Coluna: O verdadeiro preço do futebol

Assim que saiu a tabela de preços para o “Superclássico das Américas” pipocaram críticas aos valores, mas a verdade é que os ingressos a R$ 90,00 (arquibancada) e R$ 190,00 (cadeiras A e B) para o jogo Brasil x Argentina, no dia 28, são dos mais baixos já cobrados em amistosos da Seleção Brasileira.
Em atenção a pedidos do governo do Estado e Federação Paraense de Futebol, a CBF e a empresa terceirizada que agencia os amistosos aceitaram praticar preços mais baixos do que a média para partidas desse porte.
A empresa parceira da CBF é a Klefer, que repassou à Zetks a responsabilidade pela venda de ingressos e o controle de acessos no estádio. A Zetks é a mesma empresa que realizou esse trabalho no recente amistoso do Brasil contra a Holanda em Goiânia. Tem experiência na área, mas atua mais em eventos artísticos, como o carnaval oficial do Rio de Janeiro, festivais e shows de rock (como o de Paul McCartney).
Não adianta tapar o sol com peneira. Ingressos caros têm sido usados, no mundo inteiro, como meio de selecionar platéias para o futebol. Em outras palavras, servem para elitizar o acesso aos estádios, reduzindo tumultos e amplificando os ganhos.
Não há interesse da Fifa em beneficiar o chamado povão. Perde tempo quem ainda acredita nessa ilusão. A entidade dedica-se, desde 1986, a explorar o lucrativo sistema de grandes arenas nas Copas do Mundo. Obviamente, as entidades filiadas seguem à risca a cartilha do lucro fácil. A CBF não é exceção. O problema é que a próxima Copa será no Brasil, cuja torcida é apaixonada, mas de baixo poder aquisitivo.
Diante disso, dona CBF dá preferência a amistosos internacionais disputados no estádio do Arsenal em Londres, respeitando contrato fechado com agentes estrangeiros. Quando promove amistosos no Brasil, cobra valores próximos aos que serão praticados na Copa, até para ir acostumando logo a patuléia.
E, com base no que foi feito na África do Sul, em 2010, os ingressos mais baratos em 2014 devem custar em torno de R$ 250,00. É bom ir preparando o bolso ou se conformando à idéia de ver a Copa pela TV.
 
 
Em tempo: o Mangueirão está confirmado como local da venda de ingressos para o amistoso, a partir do dia 12. Os cadastrados no site www.peladeiro.com terão pré-venda exclusiva a partir do primeiro minuto do dia 7. A venda on-line para os demais torcedores começa no dia 9, pelo portal de venda de ingressos Zetks.com. A organização autorizou a venda de até seis ingressos por CPF, o que escancara as portas para ação dos cambistas. Salve-se quem puder.
 
 
Com motivos mais do que razoáveis, os adeptos de teorias conspiratórias voltam a se assanhar depois de uma rodada rica em marcações esdrúxulas envolvendo alguns dos protagonistas do Brasileiro da Série A. O Corinthians foi (de novo) contemplado com um pênalti fictício contra o Grêmio enquanto o Flamengo foi duplamente operado no jogo contra o Avaí – um gol ilegal para os catarinenses e outro, de Deivid, anulado erradamente. Pelo andar da carruagem, Vasco e Botafogo que se cuidem nas próximas rodadas com as arbitragens “mosqueteiras”.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO desta sexta-feira, 2) 

22 comentários em “Coluna: O verdadeiro preço do futebol

  1. Sobre os ingressos,N a africa do sul,os ingressos eram praticamentes doados,ou comprados pelas grandes empresas e doados a população e aos seus funcionarios para que os esátdios não ficassem vazios.
    Quanto ao corintias,esta claro que querem dar um titulo de expresão ao corintias na passagem de seus cem anos.
    Será que a istoria de 2005,em que operaram o inter,esta se repetindo?

