Paissandu vence jogo-treino em Barcarena

O Paissandu realizou jogo-treino na manhã deste domingo, em Barcarena, e venceu um combinado local por 3 a 1. No primeiro tempo, com muitos erros de passe, os bicolores não conseguiram superar a esforçada equipe nativa. Os gols surgiram no segundo tempo, marcados por jogadores que vieram do banco de reservas. Djalma (que substituiu a Lineker) abriu o placar aos 13 minutos. O zagueiro Raul (que entrou na vaga de Tiago), de cabeça, ampliou aos 21. Maicon, cobrando penalidade máxima, diminuiu para Barcarena. Aos 44 minutos, Diego Ourém (substituto de Diego Bispo) fechou a contagem. Paissandu: Zé Carlos (Paulo Wanzeler); Pikachu (Gleysinho), Tiago (Raul), Diego Bispo (Diego Ourém) e Pablo (Bray);  Vanderson (Ricardo Capanema), Esdras (Billy), Lineker (Djalma) e Alex Gaibu; Heliton (João Neto) e Rafael Oliveira (Castanhal). Técnico: Lecheva. Barcarena: Ronaldo; Erivelton (Nilsinho), Pedro Paulo; Chicão, Dede – Cartão Amarelo (Ponês); Gelder (Roberto), Mayco, Everton (Jackson) (Clebinho), Wilson, Catita e Arraia (Bruno). Técnico: Vigia. Árbitro: Oswaldo Tavares. (Com informações da Rádio Clube)

Pensata: Moral ou imoral

Por Janio de Freitas

Seja qual for a verdade a que José Genoíno se refere, como razão da sua “consciência serena e tranquila” e a surgir “mais cedo ou mais tarde”, sua decisão entre aceitar ou recusar a volta à Câmara é, a meu ver, de apreciação muito menos simples do que pareceu à maioria das opiniões divulgadas.

Pensei cá comigo, como faço nas dúvidas frequentes, em como agiria sob situação semelhante. Não achei resposta segura.

O motivo maior do impasse, entre vários, partiu da firmeza com que Genoino se afirma inocente, desde o início do escândalo. E cada vez com maior emoção.

Calma aí, não são todos os acusados que se dizem inocentes, não. Nem mesmo no caso desse denominado mensalão.

Marcos Valério e Delúbio Soares não o fizeram. Procuraram minimizar parte dos seus atos, justificar outros e negaram alguns, isso sim.

Silvio Pereira cedo preferiu a permuta de confissão por pena branda, a chamada delação premiada: um modo de negar a inocência.

“Legal, mas imoral!”, disseram muitos sobre a decisão de Genoino por se empossar. Imoral, moral?

Pois me dei conta de que seria exatamente como defesa de minha moral, se a sentisse injustiçada, que a posse me atrairia. Uma afirmação altiva do direito da inocência aos direitos a ela inerentes.

Também pensei em sentido oposto. Injustiças indignam e enjoam. Mandar tudo às favas, de um modo à altura da injustiça, também me pareceria possível.

Enfim, sentir a dignidade ultrajada por uma injustiça poderia justificar a decisão de José Genoino de defendê-la, com um ato político e institucional, e à sua convicção de inocência.

Não tenho como saber o que o moveu nem estou questionando a veracidade da inocência ou a culpa imputada. O assunto é outro. E é o mesmo. A dimensão e o transcurso conturbado do julgamento no Supremo deixaram um ambiente tão excitado e desmedido que mesmo os não facciosos se confundem e incorrem em imprecisões injustas.

A respeito da posse, ouvi por exemplo pela CBN, na quinta-feira, respeitado professor de filosofia dizer que “ficou provado” que José Genoino “assinou um empréstimo com o propósito de lesar o erário público”.

Tal propósito, fosse atribuído a Genoino ou ao empréstimo, não foi provado nem esteve sequer próximo disso. No valor de R$ 3 milhões, foi quitado pelo PT em parcelas depois do escândalo.

Genoino está condenado a 6 anos e 11 meses por corrupção passiva e por quadrilha, como presidente do partido em cujo interesse foram feitas as transações montadas por Marcos Valério, o PT e o Banco Rural.

Em alguma parte ou no todo dessa acusação supõe-se que esteja, com a consequente injustiça, a burla da verdade a surgir “mais cedo ou mais tarde”.

Se e quando surja, estará dizendo se a posse de José Genoíno foi “legal, mas imoral!” ou legal e moral.

