Os operários têm a força

Por Gerson Nogueira

bol_sab_240813_11.psQue o futebol não é aquela caixinha de surpresas, todos já estamos cansados de saber. Cada vez mais os esquemas são desnudados, as jogadas são marcadas e os times reagem de maneira previsível. Muitas luas (rocks e livros) se passaram e sabe-se hoje que o futebol é divino, maravilhoso até, em muitos momentos, mas também pode ser operário e comum – e ainda assim continuará bonito, digno de ver.

As declarações do técnico Arturzinho, indicando que planeja ter um Paissandu cada vez mais cascudo e brigador (no bom sentido) em campo, fazem com que o conceito de futebol simples e eficiente volte a ser saudado como alternativa para tirar o Papão do buraco em que se encontra. Ainda bem.

A Série B é, essencialmente, um campeonato equilibrado, povoado de times que baseiam sua força no conjunto e na capacidade de lutar fisicamente em todos os lados do gramado. Curiosamente, porém, há quem espere dos times de Segunda Divisão desempenho compatível com equipes de Série A.

O desnível é óbvio, bem como as condições para a montagem de grandes times. O orçamento de um time de Primeira Divisão no Brasil é hoje pelo menos vinte vezes maior do que de um disputante da Segundona.

Vale dizer que, em média, o Paissandu gasta cerca R$ 700 mil por mês com a folha salarial do elenco e não pode ir muito além desse valor, sob pena de se inviabilizar futuramente. Com menos recursos, os times têm limitadíssima capacidade de atrair bons atletas.

Tem origem aí o fato de a maioria dos times da Série B terem em seus elencos veteranos já sem mercado na Série A e o Paissandu de Vânderson e Iarley não é exceção. A bem da verdade, pelo poder aquisitivo, os “segundinos” estão bem mais próximos de seus primos pobres de Terceira Divisão.

Não há milagre que permita a um time da Segunda Divisão jogar com a qualidade que o torcedor se acostumou a ver, pela TV, em equipes da elite do futebol brasileiro – sendo que alguns disputantes da Série A já apresentam limitações óbvias.

Arturzinho acerta no alvo a propor uma releitura do conceito de grandeza para o Papão na Segundona. Aos sonhadores, ele parece propor: baixem a bola ou mudem de perspectiva. É preciso jogar com a aplicação que o torneio exige, sem firulas exageradas. A ordem é esquecer a inspiração e abraçar de vez a transpiração.

O Papão que vai a campo hoje à noite contra o Icasa talvez ainda não mostre esse perfil desejado por Arturzinho, mas certamente já será mais aplicado e guerreiro do que vinha sendo. Deve contribuir para isso a presença de um punhado de nativos. Caso o goleiro Marcelo seja vetado, a defesa terá quatro paraenses: Paulo Rafael, Pikachu, Raul e Pablo. No meio-campo, mais dois, Capanema e Djalma.

Salvo exceções, os jogadores que melhor respondem à cobrança por comprometimento são os que têm vinculação afetiva com o clube, originários da base, identificados com a casa. É claro que, para atingir um ponto satisfatório, times operários precisam ralar muito, principalmente quanto ao condicionamento. Nos últimos jogos, o Paissandu cansava cedo, bem antes dos adversários. Para que a filosofia de Arturzinho funcione, todos devem estar bem preparados. A conferir.

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Novo reforço a caminho

Na aparentemente interminável procura pelo reforço ideal, o Paissandu deve anunciar até amanhã um meio-campista renomado, segundo fontes da diretoria. Jogador com passagens destacadas por clubes da Série A. Desconfio que seja um ex-corintiano, há algum tempo jogando no exterior, embora nenhum dirigente confirme o nome. Que chegue para ser titular porque de reservas a Curuzu está superlotada.

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Direto do blog

“Rolava um media training pra garotada aprender a falar com a imprensa. Todos têm direito a opinião, mas tem algumas opiniões ou mesmo verdades que devem ser ditas internamente. A imprensa faz o papel dela: perguntar. Vai do atleta ter a habilidade (ou ser orientado) a se expressar de forma adequada. Minha crítica é que o clube não precisava punir tão rápido se tinha dúvida em relação ao comportamento do atleta. Já que puniu, não deveria voltar atrás. Passa a impressão de bagunça e decisões afobadas. Causa mais tumulto ao ambiente do que a entrevista poderia ter feito”.

