Panelaço marca pronunciamento de Bolsonaro na TV sobre incêndios na Amazônia

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Em rede nacional de rádio e televisão, o presidente Jair Bolsonaro afinou o tom do últimos dias e recuou nos ataques aos países desenvolvidos, desferidos como atitude diversionista em relação às queimadas na Amazônia: “Isso não pode servir para sanções econômicas com o Brasil”, disse Bolsonaro no pronunciamento.

Não houve ataques aos países desenvolvidos. Ao contrário, afirmou que líderes nacionais ofereceram solidariedade ao Brasil e meios para combater os incêndios. O presidente anunciou que autorizou a ida do Exército para a região Norte, para trabalhar diretamente contra os incêndios na floresta.

Manifestantes bateram panelas em praticamente todos os bairros da Zona Sul, e também na Zona Norte e Centro do Rio durante o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro sobre as queimadas na Amazônia e a decorrente crise internacional.

Em outras cidades do Brasil também foram ouvidos protestos, como Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre, Goiânia, Vitória e Brasília.

Os protestos foram convocados por redes sociais. A #panelaço ficou em segundo lugar nos Trending Topics do Twitter no Brasil e em terceiro lugar no mundo. Personalidades como a ex-ministra do Meio Ambiente e ex-presidenciável Marina Silva (Rede) e o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ), além de artistas como Marcelo D2, Patrícia Pillar e Fernanda Paes Leme ajudaram a convocar as manifestações.

Esgotados os ingressos do lado azulino do Mangueirão

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A diretoria do Remo informou no final da manhã que todos os ingressos disponibilizados para a torcida azulina no Re-Pa decisivo do próximo domingo (25) já foram vendidos. Foram colocados à venda 17.500 lugares do lado A do estádio Jornalista Edgar Proença (Mangueirão), reservado à torcida do Remo. As vendas se encerraram logo cedo.

No PSC, o movimento de venda de ingressos é muito intenso. À tardinha, o clube informou que foram esgotados os ingressos de arquibancada, restando apenas cadeiras.

Volante azulino destaca a importância do clássico de domingo

Depois de boa campanha no começo da Série C, conseguindo se manter no G4 por 14 rodadas consecutivas, o Remo caiu de rendimento e só se reergueu nas duas últimas rodadas. Para domingo, um dos líderes do elenco, o volante Yuri, aposta na confirmação da classificação à próxima etapa com a conquista da primeira vitória no grande clássico.

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“Teremos os reforços dos atletas que jogaram bem esse último jogo contra o Sobradinho, então o professor vai saber o que fazer para a gente poder surpreender o adversário, porque é um jogo muito importante, valendo a classificação. É o Re-Pa mais importante dos últimos anos”, destacou o volante, prometendo empenho máximo em busca da vitória.

A última partida entre os rivais valendo pelo Campeonato Brasileiro foi em 2006, pela Série B. Foi uma vitória para cada lado: 2 a 0 para o Paysandu, no primeiro turno; e 3 a 1 ao Leão no segundo.

“É um jogo decisivo, que vale a classificação para o mata-mata do acesso. É um clássico, acho que as duas equipes estão muito concentradas, ainda mais agora que passaram os jogos da Copa Verde. É um jogo que vale muito não só em relação à classificação, mas em relação à autoestima, à confiança, para chegar ao jogo do acesso”, afirmou.

Um dos líderes do grupo azulino, ele afirma que “tivemos uma grande lição de humildade, de saber que a gente não conquistou nada ainda. Todo esforço que a gente puder ter agora vale a pena e vamos procurar analisar os jogadores do Paissandu, a parte tática do time, para chegar bem e conseguir arrematar a classificação”, concluiu.

Mota: “Não tem jogo de compadre”.

Não tem jogo de compadre. Eles defender o deles lá, defendemos o nosso aqui. Quando a gente sai de casa, não saímos para empatar, vamos para vencer! ” (Mota)

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O Re-Pa de domingo será o jogo do ano para a duas maiores torcidas do Norte. Alguns jogadores demonstram grande expectativa e motivação para a grande decisão da vaga à próxima fase da Série C. No PSC, o goleiro Mota é um dos mais ansiosos pelo confronto.

