Tribuna do torcedor

Por João Lopes Jr.

Duvido que o Lecheva inicie o jogo de sábado com formação diferente da que pegou o Águia. Por mais que faça charminho e não divulgue logo a escalação, o time do Paysandu é aquele mesmo, salvo um problema de última hora, um imprevisto, um cartão (não sei como estão as coisas para o Paysandu). O Remo sim, tem muitas indefinições. Gostaria de ver o Endy, muito obediente taticamente, dessa vez, no banco. O time tem nele o jogador que flutua para preencher vazios e ajudar na marcação. Como time em começo de temporada é desentrosado, um cara como o Endy é, sem dúvida, importante. No entanto, a importância do Endy está também na falta do ala direito e de mais um meia-atacante e, num clássico, jogar recuado, é pedir para perder. Entendo a permanência do Tony como importante e arriscaria ainda a saída de Nata (faz muita falta!), para a entrada do garoto Biro ou de Gerônimo (se estiver em condição física) e um ala direito para equilibrar o meio. Poria
Edilsinho para jogar com Galhardo (na falta do ala) e ganhar velocidade, e mais o Leandro Cearense para compor o ataque com o Paulista, ou a volta do Branco. O Berg pode ser bom jogador, mas sem criação ainda não pôde dizer a que veio, ainda merece paciência.
Iniciaria assim o RE x PA: Fabiano; Henrique, Zé Antônio e Rech; Tony, Biro (Gerônimo), Walber (Edilsinho), Galhardo e Berg; Leandro Cearense e Paulista (Branco). O que me deixa mais chateado é ver um garoto como o Jhonnatan perder oportunidades por puro azar. Lembra da erisipela do ano passado? Com certeza o garoto seria titular dessa meiuca e muitos desses problemas de comunicação entre defesa e ataque não haveriam. 

A arte de Luiz Braga

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Fotografia intitulada “A Preferida”. Outra obra-prima do grande fotógrafo paraense Luiz Braga. É de 1985 e está na exposição “Um olhar sobre o Brasil”, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. Curadoria de Boris Kossov e Lilia Schwartz. Vai até 27 de janeiro.

A frase do dia

“Eu não saí porque quis. Ele (Oswaldo de Oliveira) que não me quis lá em General Severiano. Sou muito agradecido ao Botafogo, sou botafoguense de coração, e para não atrapalhar ninguém achei melhor buscar um lugar onde eu posso jogar meu futebol, onde o treinador aceite minha personalidade, meu estilo de vida, meu estilo de futebol. Aqui no Nacional acontece isso”. 

De Loco Abreu, ex-jogador do Botafogo.

Envelhecida família Scolari

Por Gerson Nogueira

É verdade que a era Shaktar como referência da Seleção parece ter ficado no passado, fato extremamente auspicioso, mas a primeira convocação de Felipão tem alguns pontos preocupantes. Incluir Julio César, Hulk, Leandro Castan e Luís Fabiano entre os melhores jogadores do país é, mais do que piada, uma tremenda aposta de risco. Cabe lembrar sempre, por precaução, que estamos a um ano e cinco meses da Copa e o período de brincadeiras já deveria ter acabado sob a gestão de Mano Menezes.

bol_qua_230113_11.psAté a contestada convocação de Ronaldinho Gaúcho ainda pode ser compreendida, pela boa atuação no Brasileiro 2012. Só não pode vir com a aura de comandante dessa nova família Scolari, pois os riscos redobrariam tremendamente. Está claro que Gaúcho precisa sentir-se desafiado, como ocorreu após a pálida passagem pelo Flamengo.

Felipão, escorado nos conselhos de Carlos Alberto Parreira, parece estar buscando satisfazer a gregos e baianos. Só incorre no erro de achar que os nomes mais famosos podem resolver os problemas da Seleção. A geração de Gaúcho, Julio César, Luís Fabiano, Kaká e Lúcio já chegou ao limite máximo. Não apenas pela idade. O problema é que a geração envelheceu mal, uns castigados por lesões e outros por evidente decadência técnica.

