado. No Congresso, o projeto do parlamentarismo e a CPI da Lava-Toga foram arquivados e a reforma da Previdência destravada. No Planalto, o vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), foi calado, e Santos Cruz, demitido da Secretaria de Governo.
No Supremo, Dias Toffoli instaurou inquérito para apurar ameaças contra os ministros, adiou o julgamento que poderia soltar Lula e paralisou as investigações contra o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).
“Estávamos em uma situação de muita pressão, com uma insatisfação generalizada. Mas o pacto funcionou. A reforma da Previdência foi aprovada, as instituições estão firmes. Agora o grande desafio é o país voltar a crescer. O Supremo estará atento para que julgamentos não impeçam ou atrapalhem o projeto de desenvolvimento econômico, que é tão necessário”, disse Toffoli na entrevista à Veja.”

O esplendor da nova era

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POR GERSON NOGUEIRA

Como entender a recente onda de repatriação de jogadores conhecidos e em fim de carreira por parte de clubes brasileiros mais endinheirados? Sobra dinheiro na chamada elite do futebol brasileiro ou estamos diante de um súbito surto de banzo da terra natal por parte de boleiros cansados da vida boa no Velho Mundo?

Das duas hipóteses, a mais forte é mesmo a excepcional maré de prosperidade de quatro ou cinco grandes clubes, que de um momento para outro passaram a dispor de caixa suficiente para apresentar propostas que se equiparam com as que são oferecidas por países periféricos.

Quem começou esse movimento, há dois anos, foi o Palmeiras. Trouxe o volante Felipe Melo, já na faixa dos 33 anos e em fase técnica descendente depois de período em alta no futebol turco.

Nos últimos meses, o Flamengo entrou  no jogo das contratações pesadas importando os laterais Rafinha e Filipe Luís, trazendo ainda o técnico português Jorge Jesus.

O São Paulo, outro membro do seleto grupo dos clubes de posses, mostrou ousadia contratando de uma só tacada Daniel Alves e Juanfran. O acerto com Daniel causou impacto maior por ser um jogador que atravessa grande fase técnica, apesar da faixa de idade (34 anos).

Além de ter mercado na Europa e nos Estados Unidos, Daniel tem no currículo o fato de ter sido eleito o melhor jogador da Copa América. Tinha, portanto, opções no mercado. Podia escolher para onde ir. China e EUA fizeram ofertas interessantes, mas ele preferiu voltar ao Brasil apostando no seguimento financeiro dos grandes clubes.

Na entrevista de apresentação, Daniel deu basicamente a mesma explicação de Rafinha e Filipe Luís. Optou por um projeto nacional, a fim de desfrutar da proximidade com a torcida de seu clube de coração.

Todos têm falado também nos projetos de gestão desses clubes e a explicação não soa falsa, como tantas vezes se viu sempre que um boleiro elegia “o projeto” como razão de sua decisão por um determinado clube. Agora, é perfeitamente possível acreditar que São Paulo, Flamengo, Palmeiras, Corinthians e Grêmio têm planos concretos de alcançar grandes conquistas.

Obviamente, a facilitação dos acordos financeiros decorre da ausência de cláusulas rescisórias com outros clubes. O Flamengo, por exemplo, gastou muito mais ao contratar Arrascaeta, meia-atacante uruguaio que estava no Cruzeiro, do que ao repatriar Rafinha e Filipe Luís, cujos custos são exclusivamente com os acertos salariais, sem nenhum dispêndio para viabilizar a contratação. O mesmo vale para Daniel Alves e Juanfran no São Paulo.

O Corinthians, mesmo correndo por fora entre os abastados, trouxe Vagner Love e Gil. O Grêmio foi buscar Diego Tardelli. Nesses casos, os atletas sabem que têm mais visibilidade jogando no Brasil. Preferem a competitividade do Campeonato Brasileiro ao sumiço no futebol asiático.

Pode ser um momento único, daqueles que ocorrem muito de vez em quando, quase que como as aparições de cometas, mas é inegável que o país vivencia a primeira experiência de retorno em grande escala de jogadores ainda em plena atividade. O fenômeno contraria a lógica vigente até então, que fazia do Brasil um mero exportador de pé-de-obra.

Descobrir o que há por trás de negócios ainda pouco claros e de contabilidade sigilosa, restrita aos escritórios de grandes investidores e financistas, é desafio para o jornalismo investigativo tão pouco praticado no país que enseja surpresas e ranger de dentes quando é legitimamente exercitado – o dossiê Vaza Jato que o diga.

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Bola na Torre

Giuseppe Tommaso apresenta o programa, a partir das 22h, na RBATV. Valmir Rodrigues e este escriba de Baião participam como debatedores. Em pauta, a rodada da Série C para os clubes paraenses.