“Estávamos até sonhando com esse clássico e o professor já vinha falando que iríamos decidir nessa última rodada. A gente sabe que é um jogo difícil, muito importante, que pode garantir a classificação do Paysandu, do Remo ou dos dois. (…) Todo mundo sonha jogar um jogo desse. Todo mundo sonha na carreira estar em um jogo lotado, torcida apoiando. Que vença o melhor”.

Unanimidade internacional

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Por Pedro Pligher

Jair Bolsonaro realizou uma façanha que poucos chefes de Estado no planeta conseguiram durante seus mandatos presidenciais.

Ainda que da pior maneira possível, em apenas oito meses o presidente brasileiro conseguiu chamar a atenção do mundo inteiro para a sua peculiar forma de governar e, sobretudo, suas inevitáveis consequências.

Apesar de sua arrogância convicta, a sua ignorância orgulhosa e a sua truculência desmedida o tornarem para o mundo político internacional já há muito tempo uma espécie de animal exótico dos trópicos, a real dimensão de sua escatologia era conhecida a fundo mesmo apenas em território nacional.

Foi, portanto, a partir da sua eleição para presidente da República que o mundo pôde perceber de fato o quanto uma nação inteira pode se rebaixar em matéria de miséria política.

Não que sua mera (in)atividade parlamentar já não desse sinais mais do que suficientes para que países bem mais civilizados do que o nosso já o considerassem, ele próprio, uma afronta à civilidade humana.

Como esquecer que o site australiano News, já nos idos de 2016, havia declarado, via eleição, Jair Bolsonaro como o político “mais abominável no mundo”?

Era sua fama o precedendo.

Mas o fato é que contra todos os mais básicos instintos de sobrevivência, o brasileiro médio, numa demonstração ímpar de seu analfabetismo político, achou por bem eleger um facínora ao invés de um professor.

Irresponsabilidades cívicas à parte, a questão é que uma vez eleito, o “mito” não demorou para mostrar a que veio.

Numa cruzada pessoal e alucinada contra a educação, a cultura, as mais diferentes formas de arte, os direitos trabalhistas e previdenciários, as conquistas sociais e as políticas de inclusão, Bolsonaro fez de sua gestão, em questão de meses, uma ode ao fascismo.

Mas, verdade seja dita, nada teve tanta repercussão internacional quanto a sua declarada aversão à indiscutível necessidade de preservação do meio ambiente.

Mais do que puro descaso, Bolsonaro atuou ativamente em prol das atividades ilegais na Amazônia legal brasileira incentivando crimes ambientais na mesma medida em que desmantelava importantes órgãos de controle, monitoração, prevenção e combate às queimadas e ao desmatamento na região.

Pária ambiental no mundo inteiro, não demorou para que personalidades do mundo artístico e líderes políticos de grandes potências econômicas começassem a perceber o potencial de risco de um verdadeiro desequilibrado à frente de uma nação detentora de imprescindíveis recursos naturais como o Brasil.

Do ator Leonardo DiCaprio a Chanceler da Alemanha Angela Merkel, passando por países da Escandinávia como Noruega e Dinamarca, o sentimento a respeito do homem que elegemos para presidente tornou-se um só.

Agora, com a tragédia definitivamente instalada, muito em parte de forma irreversível, o que até pouco tempo era séria preocupação, virou crise internacional ao ponto do presidente da França exigir ações urgentes do G7, o grupo dos sete países economicamente mais poderosos do mundo.

Já António Guterres, Secretário-geral da ONU, afirmou sua preocupação com as queimadas na floresta amazônica e pediu urgente proteção à biodiversidade da região.

Jornais de todo o globo alertam que o presidente do Brasil tornou-se uma ameaça real ao planeta.

Fora tudo, as imagens de destruição da fauna e da flora amazônica que rodam o mundo possuem potencial de transformar Jair Bolsonaro no homem mais odiado do planeta.

É, enfim, a única, clara e óbvia unanimidade que um sujeito como o Messias poderia obter frente à humanidade.