No máximo, e olhe lá, podem funcionar como suportes para o elenco, pela inegável experiência. Felipão, porém, parece com a cabeça ainda em 2002, quando alguns jogadores conseguiram concretizar uma virada magistral na carreira. Ronaldo Fenômeno ressurgiu das cinzas e Rivaldo finalmente deslanchou com a camisa do escrete. Marcos, que havia tido uma temporada negativa em 2001, assumiu a titularidade e tornou-se, com justiça, um dos heróis do penta.

Ocorre que o futebol mudou bastante ao longo da década e o Brasil sofreu ao longo das últimas duas Copas justamente por não se aperceber disso. Em 2006, no Mundial da Alemanha, quando Parreira jogou todas as fichas no quadrado mágico – Ronaldo, Gaúcho, Kaká e Adriano – e se deu mal, ficou evidente a falha estratégica de acreditar que talentos variados, mas com motivações diferentes, poderiam levar à glória.

Quatro anos depois, na África do Sul, Dunga fracassou porque projetou uma renovação, mas caiu na contradição de se agarrar a alguns veteranos da Copa anterior (Kaká, Lúcio, Juan, Julio César), menosprezando jovens valores que já despontavam no horizonte (Neymar e Ganso).  Acreditou, acima de tudo, no fervor religioso dos boleiros sob seu comando, como se catecismo ganhasse jogo. Os frangos de Julio César provaram o contrário.

Felipão, que é menos sereno que Parreira e tão turrão quanto Duga, tende a transformar o escrete – e os clubes que dirige – em família. Deu certo uma vez, mas nada garante que esse espírito será alcançado e que, em caso positivo, garanta o êxito numa Copa disputada pela pressão quase insuportável de uma torcida fanática por futebol.

Apesar dessas escolhas, Felipão é indiscutivelmente o melhor nome para comandar a Seleção. Até por exclusão. Nenhum outro treinador teria couro suficientemente grosso para aguentar as tormentas de um Mundial que se desenha atípico para os brasileiros. Precisa, porém, rever conceitos. O mais sério deles diz respeito à jovialidade que o futebol exige. A preparação física e a necessidade de velocidade e força fazem com que todos os esportes coletivos sejam dominados pelos jovens. É fato.

Nossos principais adversários estão focados nisso. Argentina, Espanha, Argentina e Itália têm times titulares cada vez mais renovados. A lista inaugural de Felipão tem Neymar, Lucas, Oscar, Paulinho, Adriano e Filipe Luís. Ainda é pouco. De qualquer forma, é importante que a jovem guarda seja protagonista, e não coadjuvante.

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Revelação vai estagiar na Europa

O agente Carlos Eduardo Peixe, que há alguns trabalha com os clubes paraenses (foi quem levou Tiago Cametá), está prestes a confirmar um estágio do meia-atacante Rodrigo, do Remo, num grande clube europeu. Dispõe de duas opções para o jogador. Peixe, estabelecido em Santos, avalia que os garotos precisam se adaptar à cultura futebolística da Europa, destino almejado por quase todos. Rodrigo se destacou na recente Copa S. Paulo e foi incorporado ao elenco de profissionais pelo técnico Flávio Araújo.

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A escolha mais sensata

Há um critério vigente no país que adota sorteios para a escolha de árbitros. Para o clássico de sábado, a comissão de arbitragem, com a anuência dos clubes, optou pela indicação de Dewson Freitas, o melhor árbitro paraense em atividade. Foi a decisão mais acertada, levando em conta a importância do jogo. Ao mesmo tempo, representa o reconhecimento ao trabalho desenvolvido por Dewson, que é aspirante ao quadro da Fifa e nos últimos anos apitou jogos das divisões nacionais mais importantes.

