Coluna: Sem espaço para surpresas

O Paissandu entra em campo neste domingo em Cametá com um trunfo nada desprezível. Já conhece a maneira usada pelo adversário para se impor dentro de casa, tirando inclusive partido do maltratado gramado do Parque do Bacurau. Sérgio Cosme e seus comandados sabem que o Cametá explora contragolpes em velocidade, normalmente puxados por Robinho e finalizados por Leandro Cearense.
Os bicolores têm conhecimento também que os laterais Américo e Mocajuba ajudam muito na pressão ofensiva. Contra o Remo, a tática das saídas rápidas foi usada inúmeras vezes, com grande eficiência e sucesso.
De sobreaviso, o Paissandu dificilmente incorrerá na desatenção mostrada pelo velho rival na cobertura da zaga e que lhe custou tão caro. Ao mesmo tempo, é improvável que Leandro Cearense desfrute de tanta liberdade como nas semifinais.
Obviamente, Robinho e Leandrinho serão vigiados mais de perto, como Alexandre Carioca e Billy fizeram com Gian e Marçal, do Independente. Por tudo isso, os dois confrontos deverão ser extremamente equilibrados, envolvendo os conjuntos mais afinados do Campeonato Paraense.
Arrisco dizer que a abundância de gols (21) e de placares dilatados das semifinais (média superior a 5 gols/jogo) dificilmente se repetirá na decisão, mas o Cametá continua a ser um adversário extremamente perigoso para o ainda favorito Paissandu.
 
 
Depoimento surpreendente do diretor técnico da Federação Paraense de Futebol, Paulo Romano, à Rádio Clube do Pará na última sexta-feira desnuda a pequenez do Remo diante dos donos do futebol no Pará ao longo da desastrosa gestão de Amaro Klautau. Se alguém tinha dúvida sobre os desmandos financeiros do clube no período, o episódio relatado por Romano é contundente e exemplar.
O auxiliar do coronel Nunes conta que bancou, do próprio bolso, as passagens aéreas da delegação remista que foi à Copa SP de Juniores em 2010 e também financiou a vinda dos “reforços” trazidos pelo clube durante a temporada, sendo que o caridoso diretor da FPF teve que esperar um ano para ser ressarcido. E ainda há quem, de boa fé, acredite na bazófia de que AK empreendeu administração moderna no clube.
Quando um clube do porte e importância do Remo, com mais de um século de vida, se agacha ao ponto de depender das benesses de um funcionário da FPF significa que o fundo do poço é muito mais que uma simples miragem. E quando um gestor submete o clube que preside a esse nível de humilhação pública deveria ter como prenda o banimento sumário dos quadros da agremiação que não soube dignificar.
 
 
A imposição pela CBF do estádio Edgar Proença como palco de Paissandu x Bahia pela Copa do Brasil, no próximo dia 30, é o atestado indisfarçado de que o diretor Virgílio Elísio continua dando as cartas nas tabelas e destinos das competições nacionais, principalmente quando tem clube baiano na parada.

(Coluna publicada na edição do Bola/DIÁRIO deste domingo, 20)

8 comentários em “Coluna: Sem espaço para surpresas

  1. Esse Jogo de hoje não pode ser visto com diferenças de forças. Lá em Cametá o equilíbrio prevalecerá, não muito diferente quando do jogo de volta. O time cametanese é indiscutivelmente a 2a melhor agremiação do estadual de momento e fez por merecer chegar onde chegou. O estado do gramado deve servir de alerta para jogadas mais ríspidas, até porque para os dois clubes uma segunda partida é fato. Indeferente a que um mau resultado favoreça ao JAVALI, meu apreço ao maior do norte exige uma vitória e convicente.

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  2. Francamente 100% vergonhosa essa ocorrência de “acuda” ao JAVALI. Não sabia que a FPF contava em suas dependências com serviço de saúde com UTI bem equipada e conhecimentos de 1º socorros de pronto emprego feita pelo ROMANO. Pelo visto não terão outra saída não ser vender o foco da dengue, embora seja contra por saber que não saberão resolver o problema. Sem essa alternativa será que o Romano vaiz bancar todas as despesas para enterrar o morto?

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  3. O que LOP disse a respeito? Imagino que a mudança se deu a pedido de transmissão por canal fechado e cá pra nós, não pode ser na Curuzu pela importância que tem o jogo.

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  4. mas gerson,
    pelo menos o Klautau pagou a conta e não deixo o abacaxi pras administrações posteriores.

    se os administradores de antes fizessem assim o remo estaria traquilo hj

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  5. Mais uma vez me convenço e parabenizo a gestão anterior do Remo. Fez valer o reconhecimento de um dos principais clubes do Estado. É mais que obrigação, a FPF ajudar os dois principais clubes de Belém, afinal, a ausência dos dois, ou até mesmo de apenas um deles, enfraquece, desvaloriza o nosso futebol, independente das qualidades momentânea que um desses clubes esteja passando. É mais um alerta, ou melhor, um indício, para a atual gestão, saber valorizar o clube que estão gerindo e lutar na Federação por seus “direitos” adquiridos com o passar do tempo. Isso ainda é pouco que a FPF fez. Quando falo isso, me refiro também nas possibilidades da mesma instituição FPF ajuda o paisssandu quando necessite. Veja a federação goiana, patrocina até jogadores, e de qualidade muitas vezes, para os principais clubes da cidade. É simplesmente uma questão de valorizar o nosso futebol, as nossas torcidas e acima de tudo o nosso Estado.
    Um abraço a todos.

