Para fechar a temporada

Por Gerson Nogueira

unnamed (27)Por mais otimista que o torcedor seja, a complexa combinação de resultados afasta qualquer ilusão. Nem jogadores, muito menos dirigentes, alimentam qualquer sonho. Rebaixado em casa pelo Bragantino, no sábado passado, o Paissandu enfrenta o Sport hoje à tarde com um só objetivo: encerrar dignamente sua participação na Série B.

Fantasmas do passado, como a goleada por 9 a 0 para o Paulista de Jundiaí, em novembro de 2006, foram relembrados durante a semana como alerta ao time que entrará em campo na Ilha do Retiro. Naquela ocasião, o Papão sofreu na pele os efeitos da decisão de escalar jogadores insatisfeitos com promessas não cumpridas pelos dirigentes.

Desta feita, apesar de todos os acordos terem sido respeitados, a diretoria e o técnico interino Rogerinho Gameleira preferiram não correr riscos. Jogadores considerados descartáveis foram liberados, abrindo caminho para o aproveitamento de um punhado de jovens atletas do clube.

Sem oportunidades ao longo do campeonato, jogadores como Murilo, Araújo e Caio (e outros que comporão o banco de suplentes) terão diante do Sport oportunidade privilegiada de mostrar suas qualidades e cavar espaço no elenco da próxima temporada.

A equipe será completada com jogadores mais experientes e Rogerinho decidiu usar o 3-5-2, lançando Fábio Sanches, Leonardo e Pablo na zaga. Pikachu e Caio são os alas. Jailton será o camisa 10.

Na frente, Héliton e Dênis, cujas atuações pífias não fizeram o clube desistir dele. É dado como nome certo para 2014 na Curuzu. Tem excelente chance de provar que merece esse prestígio junto à cartolagem.

Embora ninguém possa censurar a opção por um time mais caseiro, não deixa de ser temerário encarar um Sport completo e motivado pela euforia da torcida. A adoção do sistema de três zagueiros e dois volantes revela as preocupações defensivas de Rogerinho. Afinal, na Ilha do Retiro, todo cuidado é pouco.

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Grupo de Nunes triunfa de novo

Com 85 votos, contra 98 dos candidatos de oposição, o coronel Antonio Carlos Nunes confirmou o favoritismo e se reelegeu pela enésima vez para a presidência da Federação Paraense de Futebol. Com ênfase no trabalho junto às ligas interioranas, o coronel levou a melhor, mas teve pela frente desta vez opositores aguerridos. Apesar das dificuldades para conquistar votos das ligas, Luís Omar Pinheiro ficou em segundo lugar, com 55 votos, e Ulisses Sereni, 43.

O resultado mostra que, caso tivessem unido esforços, LOP e Sereni teriam derrotado o esquema de Nunes, que terá como vice o remista Maurício Bororó. Sereni marcou sua participação com denúncias fortes contra o coronel, apontando irregularidades, pressão sobre os votantes e jogo de cartas marcadas a partir do confuso estatuto da FPF.

As comemorações dos vencedores, mais uma vez, evidenciam um descompasso com o descrédito dos desportistas quanto ao novo mandato conquistado pelo coronel. O que foi feito até hoje não estimula qualquer expectativa festiva. Prevalece a convicção de que a vitória do velho esquema é uma derrota do futebol paraense como um todo.

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Seleção reflete campeonato fraco

A escolha dos melhores do Brasileiro, divulgada ontem, contemplou atletas dos times que mais se destacaram na competição – a exceção foi o Botafogo, que não teve nenhum escolhido. Everton Ribeiro, meia do Cruzeiro, levou com justiça o prêmio de craque do torneio. Marcelo, meio-campista do Atlético-PR, foi apontado acertadamente como revelação.

Só discordei da escolha de Manoel na zaga e de Paulo Baier na meiúca. Apesar da impressionante longevidade, o armador teve um campeonato de altos e baixos. Ricardo Goulart, do Cruzeiro, foi superior e bem mais decisivo. Até Renato Cajá (Vitória) merecia mais. Entre os zagueiros, Dória foi melhor que Manoel.