Jair Bolsonaro, por tudo o que já fez e está fazendo com o Brasil e o mundo, é, na opinião de todos, seguramente o político mais irresponsável, incompetente e inoperante que a história recente já presenciou.

Jogadores suspendem greve no Figueirense por respeito à torcida

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Chegou ao fim a greve dos jogadores do Figueirense, mas ainda sem uma resolução do problema com os salários atrasados. Por meio de nota oficial divulgada pelos advogados, os atletas reiteraram que ainda não receberam e nem mesmo chegaram a um acordo com a diretoria em relação aos pagamentos. Mesmo assim, prometeram entrar em campo no sábado, diante do CRB, por ‘respeito à torcida à instituição’.

“Em respeito à instituição Figueirense Futebol Clube e à torcida, que tem nos apoiado tanto, decidimos, mesmo sem que a Diretoria tenha cumprido com NENHUMA das nossas exigências, não tenha efetuado os pagamentos salariais e Direitos de Imagem, não dialogue conosco, retornar aos treinos amanhã (sexta-feira), confirmando que estaremos em busca da vitória na partida de Sábado”, diz o documento dos jogadores.

Nesta quinta-feira, o Figueirense divulgou uma nota oficial dizendo que acertou os salários dos funcionários do clube e das categorias de base. Pouco depois, porém, os jogadores voltaram a se pronunciar mantendo a greve e dizendo que as dívidas ainda não estavam resolvidas.

A nota oficial do clube, aliás, irritou os jogadores. Segundo eles, havia um combinado de uma publicação de uma nota oficial conjunta entre o clube e os atletas, mas o presidente Claudio Honigman resolveu publicar a nota unilateralmente. E apesar de voltarem aos trabalhos, os jogadores já avisam que podem parar novamente se os atrasos salariais não forem resolvidos. (Da ESPN)

“Antes de o Brasil queimar, foi roubado”

“Enquanto observamos a Amazônia queimar, lembre-se: a presidência de Jair Bolsonaro é em si uma cena de crime. Ele está apenas no poder por causa de uma série de golpes ilegais – primeiro contra Dilma, depois Lula, que teria facilmente derrotado Bolsonaro nas urnas. Antes de o Brasil queimar, foi roubado”.

“O mundo está em chamas e, país após país, os incendiários estão subindo ao mais alto cargo. Isso é loucura total. Precisamos de um #GreenNewDeal global. Todos nós precisamos nos perguntar: em quem confiamos para liderar isso e como vamos ajudá-los?”

Naomi Klein, jornalista e escritora canadense

A vitrine dos suplentes

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POR GERSON NOGUEIRA

Os jogos da dupla Re-Pa na primeira fase da Copa Verde serviram para reapresentar às torcidas jogadores que estavam sem jogar na Série C, por uma ou outra razão. É verdade que poucos aproveitaram bem a chance oferecida pelos técnicos, forçados a poupar titulares que disputam o Campeonato Brasileiro.

Dos que entraram no PSC nas partidas contra o Nacional-AM, Vinícius Leite foi o que mais chamou atenção e ganhou pontos. Atuou com desenvoltura, principalmente no jogo de volta, na Curuzu. Apesar do placar em branco, ele foi o atacante mais participativo, chutando da entrada da área com perigo e participação das articulações.

Habilidoso e rápido, Vinícius não é titular na Série C por opção do técnico Hélio dos Anjos, que tem optado por um trio ofensivo com Higor, Nicolas e Wesley Pacheco. Como a formação encaixou, garantindo a excepcional marca de oito gols em três jogos (São José, Atlético-AC e Luverdense), dificilmente haverá modificação de planos até o fim da competição.

Ocorre que alguns suplentes são mais utilizados que outros, no decorrer dos jogos ou substituindo titulares suspensos, e é importante que estejam em condições plenas de suprir as necessidades do time.

Vinícius, Elielton e Jheimy estão nesse pequeno grupo de atletas a que Hélio dos Anjos costuma recorrer quando um dos titulares do ataque fica impossibilitado de jogar.