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Leão faz bom jogo, mas fatura apenas um ponto

O Remo foi a Volta Redonda (RJ) e obteve um empate sem gols diante dos donos da casa, na sexta-feira à noite. Lutou muito pela vitória e até mereceu no primeiro tempo, quando teve chances com Gustavo Ramos e Ramires. Na etapa final, arrefeceu e se retraiu muito, mas Eduardo Ramos – em dois momentos – ainda esteve perto de finalizar para as redes. Foi uma atuação focada e objetiva, com poucos erros.

Com Wesley, Neto Baiano e Gustavo no ataque, Márcio Fernandes surpreendeu inicialmente o Volta Redonda. O meio-campo marcou com firmeza e as jogadas fluíam tanto pelo meio, com Eduardo Ramos, como pelos lados, com os laterais Gabriel e Ronaell avançando muito.

Depois do intervalo, o Volta Redonda mostrou-se mais ofensivo, com o lateral Luís Paulo tornando-se um constante apoiador a incomodar a defesa remista. Vinícius defendeu duas boas tentativas do ataque fluminense, que só se retraiu após os 20 minutos, quando o Remo já tinha trocado Gabriel por Danillo Bala. Logo depois, Zotti substituiu Eduardo Ramos, que já mostrava cansaço.

O jogo exigiu muito dos dois times porque logo no começo Douglas Lima agrediu Wesley e o árbitro paraibano preferiu a via salomônica (e injusta) expulsando ambos. O prejuízo foi maior para o Remo, que tinha uma clara proposta de atacar com três ou mais jogadores.

No fim das contas, um resultado razoável para as pretensões do Remo no grupo B. Com 23 pontos, a equipe vai precisar vencer o São José e – dependendo dos demais resultados – empatar com o PSC para alcançar a classificação.

(A coluna foi escrita na sexta-feira à noite. Por isso, não inclui a análise do jogo do Papão com o Atlético-AC, marcado para sábado à tarde).

(Coluna publicada no Bola deste domingo, 11)

Ameaças de Bolsonaro fazem Alemanha suspender financiamento de projetos na Amazônia

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Da DW

Devido ao forte aumento do desmatamento na Amazônia brasileira, o Ministério alemão do Meio Ambiente decidiu suspender o financiamento de projetos para a proteção da floresta e da biodiversidade, anunciou a ministra responsável pela pasta, Svenja Schulze, em entrevista ao jornal Tagesspiegel neste sábado (10/08).

“A política do governo brasileiro na Região Amazônica deixa dúvidas se ainda se persegue uma redução consequente das taxas de desmatamento”, declarou a ministra ao jornal alemão, apontando que somente quando houver clareza, a cooperação de projetos poderá continuar.

Segundo a reportagem, num primeiro passo, trata-se de projetos no valor de 35 milhões de euros (cerca de 155 milhões de reais), provenientes da iniciativa para proteção climática do Ministério do Meio Ambiente em Berlim. De acordo com o órgão, desde 2008, já foram disponibilizados 95 milhões de euros (por volta de 425 milhões de reais) através dessa iniciativa para projetos de proteção florestal no Brasil.

“Embora o governo do presidente direitista, Jair Bolsonaro, esteja comprometido com o objetivo do Acordo Climático de Paris de reduzir o desmatamento ilegal de florestas a zero até 2030 e de iniciar o reflorestamento maciço, a realidade é outra”, escreveu o jornal alemão. “Um dos maiores defensores de Bolsonaro é o lobby agrário.”

Tagesspiegel escreveu ainda: “A região amazônica é amplamente utilizada para o cultivo de soja para ração animal e para criação de gado. Por volta de 17% da Floresta Amazônica desapareceu nos últimos 50 anos, alertam os pesquisadores, uma perda de 20% a 25% poderia fazer com que o pulmão verde da Terra entrasse em colapso – ameaçando transformar a região numa vasta savana.”

Para conter o desmatamento florestal, a Alemanha também apoia o Fundo Amazônia, onde o Ministério alemão da Cooperação Econômica já injetou até agora 55 milhões de euros (por volta de 245 milhões de reais). A suspensão de projetos atinge somente o financiamento do Ministério do Meio Ambiente em Berlim.

Com um volume de quase 800 milhões de euros (por volta de 3,5 bilhões de reais), a maior parcela do Fundo Amazônia é financiada pela Noruega e, uma pequena parte dele, pela Alemanha. O dinheiro se destina a projetos para reflorestamento, contenção do desmatamento e apoio à população indígena.

Segundo a reportagem do Tagesspiegel, o Ministério do Meio Ambiente em Berlim também defende que a participação alemã no Fundo Amazônia seja revista.

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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.

Na reta decisiva da Série C, Fiel volta a prestigiar Papão

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Com mais de 17 mil ingressos vendidos até a manhã deste sábado (10) para o jogo com o Atlético-AC, o Paissandu já garantiu seu recorde de público da temporada. Até então, o maior público pagante na Série C tinha sido contra o Volta Redonda, pela 13ª rodada: 10.076.

Neste ano – com exceção do clássico Re-Pa pela 9ª rodada do Campeonato Paraense, quando o PSC foi mandante, mas computados os ingressos do maior rival -, o melhor público foi registrado diante do Bragantino, pela 2ª rodada do Parazão: 13.507 pagantes.