No ataque, a dupla Walter e Ederson era previsível pela enxurrada de gols. De maneira geral, a seleção reflete um campeonato pobre em técnica e decidido precocemente, o que tornou a disputa menos empolgante e desafiadora.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste sábado, 30)

10 comentários em “Para fechar a temporada

  1. A vitória de Nunes é uma derrota para alguma renovação ao futebol do Pará. Que os demais concorrentes a vaga na série D abram o olho pois tentarão de tudo para dar ao time azulina esta vaga, que o Diga o vice-Bororó.
    Quanto ao Paysandú por que só agora que não tem mais jeito é que botaram na rua as maçãs podres do time? Égua parece mesmo o brasileiro que só põe tranca na casa depois de arrombada!
    Na seleção do brasileirão também acho que o Baier não deveria estar lá, mas … são as coisas dos homens!

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  2. O que fica é o seguinte: FPF faz dinheiro usando Paissandu, Remo e clubes profissionais, mas elege-se com futebol amador. Logo poderíamos dizer que a FPF é uma federação de ligas amadoras (com todo respeito a essas) que tira dinheiro com profissional. Clubes de futebol profissionais tem que ser gerido por Federações que trabalhem apenas por clubes profissionais.

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    1. Concordo inteiramente com a definição, amigo Celira. A FPF é uma entidade que não serve aos interesses dos dois principais clubes do Estado. Logo, joga contra o futebol profissional paraense.

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  3. Quem tira dinheiro das profissionais a fim de custear suas peripécias entre amadores, no mundo da profissão mais antiga que se conhece, é conhecido como gigolô, logo…
    Por outro lado, data vênia, como diriam alguns dos assustados ministros do STF quando se dirigiam ao terrível Joaquinzão para manifestar alguma divergência, ouso discordar do escriba titular, em relação á escolha do Manoel, a meu ver o melhor zagueiro dessa competição, a ponto de contribuir para o ressurgimento do outrora vistoso do zagueiro Luís Alberto, praticamente dado como em fim de carreira, mas voltando a jogar bem ao lado do sempre correto Manoel.
    Quanto ao Dória, pareceu vítima da soberba que acometeu boa parte dos jovens guindados ao time titular, que em determinado momento acharam-se tão importantes quanto Seedorf. Depois de um primeiro turno impecável, o jovem zagueiro alvi-negro pretendeu mostrar mais do que devia fazendo lambanças memoráveis, cito três atuações que me chamaram a atenção negativamente: contra O Internacional, quando Bolívar levou a culpa do gol de Jorge Henrique, mas foi a autossuficiência de Dória a responsável pela primeira falha, entre outras cometidas; sua atuação desastrada contra o Grêmio, quando o Botafogo, com um jogador a mais, teve sua atuação piorada pela vontade excessiva de Dória, que resolveu bancar o Rivelino e se danou a disparar petardos sem direção, facilitando o trabalho da defesa gremista; contra o Vasco, quando recorreu à porradologia como forma de intimidação ao ataque cruzmaltina método, diga-se, que se provou ineficaz na ocasião. Sem contar o desastre da Copa do Brasil contra o Flamengo, obviamente não contabilizado por tratar-se de outra competição, no entanto, reveladora dessa queda de produção.

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  4. Também penso que não foi muito bom para o futebol Paraense, a eleição do Nunes… Agora, pior seria, se a a FPF caísse nas mãos dos piores presidentes de Paysandu e Tuna: LOP e Fabiano… Deus me livre…

    Fico temeroso com essa escalação, se o Sport resolver levar o jogo a sério… Por lá, segundo tenho lido, só se fala em desforrar a goleada sofrida para o Paysandu, pela Copa do Brasil… Que Deus ilumine esses jogadores, para que honrem a camisa bicolor, com uma boa exibição…

    É a minha opinião.

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  5. Concordo com o Claudio Santos, tb não gosto do Coronel mas as outras opções seriam pior, ou seja PIOR QUE ESTA IRIA FICAR SIM!! nas mãos dos demais candidatos.

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  6. Penso diferente em relação ao Denis…merece ser testado….lembro do Borges e Bruno Rangel…..ambos passaram pelo Papao antes de estourar…….meia cancha do Papao nesta serie B não ajudou nenhum atacante do Papao.

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  7. Falam que o Remo irá se beneficiar da eleição de Nunes, mas fica a pergunta: E se Sereni (patrocinador do Bicolor) ou LOP fossem eleitos, alguém duvida que o PSC seria beneficiado? Complicado alguns cobrarem imparcialidade.
    Ademais, concordo com a definição de Celira e ainda acrescento: O Nunes só levou essa porque a oposição, além de não ter se unido, era extremamente fraca.

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