A dura vida dos “generais”

Por Gerson Nogueira

Recente pesquisa feita entre os jogadores da Primeira Divisão atestou a baixíssima cotação de técnicos conhecidos pela mão pesada, os chamados “generais de vestiário”. Emerson Leão surge, disparadamente, como o mais antipatizado. Até aí, nenhuma surpresa. Seus métodos pouco convencionais – com castigos e multas quase diárias – geram uma natural rejeição por parte dos boleiros. O interessante é que a posição manifestada pelos atletas acaba, de uma forma ou de outra, coincidindo com a dos dirigentes.

bol_dom_060113_11.psHá algum tempo que Leão – concentro a análise nele por ser o líder do ranking de impopularidade – tem dificuldades para se estabilizar no comando de uma equipe. É convocado, quase sempre em momentos de crise no elenco, consegue apagar o incêndio e até obtém algum resultado nos primeiros meses. À base do chicote, é bom que se diga. Mas o sucesso é efêmero e a ação é de tiro curto.

Assim que as coisas começam a se ajeitar, o técnico durão é mandado embora quase sempre por atritos com o elenco que aparentemente havia domado. Quando a relação do treinador não se desgasta com o grupo, acaba se indispondo com os dirigentes. Materializa-se então um cenário indicativo de que, em condições de normalidade, o estilo castrense de Leão não tem vez. Só serve para situações anormais.
A baixa aceitação da escola linha-dura é um sintoma dos novos tempos. Houve época, não muito distante, em que o perfil disciplinador dos treinadores era apreciado pela maioria dos clubes. O irascível Yustrich chegou a viver dias de glória nos anos 70. Nas últimas décadas, Leão foi apenas o mais notório dos durões, aquele sujeito que parece feliz por não sorrir. Felipão, também afeito à rigidez, acabou se destacando por um lado paternalista que atenua o rigor das cobranças. Ganha a confiança de seus jogadores e estabelece uma relação mais afetiva. Coincidência ou não, sua “família Scolari” saiu-se muitíssimo bem no Mundial 2002. Oito anos depois, o jeito carrancudo de Dunga não conseguiu reeditar o sucesso.
Cartilhas e regras em excesso revelam o temperamento controlador de técnicos da velha escola, servindo para enriquecer o anedotário dos “professores” da bola no Brasil. Ah, nas demais posições da pesquisa, aparecem Celso Roth, o próprio Felipão e Argel. A inclusão de Felipão na lista é meio injusta pelo passado recente, mas prova que é difícil apagar uma história. Apesar do evidente esforço de mudança da imagem, o veterano treinador continua mal avaliado. O problema – para os boleiros – é que ele está novamente comandando a cena.
No plano regional, se houvesse uma enquete entre os jogadores, não precisa de muito esforço para descobrir quem encabeçaria a lista. Edson Gaúcho, inflexível com os comandados, ganharia fácil. A exemplo de Leão, seu estilo costuma gerar resultados rápidos, mas o temperamento forte não permite que o trabalho se prolongue por muito tempo.
O fato é que a vida também é dura para os generais: preparam o terreno para que outros profissionais possam encontrar o ambiente pacificado, mas raramente têm seus méritos reconhecidos. Deixam também o legado de comparação: depois de passar pelas mãos de um capataz, até jogadores mais problemáticos dispõem-se a colaborar com o técnico que chega.
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Leãozinho expõe mazelas
A estreia do Remo na Copa São Paulo, na sexta-feira, ficou dentro das expectativas. Contra um Santos mais organizado, a molecada do Remo sentiu o impacto do gol de abertura nos primeiros minutos, em falha do goleiro Elielton, mas fez um bom segundo tempo. Importante mesmo é que o jogo expôs mazelas antigas do nosso futebol. A mais gritante é a visível má formação física dos garotos, que, diante dos grandalhões adversários, parecem nanicos. A acentuada diferença de porte se reflete no rendimento do time, que não consegue se impor nas divididas e disputas de bola aérea. Jogadores remistas tinham dificuldades para se antecipar às jogadas e quase nunca conseguiam recuperar bolas em velocidade.
No choque, perdiam todas. Ironicamente, quando conseguiu maior aproximação entre os setores, o Remo levou perigo na etapa final e perdeu duas boas chances (com Rodrigo e Jaime), mas o Santos liquidou a fatura em dois contra-ataques fulminantes. Interessante foi a participação do goleiro Elielton, que se recuperou após o erro no primeiro gol. Pegou um pênalti (o Santos ainda perderia outro) e fez pelo menos três outras grandes defesas. Além dele, somente Rodrigo e Jaime mostraram desenvoltura para fugir à dura marcação santista. Os demais tiveram atuação discreta.
Impossível não observar também defeitos de posicionamento, com a superexposição da defesa e a timidez dos laterais. Os jogadores de meio-de-campo custaram a entender que Jaime não podia passar o jogo isolado entre os beques santistas. Quando perceberam, o Remo quase conseguiu jogar de igual para igual.
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O mundo é dos empresários
O futebol está transformado – certamente para pior. Empresários ditam as regras das negociações falando em nome dos jogadores. No final do ano, o presidente Vandick Lima quase acertou com um conhecido goleiro, mas o representante do atleta rejeitou a proposta. Dias depois, o próprio jogador telefonou e se surpreendeu ao saber que alguém havia recusado a oferta em seu nome. Agora, Iarley vem negociando com o Paissandu, mas seu representante tem dificultado um acordo. Pesa negativamente, também, o fato de que o jogador pretende amarrar um contrato vantajoso. Aos 39 anos, sabe que esta é uma de suas últimas temporadas. Por parte do clube, há o receio de repetir os erros do caso Sandro, que voltou em fim de carreira e não conseguiu mais jogar em alto nível. Creio que já houve mais possibilidade de um acerto.
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Bola na Torre
O presidente da FPF, Antonio Carlos Nunes, é o convidado deste domingo. Apresentação de Guerreiro e participações de Giuseppe Tommaso e Valmir Rodrigues. Começa às 23h45, depois do Pânico na Band.
(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 06)