Contra o Atlético-AC, a diretoria do Paysandu reservou a carga máxima do Mangueirão: 35 mil pessoas. Desse total, 30.500 bilhetes foram colocados à venda, com arquibancada a R$ 20,00 e cadeira a R$ 50,00.

Fernandes valoriza empate fora de casa e avisa: “Nunca duvide de um leão”

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Depois do empate com o Volta Redonda, na sexta-feira à noite, o técnico Márcio Fernandes valorizou o ponto conquistado, apesar de o resultado deixar o time ameaçado de sair do G4. “Não foi tão ruim o empate e estamos no jogo ainda. Temos dois jogos praticamente em casa, porque claro que o mando é do Paysandu [na última rodada], mas é dentro do Mangueirão e nós temos tudo para conseguir a nossa classificação para o mata-mata”, disse.

A partida não teve uma equipe dominante, porém o Remo teve chances de gol e voltou a falhar nas finalizações. “Acho que fizemos um bom jogo. O time estava muito bem, aí teve a expulsão do Wesley, um jogador que estava bem demais. Acho que a expulsão dele foi prejudicial para a gente porque o Wesley estava bem e o Douglas [Lima, do Volta Redonda] não estava tão bem assim, então, quer dizer, saiu um jogador que não estava tão bem na partida e, na troca, não foi tão vantajosa para a gente. Mas tivemos ainda condições de criar algumas chances dentro do jogo”.

Com a perda do atacante Wesley, expulso (injustamente) no começo da partida, Márcio Fernandes teve que mudar a formação ofensiva na segunda etapa: trocou o lateral Gabriel pelo atacante Danillo Bala.

“Nós tivemos oscilações dentro do jogo. Começamos a perder um pouco de velocidade na frente, aí eu tive que fazer uma substituição audaciosa colocando o Gustavo Ramos na lateral e o Danillo Bala lá na frente, para que a gente ganhasse velocidade de novo. Conseguimos levar de novo o Volta Redonda para a defesa, criamos algumas chances e nos precipitamos na hora da finalização”, observou Fernandes.

Com mais dois jogos pela frente, Fernandes já planeja estratégia para o confronto com o São José (sexta-feira, em Belém) e antecipa que escalará um time misto para a partida com o Sobradinho, terça-feira, pela Copa Verde.
“Temos um jogo terça-feira pela Copa Verde. Vamos dar ritmo a alguns jogadores, que nós vamos precisar. Perdemos o Wesley, o Ronaell tomou o terceiro amarelo, então são jogadores eu não vão poder estar presentes no próximo jogo [da Série C] e a gente tem que pensar. Deixamos alguns jogadores [em Belém] trabalhando fisicamente para que possam melhorar essa condição, como é o caso do Carioca, do Djalma, para ver se consegue ter uma melhora da contusão. Vamos ver”.
Fugindo ao estilo discreto, Fernandes mostra-se otimista em relação à classificação. “Em outra situação, como no ano passado, nós estávamos jogando para não cair, e a equipe do Remo não deveu nada para ninguém nesse campeonato. É isso que nos dá confiança, não dá certeza de nada, mas eu creio. Claro, nós perdemos um jogo para o São José-RS, mas numa circunstância fora de casa. Realmente foi lamentável, mas eu creio que junto do nosso torcedor a gente é mais forte, pode mais e vai acontecer. Nunca duvide de um leão, o leão está sempre pronto para poder ser o rei da selva, e vai ser”.

Em editorial, Folha defende o afastamento de Dallagnol da Lava Jato

Em uma crítica contundente à Lava Jato, o jornal Folha de S. Paulo destaca que os vazamentos das trocas de mensagens entre procuradores revelaram o conluio da operação e que “é possível tirar três conclusões sobre o procurador Deltan Dallagnol, o chefe da força-tarefa à frente da operação em Curitiba” e que os pontos revelados Vaza Jato mostram que “sua continuidade nas atuais funções parece ter se tornado inviável”.

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As conclusões, segundo o editorial, são de que ele – juntamente com o ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro -, “debateram estratégias e discutiram decisões fora dos autos”; que o procurador “lucrou com a fama alcançada” e incorrido em “abuso de poder”.

“Caberá ao Judiciário e ao Conselho Nacional do Ministério Público, responsável pela fiscalização do trabalho dos procuradores, examinar as condutas de Dallagnol, determinar o que há de impróprio nelas e decidir se merecem punição”, destaca o texto.

“Mas os danos causados pelos vazamentos à credibilidade do procurador são difíceis de reparar, e sua continuidade nas atuais funções parece ter se tornado inviável”, sendo “impossível ignorar o conteúdo dos diálogos e as suspeitas que levantam sobre as ações da Lava Jato”.

O texto diz, ainda, que “há espaço para que o Congresso e o Supremo reforcem os limites que devem ser respeitados pelos investigadores” e que “as mensagens vazadas oferecem um espelho incômodo para os que participaram de excessos da Lava Jato”.