Mais força, menos ousadia

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Por Gerson Nogueira

O Remo volta a campo hoje à noite, depois da perda da invencibilidade diante do Paissandu no domingo. O adversário é o Gavião, estreante no Parazão e um dos emergentes que ainda não disse a que veio neste primeiro turno. As atenções do jogo se concentram em Charles Guerreiro, sobre os ombros de quem desabaram as maiores broncas da torcida depois do Re-Pa.

Parte dos problemas deve se resolver com uma alteração na maneira de atuar do meio-campo. Athos, cansado de jogar na faixa errada do campo, pediu e Charles o atendeu. Fica de fora até poder ser escalado em sua posição original, organizador da equipe, papel hoje entregue a Eduardo Ramos.

Para o confronto com o Gavião, no Mangueirão, o técnico repete praticamente o mesmo time, com exceção da zaga, onde Carlinho Rech substitui ao contestado Rogélio (suspenso). No meio, a novidade: Dadá entra jogando, ao lado de André, Jonathan e Ramos. Athos, atirado à fúria do torcedor ao ser substituído no minuto final do clássico, fica no banco de suplentes.

unnamed (33)O ataque se mantém com Leandrão e Tiago Potiguar. Zé Soares e Val Barreto, que apareceram bem contra o Paissandu, devem entrar no decorrer da partida. Ted, meia-armador que se destacou no longo período de treinamento do time no segundo semestre de 2013, está de volta e também é opção no banco.

A partida permitirá ao técnico fazer uma avaliação da nova configuração no meio. Com Athos e Ramos, o Remo conseguia ser criativo e até ousado, mas quase sempre exagerava nos passes. Isso quando o setor não ficava embolado pela presença de dois meias, fato registrado no clássico.

Dadá deve acrescentar dinamismo ao setor, desde que seja liberado para se posicionar mais à frente, acompanhando Ramos, que sempre precisa de um parceiro-escolta por perto. Nesse caso, André e Jonathan ficariam mais presos à cobertura da zaga. Charles precisará, porém, organizar o revezamento, pois Jonathan e André costumam avançar muito, às vezes ao mesmo tempo, o que fragiliza a marcação.

De toda maneira, a primeira impressão é de que o Remo muda definitivamente sua maneira de jogar com a entrada de Dadá. Se o resultado corresponder à expectativa, o time passará a funcionar como o rival, fechadíssimo no meio e rápido na transição. Mais transpiração, menos riscos. É, por enquanto, o efeito mais visível e prático dos abalos causados pelo revés no Re-Pa.

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Um exército de volantes

Amanhã, o líder Paissandu encara o Independente, em Tucuruí. Mazola Junior, fiel à máxima de que não se mexe em fórmula vencedora, conserva o mesmo esquema utilizado desde o começo da competição, com três volantes e um armador. A escalação muda com a entrada de Pikachu na lateral-direita e de Augusto Recife no lugar de Vânderson, lesionado.

Depois da boa atuação no Re-Pa, Héverton conquistou a titularidade e fará dupla com Lima no ataque. A velocidade que o time exibiu no Mangueirão é a principal arma para superar o Independente, que ainda não venceu na competição, tem problemas sérios na defesa e se mantém na penúltima posição do primeiro turno.

Caso encontre espaço, o time do Paissandu tende a se impor pela forte presença ofensiva de Lima, impulsionada pelo retorno de Pikachu. No meio-de-campo, porém, persiste o desafio de aliar força e criatividade. Com três volantes, mais um armador improvisado e um meia-atacante que recua para ajudar a bloquear, a equipe se torna excessivamente fechada e burocrática.

Contra o Remo, o esquema cauteloso funcionou porque teve sempre brecha para armar contra-ataques. Pelas próprias limitações, é improvável que o Independente parta para o ataque e tome a iniciativa no jogo. Daí o risco concreto de uma partida dominada pelo duelo entre volantes na meia cancha.

Nesse cenário, cresce a importância de Pikachu, cujos avanços pela direita têm sido um trunfo ofensivo considerável. Contando com um centroavante de boa mobilidade como Lima, a tendência é que o lateral se torne a principal peça de transição da equipe para o ataque.

E Héliton, de atuação caprichada no clássico, foi deixado de lado por Mazola. Algo mais ou menos recorrente na vida do atacante dentro do Paissandu.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 29)

26 comentários em “Mais força, menos ousadia

  1. Quem ficará barrado amanhã será o Zé Antônio, e o Papão terá um meio dinâmico com Capanema, Recife, Djalma e Heverton; Helinton e Lima no ataque. Na defesa Mateus, Picachu, Charles, L. Paulo e Airton.

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  2. Espero queimar a minha lìngua, mas não dà pra acreditar que Dadà seja o cara que vai mudar a cara desse time. Ainda prefiro o Ratinho atuando ao lado do Ramos.

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  3. Gerson, acho que a insistencia em manter tantos cabeças de área se deve ao fato do mazola ainda não ter achado um homem certo pro meio, tanto é que ele prefere tirar o Helinton e colocar o Heveerton pra frente.

    E outra, o Helinton, na minha humilde opinião deixou a desejar no clássico, principalmente no 2° tempo.

    Apesar disso, Gerson, eu tbm optaria pelo Helinton e barraria o Zé.