Por Eriko Morais, a respeito da multa (depois perdoada) ao zagueiro Yan, do sub-20 do Remo.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste sábado, 24)

12 comentários em “Os operários têm a força

  1. O preparo físico foi determinante na derrota de ontem do América-RN que vencia por 2 a 0 até os dez primeiros minutos do segundo tempo, acabou o gás e consequentemente o time que tomou 3 gols do Avaí muito melhor tanto física como tecnicamente!
    Fica o alerta para o Papão 2 a 0 é um placar enganador haja vista o que já acontceu contra o Palmeiras!
    Te cuida Papão o Icasa não é presa fácil!

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  2. O grande problema nessa situação, é que muitos profissionais da imprensa, quando um ambiente anda calmo e numa maré de tranquilidade, adoram colocar onda na situação. Quando eu vi a matéria de imediato fiquei puto foi com o repórter Lino Machado ,que mal intencionado e na vontade de ver alguma coisa diferente acontecer no baenão, fez uma pergunta marota colocando o microfone na boca do atleta que no auge da sua juventude, imaginando já ter ele autoridade e bagagem suficiente para chamar em público a atenção da direção do Clube, não contou conversa e falou o que quis, para o deleite do senhor Lino Machado, que no momento em que encerrou a entrevista, já sabia que poderia aquela matéria prejudicar o atleta, mesmo assim não contou conversa e tascou a bola pra frente e deu no que deu. A direção do Clube somente peca se na verdade retirar a punição do jogador, pois ele como empregado do clube tem que respeitar as decisões das pessoas que tem o comando do Clube, bem como respeitar os seus companheiros, jovens como ele que também sonham com um lugar ao sol no futebol brasileiro. Inclusive ontem os profissionais da clube no programa do meio dia, deitaram falação contra o Zeca Pirão, sendo eles todos contrários a punição imposta. Eu tenho certeza que se a alta direção da R B A, decidisse contratar 03 novos narradores para a sua equipe esportiva , o Claudio que e um baita narrador,jamais criticaria seus diretores alegando que a equipe da clube e super vencedora na pesquisa do ibope e nao precisaria de novos profissionais.

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  3. Nunca me enrolei tanto analisando uma classificação… Te dizer..

    Com os resultados de ontem, Paysandu, hoje, vai precisar vencer o Icasa, por 2 gols de diferença, ou por 1 gol de diferença, desde que faça 3 gols(para superar o GP do Guaratinguetá… 20 a 18), sem depender do resultado de Atlético-GO x América-MG..

    Boooooooooooora Papãoooooooooooooooooooo

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  4. Gerson, num time que tá se desenhando o perário, como vc colocou ontem, chegando um badalado, pode dar problemas.

    A não ser que o cara chegue e faça a diferença, pois hj em dia ninguém quer correr pelos outros, se esses outros ganham muito mais e jogam o mesmo tanto.

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  5. remo vai contratar jogador de qualidade?KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

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  6. Quem dera se jogador paraense fosse sinonimo de qualidade, como exemplos bray, D. ourem, Pablo, Raul, helinton…e outros que são tão instaveis tecnicamente, qto os que vem d fora, mas como sao “nativos” temos que aturar pois sao deuses do futebol para a nossa imprensa

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  7. Negativo Thiago; apesar de não ser da imprensa, também defendo os regionais, que não são inferiores, até este momento, aos contratados; então, prestigiemos os regionais; penso que o que estava faltando era um Técnico com aquilo rôxo, prá botar essa chinelada prá correr e suar a camisa, fazer valer cada milhar de real que ganham, entendo que a proposta do Arturzinho, de time operário trará mais resultados positivos que negativos e permaneceremos na segundona, no entanto, defendo o corte de pelo menos três, desses salários astronômicos existentes no plantel, senão, esse fator poderá determinar insatisfação nos demais….

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  8. Aqui no Paysandu se o cara é de fora é for ruim…o cara é execrado, se o cara é daqui e é igualmente ruim…tem que ter paciencia. Penso que sendo ou nao daqui deveriam ser cobrados igualmente.
    Diego Bispo é muito ruim…è criticado. Pablo, helinton e outros sao tao ruins como…mas sao popupados pq sao daqui!

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