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    1. Pois é, Juca. Mas ainda há quem duvide da força corintiana nos bastidores (como naquela Copa do Brasil 2009, em que fizeram tudo pra fazer o Ronalducho campeão) e insista em reduzir a importância da parceria Andrés Sanchez & Ricardo Peixeira.

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  2. É a realidade, na verdade quando divulgado os valores ficamos meio que chocados porque estamos habituados a valores baixos, onde ainda se ouve reclamação com ingresso a R$ 20,00. Está mesmo na hora de acordarmos pra essa realidade.

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  3. Não acredito em má fé do arbitro no jogo do Flamengo e muitas das vezes o gol é cancelado em atendimento aos seus auxiliares, os bandeirinhas, que nesta hora é o que menos é cobrado e em vezes passa despercebido.

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  4. Tô fora!!!!!!! ô esmola cara… é mendigo pagando pro patrão desalmado.Quando tenremos vergonha na cara.Seria uma ótima forma de protesto contra a ditadura do Ricardão.

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  5. O preço já estaria caríssimo se fosse uma data Fifa e o Mano pudesse convocar todos os principais jogadores brasileiros. E já seria porque a maioria de tais jogadores são de categoria duvidosa e a Seleção do Mano vem jogando um futebol muito aquém do sofrível. O mesmo vale para o selecionado argentino (com a vantagem para este em função de contar com o Messi). Enfim, com os principais jogadores brasileiros e argentinos em campo o evento tecnicamente já não seria de boa qualidade e não valeria os preços que estão fixados. Agora, contando as seleções com jogadores em sua maioria de segunda linha este preço constitui uma autêntica exorbitância. Só o duelo amistoso entre brasileiros e argentinos e a eventual presença de Neimar e Ganso é insuficiente para lastrear valor tão elevado. Máxime para quem já teve oportunidade de presenciar aqui mesmo em Belém estas três atrações específicas (duelo entre brasileiros e argentinos; Gando e Neimar atuando, e, diga-se, em plena forma) numa atmosfera de verdadeira competição e por isso realmente muito mais emocionante. Falo dos jogos entre Paysandu e Boca (libertadores) e Clube do Remo e Santos (Copa do Brasil). Em síntese, no meu entendimento o preço fixado não retrata o verdadeiro valor do futebol que será jogado pelas duas seleções. Estou tentando convencer minhas duas pirralinhas de que o jogo não vai valer tudo isso, se não tiver sucesso, o jeito vai ser ir para o sacrifício.

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  6. Gérson, essa semana o jornalismo da Record vem denunciando, com fndamentos, um escândalo de favorecimento de arbitragens no futebol carioca, nas três divisões, com a participação de árbitros em resultados que alteram as classificações e os acessos. São depoimentos contundentes de árbitros que sem se identificar estão indo na televisão desmascarar esse esquema. Uma vergonha! Sobrou para o pobre do América que já estava com destino selado desde o início do campeonato.

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    1. A coisa é mais podre do que se imagina, amigo Cássio. Ou alguém, em juízo perfeito, acha que as canalhices acabaram com o afastamento da turma do Edilson P. de Carvalho?

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  7. Quanto à teoria conspiratória favorável ao Corinthians, considero pouco provável. No jogo contra o Grêmio, o penal existiu (embora nem sempre se marque) e teve dois jogadores (um deles artilheiro) expulsos, que desfalcarão o time no próximo jogo. Quanto ao Flamengo, ele ser prejudicado é fato raro acontecer, mas quando acontece todo mundo se admira e começam a dar ouvidos aos teóricos. E quanto ao jogo do São Paulo, houve alguma coisa contra o tricolor?
    Não seria mais lógico, garfar o Figueirense, e evitar que o Corinthians perdesse três pontos em casa? Não daria menos na vista?
    No ano passado foi a mesma coisa, e o Corinthians acabou em terceiro lugar. Lembram disso?