Na contramão do bom papel exercido por Vinícius Leite, alguns jogadores frustraram expectativas. É o caso de Jheimy, que foi escalado e não tirou a má impressão deixada ainda no período de Léo Condé no comando técnico. Bruno Oliveira reapareceu na terça-feira, na partida realizada na Curuzu, e também não teve boa atuação.

Do lado azulino, Mimica foi quem mais se sobressaiu nos jogos da Copa Verde. Não que isso seja exatamente uma novidade. Em condições normais seria titular absoluto do Remo na Série C, mas vem de longa inatividade. Precisou passar por um período de transição após a séria contusão sofrida no primeiro Re-Pa do campeonato estadual.

Nos confrontos com o Sobradinho, ricos em falhas coletivas e individuais, as atuações seguras de Mimica talvez tenham sido a melhor notícia para a torcida azulina, juntamente com a aparição do jovem Hélio Borges. Firme no jogo aéreo, forte nos desarmes e combate à entrada da área, o zagueiro provou que está pronto para voltar ao time titular caso surja uma oportunidade na fase decisiva da Série C.

É indiscutível que Mimica recuperou a confiança e o tempo de jogo, deixando claro que está inteiramente pronto para ser escalado por Márcio Fernandes. Quanto a Hélio, ganhou destaque pela desinibição desde que foi lançado no 2º tempo da partida realizada em Ceilândia.

Anteontem, no Mangueirão, em meio à pífia atuação da equipe, teve participação decisiva construindo e executando a jogada do segundo gol. Ao contrário de Pingo, excessivamente nervoso, o atacante aproveitou bem a oportunidade que lhe foi concedida.

O fato é que a utilização de reservas na Copa Verde confirma a impressão de que os elencos montados por PSC e Remo para a Terceira Divisão estão abaixo das expectativas, levando-se em conta os gastos e a quantidade de jogadores contratados. O nível técnico insatisfatório fica ainda mais evidenciado quando os reservas entram em campo.

Pelo que foi mostrado na primeira fase da Copa Verde, tanto Hélio dos Anjos quanto Márcio Fernandes terão que operar pequenos milagres sempre que precisarem lançar mão de times mesclados – e torcer para que na Série C os titulares não precisem ser substituídos.

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Efeitos e importância da greve do Figueirense

O time sub-23 do Figueirense imitou a atitude da equipe profissional e não entrou em campo para enfrentar o Santos, ontem, pelo Brasileiro de Aspirantes. Com pendências salariais e dívidas de direito de imagem, o Figueirense já havia perdido por W.O. para o Cuiabá, anteontem, na Série B.

Os atletas sub-23 do Figueirense foram ao estádio da Portuguesa Santista, onde o Santos manda seus jogos das categorias de base, mas nem saíram do vestiário. Na hora do hino nacional, apenas os atletas do Santos compareceram.

A arbitragem esperou os 30 minutos protocolares e aplicou o W.O. Com isso, o Peixe venceu por 3 a 0, chegou a sete pontos no grupo D da competição e deixou o Figueirense na lanterna com três.

A principal contribuição que os jogadores do Figueirensse estão dando ao futebol profissional no Brasil é desnudar uma estrutura viciosa, na qual diretorias de clubes ainda abusam da irresponsabilidade e se beneficiam da impunidade que reina nessa área.

É uma espécie de caixa-preta, que nem mesmo instrumentos modernos de controle fiscal e financeiro, como as normas que previam perda dos direitos econômicos de um atleta quando os clubes atrasam o pagamento de salários, conseguiram sanear e impor controles.

Sempre há uma brecha jurídica a facilitar a movimentação da banda podre da cartolagem, que age livremente, deixando rombos nas contas e envergonhando instituições centenárias, como é o caso do Figueirense.

Situações desse tipo se repetem por todo o Brasil, mas a CBF finge não ver e os sindicatos de atletas raramente têm força política para adotar medidas que protejam os interesses de seus filiados. A coisa acaba se perpetuando, muitas vezes estourando apenas na Justiça Trabalhista.

Algo precisa mudar. Os atletas do Figueirense estão mostrando o caminho.

(Coluna publicada no Bola desta sexta-feira, 23)