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    1. Você incorre num pequeno equívoco: a FPF não ajudou o Remo com as passagens, quem tirou dinheiro do próprio bolso foi o sr. Paulo Romano, empresário do setor de viagens e diretor da entidade. Ele foi claro: a ajuda foi iniciativa pessoal, não em nome da Federação. Romano não tinha obrigação de ajudar e cedeu as passagens para quebrar um galho. É bem diferente. Por isso, repito: clube que aceita esse tipo de gorjeta, aceita tudo.

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  6. Gerson, me permita uma leitura diferente. O paysandú já conhece o Mapará, e bem, desde antes das semifinais, inclusive o venceu na primeira fase, num campo de jogo bem semelhante ao que vai encontrar hoje no Parque do Bacurau. E o venceu com sobras, tanto que se deu ao luxo de ter um apagão nos minutos finais que lhe rendeu levar dois gols, mas ainda assim triunfar.

    Aliás, o proprio Clube do Remo, na semifinal também já conhecia o Mapará e não o submeteu por autênticas limitação do elenco azulino e da comissão técnica, e incompetência da própria diretoria.

    Em suma, o Mapará é o velho conhecido de sempre e, com o respeito de sempre a sua opinião, não me parece que ter assistido ao fracasso do Remo diante do time da Terra dos Romualdos (e a forma como este acabou se realizando) possa ter oportunizado um trunfo ao paisandu. É lógico que assistir aos vídeos destes dois últimos jogos constitui mais um subsídio na arrumação tática do bicolor mas nada de extraordinário que possa ser um diferencial que lhe favoreça em relação aos duelos que o Remo teve com o time interiorano. À vera, hoje o paysandú vai até mais enfraquecido pela ausência do Tiago Potyguar. Enfim, não me parece que o fator em debate vá tornar a tarefa do paysandú, na final, mais fácil do que foi a do Remo na semifinal. OU dito por outras palavras, e me permitindo ir além um pouco do que foi estrita e expressamente tratado em sua coluna, o paysandú vencer o turno em nada vai, minimizar o fracasso dos dirigentes, comissão técnica e jogadores azulinos. E a vitória do Mapará (o que eu acho difícil) não trará consigo nenhuma revelação, apenas confirmará, na tabela do campeonato, o nivelamento por baixo do futebol paraense.

    Quanto às declarações do dirigente da fpf, também me permita uma observação em rumo ligeiramente diferente daquele traçado na coluna. É que acho que está havendo uma certa precipitação da imprensa paraense, inclusive ao tomá-las (as declarações) como verdade, ou como toda a verdade. Sei lá acho que as versões mereceriam ser melhor checadas. Quem sabe até não se descobriria coisa de maior vulto e dotada de algum ineditismo quanto a situação do clube do Remo e o comportamento dos seus dirigentes. É porque temos de convir nem a insolvência do Clube e nem o recurso de seus dirigentes à alternativas algo heterodoxas para resolver problemas de caixa se constituem novidades nas hostes azulinas, e nem são tragédias que foram inauguradas a partir da lamentável gestão do AK. Exemplo disso pode ser recolhido nos arquivos deste blog mesmo, relendo postagens que trouxeram à tona episódios de empréstimos cujas finalidades e valores nunca ficaram bem explicados contraídos junto a dirigentes do próprio Clube e também perante AGIOTAS. No caso do AK, se é que é para se dar, desde logo, credibilidade ao que disse o procer da fpf, pelo menos soube-se o valor e a finalidade da subvenção recebida (o que, logicamente, não retira a reprovabilidade da conduta). Vai ver que é por este motivo que o CONDEL não quer “atirar a primeira pedra” no rumo da imolação do AK. Enfim, de fato, é o Remo, pedindo permissão para roubar a frase, “entre a farsa e a tagédia”.

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  7. ANALISANDO DE OUTRA FORMA, É PRECISO CONSIDERAR QUE UNICO E FATAL REVES SIGNIFICATIVO QUE SOFREMOS, FOI CONTRA O MAPARÁ. SERÁ QUE DEVEMOS JOGAR TODO TRABALHO FORA….SERÁ QUE NOSSOS ADVERSARIOS ESTÁO ACIMA DO NOSSO ELENCO…OBVIO QUE NAO. PROCURAR UM MATADOR A ESSA ALTURA, É ENGANAÇÃO. TEMOS CONDIÇÕES DE GOLEAR DENOVO OS LISTRADOS E FAZER FRENTE AO MAMPARÁ. TRABALHO, APROVEITANDO O TEMPO É FUNDAMENTAL.

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