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  4. Também não acho esse Dadá grande coisa, mas o time do Remo precisa jogar fechadinho contra adversários mais fortes. Acontece que o Charles deveria ter escalado essa formação no RE-PA e não contra o Gavião, que ao meu ver é um jogo ideal para poupar jogadores e dar oportunidade para quem não vem jogando, como o Ratinho, por exemplo. Porém, com a derrota no clássico não há mais margem para erro e o Remo precisa aproveitar o fato de jogar em casa para encaminhar sua classificação. Ainda é cedo para afirmar algo, mas parece que a exemplo do ano passado, a direção errou a mão na contração do volantes.

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  5. No meu pontoes vista, Mazola deveria ser um pouco mais ousado. Buscando um esquema equilibrado. Penso que Djalma poderia compor o terceiro volante, com Heverto e Helinton caindo pelo meio e pontas.

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  6. Concordo com o Edson, em relação ao Helinton. Foi muito mal porque não soube explorar o que tem de melhor: a velocidade. Sempre fechava e disputava a bola no corpo a corpo com o zagueiro que cobria o Alex Juan, claro que sempre perdia. Por isso a única jogada que fez foi no lance do segundo gol, mas na base do chutão no rumo do Lima. Por fim, acho que os treinadores, inclusive o atual, têm até uma parcela de responsabilidade sobre o mau posicionamento do atacante bicolor, todavia, ele já está crescidinho, pelo menos na idade, e já devia saber o que é melhor pra ele.

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  7. Bom dia Gerson Nogueira & Amigos do Blog;
    Começo pelo fechamento da coluna, “….E Héliton, de atuação caprichada no clássico, foi deixado de lado por Mazola. Algo mais ou menos recorrente na vida do atacante dentro do Paissandu.”
    Pois é assim, nobres blogueiros, atentem bem para os acontecimentos, para em futuro mui breve, não ficar penalizando o Regional por não se firmar no time, como há muuuuuito acontece e salta aos olhos até de quem não quer enxergar, NÃO EXISTE CONTINUIDADE, no aproveitamento de jogadores regionais, esse é o FATO!!! outro bem recente, foi declinar da contratação do Jaime, pelo fato do técnico não conhecê-lo, isso é fato, como também o é, que a diretoria e os demais integrantes da Comissão Técnica, conhecem-no, sendo isso o suficiente para bancar a contratação, mas, como o técnico só conhece DIFORA, ELE avalia o Leandro Silva, de 34 anos e bichado, vai agora para a QUARTA CIRURGIA, mas, às expensas, do Grande Bicolor Celeste Amazônico, que o contratou, MAS, como é DIFORA, tem o aval do técnico, a condescendência da diretoria, ou seria a LENIÊNCIA da diretoria? e o apoio, da maioria da torcida, o que é lamentável.
    O Dinho Menezes anunciou ontem que o Zagueiro Luis Otávio, do Icasa, estaria sendo contratado pelo Bicolor Amazônico, é um BOM Zagueiro, mas, Ô Papellin!!! dá mais uma olhadinha no plantel do Icasa e vê se enxergas por lá o Chapinha, e ou, o Guto, dois grandes articuladores, inteligentes, habilidosos e bons de bola, articuladores, em falta no plantel do Grande Bicolor, jogadores talentosos e de futuro, principalmente o Chapinha, que é mais jovem.

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  8. Também acho que o Héliton teve atuação caprichada no clássico. Aliás, a presença dele como opção permanente na linha de frente do listrado, com fôlego para se apresentar na contenção sempre que necessário, foi um dos estribos da retranca armada pelo Mazola.

    Agora, no que respeita ao esquema tático azulino, concordo que era ousado e criativo. Mas, com a ressalva de que tais características só existiam no papel e nas expectativas do Charles Guerreiro. Pois, na realidade, o que havia mesmo era fragilidade, principalmente em decorrência da inoperância do Athos que, por jogo, rigorosamente só fazia uma única jogada de qualidade e nada mais.

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  9. Penso que o Remo, por ser mal treinado, o torcedor só tem uma chance… Se apegar nas mudanças, mas, quando pegar um time que tenha um técnico do outro lado que saiba ler o jogo, um abraço…

    É bom não esquecer, que além de ter jogado com jogadores sem preparo físico adequado, o Yago, numa manobra, não jogou e, mesmo assim, Charles não ganhou do Mazola…

    Quanto ao Mazola, falei que o problema não eram os 3 volantes, era porque os jogadores não tinham rendido, com pensamento no Rex Pa… Ganhou o clássico, com a mesma formação tática…
    Sem comparar, por favor, mas quando eu era técnico, sempre armei o Columbia com 3 volantes. um à frente da zaga e 2 de saída, do jeito que joga o Papão, hoje… E ganhava só de goleada.. É bom que se diga…(hehehe)

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  10. O mal do Remo se chama 33, o time está refém dos lampejos do ER, se o dito for bem, aí o time joga bem, se for mal…., como aconteceu com o Paysandu na série B. O negócio é que os adversários já o conhecem e vão marca-lo de perto.

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  11. Brenno Miranda e Silas Negrão,compactuo com a opinião de ambos. Este Chapinha é bom de bola e poderia,sem dúvida,fazer parte do elenco bicolor,pois fez uma excelente Série B,pelo Icasa.

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  12. Para ser sincero, acho que o Pirão tinha que tirar o Charles Guerreiro e colocar o Athos no lugar dele. CG não sabe nem se expressar, imagino ele instruindo os jogadores durante os treinos, deve ser um Deus nos acuda.

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  13. Sobre o Leandro Silva e Chapinha, o primeiro teve uma fratura no pé na pré temporada em Barcarena, nada de bichado e o Chapinha era reserva quer dizer não é essa Coca-Cola toda.

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