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  8. SE o prejudicado tivesse sido qualquer outro time que não o Flamengo, ainda se dava para acreditar nessa ‘tioria’. Convenhamos, favorecer o Corinthians (que de fato aconteceu, conforme a Band na edição para São Paulo – ou será que iam esperar isso da Globo?), mas expulsar 2 jogadores, contra um outro grande time, o Grêmio, e ainda dizerem que é conspiração, é querer abusar da nossa inteligência.
    Ah, o Flamengo foi prejudicado? E quantas vezes já foi ajudado?
    E o São Paulo? Perdeu porque foi prejudicado também pela arbitragem?
    No ano passado, falavam a mesma coisa do Corinthians, e tanto não era verdade, que acabou em terceiro lugar.
    Menos, menos…

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    1. Valentim, já tivemos neste campeonato até gol anulado (em Goiânia) em lance no qual a bola entrou meio metro no gol. Quanto ao São Paulo, também foi beneficiado pelo soprador de apito com um penal inexistente sobre o cai-cai Dagoberto. A sorte do Flu é que fez dois gols.

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  9. O primeiro parágrafo do meu comentário anterior saiu trucando, por isso vou repetir:

    “SE o prejudicado tivesse sido qualquer outro time que não o Flamengo, ainda se dava para acreditar nessa ‘tioria’. Convenhamos, favorecer o Corinthians com um penal (que de fato houve, conforme mostrou a Band na edição para São Paulo – ninguém ia esperar que a Globo desse muita ênfase ao lance), mas expulsão 2 jogadores (sendo um deles o artilheiro, que o desfalcará na próxima rodada), e ainda contra um grande time, o Grêmio, e depois ainda dizerem que é conspiração, é querer abusar da nossa inteligência.”

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  10. Amistosos, apenas amistosos o Mangueiro tem servido á selerção brasileira, exceção do jogo pelas eliminatórias contra a Venezuela
    quando já estavamos classificados.
    Em relação aos preços, isso preocupou-me quando da campanha para sediar a Copa de 2012. Por um jogo, ainda vai, mas, ter folego para outros jogos sem maiores atrações nossa bolsa não suporta tanto. embora digam que a classe média brasileira aumentou seu poder aquisitivo.

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  11. O que me preocupa e essa elitização do nosso popular futebol. fixam preços exorbitantes para espetaculos deficientes e ainda tem gente que paga e acha que esta fazendo grande negócio. Da froma que esta perderemos a emoção nos estádios, extinguiram a geral, encareceram a arquibancada e inviabilizarma a cadeira , o que falta para acabarem com o verdaeiro torcedor que tem paixão pelo esporte bretão e por uma inviabilidade financeira fica sujeito a assistir a peleja pela televisão . Amigos assitir futebol na televisão é igual dançar com irmã não tem graça nenhuma.

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  12. Lacerda, seu raciocínio estaria correto, se um erro de arbitragem não fosse resultado de esquemas. Os depoimentosque aparecem na televisão são de árbitros ainda em atividade. Muito do que eles denunciam se comprovou em campo. Um árbitro pode até não fazer gols, mas sabemos que interferem em muito nos resultados: penais mandrakes, impedimentos escandalosamente marcados ou não, inversões de faltas e até nos cartões amarelos distribuídos. Se isso ocorre em campeonatos locais como no Rio de Janeiro, por que não no brasileirão? Erro de arbitragem é humano, mas em excesso, é corinthiano…

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  13. Se num simples campeonato de peladas, como por exemplo, a Copa Diário do Pará, patrocinado pelo Jornal de mesmo nome na época, existia esquema com os mediadores dos frontes, não seria o futebol “profissional” que escaparia dessa ação maléfica. O futebol desde sempre foi envolvido por espertalhões, ocorre que, hoje, já não são só os cariocas a se beneficiar com a MÃO-SATÂNICA da predadora CBF.

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