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Ramos e o boné do Sport

O meia Eduardo Ramos, que pode desfalcar o Paissandu no clássico – abrindo caminho para a entrada de Iarley –, viveu situação difícil quando atuava no futebol pernambucano, devido à rivalidade das torcidas. Defendia o Náutico e resolveu botar fogo em boné do Sport. A provocação criou um tremendo bafafá e atraiu a ira dos torcedores rubro-negros. Recebeu muitas ameaças e praticamente inviabilizou sua permanência no Recife.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta quarta-feira, 23)

Re-Pa pode ter arrecadação de R$ 851 mil

Caso todos os 39.472 ingressos sejam vendidos, o Re-Pa de sábado terá a renda recorde de R$ 851.920,00. Serão colocados 29.250 ingressos de arquibancada (a R$ 20,00) e 4.300 cadeiras a R$ 50,00, cada, além de diversos outros preços por localização no estádio Edgar Proença (Mangueirão). Chama atenção na discriminação de ingressos à venda a quantidade destinada às chamadas torcidas organizadas: 3 mil ingressos de arquibancada (1.500 para remistas e 1.500 para bicolores) ao preço unitário de R$ 10,00. A carga total de 42 mil será completada pelas gratuidades (2.528), distribuídos entre credenciados, menores, idosos, policiais civis e militares, bombeiros e convidados especiais.

Dewson Freitas apita o Re-Pa

Acaba de sair a escala de árbitros para a quarta rodada do Parazão e Dewson Fernando Freitas da Silva está confirmado para comandar o Re-Pa de sábado. Seus assistentes serão: José Ricardo Guimarães Coimbra e Luis Diego Nascimento Lopes. O 4º árbitro será Andrey da Silva e Silva e o 5º será Benedito Pinto da Silva.

Julio César??? Ai, ai, ai…

Por Renato Maurício Prado

Felipão fez hoje a sua primeira convocação e, confesso, pra mim já começou com o pé esquerdo. Trazer Júlio César de volta é uma piada. Uma piada de mau gosto. O ex-goleiro do Flamengo, da Inter de Milão e da seleção brasileira já não é mais nem sombra do excelente arqueiro que já foi e o fato de ter realizado, recentemente, uma ou duas boas atuações pelo Queens Park Rangers (onde chegou também a ser barrado), enfim um ou dois bons jogos nem de longe o recomendam para voltar ao gol do Brasil.

Se ainda estivéssemos vivendo uma entressafra na posição, poderia-se até entender, como um ato de desespero, a tentativa de reviver o passado, trazendo Júlio César de volta. Não é o caso. O último Campeonato Brasileiro nos mostrou um Diego Cavallieri em forma soberba e a última Libertadores e o último Mundial Interclubes revelaram um Cássio simplesmente milagroso e espetacular. Além deles, ainda temos Jefferson, Vitor e outros menos votados, como Fábio, do Cruzeiro etc.

Nada, rigorosamente nada, pode justificar a volta de Júlio, que falhou grostescamente na Copa da África do Sul, em 2010, e voltou a se apresentar mal na Copa América, na Argentina, em 2011. Depois disso, foi dispensado pela Inter de Milão, após outra sequência de erros escandalosos. Decididamente, no gol, Felipão começou pisando na bola. Tomara que rapidamente reconheça o erro e o corrija nas próximas convocações.

No restante da lista, gostei das voltas de Ronaldinho Gaúcho, Fred e Luís Fabiano. Após o belo campeonato brasileiro que fez pelo Atlético Mineiro, o Dentuço merecia mesmo voltar a vestir a amarelinha. Já em relação a Fred e Luís Fabiano, creio que na Copa de 2014, somente um deles deverá estar na equipe. Diante da idade de ambos e de seus históricos de contusões, não creio que os dois cheguem em forma ao Mundial. Mas se um deles estiver bem, terá tudo para ser o titular, até porque os atacantes jovens, como Leandro Damião e Alexandre Pato, ainda não conseguiram se firmar.

Dentro dessa linha de veteranos, não entendi a ausência de Kaká. Ele pode até não estar jogando no Real Madrid de José Mourinho mas nas últimas vezes em que jogou pela seleção, com Mano Menezes, foi muito bem! Arrumou o nosso meio-campo! Por isso, soou como injustiça o seu esquecimento. Justiça, pelo menos, se fez com Hernane, que caiu em desgraça com Mano e agora ganha nova chance agora, com Felipão. Ele tem se destacado muito na Lazio e merece a convocação.

No resto, Scolari convocou mais ou menos o que se esperava, apresentando de novidade mesmo o lateral Filipe Luís, do Atlético de Madrid, e o zagueiro Dante, do Bayern de Munique. Desses dois, melhor esperar para poder analisar com equilíbrio.