Som do domingo – Milton Nascimento/Lô Borges, Um Girassol da Cor do Seu Cabelo

Grandes de São Paulo criticam Marin

11085249A CBF, que tinha o São Paulo como seu principal aliado entre os clubes, está prestes a perder este apoio. O presidente Juvenal Juvêncio está revoltado com medidas adotadas por José Maria Marin e diz já ter ouvido Andres Sanchez sobre a criação de uma liga de clubes, de oposição à entidade. O são-paulino ataca os salários de mais de R$ 100 mil pagos pela CBF a Ricardo Teixeira, agora consultor: “É um absurdo. Isso fere a seriedade do futebol.” A informação é da coluna Painel FC, assinada por Bernardo Itri, deste domingo. Leia a íntegra do texto aqui. “Tem que cancelar o contrato com o Ricardo Teixeira. Quem paga esse salário não é a CBF, é o futebol brasileiro”, argumenta Juvenal. Questionado sobre se já se considera oposição à CBF, o são-paulino afirma: “Ainda não. Por enquanto, é apenas um queixume”.

Ele diz que se encontrou com Andres Sanchez recentemente e que conversaram sobre a ideia do ex-diretor de seleções de criar uma liga de clubes. “Acho importante existir a oposição, esse contrachoque, no futebol”, explica o cartola. O presidente do São Paulo dispara também em relação à falta de prestígio da seleção brasileira. “Antes, a convocação da seleção era manchete de jornal, mobilizava o povo. Agora você tem que dar ingresso de graça para o torcedor ir à partida da seleção. É uma loucura”, aponta. (Da Folha de SP)

Leão e Papão estreiam mal na Copinha

Remo e Paissandu estrearam mal na Copa S. Paulo, amargando derrotas para Santos e Comercial de Ribeirão Preto, respectivamente. Na sexta-feira à tarde, o Leãozinho foi vencido pelo Santos por 3 a 0, com gols de Jubal, Léo Citadini e Stéfano Yuri. No primeiro tempo, o Remo sofreu um gol logo aos 5 minutos, em falha do goleiro Elielson. Sem entrosamento e pouco efetivo na marcação, o time paraense ainda teve um pênalti contra si, cuja cobrança Elielton defendeu. O goleiro ainda se destacaria por mais três grandes defesas nesse período inteiramente dominado pelo Santos. Na etapa final, o Remo voltou mais combativo e desperdiçou duas chances de empatar, com Rodrigo e Jaime. No final, cansado, permitiu que o Peixe ampliasse o placar para 3 a 0.

No sábado pela manhã, o Paissandu foi derrotado pelo Comercial por 2 a 0. Sem jogar bem, o time paraense equilibrou o primeiro tempo, mas acabou dominado no segundo. Caíque, aos 12 do segundo tempo, e Sídnei, aos 41, marcaram os gols do triunfo do Comercial.